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O VÍNCULO DO AMOR

David E. Zimerman relata que sempre gosta de iniciar um texto explicando a etiologia
da palavra-chave do assunto em questão. Apesar de ter consultado vários dicionários e
outras fontes, nenhuma delas preencheu de conhecer a evolução histórica, através da
etiologia, da palavra “amor”. A maioria das fontes se limitavam a dizer que “amor” vem
do latim amore. Mas para ele é muito mais que isso, é um sentimento universal presente
em todas as épocas e latitudes. E segundo uma cogitação pessoal dele, “amor” possa
proceder do prefixo latino a (ausência ou exclusão de...) e de mors que do latim tem um
significado ligado à morte.

Caso tal cogitação pessoal esteja certa, ela estaria harmônica com o princípio
fundamental de Freud quanto à existência das “pulsões de vida”(“pulsões de amor” ou
de “Eros”) e as pulsões instintivas de “morte” (“agressivas” ou de “Tânatos”). Nessa
reflexão, o sentimento de amor seria resultante de uma larga predominância dele sobre
as pulsões de ódio.

Todas as manifestações de amor (música, teatro,cinema, literatura, experiências


pessoais, entre outras) demostram que o amor, desde as eras pré-históricas até a
atualidade, comporta-se como a mais importante mola propulsora da vida.

Em suas múltiplas, intensas e variadas formas de acontecer, sempre mescladas ,um


pouco ou bastante, com o ódio, merece ser alvo de uma atenção muito especial,nas
principais áreas em que o sentimento amoroso esteja presente, nas pequenas e grandes
alegrias e tristezas, em momentos de felicidade e em outros tramáticos e até trágicos, de
uma forma sadia ou patológica que, então, o amor pode ser de uma paixão cega, ou
intensamente erotizada e, em outro extremo, não ser mais do que um amor platônico,
etc.

O vocábulo “amor” pode significar afeição, paixão, compaixão, misericórdia,


solidariedade, sexo, entre outras significações. E há várias tipos de amores: amor
erótico, amor platônico, amor a deus, à vida, à profissão, a viagens, ao time de futebol,
etc.

Do grego temos que Eros designa o amor que se liga de forma mais manifesta à atrção
física e que Psyque representa o sentimento profundo e espiritual.

O amor na mitologia

São inúmeros os mitos gregos que invocam as vicissitudes do amor, principalmente os


vínculos que se processavam entre os deuses do Olimpo, num misto de narrativas com
predominância de vínculos conjugais, traições, intrigas, trama, ciúme, inveja, disputa
pelo poder, ameaças e castigos, de modo que reproduzem as mesmas grandezas e
baixezas que se passam na realidade dos simples mortais que habitam o nosso mundo
todo.
Em um mito grego citado, o autor tira como aprendizado que é para aprender a não
amar a quem só ama a si mesmo e não entregar a vida por um sentimento de amor não
correspondido.

Para exemplificar ele cita parte do Mito de Édipo( o rei Édipo teria se envolvido com a
mãe biológica Jocasta e matado o pai biológico Laio) que inspirou Freud a estudá-lo em
termos do inconsciente, de forma sutil, realizou o desejo que habita o psiquismo de uma
criança, no período etário de 3 a 5 anos, para matar o pai e possuir a mãe. Freud
acreditou que essa fantasia era universal e criou o “Complexo de Édipo”.

Na atualidade, a psicanálise não converse unicamente para o complexo edípico como o


maior responsável pela instalação das diversas modalidades de neuroses. Dessa maneira,
existe uma crescente importância às fases mais precoces do desenvolviemento humano,
desde a condição de bebê recém-nascido (ou ainda no útero, durante a gestação), que é
denominado como sendo o “período do narcisismo”, que após segue na evolução do
psiquismo, intimamente introsado com o período edípico que surge mais adiante.

Ele cita também o mito de Eros que possui diversas interpretações e que em uma delas
há a representação de deus sob a forma de um jovem forte e vigoroso, carregando
consigo um arco e uma aljava com setas de amor ( e também de òdio???). Isso confirma
a futura concepção metapsicológica de Freud que postulou a permamente existência
simultânea de pulsões de vida (amor) e de morte (Tânatos).

