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David E. Zimerman relata que sempre gosta de iniciar um texto explicando a etiologia
da palavra-chave do assunto em questão. Apesar de ter consultado vários dicionários e
outras fontes, nenhuma delas preencheu de conhecer a evolução histórica, através da
etiologia, da palavra “amor”. A maioria das fontes se limitavam a dizer que “amor” vem
do latim amore. Mas para ele é muito mais que isso, é um sentimento universal presente
em todas as épocas e latitudes. E segundo uma cogitação pessoal dele, “amor” possa
proceder do prefixo latino a (ausência ou exclusão de...) e de mors que do latim tem um
significado ligado à morte.
Caso tal cogitação pessoal esteja certa, ela estaria harmônica com o princípio
fundamental de Freud quanto à existência das “pulsões de vida”(“pulsões de amor” ou
de “Eros”) e as pulsões instintivas de “morte” (“agressivas” ou de “Tânatos”). Nessa
reflexão, o sentimento de amor seria resultante de uma larga predominância dele sobre
as pulsões de ódio.
Do grego temos que Eros designa o amor que se liga de forma mais manifesta à atrção
física e que Psyque representa o sentimento profundo e espiritual.
O amor na mitologia
Para exemplificar ele cita parte do Mito de Édipo( o rei Édipo teria se envolvido com a
mãe biológica Jocasta e matado o pai biológico Laio) que inspirou Freud a estudá-lo em
termos do inconsciente, de forma sutil, realizou o desejo que habita o psiquismo de uma
criança, no período etário de 3 a 5 anos, para matar o pai e possuir a mãe. Freud
acreditou que essa fantasia era universal e criou o “Complexo de Édipo”.
Ele cita também o mito de Eros que possui diversas interpretações e que em uma delas
há a representação de deus sob a forma de um jovem forte e vigoroso, carregando
consigo um arco e uma aljava com setas de amor ( e também de òdio???). Isso confirma
a futura concepção metapsicológica de Freud que postulou a permamente existência
simultânea de pulsões de vida (amor) e de morte (Tânatos).
O amor na religião
Aos longo dos séculos, à medida que o homem progredia na sua capacidade de
comunicação e produzação de instrumentos, começaram as suas primeiras indações
acerca de encontrar explicações para os enigmas e mistérios da natureza, da vida e da
morte. Como lhes faltavam recursos intelectuais, tentatavam achar às explicações
através de um pensamento primitivo, mágico, criando os mitos. A mitologia foi a
primeira religião primitiva.
As religiões exerceram e ainda exercem bastante influência sobre a vida das pessoas e
também nelas podemos observar mesclas de amor e ódio. Para exemplificar, pode-se
citar o exemplo dos fundamentalistas islmâmicos que se matam e a milhares de pessoas
em nome de Alá.
De modo geral, as próprias religiões reconhecem que o amor “puro” e a luxúria anadam
muito próximos um do outro, e foi justamente para evitar que esses sentimentos se
misturem é que tomaram cautelas rígidas.
O amor na filosofia
Platão discrimina 3 tipos de amor: o amor terreno (do corpo); o amor da alma (celestial,
que leva ao conhecimento e, também, o produz); e o amor que consiste na mistura dos
outros dois anteriores. Os 3 tipos de amor consistem basicamente num desejo de possuir
algo que falta. Com isso, Platão estabelece um pioneira relação entre a mitologia (Eros)
e a filosofia.
Para Freud, o amor é considerado como sendo uma modalidade de manifestações das
pulsões sexuais, o que supõe um investimento libidinal (desejos) do objeto total, assim
se diferenciando das pulsões parciais.
Ele escreveu vários textos sobre esse tema. Em 1905, postulou que o ato de o bebê
mamar no seio da mãe costuma despertar pulsões sexuais-nele e na mãe- e isso se
constitui como o protótipo de toda a vida amoroso. Em 1910, ele estuda uma
modalidade de dissociação entre um amar e um desejar eroticamente, e de cujo conflito,
pode resultar em uma “incapacidade para amar”. Em 1916, estuda as difertentes formas
de amar, com destaque para a prevalência do egoísmo ou do altruísmo.
Donald Winnicott deu ênfase na importância do meio que cerca o bebê, especialmente
aos cuidados da mãe real, no que tange à sua capacidade de holding (sustentar), a
importância de a mãe sustentar tanto física quanto emocionalmente todas as
necessidades e emoções do filho.
