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A presente apostila sistematiza o controvertido tema que trata dos pressupostos processuais e
nulidades processuais.
Sabemos que o CPC brasileiro segue o modelo italiano que consagrou o trinômio processual
constituído pelos pressupostos processuais, pelas condições da ação e pelo mérito da causa.
Mais simples seria o binômio processual formado pelos requisitos de admissibilidade e pelo
mérito da causa, ou formado pelos pressupostos processuais e pelo mérito da causa, desde
que nos pressupostos processuais fossem incluídas as condições da ação ( conforme ocorre na
processualística alemã e portuguesa).
Para Celso Neves existiria na realidade um quadrinômio formado pelo pressuposto processual,
os supostos processuais,pelas condições da ação e pelo mérito da causa.
Restrito o pressuposto processual ao exercício do direito de ação, sem o qual não pode ter
existência a relação jurídica processual dispositiva, os supostos processuais envolveriam os
requisitos de validade do processo, permanecendo as condições da ação no plano das
circunstâncias que tornam possível o exame do mérito.
Por ser o processo dialético é natural que uma das partes alegue e que a outra se contraponha
a essa alegação. A alegação é chamada de ponto, ao passo que a alegação impugnada recebe
então denominação de ponto controvertido.
Com alguma freqüência o CPC pátrio utiliza os vocábulos mérito e lide como tendo o mesmo
significado. A lide segundo esse diploma legal e na descrição de Liebman é realidade
endoprocessual consistente num conflito de interesses, depois de moldado pelas partes e
vazado nos pedidos formulados ao juiz.
Ressalta ainda Liebman que o elemento delimitador em concreto do mérito não é a lide, ou o
conflito entre as partes fora do processo, e, sim o pedido feito ao juiz em relação à esse
conflito.
Há, no entanto, uma contradição na Exposição de Motivos do CPC brasileiro, pois nela a lide
segue a visão carnelutiana.
Porém, há a advertência e ressalva de que o projeto do CPC só usava a palavra lide para
designar mérito da causa. E tal frase faz crer na filiação do CPC brasileiro à doutrina de
Liebman.
Na expressão legal contida no art. 330 do CPC é o mais eloqüente exemplo de que o legislador
vê a lide como mérito, ou seja, como pedido.
Donde se conclui que o conceito de lide albergado no CPC é o de Liebman e não de Carnelutti.
Embora que Dinamarco aponte que o CPC não fora inteiramente fiel ao enunciado de sua
Exposição de Motivos.
Vejamos as expressões como denunciação da lide, curador à lide e julgamento antecipado da
lide.
Compete essencialmente ao juiz decidir a questão de mérito que está estampada no pedido do
autor. Mas antes de analisar tal questão, terá de enfrentar as questões prévias, e até questão
posterior.
Acreditam alguns doutrinadores que o fumus boni iuris e o periculum in mora sejam condições
específicas da ação cautelar, ou que pelo menos integre o interesse de agir.
Rodolfo Camargo Mancuso tratando sobre a questão do fumus boni iuris e periculum in mora
dentro da teoria geral do processo, reconhece ser esta uma questão aberta.
Aldo Attardi escreveu e concluiu brilhantemente que tal interesse de agir se faz presente
apenas nos processos cautelares e declaratórios, devendo ser excluído de todos os demais.
Para Attardi, a existência do estado de incerteza sobre o direito subjetivo seria condição para
surgimento do interesse de agir nos processos declaratórios, enquanto que o periculum in
mora seria o fato constitutivo do interesse de agir nos processos cautelares.
As condições da ação situam-se no plano das questões preliminares, desde que presentes
possibilitam o exame do mérito.
Se presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, o juiz não apenas julgará o mérito, mas
concederá medida pretendida. Portanto, esses requisitos situam-se no plano das questões
prejudiciais.
Assim, tanto as questões preliminares como as prejudiciais quando vencidas são normalmente
examinadas incidenter tantum, isto é, apenas como passagem obrigatória do iter lógico da
verdadeira decisão.
Significa que o juiz pode entender que a parte é legítima mas que não tenha interesse de agir.