O amor na religião

Aos longo dos séculos, à medida que o homem progredia na sua capacidade de
comunicação e produzação de instrumentos, começaram as suas primeiras indações
acerca de encontrar explicações para os enigmas e mistérios da natureza, da vida e da
morte. Como lhes faltavam recursos intelectuais, tentatavam achar às explicações
através de um pensamento primitivo, mágico, criando os mitos. A mitologia foi a
primeira religião primitiva.

As religiões exerceram e ainda exercem bastante influência sobre a vida das pessoas e
também nelas podemos observar mesclas de amor e ódio. Para exemplificar, pode-se
citar o exemplo dos fundamentalistas islmâmicos que se matam e a milhares de pessoas
em nome de Alá.

Muitos psicanalistas procuram traçar uma conexão entre os preceitos religiosos-


teológicos e os psicanalíticos. Entre eles temos Bion que dedicou grande parte de sua
obra ao estudo do lado espiritual da psicanálise, postulando as suas ideias de uma visão
holística do ser humano de modo a enfatizar o valor de conhecer o plano de mística e do
misticismo como o melhor plano para chegar até uma fusão com Deus e a divindade.” A
religião separa, a mística reúne. Há várias religiões, mas a mística é uma só.”

Em relação ao amor propriamente dito, cabe lembrar que a visão “platônica-cristã”


dissocia o amor espiritual do carnal e associa sexo ao pecado, a não ser quando tem por
finalidade a reprodução. Com isso, muitos apostólos pregavam que as pessoas deveriam
lutar contra a tentação e a luxúria. Já na Reforma Protestante, há a enaltação do trabalho
como uma fonte de sublimação, que ocasiona a purificação. Assim ,eles louvavam as
obras, a obtenção de riqueza, a prosperidade, como sendo sinais da escolha divina.

De modo geral, as próprias religiões reconhecem que o amor “puro” e a luxúria anadam
muito próximos um do outro, e foi justamente para evitar que esses sentimentos se
misturem é que tomaram cautelas rígidas.

O amor na filosofia

Inúmeros filósofos, de todos os tempos, estudaram sobre os mistérios do sentimento do


amor. Aristóteles e Santo Agostinho afirmavam que a mulher era um ser inferior, e o
seu papel na vida ficava quase exclusivamente a um papel de reprodutora.

Platão discrimina 3 tipos de amor: o amor terreno (do corpo); o amor da alma (celestial,
que leva ao conhecimento e, também, o produz); e o amor que consiste na mistura dos
outros dois anteriores. Os 3 tipos de amor consistem basicamente num desejo de possuir
algo que falta. Com isso, Platão estabelece um pioneira relação entre a mitologia (Eros)
e a filosofia.

O amor do ponto de vista da Psicanálise

Para Freud, o amor é considerado como sendo uma modalidade de manifestações das
pulsões sexuais, o que supõe um investimento libidinal (desejos) do objeto total, assim
se diferenciando das pulsões parciais.

Ele escreveu vários textos sobre esse tema. Em 1905, postulou que o ato de o bebê
mamar no seio da mãe costuma despertar pulsões sexuais-nele e na mãe- e isso se
constitui como o protótipo de toda a vida amoroso. Em 1910, ele estuda uma
modalidade de dissociação entre um amar e um desejar eroticamente, e de cujo conflito,
pode resultar em uma “incapacidade para amar”. Em 1916, estuda as difertentes formas
de amar, com destaque para a prevalência do egoísmo ou do altruísmo.

Melanie Klein deu um especial realce às fantasias inconscientes e às pulsões de morte


(“inveja primária”), carregadas de pulsões sádico-destrutivas, com as decorrentes culpas
e condutas masoquistas.

Donald Winnicott deu ênfase na importância do meio que cerca o bebê, especialmente
aos cuidados da mãe real, no que tange à sua capacidade de holding (sustentar), a
importância de a mãe sustentar tanto física quanto emocionalmente todas as
necessidades e emoções do filho.

