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Anne Ashley
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Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos.
Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida.
Cultura: um bem universal.
Um homem prudente…
Uma mulher indomável!
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CAPÍTULO I
Apesar de lady Templehurst ter-se mudado para Bath dez anos antes, não
perdera a popularidade entre os membros da sociedade. Sua assinatura nos convites
foi suficiente para muitos cancelarem outros compromissos e comparecer ao baile dos
Knightley.
Por sua vez, sir Richard e Elizabeth faziam parte de um vasto círculo de
amigos, e todos fizeram questão de prestigiá-los.
Por volta das dez e meia, os dois salões contíguos do andar superior, ricamente
decorados para a ocasião e mais do que adequados para comportar todos os
convidados, começaram a lotar.
Desnecessário dizer que as anfitriãs ficaram satisfeitíssimas com os resultados
de seus esforços e consideraram uma verdadeira proeza organizar um baile em tão
pouco tempo.
Hetta estava encantadora, em seu vestido de seda amarelo pálido. Dançando
com o futuro marido, irradiava felicidade, o que tornava qualquer esforço despendido
bastante válido.
Desde a chegada de lady Pentecost à cidade, Perry e Hetta decidiram, com
acerto, evitar encontrar-se, para não despertar as suspeitas da viúva. Pelo jeito, a
tática dera certo. Lady Pentecost fitava-os sem interesse maior, como se Hetta fosse
uma convidada qualquer. Devia imaginar que o filho estava apenas sendo cortês com
a sobrinha de um vizinho.
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O que era muito apropriado para o que estava para acontecer em menos de
meia hora, Elizabeth cismava, quando foi interrompida por mais uma convidada
retardatária.
Lady Fitzwarren, uma matriarca viúva, acabara de chegar à entrada do primeiro
salão. Mal trocara algumas palavras com os anfitriões, quando começou um pequeno
tumulto no andar inferior. Dali a instantes, um homem alto e atraente, feroz e de
cenho franzido, irrompeu escada acima. Passou por ela com tal fúria que por pouco
não a derrubou.
— Andem, me digam! Onde ela está?! — ele indagou, com rudeza.
— Lá na frente, à direita, conversando com a irmã — Richard respondeu, sem
a menor preocupação.
Sir Knightley observou-o cruzar o salão, agarrar o pulso de uma jovem dama e
puxá-la.
— Hetta, viu o que aconteceu? — Lorde Peregrine indagou, surpreso, quando
ficaram frente a frente.
— Sim e acho que muitos repararam. Um comportamento estranho, não é
mesmo?
— Nem tanto. Posso não ter feito grandes descobertas, querida, mas observo
tudo. Percebi que havia alguma coisa errada com Sthephanie, desde sua chegada a
Londres. E ontem, quando nos encontramos com o dr. Carrington no parque, entendi
que… Bem, Sthephanie está apaixonada por ele, Hetta. Aposto minha vida nisso! E
não me surpreenderia que o dr. Carrington nutrisse o mesmo sentimento por ela.
Hetta surpreendeu-se e fitou o noivo com um sorriso brilhante de admiração.
— Perry, você é notável! Isso jamais teria me ocorrido. Mas agora que
mencionou o assunto… Sim, acredito que tem razão. Meu Deus! Isso deixará muitas
sobrancelhas erguidas.
Lady Fitzwarren permanecia em pé, ao lado da porta, aturdida por aquele
comportamento nada convencional.
— Juro por Deus, nunca vi nada igual! Aquela não é a jovem Eastbury, sua
sobrinha, Augusta?
— É, sim. — Lady Templehurst tentou conter a animação que experimentava
pela chegada imprevista, mas muito gratificante, do dr. Thomas Carrington.
— Knightley, milorde não vai tomar providências? — lady Fitzwarren
perguntou. — Ele está parecendo um demônio! Pode até machucar a moça.
— Não creio nisso, milady — Richard contestou, imperturbável. — Lady
Sthephanie Beresford é uma jovem destemida e é mais do que capaz de controlar a
situação.
