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Belo Horizonte
2017
I
Éder Lopes do Couto
Belo Horizonte
Faculdade Ietec
2017
II
Bibliografia: f. 66-69
CDU: 666.3
IV
AGRADECIMENTOS
Ao professor, Doutor José Helvécio Martins, não somente por todos os conhecimentos
transmitidos, mas principalmente pela confiança depositada em mim, para a
realização do trabalho e pela incessante paciência. A ele, o meu respeito, admiração
e gratidão.
À minha família, em especial à minha mãe e meu irmão, pelo apoio incondicional nos
momentos difíceis.
À Iza, por sempre estar ao meu lado, pelo amor, carinho e compreensão.
Aos amigos que fiz em Belo Horizonte, que me acompanharam durante todo este
período.
À FINOM – Patos de Minas, por confiar em meu trabalho e pelo apoio nos últimos
anos.
Este trabalho apresenta uma metodologia para analisar a secagem de tijolos ocos de
cerâmica em um secador industrial tipo túnel de fluxo cruzado, envolvendo um sistema
de equações de transporte de massa e energia na sua forma concentrada. As análises
envolveram quatro equações diferenciais parciais (EDP), e este sistema foi resolvido
por meio de uma técnica numérica usando uma função de base radial (MQ)
multiquádrica (FBR). A função MQ requer o uso de um parâmetro, a fim de obter
resultados precisos. O modelo matemático foi validado usando dados de tijolos ocos
de cerâmica, obtidos na literatura, para um secador industrial tipo túnel de fluxos
cruzados. Os dados de temperatura, umidade absoluta, umidade relativa do ar, teor
de água e temperatura do tijolo, coletados durante o processo de secagem e no
secador, foram analisados. Os resultados da simulação mostraram que a secagem
com temperatura variável (50 a 100°C) e alta umidade relativa (70 a 85%) garante que
os tijolos cerâmicos tenham boa qualidade. Além disso, o secador industrial tem baixa
eficiência energética e exergética (4,86% e 14,12%, respectivamente), alto consumo
de energia para evaporar a água do produto e alta perda de energia através do ar de
exaustão, mostrando que a secagem é um processo altamente dissipativo.
Descrição Pg.
AGRADECIMENTOS........................................................................................... IV
RESUMO.............................................................................................................. V
ABSTRACT.......................................................................................................... VI
SUMÁRIO............................................................................................................. VII
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ IX
LISTA DE TABELAS........................................................................................... XI
1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS.................................................................................................... 4
2.1. Geral......................................................................................................... 4
2.2. Específicos.............................................................................................. 4
3. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................... 5
3.1.1. Desintegrador................................................................................. 5
3.1.2. Misturador....................................................................................... 5
3.1.3. Laminador....................................................................................... 5
3.1.4. Extrusora......................................................................................... 5
3.2.1. Secagem.......................................................................................... 6
3.2.2. Queima............................................................................................ 6
Descrição Pg.
4. METODOLOGIA............................................................................................. 27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 46
6. CONCLUSÕES............................................................................................. 61
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 63
APÊNDICE........................................................................................................... 68
IX
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1.1 Desintegrador
3.1.2 Misturador
3.1.3 Laminador
3.1.4 Extrusora
3.2.1 Secagem
O teor de água inicial da argila está na faixa de 18 a 20%. A secagem pode ser pelo
processo natural ou artificial e é uma etapa fundamental, porque a argila com baixo
teor de água apresenta dificuldade na moldagem e o excesso de água maximiza os
problemas na queima, aumentando as fissuras e os refugos.
3.2.2 Queima
Os primeiros estudos sobre a teoria de secagem iniciaram por volta de 1898 e tinham
como princípio as pesquisas de Peclet sobre transferência de calor (FAVALLI, 2002).
Essas pesquisas foram melhoradas por Hausbrand em 1901, que estipulou princípios
de cálculos em projeto de secadores considerando a umidade do ar na saída do
processo de secagem e a temperatura. Em 1908, Grasvenor realizou estudos sobre
o reaproveitamento do ar de exaustão e estruturou procedimentos gráficos para o
cálculo da umidade do ar em função da temperatura (KEEY, 1980; citado por
FAVALLI, 2002).