Bion atribuiu o desenvolvimento da personalidade de qualquer pessoa a 3 fatores. O


primeiro deles são às características genético-constitucionais, herdadas dos pais. O
segundo, refere-se às condições ambientais que cercam o bebê, especialmente os
cuidados da mãe acerca de suas capacidade de revêrie. O terceiro refere aos
acontecimentos que se sucedem na sua vida exterior real, o contato com professores,
colegas, amigos, etc.

O vínculo do amor se manifesta como uma possível oposição (-L) à emoção do amor
(L). Em nome do amor o sujeito opõe-se à obtenção da emoção de prazer porque os
referidos sentimentos amorosos extremados quase sempre se devem a formações
reativas contra um ódio subjacente.

O que realmente importa é a maneira como as diferentes formas de o paciente amar e se


ser amado se configuram dentro e fora dele. Tudo isso acrescido do fato de que a
variação quantitativa e qualitativa dos elementos que compõem o próprio sentimento do
amor, mesclado com as distintas formas dos sentimentos de ódio e com as emoções
contidas no conhecimento e no reconhecimento desenha diferentes e complexas
configurações vinculares amorosas.

Tanto pode ocorrer um vínculo de amor construtivo, como pode estar prevalecendo, por
vezes disfarçada e camuflada, uma agressão escravizante e destrutiva.

Diversas modalidades de amar e ser amado

O autor cita algumas modalidades, que são as que, do viés psicanalítico, aparecem com
maior frequencia na normalidade e na patologia do amor.

1-Amor paixão: no seu lado belo e sadio representa o despontar de um saudável


capacidade para amar. Mas existe o lado cego e burro da paixão, em nome da qual
muitas e graves bobagens podem ser cometidas.

2-Amor simbiótico: pode encobrir uma profunda dependência recíproca, onde não
existe espaço para uma relativa e necessária autonomia de cada um deles.

3-Amor sodomasoquista: forma de amar e ser amado em que a constante é a


predominância de um permanente jogo de recíprocas acusações desqualificatórias,
cobranças, mágoas, ódio com revides viangativos, humilhações diante da presença do
outro, etc.

4-Amor obsessivo tirânico: forma de controle de um sobre o outro, comumente através


do poderio de quem tem dinheiro, que provê o sustento básico do outro.

5-Amor histérico: o casal revive uma configuração vincular que, mais comumente em
nosso meio, reproduz a de um pai amando e sustentando a filhinha ou a mulher
representando o papel de mãe enquanto o homem assume o papel de filhinho. Nesse
tipo de vínculo amoroso há uma forte preocupaçãp com a aparência exterior para
compensar a sensação de vazio e feiúra interior. Além disso, o(a) histérico(a) humilha,
tortura e inunda o outro de culpas, porém não comete a vingança final porque depende e
necessita de sua vítima.
6-Amor paranoide: é aquele que gira em torno de desconfianças, principalmente a de
um ciúme excessivo por parte de um deles-algumas vezes isso é recíproco, por parte de
ambos. Podendo até mesmo ser um ciúme patológico.

7-Amor narcisista:a eleição do parceiro obedece mais propriamente a razões de


exibicionismo, e a característica mais marcante é que um deles fica extremamente
idealizado pelo outro, enquanto àquele que se idealiza excessivamente cabe um papel de
manter-se esvaziado, para que o outro, o idealizado, possa brilhar ainda mais.

8-Amor perverso:alude ao fato de que ambos compõem uma parceria que, mercê de um
patológico conluio inconsciente entre ambos, transgridem as normas normalmente
aceitas nos planos de sexualidade, da ética, dos vínculos familiares e sociais.

Para que um amor seja “sadio” é necessário observar alguns consensos:

1-presença de recíproca sentimento de admiração;

2-mútuo sentimento de empatia e continência;

3-boa capacidade de escuta;

4- disponibilidade para os momentos bons e para os ruins;

5-atração física que incentive uma regularidade prazerosa do gozo sexual;

6-construção conjunta de projetos de crescimento, prazer e lazeres que englobam todos


os membros da família;

7-companheirismo entre o casal em que cada conheça seus direitos e deveres;

8-relação sexual não se transforme num ato puramente mecânico em que cada um
busque o seu gozo;antes disso, o amor sadio repousa no prazer que cada um tem em
propiciar para o outro;

9-reconhecimento de que sempre existe inevitáveis diferenças entre um e o outro;

10-presença permanente, no casal e em toda família, de um clima de total confiança


entre todos.