Richard não teria dito isso com tanta certeza se estivesse na biblioteca naquele
momento. Seria testemunha das sacudidas violentas de que a prima de sua esposa
estava sendo vítima. Veria ainda que o belo arranjo de flores que lhe enfeitava os
cabelos ameaçava despencar.
— Como ousa fazer isso, Thomas?! Onde já se viu arrastar-me até aqui e
tratar-me dessa maneira odiosa? Isso é inadmissível!
— E não use esse tom altivo comigo, minha jovem! — Thomas grunhiu, por
trás dos dentes cerrados, e tratou de conter-se para não repetir o gesto. — Não
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permitirei que prossiga com isso, entendeu? Sofri os horrores do inferno para que
milady pudesse manter sua virtude! E não me venha dizer agora que se atirou em
cima do primeiro rapaz que a pediu em casamento!
Sthephanie observou-lhe a fisionomia tensa. Ainda indignada, escutou as
palavras, embora não entendesse seu significado.
— Quer fazer o favor de soltar-me? — ela pediu com suavidade, e ele acedeu.
Thomas continuou a vigiá-la, como um predador faz com a presa, enquanto
Sthephanie se sentava em uma das cadeiras.
— Acho que me deve uma explicação por ter invadido a festa desse jeito,
doutor.
Sthephanie percebeu que ele continuava irado. Mas também havia muita dor
naquele olhar cinzento.
— Milady sabe muito bem por que estou aqui. Não deve permitir que esse
casamento seja anunciado!
— Não? E por quê?
— Como é que pode perguntar-me isso?! Essa é boa! — Ameaçador, Thomas
deu um passo na direção dela.
Por um momento, Sthephanie imaginou que ele fosse sacudi-la de novo, mas
controlou-se.
— Tudo bem, talvez eu não devesse mesmo estar aqui. Afinal, não tenho o
direito de imiscuir-me em assuntos alheios. Apenas responda-me a uma pergunta:
você o ama?
— Quem?
— Pentecost, é claro! — ele gritou, no limite de sua resistência.
— Não, não amo Perry. Estou apaixonada por… Thomas Carrington!
— Deus! Sthephanie, não é possível! Não vê que sinto a mesma coisa? Que a
simples idéia de que irá casar-se com Pentecost ou com qualquer outro é suficiente
para estraçalhar-me?
O grande desespero de Thomas não impediu que a alegria de Sthephanie viesse
à tona.
Ele a amava! Tinha certeza disso! E dali para a frente ninguém impediria que
tivessem um futuro juntos.
— Mas não pretendo casar-me com Perry — ela afirmou, com voz clara como
água.
Thomas fitou-a, desconfiado.
— Mas Richard disse-me que iria anunciar o noivado esta noite.
Sthephanie começou a ligar os fatos. Ela vira Richard voltar para a mansão
muito alegre. Se o primo fora o responsável por trazer Thomas à festa, sem dúvida
lhe agradeceria pelo resto da vida.
— Richard vai anunciar o noivado entre lorde Peregrine Pentecost e a srta.
Henrietta Dilbey, Thomas.
Por um momento, ele pareceu não ter ouvido. Depois, passou a fitá-la com
muita atenção.
— Mas eu entendi Richard dizer que… Ah, que Deus me perdoe! Comerei o
fígado dele por isso!
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— Não será preciso. — Sthephanie o olhava com a serenidade de quem
controlava a situação. Saber que eram destinados um para o outro permitiu-lhe fazer
uma pergunta direta: — Thomas, quando foi que se apaixonou por mim? A questão
pegou-o desprevenido. Ele daria tudo para negar, mas já era tarde demais. Seus atos
naquela noite haviam-no traído.
— Não sei dizer, Sthephanie. — Foi até a lareira e fitou a grelha vazia. —
Acho que foi naquele dia em que lhe mostrei a casa de meu amigo em Melcham.
Lembra? Você falou que a residência não seria grande demais quando eu tivesse uma
esposa e filhos. O problema era que eu só via Sthephanie Beresford como a rainha de
meu lar. Enquadrava-se tão bem ali…
Sthephanie sorriu. Recordava-se muito bem.