Nos últimos anos, teorias de secagem mais elaboradas começaram a ser utilizadas,
devido, principalmente, à evolução da capacidade computacional no processamento
e armazenamento de dados, haja vista que os modelos matemáticos para predição
de secagem não possuem soluções analíticas, ou elas são muito complexas.
7
iii) Efusão, que acontece quando o caminho livre médio das moléculas de vapor é
da mesma ordem de grandeza do diâmetro dos poros;
Vários modelos têm sido elaborados com o objetivo de predizer a taxa de perda de
água durante a secagem de sólidos, cuja análise pode ser dividida em análise
concentrada e análise distribuída.
em que
T = Temperatura do meio externo, K ;
hc = Coeficiente de transferência de calor por convecção, W m2 K ;
V = Volume do sólido, m3 ;
cp = Calor específico do produto, J kg K ;
= Propriedade do material;
M = Teor de água do produto (base seca), kg kg ;
dM
Vp Js A p Jv Vp (1)
dt
d qs qv
Vp p Ap Vp (2)
dt cp cp
em que
Vp = Volume do produto, m3 ;
M = Teor de água do produto (base seca), kg kg ;
t = Tempo, s;
cp = Calor específico do produto, J kg K ;
= Temperatura do produto, K ;
p = Massa específica do produto, kg m3 .
Em uma situação mais geral, o valor do teor de água e/ou temperatura no meio do
sólido varia com o tempo, caso o valor de uma propriedade de transporte, , não
L
Rcond A hL
Bi (3)
Rconv 1
hA
em que
Bi = Número de Biot, adimensional;
Rcond = Resistência à condução, J m kg ;
h = Entalpia, J kg ;
L = Comprimento do corpo, m ;
= Propriedade de transporte do material, J m kg .
M Me
M r
M0 Me
exp k1 t k2 (4)
em que
Mr = Razão do teor de água do produto, adimensional;
Vários modelos com base na equação de difusão modificada têm sido apresentados
para descrever a taxa de secagem de vários produtos. Um número considerável de
pesquisadores tem utilizado a solução em séries da equação de difusão para
descrever a dinâmica de secagem.
13
em que
c i = Constantes que dependem do produto e das condições de secagem;
i) Modelos difusivos
Na teoria da difusão de líquidos, a segunda lei de Fick tem sido utilizada para
determinar a difusão de água em função do gradiente de concentração (BROOKER;
BAKKER-ARKEMA; HALL, 1992):
M
D M (6)
t
em que
= Divergente ou gradiente;
D = Coeficiente de difusão de líquido, m2 s .
A aplicação do método de funções de base radial pode ser uma das técnicas
utilizadas como solução numérica do modelo matemático de secagem, para
discretização das equações que descrevem o processo de secagem.
Nos últimos anos, a comunidade científica tem dado ênfase aos chamados
procedimentos sem malha para resolver problemas e engenharia em geral. O uso de
procedimentos numéricos tradicionais, em simulações complexas, além de esbarrar
em problemas de dimensionalidade, requer malhas extremamente refinadas, em
alguns pontos, e de complexos algoritmos de programação.
O método de funções de base radial (FBRs) teve origem com o trabalho de Hardy
em 1971, que solucionava problemas com interpolação utilizando FNRs, em seguida
desenvolvido por Kansa em 1990 para resolução de soluções aproximadas para
sistemas de equações diferenciais com derivadas parciais (AMANTÉA, 2008).
Para definir uma função de base radial (FBR), adote uma função u(x,t) analisada na
posição x e no tempo t , ou seja, x = x1, x2,..., xd é o vetor posição e d a dimensão
N N
u x,t i t rj i t x x j (7)
j1 j1
16
em que:
u x,t - Função a ser aproximada.
rj - Função de base.
rj - Norma euclidiana.
c2 rj2
Gaussiana: (rj ) e (11)
Deve-se notar que os pontos de malha, aqui definidos por rj , não requerem qualquer
regra formal, exceto a definição de quais são os contornos (limites). O procedimento,
então, não requer malhas. Adicionalmente, além da extensão óbvia para muitas
dimensões, o procedimento só requer a colocação de pontos em contornos (limites)
importantes.