Há doutrina brasileira que entende por considerar prova inequívoca a que convença o juiz da
verossimilhança da alegação como requisito para a concessão da tutela antecipada, diferente
do fumus boni juris, requisito para a concessão da tutela cautelar, por ser um algo a mais, um
plus, um maior grau de segurança, uma probabilidade mais intensa e razoável.
Mas, a expressão “prova inequívoca” conforme já frisou Arruda Alvim é uma expressão
infelizmente equívoca, pois não existe de fato prova inequívoca, pois na realidade a prova
plena é inviável, pode-se no máximo no caso-a-caso um maior grau de aparência do direito
alegado.
Quando for impossível ao juiz em face de alguma situação impeditiva, proferir sentença
julgando procedente ou improcedente o pedido, cabe então a extinção anômala do processo.
O art. 329 do CPC enuncia que ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269,
II a V do CPC, o juiz declarará extinto o processo.
Já no art. 269 do CPC ocorrerá julgamento com resolução do mérito apesar de não implicar no
julgamento do pedido. Deixa de lado o art. 329 do CPC o primeiro do inciso do art. 269 do
mesmo diploma legal onde o juiz acolhe ou rejeita o pedido.
Em alguns casos poderá o julgador apreciar antecipadamente o pedido, onde ocorrerá a
extinção do feito sem apreciação do mérito, independentemente da realização da audiência
preliminar.
Note-se, aliás, que a alteração procedida pela Lei 11.232/2005 ao eliminar a necessidade da
ação de execução (at. 475-J) tornando a execução em fase processual que se segue a sentença
de mérito, ( vide art. 475 e seguintes ) embora obste a extinção do processo no caso em que a
sentença julgue procedente o pedido, não impede a extinção do processo em todas as
hipóteses do art. 267 e 269, inclusive na de sentença de improcedência – também inserida no
inciso I do art. 269 do CPC.
O processo deve ser extinto sem resolução de mérito, conforme o art. 267 em diversos casos,
dentre eles a falta de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular, e a
ausência das condições da ação (art. 267, IV e VI do CPC). Da mesma forma, quando o juiz
acolher a alegação de perempção, litispendência e da coisa julgada material.
No art. 269 em seus incisos II e IV do CPC abre oportunidade para extinção do processo com
julgamento do mérito quando: o réu reconhecer a procedência do pedido; as partes
transigirem; o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; e o autor renunciar ao direito
sobre o qual se funda a ação.
Assim se o réu admite a procedência do pedido, impede que o juiz julgue o pedido já que o
processo deve ser encerrado com julgamento de mérito.
Na confissão e na não-contestação admite-se apenas um fato contrário ao seu interesse, o que
não implica automaticamente, em sentença de procedência, uma vez que do fato confesso
pode não decorrer efeitos jurídicos pretendidos pelo autor.
Observe que no caso do inciso III do art. 267 CPC o reconhecimento depende de pedido do
réu. O que já fora matéria de Súmula 240 do STJ in verbis: “A extinção do processo, por
abandono de causa pelo autor, depende de requerimento do réu”.
A confissão visa facilitar o julgamento da lide, já que admite a veracidade de fato que diminui a
matéria probatória a ser examinada, ao passo que o reconhecimento jurídico do pedido afasta
a possibilidade do julgamento, uma vez que a parte admitindo a procedência do pedido, torna
desnecessário o próprio julgamento do mérito.
Na renúncia, o autor abre mão voluntariamente do próprio direito material que busca ver
reconhecido em juízo, impedindo ao juiz, igualmente o julgamento do mérito.
No caso da desistência da ação, o autor desiste ver seu pedido apreciado pelo juiz, mas não
desiste de seu direito material, que pode ser invocado perante a própria jurisdição ou mesmo
exercido fora dela.
No caso de transação havendo concessões recíprocas entre as partes sobre o direito material
em litígio o que retira do juiz a possibilidade de julgar o mérito, devendo entretanto, o
processo ser julgado extinto com julgamento do mérito com base do art. 269, III do CPC.