O vínculo do amor se manifesta como uma possível oposição (-L) à emoção do amor
(L). Em nome do amor o sujeito opõe-se à obtenção da emoção de prazer porque os
referidos sentimentos amorosos extremados quase sempre se devem a formações
reativas contra um ódio subjacente.
Tanto pode ocorrer um vínculo de amor construtivo, como pode estar prevalecendo, por
vezes disfarçada e camuflada, uma agressão escravizante e destrutiva.
O autor cita algumas modalidades, que são as que, do viés psicanalítico, aparecem com
maior frequencia na normalidade e na patologia do amor.
2-Amor simbiótico: pode encobrir uma profunda dependência recíproca, onde não
existe espaço para uma relativa e necessária autonomia de cada um deles.
5-Amor histérico: o casal revive uma configuração vincular que, mais comumente em
nosso meio, reproduz a de um pai amando e sustentando a filhinha ou a mulher
representando o papel de mãe enquanto o homem assume o papel de filhinho. Nesse
tipo de vínculo amoroso há uma forte preocupaçãp com a aparência exterior para
compensar a sensação de vazio e feiúra interior. Além disso, o(a) histérico(a) humilha,
tortura e inunda o outro de culpas, porém não comete a vingança final porque depende e
necessita de sua vítima.
6-Amor paranoide: é aquele que gira em torno de desconfianças, principalmente a de
um ciúme excessivo por parte de um deles-algumas vezes isso é recíproco, por parte de
ambos. Podendo até mesmo ser um ciúme patológico.
8-Amor perverso:alude ao fato de que ambos compõem uma parceria que, mercê de um
patológico conluio inconsciente entre ambos, transgridem as normas normalmente
aceitas nos planos de sexualidade, da ética, dos vínculos familiares e sociais.
8-relação sexual não se transforme num ato puramente mecânico em que cada um
busque o seu gozo;antes disso, o amor sadio repousa no prazer que cada um tem em
propiciar para o outro;
“As pessoas, em sua maioria, ficam procurando o amor como solução para todos os seus
problemas, quando na verdade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus
problemas.”
Na época de Freud ocorriam inúmeros desses casos. Com isso, ele instituiu uma enfática
recomendação da “regra da neutralidade”, pela qual o psicanalista deveria manter-se
num estado de absoluta neutralidade e ,até, de indiferença, fóbica, para evitar todo e
qualquer tipo de envolvimento.
O amor paixão
A palavra “paixão” muito provavelmente de origina do grego pathos que pode significar
tanto dor, sofrimento quanto passivo (é comum que a pessoa num auge de paixão fique
submetida, passivamente, aos caprichos da pessoa amada).
Para Bion paixão significa uma emoção intensa e calorosa derivada dos vínculos
(principalmente, o do amor), sem, no entanto, expressar violência: esta só estará
presente quando o processo de paixão vier acompanhado de muita voracidade.
A própria paixão amoroso pode tomar 2 direções: a primeira é aquela que se trata de um
vínculo sadio, lindo e promissor que funciona como um prelúdio de amor; já gunda é
deixar a pessoa apaixonada “cega” e “burra’
1-sentimento que podemos nos fundir com a pessoa amada e se tornarem uma única
pessoa (é provável que seja resquício do desejo narcisista da criança de ficar fusionado
com a mãe).
2-o desejo de encontrar no ser por quem se apaixonou, o outro lado dele próprio.
4-a pessoa apaixonada tenta ressuscitar na pessoa do seu amado uma importante figura
que perdeu no passado remoto.
Quase sempre, nesses casos, a pessoa idealizada pelo apaixonado guarda algum tipo de
semelhança, tanto de traços físicos quanto de outra particularidade que caracteriza a
pessoa desaparecida. Esse tipo de paixão pode ser a origem e um reforço de transtornos
narcisistas de personalidade, assim como pode produzir sérios prejuízos da vida
erótica, ,mesmo quando esteja com vida sexual ativa.
O ideal seria que uma pessoa que ama ficasse num estado médio, isto é, nem em uma
paixão cega nem em um excessivo egoísmo.
Com o correr do tempo, ocorre transformações na paixão original, de modo que tanto
pode solidificar a união amorosa quanto pode haver um estado de grande ilusão e
decepção.
