Geologia - Propriedades tecnológicas das rochas

(12/11/2018)
terça-feira, 13 de novembro de 2018 09:14

As principais características que uma rocha deve possuir dependem do tipo de utilização e do
meio a que é submetida, normalmente, são:
I) Resistência mecânica: a amostra de uma rocha serve para uma estimativa do
comportamento quando solicitada a esforços, principalmente de cisalhamento.
Esta resistência é obtida no ensaio de compressão normal simples, em que podem
também ser determinado o modulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson, desde que
as medidas as deformações axiais (eixo) e diametrais (diâmetro).
Para este ensaio, um corpo de prova cilíndrico, com dimensões padronizadas, é extraído
diretamente do furo de sondagem ou de u bloco, preparado, colocado em uma prensa e
solicitado com velocidade baixa de aplicação de carga até atingir a ruptura.
Os resultados deste ensaio devem ser usados com cautela quando se deseja estimar o
comportamento mecânico de maciços rochosos, pois ele fornece valores pontuais de
rocha, uma vez que o comportamento estrutural está relacionado a vários outros fatores
(compartimentação geológica, descontinuidades, estado de alteração, pressão da água,
materiais de preenchimento das fraturas, etc.).
A maioria das rochas metamórficas e sedimentares, apresentam resistências diferentes
em relação as direções de aplicação de cargas.
Rochas cristalinas (granitos) apresentam maiores resistências quando menores os
diâmetros das partículas, considerando o mesmo estado de sanidade das amostras.

II) Peso Específico das partículas: é necessário para verificar a estabilidade de algumas
estruturas como enrocamentos, gabiões, lastros ferroviários, etc.
Este ensaio é realizado utilizando-se uma balança hidrostática. Inicialmente pesa-se o
fragmento de rocha seco em estufa a 107°C durante 24 horas, determinando-se a massa
no ar (Mar). Em seguida, pesa-se o fragmento imerso em água na balança hidrostática,
determinado a massa úmida (Mw).

III) Peso específico unitário: a obtenção do peso específico unitário é importante para o
cálculo de volume de material britado transportado em estado solto e após a
compactação.
É importante também para a definição do traço do concreto e do volume de brita para
gabiões e para o cálculo do volume por metro linear de lastro ferroviário, pois nesse
caso parte do material permanece em estado natural e parte é compactada.

Página 1 de GEOLOGIA - AULA 11

 caso parte do material permanece em estado natural e parte é compactada.
A massa unitária pode ser obtida com a mostra em estado solto e em estado
compactado.
A amostra é colocada em um recipiente de peso e volume conhecidos e padronizados
(solto/compactado) até a altura final. Em seguida é pesada obtendo-se a massa do corpo
de prova que, dividida pelo volume, resultado na massa específica unitária.

IV) Material Pulverulento: ou pó contido nos agregados graúdos, dependendo de

quantidade, tipo e origem, pode prejudicar a adesividade do cimento o do asfalto á
partícula de rocha. O pó origina-se do processo de britagem da rocha, da mistura da
brita com argila ou outros materiais da decomposição das rochas.
Rochas que apresentam alteração química na superfície normalmente desprendem
material fino, o que pode prejudicar a adesividade com a pasta de cimento em concretos
Portland ou em contato com o asfalto em pavimentos.

V) Forma das partículas: é importante na qualidade dos concretos e lastros ferroviários. Em

concretos de cimento Portland, partículas do agregado graúdo com forma muito laminar
diminuem a plasticidade do concreto em razão do alinhamento das partículas e
interferem na resistência mecânica.
Quando utilizada em lastro ferroviário, a rocha britada com excesso de partículas
lamelar pode sofrer fragmentação, alterando a granulometria e provocando deformações
na camada de lastro, refletindo na grade da via.

VI) Absorção de água:

→ Rocha com elevada porosidade: baixa resistência mecânica pode, quando utilizada
como agregado de cimento Portlando, absorver parte da água de amassamento e de
hidratação do cimento.
→ Manchas: produzidas nas extremidades de placas de rochas assentadas, como piso ou
revestimento, em decorrência da infiltração.
Quando se determina a quantidade de água absorvida por amostras de rocha deve-se
considerar que os vazios existentes não foram preenchidos totalmente.
Rochas que já sofreram alteração química por intemperismo tendem a absorver mais água
que a mesma no estado são, pois a ação química sobre alguns minerais pode produzir novos
compostos, principalmente argilominerais, que permanecem internamente e absorvem maior
quantidade de água.

VII) Resistência a abrasão (desgaste): rochas com baixa resistência a abrasão sofrem
desgastes e fragmentação modificando a granulometria, alterando a qualidade dos
concretos e, quando utilizadas como lastro ferroviário, produzem deformações.
A amostra é colocada em uma máquina de ensaios com as esferas de aço padronizadas,
variando de acordo com a fração granulométrica estabelecida, e solicitada a determinado
número de rotações na velocidade de 30rpm a 33rpm já padronizada pela máquina. Após o
ensaio, retira-se o material, que é lavado em peneira de malha padrão, seco em estufa e
pesado.

VIII) Resistência ao impacto: serve como complemento ao ensaio de abrasão, medindo a

resistência oferecida pela rocha ao impacto de um cilindro de aço caindo de uma altura

Página 2 de GEOLOGIA - AULA 11

 resistência oferecida pela rocha ao impacto de um cilindro de aço caindo de uma altura
padronizada.

IX) Resistência ao esmagamento: tem importância quando a rocha britada é utilizada a

cargas estáticas ou dinâmicas.

X) Resistência a flexão: tem importância quando a rocha britada é utilizada a cargas

estáticas ou dinâmicas.

XI) Variação volumétrica em decorrência das temperaturas e granulometria: quando sujeitas

a variação de temperatura, as rochas expandem ou retraem. Em placas de rochas
instaladas em ambientes que vão sofrer os efeitos da temperatura é necessário calcular o
coeficiente de dilatação térmica linear da rocha para que seja possível calcular a
variação de dimensões que as placas vão sofrer.

AVISO: Todas seguem a ABNT

Página 3 de GEOLOGIA - AULA 11