É também cabível a extinção do feito com julgamento do mérito (art. 269,IV CP) quando o juiz
reconhecer a decadência ou prescrição. Afirmadas estas pelo juiz sem seja lesado o direito de
defesa, não há razão para dar prosseguimento do processo.
Note-se, contudo, que em alguns casos, embora raros, a prescrição e decadência podem exigir
instrução.
Verificado o conceito de processo e sua natureza jurídica, a relação jurídica processual pode
ser definida como relação jurídica formada entre autor, réu e juiz na qual se discute, sob o
domínio do contraditório uma relação de direito material.
Relembrando-se que a relação jurídica processual não se confunde com o processo, mas tem
neste seu nascedouro.
1- autonomia - pois essa relação é distinta da relação jurídica de direito material, já que esta
constitui a matéria em debate, enquanto que aquela, a relação na qual esta se contém;
2- natureza pública – na qual o juiz representa o Estado, sendo pública a função jurisdicional
em relação às partes que têm de se sujeitar;
3- complexidade – dela decorre para os sujeitos do processo, à medida que os atos que
compõem o procedimento vão sendo praticados, uma série de situações jurídicas (direitos,
poderes, faculdades, sujeições, ônus) sendo natural que a parte que ora assume uma posição
de vantagem( ex: faculdade) outra vez colocada pela lei diante de uma posição de
desvantagem( ex: dever);
6- caráter tríplice – pois é formada por três sujeitos a saber: Estado, autor e réu. Todavia é
conveniente relembrar que não há consenso na doutrina na configuração triangular da relação
jurídica processual, havendo quem defenda uma formação angular – sem contato direto de
autor e réu, que se comprometem exclusivamente perante o Estado-juiz – ou mesmo a linear –
com exclusão da figura do Estado, e de todo inaceitável.
Há quem chame de relação escalonada pois não se resolve de uma vez só, progredindo em três
fases:
1º. Momento: é linear que se inicia quando o autor oferece a petição inicial dirigida a um
órgão jurisdicional;
2º Momento: é angular, ocorre a citação do réu para que este vá a juízo se manifestar. Esta
relação se aprimorou pela citação a partir da qual o réu terá o direito de oferecer resposta,
normalmente representada pela contestação, e também a obter sentença que leve em
consideração a resposta ofertada, esperando que tal provimento negue o pedido do autor.
3º Momento: triangular a partir do momento em que a relação que se completa, temos uma
situação de pendência quanto à pretensão deduzida em juízo, ou seja, temos um estado de
litispendência que perdurará até a sentença definitiva a ser proferida pelo juiz.
Durante este estado, as partes poderão valer de suas razões através de direitos, deveres, ônus
e poderes previstos para os sujeitos processuais.
Observe que a relação primária é a relação de direito material cujo objeto é o bem de vida em
conflito, isto é, uma importância pecuniária reivindicada, uma prestação de fazer, uma
abstenção e, etc... na relação processual ( nitidamente secundária), o objeto se constitui,
conforme a doutrina alemã, o mérito da causa, ou em outras palavras, a pretensão(intenção
de subordinação do interesse alheio ao próprio – manifestada pelo demandante através do
pedido).
Traduzindo-se o objeto da relação processual por ser o ponto de convergência duma atividade,
será o próprio pedido do autor, representando uma manifestação de vontade dirigida ao
Estado sobre a qual este exercerá a atividade jurisdicional.
c) demanda: ato da parte traduzido numa petição inicial pelo qual o processo é formado.
Em síntese:
- competência do juízo
Uma vez proposta a demanda perante um órgão jurisdicional considera-se relação processual
existente, independentemente de sua regularidade ou de adequação da representação da
parte até que uma sentença reconheça algum possível vício e a extinga.
Tal requisito relaciona-se com o princípio do dispositivo, segundo o qual o juiz movimenta a
máquina jurisdicional por força do pedido inicial.
Por outro lado, o endereçamento da petição inicial a uma órgão desprovido de jurisdição não
permite a formação de relação jurídica processual.
Pressupostos de validade são requisitos que tornam o processo viável e que ausentes, não
permitem a efetivação de eventual sentença de mérito, muito embora o processo tenha
existido.