— Você foi mais rápido do que eu em perceber em que direção o vento
soprava, Thomas. Só descobri na segunda noite, na cabana, mas então…
Parou de sorrir. Thomas a amava, isso era um fato, mas algumas questões
precisavam ser esclarecidas.
— Qual o motivo de seu comportamento naquela noite, Thomas? Por que me
deixou daquela maneira, fazendo com que eu me sentisse rejeitada e ferida demais?
Por que não entrou em contato comigo durante essas semanas todas? E, depois de
chegar a Londres, por que não fez nenhuma tentativa de ficar a sós comigo?
Thomas fitou o chão por alguns instantes. Depois ergueu a mão e apontou o
maravilhoso corpete bordado do vestido dela.
— Por causa disso.
Confusa, Sthephanie fitou o busto, que aparecia do amplo decote.
— Está insinuando que há algo de errado comigo?
— O quê? Claro que não, tolinha! Você é perfeita! Esse é que é o problema.
— E do quê, em nome dos céus, está falando?!
— Desse broche que lhe dei. — Thomas pareceu ressentido ao fitar o círculo
de prata incrustado com pérolas que enfeitava o vestido de Sthephanie. — Naquela
noite, você deixou-o sobre a cômoda, e foi aí que me lembrei.
Sthephanie não compreendia mais nada.
— Eu lhe disse que a jóia pertencera a minha avó. Mas não lhe contei que ela
logo veio a arrepender-se do casamento precipitado com meu avô. Vovó sofreu
demais e culpava-o por arruinar-lhe a vida.
— Sei. — Sthephanie logo percebeu o que ele temia. — Teve receio de que um
dia pudesse acontecer o mesmo comigo, se não parasse naquela hora e fôssemos
obrigados a nos casar.
Ela nem esperou a confirmação. Ergueu-se da cadeira, com os olhos brilhantes
de censura amorosa e aproximou-se de Thomas.
— Alguns podem considerar uma atitude nobre de sua parte, Thomas. Eu
considero isso uma grande tolice, sem falar que é uma presunção arrogante. O que o
fez supor que, por eu pertencer à mesma classe social de sua avó, teria de comportar-
me de maneira idêntica? Meu temperamento é o mesmo que foi o dela? E o que o fez
crer que, mesmo estando preparado para ser infeliz, tivesse o direito de fazer o
mesmo comigo?
Thomas passou-lhe um dedo no rosto, antes de tomá-la nos braços.
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— Minha querida Sthephanie, a infelicidade foi tão grande assim?
— Assustadora.
Todas as nobres intenções de Thomas capitularam sob a força do amor
refletido naquelas maravilhosas íris verdes. E ele soube, naquele instante, que a
existência sem ela seria miserável.
A princípio, beijou-a quase com respeito. Mas depois, dando vazão às emoções
contidas durante tanto tempo, com uma urgência que a deixou sem fôlego.
— Minha querida, isto é uma loucura — Thomas murmurou, em uma tentativa
de recuperar o autocontrole e fazê-la raciocinar. — E sua família? Sabe muito bem
que eles não aprovarão.
Relutante, Sthephanie desvencilhou-se do homem amado.
Thomas precisava de uma prova. Se houvesse a mínima possibilidade de
convencê-lo de que estava errado, ele teria de ouvir isso dos lábios da amada e ler a
confirmação em seus olhos.
— Thomas, não fingirei que não haverá oposição. Minha mãe e minhas irmãs
sempre alimentaram a idéia idiota de que eu poderia tornar-me duquesa ou marquesa.
Papai é mais sensato, e sei que ele gostará daquele que escolhi para ser meu marido.
Além do que, você já tem uma forte aliada na pessoa de lady Templehurst.
Aquelas afirmações trouxeram algum conforto, mas Thomas estava ciente de
que havia outras considerações a serem levadas em conta. Pelo menos uma: a que se
referia à diferença da situação financeira entre eles.
— Sthephanie, não sou um homem pobre e posso dar-lhe o conforto
necessário. Mas não há a mais remota chance de que poderei mantê-la no estilo de
vida a que está acostumada. Sei que é uma mulher de posses e… — Sorriu,
resignado. — …quando nos casarmos, não tocarei em um só pêni de seu dinheiro. Ele
será sempre seu, para que faça com ele o que quiser.
