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Medida Provisória

(https://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/medida-
provisoria)

A Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado pelo


presidente da República, em casos de relevância e urgência. Produz efeitos
imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional para
transformação definitiva em lei. Seu prazo de vigência é de sessenta dias,
prorrogáveis uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45
dias, contados da sua publicação, a MP tranca a pauta de votações da Casa em
que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada. Neste caso, a
Câmara só pode votar alguns tipos de proposição em sessão extraordinária.

Ao chegar ao Congresso Nacional, é criada uma comissão mista, formada por


deputados e senadores, para aprovar um parecer sobre a Medida Provisória.
Depois, o texto segue para o Plenário da Câmara e, em seguida, para o Plenário
do Senado.

Se a Câmara ou o Senado rejeitar a MP ou se ela perder a eficácia, os


parlamentares têm que editar um decreto legislativo para disciplinar os efeitos
jurídicos gerados durante sua vigência.

Se o conteúdo de uma Medida Provisória for alterado, ela passa a tramitar como
projeto de lei de conversão.

Depois de aprovada na Câmara e no Senado, a Medida Provisória - ou o projeto


de lei de conversão - é enviada à Presidência da República para sanção. O
presidente tem a prerrogativa de vetar o texto parcial ou integralmente, caso
discorde de eventuais alterações feitas no Congresso.

É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de MP que tenha sido


rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

As normas sobre edição de Medida Provisória estão no artigo 62 da Constituição


Federal.
Entenda a Tramitação da Medida Provisória

(https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-
provisorias/entenda-a-tramitacao-da-medida-provisoria)

As Medidas Provisórias (MPVs) são normas com força de lei editadas pelo
Presidente da República em situações de relevância e urgência. Apesar de
produzir efeitos jurídicos imediatos, a MPV precisa da posterior apreciação pelas
Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado) para se converter
definitivamente em lei ordinária.

O prazo inicial de vigência de uma MPV é de 60 dias e é prorrogado


automaticamente por igual período caso não tenha sua votação concluída nas
duas Casas do Congresso Nacional. Se não for apreciada em até 45 dias,
contados da sua publicação, entra em regime de urgência, sobrestando todas as
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

O art. 62 da Constituição Federal traz as regras gerais de edição e apreciação


das MPVs, definindo inclusive os assuntos e temas sobre os quais não podem
se pronunciar. Já o disciplinamento interno do rito de tramitação dado
pela Resolução do Congresso Nacional n° 1 de 2002 exige, por exemplo, sobre
emendas, a formação da comissão mista e prazos de tramitação.

As fases relativas à tramitação de uma Medida Provisória no Congresso Nacional


estão detalhadas logo a seguir, com a disponibilização dos principais
documentos produzidos nas várias instâncias de deliberação, incluindo emendas
apresentadas, parecer aprovado e quadros comparativos que demonstram as
modificações promovidas no texto principal da matéria.

art. 62 da Constituição Federal :

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia
de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória,
suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada
uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação,
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua
votaçãoencerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Parágrafo acrescido pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Publicação

O texto da Medida Provisória é publicado no Diário Oficial da União quando,


então, passam a ser contados os prazos relativos à vigência e à sua tramitação
no Congresso Nacional. Nesse momento, e nos seis dias subsequentes, podem
ser oferecidas emendas à MPV perante a Comissão Mista destinada a emitir
parecer sobre a matéria.

Comissão Mista

O Presidente do Congresso Nacional, em até 48 horas após a publicação da


MPV, designa uma Comissão Mista formada por 12 Senadores e 12 Deputados
titulares (com igual número de suplentes), responsável por analisar previamente
os pressupostos constitucionais de relevância e urgência, o mérito e a
adequação financeira e orçamentária.