Cândido Rangel Dinamarco citando Arruda Alvim, a capacidade postulatória seria o quarto
requisito necessário à existência de uma relação jurídica.
Outra corrente doutrinária afirma, contudo, que os pressupostos processuais estão ligados à
existência do processo, não se podendo cogitar em pressupostos de validade, mas sim em
condições de regular desenvolvimento da relação processual, que estariam ligadas às
nulidades de atos processuais (Afrânio Silva Jardim).
Para a validade além da competência do juízo, clama-se por sua imparcialidade. Vale ressaltar
que o pressuposto de validade só não existirá em caso de incompetência absoluta, visto que a
incompetência relativa, caso não alegada pelo réu , acarretará a prorrogação de competência.
Por outro lado, somente em caso de impedimento a imparcialidade do julgador estará afetada,
já que diferentemente da suspeição, sanável no curso processual, não se convalida, ensejando,
inclusive a possibilidade de ação rescisória.
Todas as pessoas físicas e jurídicas são sujeitos de direito e têm capacidade de ser parte em
juízo.
A lei reconhece, inclusive, capacidade para certos entes formais, como a massa falida, o
espólio, o condomínio ex vi o art. 12 do CPC.
(ou de exercício) do Direito Civil, sendo também conhecida como capacidade processual ou
legitimatio ad processum.
De maneira que, se a pessoa é maior, pode ir a juízo sem assistência (art. 7º CPC) mas se for
menor relativamente incapaz, terá assistente; se for absolutamente incapaz, embora tenha
legitimidade ad causam, deverá ser representada em deverá ser representada em juízo pelos
pais, somente assim se observando, pela integração de sua capacidade, o presente
pressuposto processual (art. 8º CPC).
Um exemplo comum é a criança, menor impúbere na ação de alimentos em face do pai e que é
representada pela mãe.
Para que aparte se considere detentora de capacidade postulatória, esta precisa participar da
relação processual por meio de quem possua ius postulandi.
Destarte, como não é função do MP a representação da parte qualquer que seja ela, esse
pressuposto processual somente se faz presente (ressalvadas as hipóteses já mencionadas nos
juizados especiais) quando a parte se faça representar por um advogado, isto é, por um
bacharel em Direito regularmente em Direito regularmente inscrito na OAB.
A petição inicial inepta embora dê origem a uma relação jurídica processual, esta terá sua
validade comprometida, o que poderá conduzir em caso do vicio não ser sanado, no prazo
previsto no art. 284 CPC, ao indeferimento da petição inicial, isto é, prolação de uma sentença
terminativa.
Lembremos que as partes são aquelas pessoas que participam do contraditório perante o juiz
(demandante e demandado);
Causa de pedir são os fatos jurídicos que embasam a pretensão do autor e se divide em causa
de pedir próxima que é relação jurídica controvertida. E, causa de pedir remota (fato
constitutivo do direito subjetivo).
= reivindicação de domínio
a.2) partes com capacidade de ser parte, de estar em juízo( capacidade processual) e
postulatória.
Ressalte-se que com relação ao compromisso arbitral este extingue o processo conforme o art.
267, VII do CPC. Não é caso de nulidade absoluta, não podendo o juiz, conhecê-la de ofício.
São aferidos de forma negativa e, por isso chamados de pressupostos processuais negativos:
coisa julgada (fenômeno pelo qual uma parte ajuíza ação igual a uma primeira que já fora
definitivamente ajuizada); litispendência ( é a repetição de uma ação idêntica( mesmas partes,
mesma causa petendi e mesmo pedido) à outra ação que ainda se encontra em
curso);convenção de arbitragem.
Segundo essa doutrina, causa petendi é o fato ou o conjunto de fatos suscetíveis de produzir,
por si só, o efeito jurídico pretendido pelo autor.
Moacyr Amaral Santos cita também como requisitos extrínsecos a falta de tentativa prévia de
conciliação, a falta de pagamento de despesas feita pelo réu e as férias forenses, para aquelas
ações que não podem ser propostas durante as mesmas.