“As pessoas, em sua maioria, ficam procurando o amor como solução para todos os seus
problemas, quando na verdade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus
problemas.”

O amor de transferência, na psicanálise

O amor de transferência na psicanálise alude ao fenômeno que surge no campo


analítico, em que o(a) paciente tem uma certeza de que está perdidamente
apaixonado(a) pelo seu psicanalista.
Isso representa uma “projeção” na pessoa do terapeuta,daqueles sentimentos de uma
busca de gratificação das necessidades,desejos e demandas, impregnados com
idealizações e com suas respectivas decepções que, originalmente, estavam dirigidas aos
pais do paciente, quando ele era uma criancinha.

Na época de Freud ocorriam inúmeros desses casos. Com isso, ele instituiu uma enfática
recomendação da “regra da neutralidade”, pela qual o psicanalista deveria manter-se
num estado de absoluta neutralidade e ,até, de indiferença, fóbica, para evitar todo e
qualquer tipo de envolvimento.

Na atualidade, o psicanalista sério e verdadeiro tem melhores condições de entender e


manejar com a modalidade de transferência. Ao mesmo tempo, ele também reúne
melhores condições para administrar suas reações físicas e emocionais, para não só
administrar tranquilamente as suas emoções,como, pelo contrário, pode fazer bom uso
da percepção-de um pequeno sinal que seja, de uma possível contratransferência
amoroso ou erótica-e, assim, entender melhor o mundo inconsciente do paciente, de
modo a poder analisar os traumas antigos.

O amor paixão

A palavra “paixão” muito provavelmente de origina do grego pathos que pode significar
tanto dor, sofrimento quanto passivo (é comum que a pessoa num auge de paixão fique
submetida, passivamente, aos caprichos da pessoa amada).

Para Bion paixão significa uma emoção intensa e calorosa derivada dos vínculos
(principalmente, o do amor), sem, no entanto, expressar violência: esta só estará
presente quando o processo de paixão vier acompanhado de muita voracidade.

A própria paixão amoroso pode tomar 2 direções: a primeira é aquela que se trata de um
vínculo sadio, lindo e promissor que funciona como um prelúdio de amor; já gunda é
deixar a pessoa apaixonada “cega” e “burra’

São diversas razões que desencadeiam uma extrema idealização do outro:

1-sentimento que podemos nos fundir com a pessoa amada e se tornarem uma única
pessoa (é provável que seja resquício do desejo narcisista da criança de ficar fusionado
com a mãe).

2-o desejo de encontrar no ser por quem se apaixonou, o outro lado dele próprio.

3-é possível que a pessoa apaixonda esteja,inconscientemente, tentando resgatar o


retorno de uma, ilusória, unidade perdida quando era bebê, assim, apagando as
diferenças entre ele(a) e o outro.

4-a pessoa apaixonada tenta ressuscitar na pessoa do seu amado uma importante figura
que perdeu no passado remoto.
Quase sempre, nesses casos, a pessoa idealizada pelo apaixonado guarda algum tipo de
semelhança, tanto de traços físicos quanto de outra particularidade que caracteriza a
pessoa desaparecida. Esse tipo de paixão pode ser a origem e um reforço de transtornos
narcisistas de personalidade, assim como pode produzir sérios prejuízos da vida
erótica, ,mesmo quando esteja com vida sexual ativa.

O ideal seria que uma pessoa que ama ficasse num estado médio, isto é, nem em uma
paixão cega nem em um excessivo egoísmo.

Com o correr do tempo, ocorre transformações na paixão original, de modo que tanto
pode solidificar a união amorosa quanto pode haver um estado de grande ilusão e
decepção.

O amor platônico

Para Platão, o “amor ideal” é algo essencialmente puro e desprovido de paixões, as


quais, segundo ele, seriam essencialmente cegas, efêmeras, meterialistas e falsas. Ele
não se fundamenta em um interesse, mas na virtude. Está centrado na beleza do caráter,
na inteligência para pensar, nas verdades e com o afeto.