Após instalada a comissão, são eleitos o Presidente e Vice-Presidente,


pertencentes a Casas diferentes, e designados Relator e Relator-Revisor da
matéria, o último para exercer as funções na Casa diversa da do Relator. O
Presidente da Comissão Mista possui a prerrogativa de indeferir liminarmente as
emendas apresentadas que forem estranhas ao texto original da MPV

Apresentado e discutido, o texto do Relator é submetido à votação pelo


colegiado, passando a constituir parecer da Comissão Mista ao ser aprovado. O
parecer pode concluir, no mérito:

a. pela aprovação total da MPV como foi editada pelo Poder Executivo;
b. pela apresentação de Projeto de Lei de Conversão (PLV), quando o texto
original da MPV é alterado; ou
c. pela rejeição da matéria, com o parecer sendo obrigatoriamente
encaminhado à apreciação do plenário da Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados

Analisada pela Comissão Mista, a MPV segue para o Plenário da Câmara dos
Deputados, Casa iniciadora. O quorum para deliberação é de maioria simples
(presente em Plenário a metade mais um dos deputados). As conclusões da
deliberação da matéria incluem: a rejeição, aprovação na íntegra (nos termos da
MPV editada), ou aprovação de projeto de lei de conversão – PLV (com alteração
do texto originalmente publicado). Rejeitada, a matéria tem a sua vigência e
tramitação encerradas e é arquivada. Se aprovada (na íntegra ou na forma de
PLV), é remetida ao Senado Federal.

Senado Federal
O quórum para deliberação no Senado Federal também é de maioria simples
(presente a metade mais um dos senadores) e o resultado da votação apresenta-
se com as seguintes opções:

a. rejeição: a matéria tem sua vigência e tramitação encerradas e é arquivada;


b. aprovação na íntegra (nos termos da edição original): MPV é enviada à
promulgação e se torna lei;
c. aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados sem alterações de
mérito: o texto é remetido à sanção do Presidente da República;
d. aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados com emendas de
mérito: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que delibera,
exclusivamente, sobre as emendas;
e. aprovação da Medida Provisória, em decorrência de preferência sobre o PLV
da Câmara dos Deputados: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que
deliberará, exclusivamente, sobre a Medida Provisória;
f. aprovação de novo PLV: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que
delibera, exclusivamente, sobre o PLV oferecido pelo Senado Federal.

Retorno à Câmara dos Deputados


Se o Senado aprova com modificações o texto recebido da Câmara, as
propostas retornam à análise da Câmara dos Deputados. As alterações
promovidas pelo Senado são acatadas ou rejeitadas pela Câmara dos
Deputados, sendo a matéria remetida à sanção (se aprovado o PLV) ou à
promulgação (se aprovado o texto original da Medida Provisória).

Promulgação da Medida Provisória

No caso de aprovação da MPV, a matéria é promulgada e convertida em lei


ordinária pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional, não sendo sujeita à
sanção ou veto, como ocorre com os projetos de lei de conversão.

Aprovação de Projeto de Lei de Conversão


Quando a MPV é aprovada na forma de um Projeto de Lei de Conversão, este é
enviado à sanção do Presidente da República, que poderá tanto sancioná-lo
quanto vetá-lo. Caberá ao Congresso Nacional deliberar sobre o veto e, assim,
concluir o processo de tramitação da matéria.

Rejeição da Medida Provisória

Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal podem concluir pela
rejeição da Medida Provisória, quando então a sua vigência e tramitação são
encerradas e ela é arquivada.

Edição de Decreto Legislativo

Se houver a aprovação de PLV, rejeição ou perda de eficácia da MPV, o


Congresso Nacional detém a prerrogativa de disciplinar, por decreto legislativo,
as relações jurídicas decorrentes de sua edição. Não se materializando a edição
do referido decreto legislativo no prazo de 60 dias, as relações jurídicas
constituídas durante o período de vigência conservam-se regidas pela MPV.
Cabe destacar, ainda, que aprovado um PLV, a MPV mantém-se integralmente
em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.

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