Assim proposta a ação relativa a esse conflito por uma das partes, poderá a outra parte, com
base no art. 301,IX CPC requerer em preliminar de contestação a extinção do processo sem
resolução do mérito, submetendo o mesmo à apreciação do juízo arbitral já que nenhuma das
partes, sem a concordância da outra poderá arrepender-se da opção anteriormente fixada.
É curioso notar que a convenção de arbitragem, ao contrário dos outros dois pressupostos
processuais negativos anteriormente citados, não pode ser conhecida de ofício pelo juiz (art.
267, §3º, art. 301, §4º CPC).
No entanto, a falta da citação ou mesmo meras irregularidades podem ser supridas pelo
comparecimento espontâneo do demandado já que atingido o principal objetivo da citação
que é dar ciência ao réu da ação que lhe foi proposta.
A intimação do MP: que atuará como fiscal da lei( em face de expressa previsão legal –
especialmente o art. 82 do CPC ou como parte na demanda)
Assim deve-se forçosamente recorrer aos arts. 282 , 283 e 39, I do CPC.
A visão mais moderna e atual do processo impõe visualizá-lo a partir de dois aspectos: - o
técnico e o humano( ou ético).
Portanto, o processo torna-se fonte de descoberta, aprimoramento e interpretação das
normas na linha de escopos jurídicos, sociais e políticos que informam o Estado Democrático
de Direito impondo a utilização da técnica a serviços dos fins do processo, e não o contrário.
Pressupostos
- litispendência.
- convenção
de arbitragem
regularidade procedimental
petição apta.
Segundo Chiovenda os pressupostos processuais compreendem as condições para a obtenção
de um pronunciamento qualquer, seja favorável ou desfavorável, sobre a demanda.
Teresa Arruda Alvim Wambier conceitua os pressupostos são elementos cuja presença é
imprescindível para a existência e para a validade da relação processual e, de outra parte, cuja
inexistência é imperativa para a relação processual exista validamente, nos casos dos
pressupostos processuais negativos.
Pressupostos de Existência
Demanda – petição inicial ( mesmo que ainda seja inepta) iniciativa da parte.
Jurisdição – órgão judicante (ainda que incompetente)
Citação ( mesmo que não válida requisito para formação triangular da relação processual).
Petição inicial - pedido inicial sem demanda não há o que se esperar do poder jurisdicional.
Deduzir pedido por via de petição inicial pressupõe invocar o poder jurisdicional, significando
verdadeiro exercício do princípio do dispositivo tal como define o art. 2º do CPC e, ainda, o art.
262 do CPC.
Como regra, deve a exordial ser escrita em vernáculo (art. 156 CPC) sendo que as exceções a
essa regra devem estar expressamente delineadas por dispositivo legal.
Mas, a petição inicial pode ser verbal nos juizados especiais cíveis conforme o art. 14 da Lei
9.099/95.
Não basta a petição inicial mas que esta provoque órgão investido de jurisdição.
Citação
Com a propositura da ação (demanda) dá início ao processo e a jurisdição só pode ser exercida
no âmbito deste, não há como negar a existência de processo, desde a propositura da ação,
mesmo antes da ação.
Ainda não formada a relação tríplice entre os três sujeitos necessários do processo ( autor, juiz
e réu) tanto que a mera propositura não surtirá qualquer efeito em relação ao réu;
Moacyr Amaral Santos afirma que processo é movimento em relação à pretensão jurisdicional.
Mesmo que não promovida a citação, o órgão judicante terá que proferir sentença ainda que
terminativa e não definitiva, por não ter os requisitos necessários ao exame de mérito.
Logo, haverá processo, sob o prisma da finalidade deste, ainda que não tenha sido atingida em
sua plenitude.
Assevera Cândido Rangel Dinamarco que aforada a petição inicial, considera-se proposta a
demanda (art. 263 CPC) e que é mais importante, nesse momento o processo passa a existir.
Antes mesmo de despachada a petição exordial, o processo já existe pela simples entrega ao
órgão jurisdicional ( distribuição, cartório e ofício, protocolo) tanto que conforme
jurisprudência reiterada com isso, já se considera interrompida a prescrição ( interpretação
correta do art. 219 CPC).