Para fazer a interpolação de dados dispersos através de uma FBR é exigido apenas
um conjunto de nós chamados centros, que definem as funções de base e sua
interpolação correspondente aos valores dos dados (HERYUDONO; DRISCOLL,
2010). Por depender apenas da distância entre os pontos, as FBR’s facilitam a
determinação de funções interpolantes com número arbitrário de variáveis
independentes. Além disso, favorecem a inclusão de pontos de interpolação em
regiões de interesse com grande flexibilidade.
17
Como a água contida nos produtos encontra-se no interior de seus poros, a formato
geométrico e a estrutura destes têm grande influência sobre a secagem, de modo
que, mesmo em um ambiente termodinamicamente favorável à evaporação da água,
uma certa quantidade de água pode ficar presa no meio dos poros da argila. Isto
acontece quando a superfície do produto é seca muito rapidamente e os poros ainda
permanecem cheios de água, mas, como são muito estreitos, não permitem
passagem de água a uma taxa compatível com a da evaporação.
Uma peça de cerâmica “verde” (com alto teor de água), quando submetida ao fluxo
de ar em ambos os lados, apresenta uma quantidade de água distribuída
19
i) Fases da secagem
O processo de secagem de cerâmica foi descrito em 1921 por Bigot, que o descreveu
em três fases depois de um período de indução, que é um período de adaptação do
produto com as condições nas quais será realizada a secagem (KAROGLOU;
GIAKOUMAKI; KROKIDA, 2005), conforme ilustrado na Figura 2 e descritas a seguir.
20
Esta fase é de curta duração, durante a qual ocorre a extinção do filme de água na
superfície do material, que muda de cor. Neste período da secagem, a quantidade
de água que se desloca por capilaridade ou por difusão para a interface produto-
ambiente é cada vez menor, em consequência do surgimento de vazios no interior
do material.
Nesta fase, a quantidade de água evaporada decresce gradativamente,
correspondendo a uma contração não proporcional do material. Durante este período
de secagem com taxa decrescente, a temperatura do material aumenta
gradativamente até atingir o equilíbrio térmico.
ii) Retração
M M
h s (12)
t z
em que
h = Coeficiente de condutividade hidráulica, m kg s ;
4
da água pode ser reduzida, uma vez que oscila com a velocidade do ar, devido ao
gradiente de temperatura. Consequentemente, menor sendo a diferença entre a
temperatura do tijolo “verde” e a temperatura do ar de secagem, menor será o
coeficiente de transferência de calor (TELLJOHANN, 2003). Isto reduz a velocidade
de secagem, o que não é, geralmente, desejado.
Exergia é a quantidade de trabalho que pode ser obtida quando uma quantidade de
matéria é trazida a um estado de equilíbrio termodinâmico com os componentes
comuns do ambiente, por meio de processos reversíveis, envolvendo interações
apenas com estes componentes (SZARGUT; MORRIS; STEWARD, 1988).
eficiência era, em média, de 7%. Isto significa que, do total de energia fornecida para
o secador, menos de 1/10 era utilizada para a remoção de água dos tijolos.
Uma inovação para tornar o processo de secagem de bens cerâmicos mais eficiente
energeticamente foi proposta por Agrafiotis e Tsoutsos (2001). Estes autores
propuseram a reutilização do ar, ainda com grande potencial de secagem, liberado
pelo exaustor do forno e do secador, que pode ser injetado no interior do secador ou
em uma etapa de pré-aquecimento dos tijolos antes da secagem.
4 METODOLOGIA
O secador objeto deste estudo recebe o ar para secagem, reutilizado do forno, com
temperatura alta, que atinge o produto por canais internos e na direção de baixo para
cima, conforme ilustrado na Figura 3.
28
T T hc a T
Va (13)
t y ac a a w c v
em que:
W W s M V W s M
V a (14)
t y a t y a t
em que:
M
sc p hc a T hfg c v T s (15)
t t
em que:
O teor de água do produto pode ser obtido usando-se uma equação empírica de
camada fina, apropriada para cada produto objeto de estudo, neste caso, o tijolo
cerâmico furado. Para descrever a cinética de secagem (taxa de secagem) optou-se
pela equação de Page (Equação 4), por apresentar melhor ajuste aos dados
experimentais de secagem do tijolo furado (ALMEIDA, 2009). Esta equação pode ser
reescrita como:
M M0 Me exp k1 t k2 Me (16)
M M
t
M0 1 e k 1 k 2 t k 2 1 exp k1 t k 2 (17)
M0
M
t
M0 k 0 k1 k 2 t k 2 1 exp k1 t k 2 (18)
De acordo com os dados obtidos por Almeida (2009), a Equação 18 pode ser
reescrita numa forma mais simples:
M
t
M0 tk 2 1 exp k1 t k2 (19)
com k 0 k 1 k 2 .