O amor platônico
O amor platônico passou a ser entendido como sendo um amor a distância, que não se
aproxima e não se envolve profundamente. Numa crítica atual, cabe dizer que essa
concepção utópica de “amor ideal”, embore exalte positivamente as virtudes num
vínculo amoroso, não é convincente na realidade da vida, tão distante está da realidade
objetiva, física e social.
O amor tantalizante
Nesses tipo de amor predomina uma relação amorosa com características em que
predomina nitidamente uma reação amorosa com características de uma situação de
aprisionamento que tende à cronificação.
A infidelidade no amor
O desejo predominante daquele que trai é de que a(o) amante supra as falhas do cônjuge
traído, as quais podem ser reais, porém, na maioria das vezes, as falhas do cônjuge
refletem um deslocamento de uma falha bastante mais primitiva de um dos pais, ou dos
dois, que teriam “falhado” na satisfação das necessidades, dos desejos e das demandas
de quando os adultos infiéis eram ainda criancinhas, e que agora procuram (quase
sempre de forma ilusória) na figura do amante.
Os usuários do” amor pela internet”, geralmente, são pessoas que se sentem
desamparadas, desejosas de um amor mais “romântico”; outros gostam de desafios e de
programas com aventuras diferentes; muitos desejam não mais usufruir algusn fugazes
momentos de gozo erótico, sem a menor intenção de permanecer num vínculo de
comprometimento; outros, ainda têm como objetivo maior apostar na possibilidade da
sorte e encontrar alguém que, igualmente deseja encontrar a pessoa certa que também
queira construir ou reconstruir um novo lar e uma nova família.
Na maioria das vezes o vínculo não avança por muito tempo, geralmente porque há uma
mútua decepção, quando as expectativas por demais idealizadas, aliadas a um
pensamento mágico, se desfazem. Num número menor de possibilidades merece ser
registrada a existência de personalidades psicopáticas que, através do amor pela
internet, objetivam algum tipo de vantagem fraudulenta.
O amor homossexual
O indivíduo retira forças vitais dos traumáticos infortúnios que apareceram alheios à sua
vontade. Se observarmos atentamente, a recuperação da capacidade de amar, trabalhar,
ser útil à sociedade não vem de um mero acaso, mas sim, de uma capacidade de
resiliência, ou seja, de um amor à vida.
Tal situação é bastante frequente nos adolescentes, quando estão lutando em prol da
aquisição de um definido sentimento de identidade próprio e nem sempre os pais e
educadores estão sintonizados com seus propósitos sadios.
A bioquímica do amor
A sexualidade no velho
Em livros mais antigos que abordam esse assunto, aparecem afirmativas de que a
mulher idosa, caso tenha havido no passado uma forte influência religiosa na sua
própria família, quando mais velha, acha que, especialmente após o período de
menopausa, o seu “papel” de procriar terminou e que não tem mais obrigações com
deus e com seu marido. Entretanto, essa posição está modificando com o passar do
tempo, entre outros motivos é que com a menopausa a mulher não tem mais risco de
engravidar novamente, o que aumenta o desejo dela pela atividade sexual.
1-Aglutinadas:predomina por parte dos pais, uma atitude tendente a uma simbiose
generalizada, que reforça uma forte e mútua dependência (afetiva, econômica, social, e
de reafirmação de identidade), de características exageradas.
3-Aquarteladas: são comandadas por um chefe (pode ser o pai ou a mãe) rígido,
autoritário, por vezes tirânico, que não escuta os subordinados, o “diálogo” fica na base
de cobranças, perguntas e respostas,e, acima de tudo, cobra o cumprimento de suas
ordens, sob a ameaça de severas penas.
6-Famílias com bases fóbicas (evitam tudo aquilo que lhes foi significado, e
representado, como sendo perigoso); ou obsessivas (com os traços característicos do que
nós conhecemos como sendo típicos de uma neurose obsessivo-compulsiva de algumas
pessoas); com estruturação paranoide (são desconfiados, querelantes, criadores de casos,
sempre na defensiva, logo, sempre contraatacando);depressivas; ansiosas.
7-Tipos mistos:o mais frequente é que coexistam numa mesma família os distintos
traços característicos de todas aquelas, com uma predominância maior de uma ou de
outra.