Havendo motivo ao despachar a petição inicial, o juiz porá fim ao processo como manda o art.
267 do CPC(...) e, naturalmente, só se concebe extinção de algo que exista.
O processo defeituoso não é inexistente. Até a citação, existe uma relação jurídica processual
linear entre autor e o Estado-juiz tornando-se tríplice quando a citação é feita.
A tríplice estrutura é indispensável para que o processo produza eficaz e utilmente o seu
resultado não para que exista.
Desse modo, inexistindo citação, haverá processo iniciado , mas não integralizado, no âmbito
desse processo é que o juiz verificará a ausência do pressuposto processual de existência em
tela, extinguirá de plano, sem resolução de mérito na forma do art. 267,IV do CPC.
Situação interessante ocorre quando o juiz indefere a petição inicial de plano, portanto, antes
da citação por acolher de ofício a prescrição ou a decadência.
Aplica-se nesse caso o art. 296 CPC, permitindo que o autor apela da decisão que extinguiu o
feito.
Mesmo o réu não tendo sequer sido citado, será beneficiado pela decisão que fez coisa julgada
para o autor.
Pressupostos de validade
Podem ser: positivos ( que devem estar presentes na relação jurídica processual);
São estes:
A duplicidade da litispendência;
E a perempção.
Entretanto, por razões didáticas e tendo em vista a classificação mais aceita em doutrina,
temos:
a) capacidade postulatória;
A situação gerada pela ausência de pressuposto de validade não é a idêntica àquela gerada
pela ausência de pressuposto de existência.
Trata-se ambos de requisitos necessários ao exame de mérito, entretanto, sob a ótica
extraprocessual, uma vez findo o processo, verificar-se-á um vício de nulidade, no outro o vício
será de inexistência.
Logo, o meio de impugnável cabível será na primeira hipótese a ação rescisória, enquanto que
na segunda hipótese será a ação declaratória de inexistência.
As nulidades relativas só podem ser argüidas pelas partes prejudicadas, sob pena de preclusão.
As nulidades absolutas são decretáveis de ofício e podem ser argüíveis pelas partes, em
princípio,a qualquer tempo. O mesmo se diga quanto à inexistência.
As nulidades absolutas não precluem para o juiz. Para as partes, no entanto, ocorre preclusão,
não temporal, mas meramente consumativa.
O acolhimento da objeção não deve acarretar a imediata extinção do processo, salvo quando
forem os pressupostos processuais negativos devendo o juiz sempre que possível tentar a
sanação em razão do princípio de economia processual.
O segundo caminho é a ação rescisória que vai desconstituir a coisa julgada viciada e, apor
nova decisão à lide.
Findo o processo, com a sentença de mérito transitada em julgado, há que distinguir quando
cabível a rescisória e quando cabível a ação declaratória de inexistência.
Alexandre Freitas Câmara defende que para existir o processo tem que haver partes, um
autor , um réu e uma demanda( que é o exercício do direito de ação). Além de ser a demanda
apresentada ao órgão jurisdicional.
Se não existirem partes, não há processo. Mas, existe processo mesmo sem réu aparente.
Para corrente tradicional (Nelson Nery Jr e Marcelo Abelha Rodrigues) é necessário apenas
haver a petição inicial, mesmo que inepta, errônea ou malfeita.
É preciso haver citação ( que para essa teoria é pressuposto processual de existência).
É preciso haver capacidade postulatória posto que a exordial tem que ser apresentada e
assinada pro advogado.
É por isso que dependendo do doutrinador, a menção dos pressupostos causa tanta confusão.
Pois dependendo da corrente que se adote esses podem variar.
Exemplificando: a citação não poderia ser considerada pressuposto de existência pois o juiz
pode indeferir a inicial antes mesmo da citação. E tal situação enseja recurso que é a apelação.
Portanto, o processo existe.
Outro exemplo:
“A” ingressa com demanda em juízo em face de “B” e, o juiz não determina a citação de “B”, e
o réu comparece espontaneamente. Mesmo nesse caso, o processo também existe.