(2009) é igual a 0,991737, o que permite concluir que o teor de água de equilíbrio
dos tijolos vermelhos vazados, nas condições em que foram realizados os
experimentos é, praticamente, nulo e confirma a hipótese assumida do
desenvolvimento do modelo de secagem.
33
i) Técnicas numéricas
Mais recentemente tem sido usado o Método das Funções de Base Radial (MFBR)
na solução de vários problemas, inclusive na secagem de materiais higroscópicos-
capilares-porosos, tais como grãos de cereais (AMANTÉA et al., 2013). Com base
nesses trabalhos, esta metodologia foi utilizada nesta dissertação para a solução do
problema de secagem de tijolos de cerâmica vermelha vazados.
Aplicando-se a técnica das funções de base radial (AMANTÉA et al., 2013) pode-se
escrever que:
T
f T, t 1 f T, t f T, t t , para 0 1 (20)
t
ahc T T
T t t T t 1 t va (21)
(aca ac v w) y
T t t T t
ahc T ahc T
t t t v a
a c a a c v W a c a a c v W y (22)
ahc T ahc T
1 t 1 t 1 t v a
a c a a c v W a c a a c v W y
n
Usando-se a notação f T, t T t , em que t t t , e definindo t e
n n1
ahc T ahc T
Tn1 Tn va
ac a ac v W ac a ac v W y
(23)
ahc T ahc T
va
ac a ac v W ac a ac v W y
ahc T ahc va T
Tn1 Tn t
aca acv W aca ac v W y
(24)
ahc T ahc va T
t
aca acv W aca ac v W y
ahc
H va Tn1 (25)
(aca ac v W) y
ahc ahc
H va Tn t (26)
aca acv W y aca ac v W
escrever:
N N
a hc
C (28)
aca acv W
N
T(y,t) j t y,y j (30)
j1
Aplicando-se a mesma técnica das funções de base radial à Equação 14, obtém-se:
W y,t
f y,t 1 f y,t f y,t t , para 0 1 (31)
t
v W n p M n
W t t W t 1 t a
y a t
(32)
v W n1
p M
n1
t a
y a t
Rearranjando, obtém-se:
v W n v W n1
W t t W t 1 t a t a
y y
(33)
p M n
M n1
1 t t p
a t a dt
Para simplificar ainda mais a Equação 34, foram definidos novos operadores H e
v n1
H 1 a W (35)
y
v n p M n p M n1
H 1 a W (36)
y a t a t
escrever:
N N
H y H y C
j1
n1
j ij
j1
n
j ij (37)
p M n
C (38)
a t
N
W x,t j t y,y j (39)
j1
f , t 1 f ,t f ,t t , para 0 1 (40)
t
M
pcp t t p cp t hc pcv t t
t t
(41)
M M
hc pcv t t hc T p hfg c v T
t t
M n1
H pcp hc pc v (42)
t
M n M M
H pc p hc pc v t hc T p hfg cvT (43)
t t t
38
N N
H y H y C
j 1
n1
j ij
j1
n
j ij (44)
M M
C hc T p hfg cv T (45)
t t
N
y,t j t y,y j (46)
j1
M t
f M,t 1 f M,t f M,t t , para 0 1 (47)
t
M t t M t M0 g t (48)
Com o mesmo raciocínio usado nas análises anteriores, obtém-se a seguinte solução
para a Equação 18:
H 1 g t n M n M0 g tn g t n1 (52)
escrever:
N N
H y H y C
j1
n1
j ij
j1
n
j ij (53)
39
C M0 g tn (54)
N
M y,t j t y,y j (55)
j1
Pakowski et al.
hfg 352,8 374,14 T kJ / kg
0,33052
Calor latente de vaporização da água.
(1991)
p 1985,8 kg / m3 Nascimento
Massa específica do tijolo seco.