Sthephanie não achava o momento apropriado para discutir sua herança.
Thomas era um homem orgulhoso e queria ter certeza de que seria capaz de sustentá-
la. Não havia dúvida de que, no futuro, o assunto tornaria a vir à baila.
Ela poderia sugerir que sua fortuna ajudaria a educar os filhos e dar às filhas
um dote adequado. Afinal de contas, nem todos os homens eram tão teimosos e
orgulhosos como aquele que escolhera para passar o resto da existência.
— Não pretendo viver no luxo, Thomas Carrington — assegurou, com ternura.
— Quero apenas estar a seu lado. E, por favor, pare de procurar dificuldades onde
elas não existem. Em vez disso, por que não mostra a sua futura esposa o marido
amoroso que pretende ser?
Ao contrário de Sthephanie, Thomas previa águas turbulentas à frente. Mas
não duvidava de que, juntos, enfrentariam as correntezas e encontrariam um porto
seguro.
Desde o começo, ele intuíra que Sthephanie era uma pessoa muito especial, e o
tempo só viera confirmar isso. O amor deles transporia todas as barreiras sociais e
permaneceria forte para mantê-los unidos, independente de quantos obstáculos
pudessem encontrar.
Dessa forma, ele tomaria a si a agradável tarefa de provar quanto ela acertara
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em deixar a felicidade em mãos certas e adoradoras. Thomas estava a ponto de
demonstrar mais uma vez quanto a amava, quando a porta da biblioteca foi aberta.
— Minha querida Sthephanie — Richard avisou, entrando com sua elegância
— lá em cima há várias pessoas preocupadas com seu bem-estar. Sua irmã, por
exemplo, está bastante preocupada, depois de vê-la sair de maneira forçada.
O anfitrião fitou o amigo com uma leve censura.
— Thomas, você não pode abandonar-se a tais ímpetos. Briga no White's,
rapto de donzelas em festas… — Ele parou para inalar uma pitada de rape. —
Lembre-me de ensinar-lhe algumas regras de boas-maneiras.
— E também de dar-lhe um soco no nariz — Thomas retrucou, ameaçador. —
O que pretendia, ao dizer-me que Sthephanie estava para casar-se com Pentecost?
— Sei que sou alguns anos mais velho que o senhor, dr. Carrington, mas ainda
não perdi a memória. Posso jurar que jamais afirmei tal coisa.
Sthephanie achou melhor intervir. Desvencilhou-se dos braços de Thomas e foi
na direção do primo.
— Bem, não sei o que você falou, nem me importo com isso. Mas, seja lá o
que for, tenho de agradecer-lhe do fundo do coração. Saiba que fez de mim a mais
feliz das mulheres.
Richard nem precisou ouvir aquilo. A prova estava estampada no semblante de
Sthephanie.
— Muito bem. Agora, tudo o que preciso saber é se terei de anunciar esta noite
um noivado… ou dois.
Thomas deu uma gargalhada.
— Você pode ser um sujeito inescrupuloso, Richard Knightley, mas sua
inteligência continua intacta. O que acha?
A boca de Richard abriu-se em um sorriso satisfeito.
— Então, posso ser o primeiro de muitos a dar-lhe as mais sinceras
felicitações? Meu amigo, conseguiu conquistar uma pérola rara, e espero que tenha o
bom senso de tratá-la sempre com carinho.
— Essa é minha intenção. — Thomas enlaçou os ombros da amada.
Satisfeito, Richard mirou-os por um momento, antes de recordar-se de seus
deveres.
— Mesmo relutante em demonstrar minha autoridade, tenho a honra de
proteger esta bela dama na ausência de seu pai. Por isso, preciso pedir que me
acompanhem.
Todos se voltaram na direção deles, quando Richard precedeu-os no regresso
ao salão lotado. Lady Templehurst percebeu a felicidade radiante da sobrinha e a
vaidade no rosto do médico. Tirou o lencinho de seda e enxugou o canto dos olhos.