O processo precisa primeiramente existir para depois ser verificada sua validade.
Pressupostos de validade
1º.) a parte deve ser capaz de ser parte, isto é deve ser pessoa física ou jurídica ou até mesmo
pessoa formal, mas deve ter capacidade de ser parte;
2º ) a parte tem que ter capacidade de estar em juízo, ou seja, capacidade processual, devendo
estar representada ou assistida naqueles casos em que não possui sozinha a capacidade de ser
parte (arts. 3. 4 do CC);
b) imparcialidade do juiz;
c) legitimidade processual;
d) capacidade processual;
e) competência do juízo.
Para Dinamarco, para haver o processo válido, a demanda deve estar regularmente formado,
isto é, haver a plena capacidade do autor e o réu deve ter presonalidade judiciária.
Em síntese:
Partes
jurisdição
capacidade postulatória
Pressupostos de
Órgão competente
Partes capazes
Imparcialidade do juízo
Capacidade processual
Legitimidade processual
Causa de pedir
Requisitos subjetivos:
Do juiz jurisdição
competência
imparcialidade
Legitimação processual
Capacidade postulatória
Pressupostos intrínsecos
Verificáveis dentro do mesmo processo, o simples exame da inicial permite aferir a presenção
ou não desses pressupostos processuais.
Pressupostos Extrínsecos
Verificáveis fora do processo por isso chamados de pressupostos negativos: coisa julgada e
litispendência.
Com relação à perempção pende divergência doutrinária acerca de sua classificação como
pressuposto extrínseco.
Para a primeira corrente defendida por Marcelo Abelha perempção é pressuposto processual
extrínseco.
A segunda corrente defendida por Nery Junior. Não é pressuposto processual pois é perda da
faculdade de propor a ação qando o autor por três vezes deu oportunidade à extinção do
processo por sua inércia. (art.268, parágrafo único do CPC).
Não poderá propor novamente aquela demanda mas poderá utilizar seu direito em sua defesa.
Pressupostos de Pressupostos de
EXISTÊNCIA .
. VALIDADE
JURISDIÇÃO
COMPETÊNCIA
PETIÇÃO INICIAL
INICIAL APTA
CAPACIDADE PROCESSUAL
CITAÇÃO
CITAÇÃO VÁLIDA
JUIZ NATURAL
JUIZ IMPARCIAL
Trilogia Estrutural do processo
É atribuição do Estado prestar a jurisdição, não podendo fazê-lo entretanto, de ofício, devendo
ser provocado através do exercício do direito de ação.
A trilogia estrutural é composta pela interligação de três institutos, sendo certo que não existe
um sem o outro. Portanto, interdependentes.
A jurisdição que é poder-dever e que deve ser exercida sobre processo que decorre
diretamente do exercício do direito de ação, pelo menos na seara cível.
Há quem conteste a triologia estrutural do processo civil por partir da premissa que o autor
está em superioridade, o que obviamente não é realidade.
O autor apesar de ter direito à pleitear a atividade jurisdicional, encontra-se todavia em plena
paridade com o réu no processo.
Existe uma teoria defendida por Dinamarco e Luiz Guilherme Marinoni que defende o quarto
pilar que seria a defesa (grifo nosso). Desbancando então, a triologia que passaria a ser
quadrinômio ou quadrilogia.
Da mesma forma que o autor que exerce seu direito de ação, também o réu pode exercer seu
direito de defesa para pedir a tutela jurisdicional a seu favor e, clamar pela improcedência do
pedido.
A questão sobre nulidades no processo civil é disputada por duas correntes doutrinárias. A
primeira corrente segundo a terminologia do CPC, o ato é nulo de pleno direito. Tal corrente é
oriunda do direito civil.
Para seus adeptos o ato nasce nulo, sendo preciso tão-só a declaração desta nulidade já
existente. É a posição de Humberto Theodoro Junior.
Já para a segunda corrente a primeira corrente está equivocada, uma vez que não existiria ato
nulo de pleno direito no processo civil.
