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Nome: Beatriz do Prado Pacca Faria Matrícula: 713.

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Referências Bibliográficas
● Skinner, B. F. (1974). Sobre o Behaviorismo. (7a.ed). São Paulo: Editora Cultrix.
● Andrade, A; Pinto, S. C; & Oliveira, R. S (Org). (2006). Animais de Laboratório:
criação e experimentação. (20a.ed). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. Recuperado
de
http://books.scielo.org/id/sfwtj

Mitos
1) O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais
O próprio Skinner em seu livro Sobre o Behaviorismo (1974), se preocupa em
esclarecer sobre como comportamentos são respostas aos estímulos ambientais (físicos), isso
inclui os sentimentos e estados mentais, que poderiam, inclusive, segundo ele, ser
modificados de acordo com que se adequa o estímulo físico. O Behaviorismo Metodológico
tendia a desconsiderar esses fatores, justificando-se de que não há prejuízo em ignorar a
chamada conexão imaterial, considerando apenas o que se pode ser objetivamente observado.
A principal razão para a exclusão da consciência, sentimentos e estados mentais dessa linha
teórica é que seus autores não consideravam a introspecção como prática científica, já que
não se podia validá-la. Já o Behaviorismo Radical restaura a auto observação como uma
ferramenta possivelmente útil, mas questiona o rigor dos fatos sentidos. Sua principal objeção
é de que não sabemos quanto de nosso próprio corpo podemos observar.

8) É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da


personalidade .
Skinner concorda que o Behaviorismo é superficial, mas somente desconsiderando o
sentido pejorativo da palavra (algo que não é sólido, infundado), já que a teoria busca
trabalhar com o que está exterior, o que é visível do corpo. Quanto ao fato de não atingir as
profundezas da mente ou da personalidade, Skinner alega que não é isso que realmente
ocorre, já que o objetivo da teoria behaviorista é voltar-se para o ambiente e a história
genética, a teoria não ignora o que acontece dentro da mente, mas, sim, questiona o que é
sentido e reflexivo.

10) Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua
visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os
animais têm em comum.
Skinner deixa claro que a análise behaviorista se expandiu a diversas espécies, não se
limitando apenas ao estudo em ratos. Ele também justifica que não há problema, também, em
iniciar seus estudos nos roedores, já que deve-se começar com casos mais simples, e somente
avançar quando o poder da análise permitir. O autor também explica que há razões para o uso
dos ratos. Ratos e humanos possuem similaridades biológicas, anatômicas e fisiológicas, o
que torna a experimentação adequada para aprimorar técnicas que brevemente poderão ser
usadas no homem. As experiências de Skinner sempre consideraram o que o comportamento
animal poderia contribuir para compreender o comportamento humano. Além disso, podemos
encontrar diversas literaturas que demonstram as razões para o uso de ratos em experimentos
científicos. De acordo com Andrade, Pinto e Oliveira (2006, pp 21-22), animais usados para
experimentação devem ser dóceis, de pequeno porte, fácil manejo, férteis, devem ter
fisiologia conhecida, baixo consumo alimentar e ciclo reprodutivo curto. Essas características
podem ser encontradas nos ratos, principalmente em relação à reprodução, já que as fêmeas
possuem ciclo estral de até cinco dias, e a gestação dura entre 19 a 22 dias. A média de
filhotes por parto é oito, mas pode-se chegar a 16 filhotes, dependendo da espécie do rato.
Entre 50 e 60 dias a nova ninhada já atinge a maturidade sexual (Andrade et al, 2006, pp
119-121).

16) Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem como homem.


De acordo com Skinner (1974), essa ideia equivocada de desumanização do homem
se dá pelas pessoas acharem que o behaviorismo tenta excluir o próprio homem de sua teoria,
ou reduzir os aspectos subjetivos de seus comportamentos. O autor também implica que o
homem, em sua totalidade, sempre irá resistir a tudo que tente reduzi-lo, prendê-lo ou destruir
o que o torna singular. O behaviorismo é considerado desumanizador por, segundo o senso
comum, tratar o homem como uma máquina, e não enxergar todo o seu potencial, tudo o que
ele pode fazer. Mas, pelo contrário, Skinner admite que não se pode dizer que o ser humano é
regido por leis mecânicas, tais quais uma geladeira, segundo o próprio exemplo do livro. O
ser humano seria regido por leis mais complexas, e seria um “animal excepcional”. Segundo
Skinner, o olhar desumanizador que acusam a análise do comportamento de ter seria também
uma acusação de negligenciar as capacidades de escolha e criatividade, que máquinas e
animais não são capazes. Porém, o autor rebate que o homem é um animal moral, mas não é
possível provar que as capacidades de escolha estejam, realmente, fora do alcance de outras
espécies animais. O behaviorismo não reduz ou desumaniza o homem, apenas rejeita a ideia
de um “homem interior”, e coloca em xeque sua autonomia, criticando-o por ter criado um
mundo onde ele pode ser livre e autônomo, mas ao preço de esgotar os recursos naturais e
desumanizar a si mesmo. O homem cria máquinas que o dispensam de determinados
comportamentos que seriam, segundo o autor, essenciais para sua condição de pessoa. O
behaviorismo não desumaniza o homem, pois considera o autoconhecimento como
ferramenta útil, e esse mesmo autoconhecimento ajuda o homem a se tornar mais humano.
Atribuir processos sociais ao seu comportamento, não é reduzir o homem, mas sim
engrandecê-lo.

19) Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
Segundo Skinner, precisamos levantar uma questão sobre o que é realmente moral e
justo. De acordo com o autor, precisamos reconhecer que o que conhecemos como moral e
justo é, na verdade, resultado do que o governo, as religiões, economia e grupos éticos
instituíram como moral e justo. De acordo com a literatura estudada, para construirmos um
mundo em que as pessoas realmente ajam de forma moral e igualitária, é necessário,
primeiro, descartar que a moralidade e a justiça são monopólio pessoal.

Conclusão
Todos os mitos foram devidamente explicados pelo próprio Skinner, de forma que não
restassem falsos argumentos contra sua teoria. O Behaviorismo de Skinner trouxe diversas
contribuições para a área psicológica, mantendo o rigor científico em suas observações.
É, inegavelmente, importante combater todo tipo de informações falsas,
principalmente pois elas podem prejudicar o trabalho sobre o qual se refere. Dessa forma, um
trabalho, ou no caso de Skinner, uma teoria, podem se tornar bastante polêmicos, se der-se
ouvidos e não combater essas falsas informações.
Por mais que a Psicologia dê bastante importância aos aspectos subjetivos da
personalidade do sujeito, o Behaviorismo de Skinner vêm com a proposta contrária de estudar
o que é externo, palpável, e duvidar do que é interno, não pode ser visto ou comprovado,
talvez, por isso, tenha tantos aspectos polêmicos e mitos ao seu redor.

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