Richard esperou apenas os músicos terminarem de tocar as danças regionais e
pediu a atenção dos convidados.
— Tenho o imenso prazer de fazer uma participação, esta noite. Aliás, duas.
Um burburinho na porta interrompeu-o. Seguiu-se um murmúrio geral de
excitação, e vários convidados reunidos afastaram-se e deram passagem a dois
cavalheiros imponentes, vestidos com roupas vistosas.
— Acho que interrompemos alguma coisa, Rudge — o mais alto comentou,
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jovial. — Sir Richard, estamos atrapalhando?
— Pelo contrário, Alteza — o anfitrião assegurou e teve de erguer a voz acima
dos sussurros intermináveis. — Sua chegada é mais do que oportuna. Eu ia anunciar
o noivado de lorde Peregrine Pentecost e a srta. Henrietta Dilbey. E o não menos
gratificante noivado de meu bom amigo dr. Thomas Carrington e lady Sthephanie
Beresford.
Durante alguns instantes, fez-se um silêncio sepulcral.
— O senhor disse Carrington? Carrington! — A face redonda do regente abriu-
se em um sorriso prazeroso. — Mas eu o conheço! Excelente pessoa, claro!
Sua Alteza relanceou um olhar para os convidados, que se agitavam em meio a
muitas felicitações e aplausos entusiasmados.
— Gosto de casamentos. Mas não para mim, é claro — ele disse, em voz
baixa, para uma jovem que o fitava aterrorizada, e depois virou-se para seu
acompanhante. — Onde estão os casais felizes, Bart? Quero dar-lhes minhas
congratulações.
Sir Bartholomew acompanhou o futuro rei por entre a aglomeração e depois
saiu à procura de sua querida amiga. Lady Templehurst ainda não se levantara para
cumprimentar os noivos na outra extremidade do salão.
— E então, Gussie? Como foi que a perversa viúva enfrentou a novidade? —
Ergueu os óculos à procura de lady Pentecost. — Não consigo achá-la…
— Nem poderia. Sophia desmaiou e teve de ser carregada para um aposento.
— Lady Augusta riu. — Oh, Bart, não podia ter vindo em melhor hora! E ainda por
cima, junto com o regente! Agora ela jamais poderá opor-se ao enlace. Fez o serviço
completo, meu amigo!
— Eu lhe disse, minha cara, que lhe daria meu apoio. Mas não esperava o
segundo anúncio. Quem é esse Carrington? Nunca ouvi falar nele, mas Sua Alteza
parece conhecê-lo bem. — Observou os olhos da amiga marejados de lágrimas. — A
filha de Eastbury e um médico, hein? Um pouco chocante para, minha velha amiga?
— Pelo contrário, Bart. Foi uma surpresa felicíssima. Thomas foi o escolhido
por minha querida Sthephanie. E também a ama.
— Contudo, estou inclinado a acreditar que isso causará um certo alvoroço.
— Pode apostar. — Augusta deu uma risada. — Mas, agora que o regente em
pessoa aprovou o casamento, não haverá uma só alma que ousará opor-se! Mas que
noite! Não tenho palavras para agradecer-lhe, Bart. Estou quase tentada a mostrar-lhe
minha gratidão casando-me com você.
— Bem, bem, minha querida, não sejamos tão drásticos. — Sir Bartholomew
achou que a gravata de repente se tornara apertada. Na verdade, nunca se esquecera
de que havia perdido Augusta para lorde Templehurst. — Muito gentil de sua parte.
Sempre gostei muito de você. Durante esses anos todos… Mas dois noivados em uma
só noite são mais do que suficientes!
Fim
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ANNE ASHLEY nasceu e foi criada em Lei-cester. Morou por muito tempo na
Escócia, mas atualmente vive no sudoeste da Inglaterra com dois gatos, dois filhos e
um marido dotado de um excelente — e necessário — senso de humor. Quando não
está escrevendo, ela gosta de descontrair-se em seu jardim, onde já realizou mais de
uma festa com renda em prol dos fundos da igreja do povoado.
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