(2002)
A p (1 )
Área superficial específica do tijolo. a 40,34 m 2 / m 3 -
Vp
Patm Ma
Massa específica do ar. a kg / m 3 Rossi (1987)
R Tabs
Patm w a
Umidade relativa do ar. Rossi I (1987)
w a 0,622 Pvs
27405,53 97,5413Tabs
0,146244T 0,146244T2
0,12558 10 3 T 3 0,48502 107 T 4
abs abs
Pressão de saturação Pvs 22105649,25 exp abs abs Pa
Rossi (1987)
do vapor d’água.
4,34903Tabs 0,39381 102 Tabs
2
m a hf g w s w e
(56)
a (he href ) W
m vent Wtran
em que
= Eficiência energética, adimensional;
a
m = Fluxo de massa de ar, kg s ;
h = Entalpia específica, J / kg ;
W = Potência, W ;
e = Índice que indica entrada;
s = Índice que indica saída;
ref = Índice que indica referência;
vent = Índice que indica ventilador;
X m ín m a (w s w e ) x qw
x (57)
X X
a a
em que
x = Eficiência exergética, adimensional;
X = Fluxo de exergia usada para evaporar a água do produto, J/s;
m ín
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma possível explicação para este fato é a predição de condensação pelo modelo,
quando, de fato, esta condensação não ocorreu. Alguma suposição não adequada
de algum parâmetro do produto ou do ar de secagem pode ter ocasionado esta
diferença. Entretanto, a diferença de temperatura é em torno de 5 C , no intervalo
entre 9 5 C e 10 0 C , portanto, igual a 5% .
va t
Número de Courant: NC 1
x
49
Várias simulações foram realizadas para obter os perfis temporais e espaciais das
variáveis termodinâmicas. Para todas as simulações realizadas neste trabalho,
supôs-se que o valor máximo a ser atingido pela umidade absoluta do ar de secagem
através das camadas de tijolos seria o seu valor de saturação, para a condição local
de temperatura do ar, e esta restrição foi incorporada ao modelo de simulação. O
efeito desta modificação no modelo é equivalente à imposição de mais uma condição
de não-linearidade, com oscilações em soluções numéricas.
A variação do teor de água dos tijolos cerâmicos vazados, ao longo das camadas,
em função do tempo de secagem, é apresentada na Figura 9.
Observa-se, na Figura 13, que não ocorreu variação da umidade absoluta com
aumento da espessura das camadas de tijolos, para qualquer tempo de secagem
específico, porque o ar não atingiu o estado de saturação e sua temperatura não
diminuiu abaixo da temperatura do ponto de orvalho, o que causaria a condensação
do vapor de água, reumidecendo a camada de tijolos na saída do fluxo de ar.
Observa-se, na Figura 14, que não existe, praticamente, diferença entre os teores
médios de água dos tijolos na primeira e na última camada no início da secagem até
o tempo de, aproximadamente, 18.000 s (5 h), quando o ar de secagem se encontra
próximo da condição de saturação. A partir daí observa-se uma diferença de teor de
água entre as duas camadas. As outras camadas encontram-se em condições
intermediárias.
55
Observa-se, na Figura 15, que a temperatura dos tijolos na primeira camada foi
sempre superior à temperatura na última camada, com aumento progressivo da
diferença entre elas ao longo do tempo de secagem, o que está de acordo com a
teoria de secagem. A partir do tempo de, aproximadamente, 45.000 s (12,5 h) a
diferença de temperatura entre as duas camadas permanece, praticamente,
constante, o que indica, possivelmente, o final do processo de secagem.
. Todavia, neste caso, os resultados são mais coerentes, porque valores baixos de
exergia são compatíveis com o processo de secagem, de acordo com a segunda lei
da termodinâmica.
6 CONCLUSÕES
Neste trabalho não foi realizada uma análise visando à otimização do sistema de
secagem, apenas uma análise que permita estudos futuros com objetivo de otimizar
o processo.
63
REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.springer.com/series/8884.
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in Thermal Engineering. Entropy, v. 3, n. 3, p. 116-149, 2001.
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during forced convection drying of rectangular moist objects. International Journal of
Heat and Mass Transfer, v. 49, n. 17-18, p. 3094-3103, 2006.
KEEY, R. B. Drying Principles and Practice. Pergamon Press, Oxford, 1972. 358p.
STRUMILLO, C.; KUDRA, T. Drying: principles, science and design. Gordon and
Breach Science Publishers, New York, NY, 1986. 448p.
APÊNDICE