O amor platônico passou a ser entendido como sendo um amor a distância, que não se
aproxima e não se envolve profundamente. Numa crítica atual, cabe dizer que essa
concepção utópica de “amor ideal”, embore exalte positivamente as virtudes num
vínculo amoroso, não é convincente na realidade da vida, tão distante está da realidade
objetiva, física e social.

O amor tantalizante

Característico por um “ata-nem-desata” são ligações amorosas conflitadas guardam


carcterísticas comuns e igualmente repetitivas, sendo mais evidente em mulheres que
estão aprisionadas na rede dessa vinculação patológica.

Os casais dissociam e projetam um no outro as suas partes e masoquistas que estão


cindidas, razão porque eles se completam, o que torna a separação muito difícil, pois a
perda do outro representa para cada um deles ser um espécie de amputação de um
própria metade sua.

Nesses tipo de amor predomina uma relação amorosa com características em que
predomina nitidamente uma reação amorosa com características de uma situação de
aprisionamento que tende à cronificação.

Amor acompanhado por uma fobia ao casamento

Sentimentos de pavor diante da possibilidade de ter perdas e uma consequente morte


psíquica, afastam muitas pessoas de completar o vínculo amoroso. Isso acontece tanto
sob a forma de a pessoa nunca assumir completamente o vínculo amoroso quanto em
assumir a relação, até, com honesta intenção de projetar casar e constituir família,
porém, de última hora, dá um jeito de desfazer, postergar-se,etc. Trata-se de uma
verdadeira fobia ao casamento. Esta fobia decorre do fato de que os antigos traumas
relativos ao pavor de sofrer perdas após um forte apego foram reativados; ou o terror
pode ser devido a uma identificação com um tumultuado e fracassado casamento dos
seus pais, que impregnou a mente do sujeito, desde que ele era criança.

A infidelidade no amor

Num grande número de vezes, existe um “secreto conluio inconsciente” entre os


personagens do triângulo amoroso, decorrente de conflitos neuróticos (quase sempre
edípicos) que se completam entre o par de amantes.

O desejo predominante daquele que trai é de que a(o) amante supra as falhas do cônjuge
traído, as quais podem ser reais, porém, na maioria das vezes, as falhas do cônjuge
refletem um deslocamento de uma falha bastante mais primitiva de um dos pais, ou dos
dois, que teriam “falhado” na satisfação das necessidades, dos desejos e das demandas
de quando os adultos infiéis eram ainda criancinhas, e que agora procuram (quase
sempre de forma ilusória) na figura do amante.

Outras vezes a infidelidade amorosa busca restaurar a eterna e ilusória busca


esperançosa de, finalmente, encontrar a “fada madrinha” ou o “príncipe encantado” tão
sonhados, desde criancinhas.

Também pode estar representando a forma de vingança, com propósitos agressivos, às


vezes, cruéis.

Em alguns casos, ainda que paradoxalmente, a infidelidade pode estar significando o


início de um movimento de “individualização”. Com outras palavras, um dos cônjuges
que se manteve, durante longos anos de sua vida, numa absoluta fidelidade, mais ditada
por uma submissão ao outro(a), decide se “livrar da escravidao”, desejoso de recuperar
a sua, passada, adolescência.

Uma relativamente frequente forma de cometer infidelidade são os vínculos amorosos


que se estabelecem através da internet.

O amor pela internet

Os usuários do” amor pela internet”, geralmente, são pessoas que se sentem
desamparadas, desejosas de um amor mais “romântico”; outros gostam de desafios e de
programas com aventuras diferentes; muitos desejam não mais usufruir algusn fugazes
momentos de gozo erótico, sem a menor intenção de permanecer num vínculo de
comprometimento; outros, ainda têm como objetivo maior apostar na possibilidade da
sorte e encontrar alguém que, igualmente deseja encontrar a pessoa certa que também
queira construir ou reconstruir um novo lar e uma nova família.

