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Resumo aulas constitucional

Aula I

Antes da criação do Estado, a sociedade utilizava da força e da autotutela para


resolver seus litígios, o que resultava em insegurança e atos violentos. Nesse sentido, foi
criada a sociedade política, dando início ao pensamento coletivo e, posteriormente, a
criação Estado para promover os interesses e bem comuns. Dessa forma, o Estado passa
a gerenciar a jurisdição, o qual resultou em ações injustas contra a população, que não
possuía os direitos preservados, pois o monarca estava acima da lei.
O constitucionalismo surge nessa época, tendo o objetivo, conforme cita
Canotilho, de erguer o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos
em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade.
A constituição, então, vem como uma norma suprema, acima de qualquer
autoridade (monarca, presidente, governador, etc), aplicável a todos.

Aula I.
1. A CF/88 é composta de normas-princípios, normas de organização do Estado
e normas programáticas, elevando a CF ao status de supremacia referente as
demais normas. A CF alcançou esse posto a partir do século XX, mudando toda a
conjuntura jurídica mundial.
1.1.Todos os direitos fundamentais são dotados de aplicabilidade imediata e direta,
sendo um direito subjetivo. Observação, o indivíduo que se sinta afetado pode
entrar com uma ação contra o Estado ou contra uma pessoa física.
1.2.O controle de constitucionalidade é um instrumento pelo qual, os órgãos
judiciários analisam se uma norma é ou não constitucional, esta podendo ser
anterior ou mesmo posterior a CF/88. Esse controle pode ser exercido por um juiz
de primeiro gral, pelos TJS e ou pelo STF, a depender da ação impetrada, bem
como do dispositivo em análise.
1.3.A CF está entre o limbo judicial e político, visto que o seu início e as suas
alterações partem do legislativo.
1.4.A CF tem normas materialmente constitucionais e normas formalmente
constitucionais.
1.5.Diferença entre regras e princípios:
a) Os princípios são mandados de otimização, fazendo uma abertura ética,
axiológica e moral. São mandados de otimização, pois devem ser aplicados da
melhor maneira possível, a fim de garantir ao máximo a sua efetividade, ou
seja, os princípios podem sofrer restrições em detrimento de outros;
b) As regras dão uma segurança jurídica;
c) Não é desejável uma constituição que contenha apenas princípios, nem uma
CF que possua apenas regras.
1.6.Diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos
Pode-se sustentar que direitos do homem e direitos fundamentais são
normalmente expressões utilizadas como sinônimas, embora a diferença feita por
CANOTILHO apresente interesse: “Segundo a sua origem e significado
poderíamos distingui-las da seguinte maneira: direitos do homem são direitos
válidos para todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista
universalista); direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico
institucionalmente garantidos e limitados espaciotemporalmente. Os direitos do
homem arrancariam da própria natureza humana e daí o seu caráter inviolável,
intemporal e universal; os direitos fundamentais seriam os direitos objetivamente
vigentes numa ordem jurídica concreta”.
Inexistem grandes reparos a fazer por conta disso. É possível sustentar que os
direitos do homem (ou direitos humanos) são os direitos fundamentais em sentido
material ou os direitos supraestatais, enquanto os direitos fundamentais, nessa
definição jurídico-institucional de CANOTILHO, seriam os obtidos no sentido
formal, não necessariamente supraestatais. O fato é que a expressão direitos
fundamentais, seja em sentido material, seja em sentido formal, vem sendo a
preferida dos textos constitucionais nas últimas décadas.
Segundo JORGE MIRANDA:
no plano internacional, usa-se mais a expressão direitos do homem, possivelmente
para expressar a sua inerência aos indivíduos e não aos Estados.
Portanto, a expressão direitos fundamentais, embora abranja também os direitos
do homem ou os direitos humanos, fica reservada aos direitos consagrados na Lei
Fundamental de um povo e são também conhecidos como liberdades públicas.
Engloba, como se disse, os direitos individuais.

1.7.Hierarquia das normas (uma norma somente é válida se for compatível com a
norma superior (princípio da compatibilidade vertical) – todas as normas se
submetem a constituição)
a) Normas constitucionais. (possuem a nota de supremacia, isto é, não se
subordinam hierarquicamente a nenhuma outra norma jurídica) Os tratados
internacionais que versem sobre direitos humanos e que forem aprovados com
o quórum concernente as emendas constitucionais (três quintos dos votos em
dois turnos de votação em cada casa do congresso), terão o status de normas
constitucionais. Observação, essa regra começou a valer a partir de 2005,
conferindo a posição de normas supralegais aquelas que não cumprirem o
requisito para se tornar uma norma constitucional, bem como aquelas
anteriores a vigência da norma.
b) Supralegais. As normas supralegais, são aquelas que estão acima das normas
ordinárias e abaixo das normas constitucionais. Se encaixam nessa categoria:
i. Os tratados de direitos humanos anteriores a 2005;
ii. Os tradados de direitos humanos que não cumpriram o requisito para
se tornar uma norma constitucional; e
iii. Os tratados que versem sobre assuntos diversos.
c) Legais. Art. 59 da CF/88; e
d) Infralegais. São aquelas decorrentes das normas legais, (retiram seu
fundamento de validade de leis “superiores”)

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TRATADOS EQUIVALENTES A EMENDAS CONSTITUCIONAIS

ATOS EMENTA

Decreto Legislativo nº Aprova o texto do Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras
261, de 25.11.2015 Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades
Publicado no DOU para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído no âmbito da Organização
de 26.11.2015 Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), celebrado em Marraqueche, em 28
de junho de 2013.

Decreto nº 9.522, Promulga o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas
de 8.10.2018 às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para Ter
Publicado no DOU de Acesso ao Texto Impresso, firmado em Marraqueche, em 27 de junho de 2013.
9.10.2018

Decreto Legislativo nº Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
186, de 9.7.2008 Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque,
Publicado no DOU de em 30 de março de 2007.
10.7.2008

Decreto nº 6.949, de Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
25.8.2009 Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de
Publicado no DOU de março de 2007.
25.8.2009

(http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/internacional/tratados-equivalentes-a-emendas-
constitucionais-1)
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