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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Estudos Semânticos da Língua Portuguesa

Palluxa Oliveira dos Santos


20183302439

RIO DE JANEIRO – RJ

2021
Textualidades indígenas: identidade e visibilidade

Este plano de aula vida elucidar a abordagem de temas como imprecisão semântica e
textualidades indígenas, e como trabalhá-los em sala de aula, mais especificamente para
alunos do Ensino Médio, de forma inclusiva, levando-os a conhecer os tipos de textualidades
indígenas e promovendo a quebra de pré-conceitos criados pela cultura ocidental. Para iniciar
devemos entender a relevância das textualidades indígenas, se tratando de uma literatura
“produzida por autores indígenas com base em fortes traços culturais” (MOURA, 2019, p.
108). Um dos propósitos é desconstruir a imagem do índio apenas como alguém submisso ao
seu colonizador, do qual ainda é fortemente visto. Outra questão a ser discutida, igualmente
importante, é a respeito da imprecisão semântica, da qual se trata de termos que variam em
níveis e não são representados pela lógica clássica, conforme explica Rosa (1997, p. 811).
Além disso, esses termos imprecisos dependem do contexto que está sendo usado, tão quanto
os indivíduos envolvidos na comunicação. Inclusive, os alunos perceberão que, dentro das
textualidades indígenas, alguns termos não são imprecisos, pois ao tomar ciência de que cada
povo tem sua cultura, fará sentido o uso de expressões como “a gente”, sendo um recurso de
“distanciamento do si”, ou em Yaathe, por exemplo, um reforço identitário (MOURA, 2019,
p. 95).

Materiais necessários: Contos de escritores indígenas sobre mitos e lendas para cada
aluno, quadro negro (ou a lousa branca), um computador com acesso à internet, ou até
mesmo, o próprio celular de cada aluno e que tenha acesso à internet.

Procedimento da aula: Será proposto aos alunos que disponham as cadeiras


formando um círculo, para que cada um possa ficar de frente para o outro. Dessa maneira o
professor se senta junto aos alunos para que dê início a leitura dos textos.

Metodologia
Pré-textual: o professor explica o conceito de textualidades indígenas e de expressões
semanticamente imprecisas, e distribui os textos selecionados especificamente para a aula. O
docente inicia a leitura escolhendo um aluno para que leia o texto, indicando um por vez. A
cada troca de leitor, destaca as expressões semânticas dos trechos lidos e detalhes que seriam
diferentes, visto de uma cultura ocidentalizada para a real cultura indígena. Aproveitando para
anotar no quadro (quando fosse necessário) para uma futura análise e aconselhando os alunos
a anotarem em seus cadernos.
Textual: a partir desse momento, é pedido para que os alunos escrevam um texto
dissertativo-argumentativo para que exponham sua opinião acerca das textualidades
indígenas, de forma que apresentem exemplos da cultura indígena e como seria possível dar
continuidade ampliando sua visibilidade e sem perder sua identidade.
Pós-textual: Após essa atividade é feita a reflexão com os alunos compartilhando um
pequeno trecho de sua redação com a turma, abrindo espaço para que os outros possam
debater sobre o tema proposto. Nessa etapa, o professor reforça a importância de conhecer a
literatura indígena e o quanto ela contribui para nossa própria cultura.

A atividade tem como base formar um aluno apto a reconhecer expressões semânticas
que não são necessariamente imprecisas do ponto de vista indígena, gerando a compreensão
do respeito com as diferenças linguísticas e, além disso, entender o quanto é importante a
literatura indígena escrita pelos próprios nativos. Embora possa acontecer de alguns alunos
irem contra a essa visão literária, com argumentos preconceituosos, o professor tem o dever
de contornar a situação explicando ao(s) aluno(s) que devemos respeitá-las e entendê-la como
um tipo de literatura igualmente as outras.

Referências bibliográficas:
MOURA, Sabine Mendes. Estudos semânticos da língua portuguesa [livro
eletrônico]. Rio de Janeiro: UVA, 2019.
ROSA, João Luís Garcia. O significado da palavra para o processamento de linguagem
natural. In: SEMINÁRIO DO GEL, XLV, 1997, Campinas. Anais dos Seminários do GEL...
São José do Rio Preto: Unicamp, 1998. p. 807-812. Disponível em:
<https://sites.icmc.usp.br/joaoluis/elxxvii.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2021.

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