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RESUMO
Este trabalho pretende mostrar como a linguagem por meio
da qual o sujeito se expressa não é neutra. Com efeito, ao lado de
elementos puramente linguísticos, outros de natureza social, externos
à linguagem, se agregam a esta, transformando-a em Discurso. O
Homem não se comunica para si; uma complexa teia de fatores
externos, de cunho histórico, sociológico, político, dentre outros,
influenciam suas produções discursivas. Nesse sentido é que ganha
relevo o estudo da Ideologia, que se manifesta no Discurso produzindo
a “realidade” de acordo com os interesses de quem detêm o poder na
sociedade. O papel da Análise do Discurso é justamente o de dissecar os
mecanismos por trás de tudo isso, bem como analisar os seus efeitos
na vida social. No âmbito deste estudo, consideraremos os efeitos do
Discurso, impregnado de Ideologia e, consequentemente, Poder em
algumas das principais instituições da vida social.
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PESQUISA-AÇÃO Promovendo a Prática à Ciência
ABSTRACT
This work aims to show how the language through which the
speaker expresses himself is not neutral. Indeed, alongside purely
linguistic elements, other social ones, from outside of language,
are added to it, turning it into Discourse. Men do not communicate
to themselves; a complex bunch of external factors, historical,
sociological, political, among others, influence their discursive
productions. In this sense, the study of Ideology becomes important,
since it (Ideology) manifests in Discourse producing “reality”
according to the interests of those who hold power in society. The
role of Discourse Analysis is precisely to scrutinize the mechanisms
used, and to analyze their effects on social life. Within this study, we
will consider the effects of Discourse, steeped in ideology and, hence,
Power in some of the major institutions of social life.
1 INTRODUÇÃO
É comum ouvirmos a afirmação de que “não existe discurso
neutro”. De fato, tal afirmação pode ser ouvida não apenas em uma
aula de Análise do Discurso, mas em qualquer área em que se reconheça
o Poder que emana da Ideologia para a construção de significados. No
entanto, pergunta-se, primeiramente: o que seria o Discurso? E que
tipo de influência a Ideologia exerce sobre ele, que reflete nas relações
e concepções de poder existentes na sociedade de forma geral?
Orlandi define o Discurso como uma relação entre os
interlocutores, admitindo-se que a linguagem deve ser considerada,
necessariamente, em relação à constituição dos sujeitos e à produção
de sentidos. Dessa forma, diz a autora:
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se não haver qualquer dúvida a respeito da afirmação
com que iniciamos o presente trabalho, isto é, “não existe Discurso
neutro”, pois a neutralidade é cortada de todos os ângulos, uma
vez que, não atuam sobre a linguagem tão somente a mecânica da
fala ou mesmo os componentes sintático-semânticos da linguagem;
as condições de produção, derivadas do corpo social externo,
condicionam sobremaneira as manifestações linguísticas, que,
devido a esse condicionamento, recebem o a melhor designação de
“Discurso”, que já anula qualquer possibilidade de neutralidade.
Estudiosos da Ideologia mostram o papel que esta tem no
deslocamento da realidade, que é movida de sua forma “pura”, por
assim dizer, para uma forma “contaminada” pelos interesses de quem
detém o poder de manter fixas as estruturas sociais existentes, com
o sacrifício e o assentimento dos que são esmagados diariamente por
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REFERÊNCIAS
FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. São Paulo: Ed. Ática, 2007.
ORLANDI, Eni P. Discurso: uma noção fundadora. Em Aberto, Brasília, ano 14,
n.61, jan./mar. 1994.
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