Há ato nulo de pleno direito no direito civil mas não no processo civil. Então a audiência
realizada sem intimar o réu ou nem mesmo na pessoa de seu advogado não é propriamente
nula, mas seria sim, ato defeituoso. Trata-se de invalidade. Não é nulo de pleno direito.
Será tal, vício considerado invalidade quando for objeto de decisão judicial.
O CPC cogita em declaração de nulidade visto que para este é necessária a declaração de sua
nulidade.
Na verdade, sem decisão judicial não é possível cogitar em nulidade, mas sim, em invalidade.
Até que haja a decisão judicial decretandoo nulidade, há apenas invalidade.
Se houver “nulidade” e esta não for decretada juidicialmente até o trânsito em julgado
ocorrerá a convalidação do ato e a invalidade estará sanada em virtude da formação da coisa
julgada.
O momento e a forma de alegação do vício processual irão variar conforme sua natureza uer
seja a nulidade absoluta ou relativa.
Mas em alguns casos face a enorme gravidade do vício, a invalidade pode ser argüída mesmo
após à formação de coisa julgada, referindo-se a rescindibilidade desde que dentro do biênio
decadencial.
Pode o vício defeituoso persistir como invalidade em algumas situações excepcionais mesmo
após o trânsito em julgado da sentença e mesmo depois do prazo de cabimento da ação
rescisória.
É necessário pois examinar os três planos pasra compreender o sistema de nulidades. São os
planos de existência, da validade e da eficácia.
No plano de existência :
É preciso verificar se o ato é existente para apreciar-lhe a validade. O ato existe quando produz
algum efeito jurídico.
No plano de validade:
O ato é válido quando obedeve àquela forma prescrita em lei para sua realização.
É bastante comum a idéia de que o ato inválido não produz os efeitos almejados, ou seja, que
a invalidade revele automaticamente sua ineficácia.
Portanto, o ato poderá ser válido e eficaz ou ineficaz. O fato de o ato ser inválido não impede
que produza seus efeitos.
No plano de eficácia:
É a aptidão do ato para produzir efeitos desejados. Não é qualquer efeito, pois se assim o fosse
a hipótese seria de existência mas os efeitos realmente desejados e, é a produção destes que
permite aferir se o ato foi ou não eficaz.
Há as seguintes conjugaçoes:
Como por exemplo, o contrato realizado entre duas partes maiores de idade, em pleno gozo
de suas faculdades mentais e sem qualquer impedimento para sua realização.
Outro exemplo é o casamento realizado entre pessoas maiores e, sem impedimentos
matrimoniais.
É a hipótese de casamento entre irmãos. Ele produz efeitos, na medida em que se constrói
uma família com filhos, bens e, etc. Entre os que a lei nomeia como impedimentos
matrimoniais.
É o caso ainda de contrato celebrado (relação jurídica anulável) sem obedecer à forma prevista
em lei.
Este é inválido mas pode produzir efeitos até o momento que uma das partes perceba a
invalidade e requeira a sua anulação.
É inválido pois desconforme a lei, e é ainda ineficaz pois não produz os efeitos pretendidos. É o
caso da doação realizada , por menor absolutamente incapaz não representado.
Pricípios que regem as nulidades
Ressalte-se que esta não foi a orientaçãod ada pelo CPC que adota o princípio do prejuízo em
segundo plano.
O art. 249, segundo parágrafo do CPC, a legitimidade para decretar ulidade será de quem tiver
interesse ( necessidade-utilidade). Deve ser combinado com art. 243 CPC, não pode pretender
a invalidade quem não lhe deu causa.
O art. 248 CPC que propõe que somente o ato inválido tenha sua nulidade decretada.
Assim percebemos que apesar de supostamente inválido, o ato continua a produzir efeitos até
o momento em que a nulidade é decretada.
1ª. Corrente: De acordo com o art. 2 do CPC o exemplo dado acima nos remete a várias
nulidades;
2ª. Corrente: O exemplo dado trata de invalidades que poderão ser decretadas nulas por fora
judicial.
No entanto como a dita audiência originou outros atos, de acordo com esse princípio serão
considerados automativcamente nulos.