Na maioria das vezes o vínculo não avança por muito tempo, geralmente porque há uma
mútua decepção, quando as expectativas por demais idealizadas, aliadas a um
pensamento mágico, se desfazem. Num número menor de possibilidades merece ser
registrada a existência de personalidades psicopáticas que, através do amor pela
internet, objetivam algum tipo de vantagem fraudulenta.

O amor homossexual

A homossexualidade deve ser compreendida como sendo uma síndrome, ou seja,


diversas causas etiológicas podem manifestar-se através de uma manifestação
sintomática aparente.

A conceituação de conduta homossexual, ou mais simplesmente, a de


homossexualismo, alude aos apegos emocionais que implicam em atração sexual, ou de
relações sexuais declaradas entre indivíduos de um mesmo sexo.

O termo homossexualidade latente alude aos desejos homossexuais disfarçados ou


ocultos, não assumidos e nem concretizados.

A resiliência como uma forma de amor

A psicanálise define o termo risiliência com o significado de uma força interior do


sujeito, uma espécie de “garra” que contribui para que o indivíduo (ou grupo) não
desista diante de situações difíceis e até desesperadoras, mediante esse elã vital que,
muitas vezes, é proveniente de energias espirituais.

O indivíduo retira forças vitais dos traumáticos infortúnios que apareceram alheios à sua
vontade. Se observarmos atentamente, a recuperação da capacidade de amar, trabalhar,
ser útil à sociedade não vem de um mero acaso, mas sim, de uma capacidade de
resiliência, ou seja, de um amor à vida.

Tal situação é bastante frequente nos adolescentes, quando estão lutando em prol da
aquisição de um definido sentimento de identidade próprio e nem sempre os pais e
educadores estão sintonizados com seus propósitos sadios.

A bioquímica do amor

Inúmeros pesquisadores estão estudando e divulgando dados estatísticos acerca da


relação dos sentimentos amorosos com o surgimentoe o nível quantitativo de
determinadas substâncias bioquímicas, inerentes ao funcionamento biológico
neuroendócrino. E relataram aumento de testosterona nos momentos de sensilidade e
ardente desejo por sexo e de ocitocina e vasopresina nos estágios mais calmos, seguros
e duradouros do vínculo amoroso.

A sexualidade no velho

Em livros mais antigos que abordam esse assunto, aparecem afirmativas de que a
mulher idosa, caso tenha havido no passado uma forte influência religiosa na sua
própria família, quando mais velha, acha que, especialmente após o período de
menopausa, o seu “papel” de procriar terminou e que não tem mais obrigações com
deus e com seu marido. Entretanto, essa posição está modificando com o passar do
tempo, entre outros motivos é que com a menopausa a mulher não tem mais risco de
engravidar novamente, o que aumenta o desejo dela pela atividade sexual.

A experiência mostra que a maior incidência de transtorno sexual ocorre em idosos,


homens, quando vivem sós, ou institucuinalizados, ou são solteirões, viúvos,
divorciados, “don-juans” quando eram mais jovens e, por isso, estão deprimidos,
apáticos e sem desejos.

Para uma feliz e duradora atividade genital erótica, é importante a preservação do


sentimento de amor entre o casal, com a presença dos ingredientes do amor, como são a
recíproca admiração e a atração física.

As diferentes formas de amor nas famílias

Estudos estatísticos demonstram que os casamentos, em todo mundo, em números


relativos, não diminuíram em números quantitativos, não obstante a duração dos
matrimônios possa estar encolhendo.o que ninguém discute é que é o casamento que
favorece a construção das famílias, porém sempre se constituindo como o núcleo central
do desenvolvimento das personalidades dos filhos, futuros cidadãos adultos, que
construirão novas famílias e lares.

Perfil amoroso das famílias

Da mesma forma como se passa em qualquer indivíduo, também o grupo familiar


adquire uma determinada caracteriologia típica, a qual varia bastante de um familiar
para o outro. Podemos caracterizar alguns tipos de famílias:

1-Aglutinadas:predomina por parte dos pais, uma atitude tendente a uma simbiose
generalizada, que reforça uma forte e mútua dependência (afetiva, econômica, social, e
de reafirmação de identidade), de características exageradas.

2-Dispersadas: prevalece uma falta de coesão entre os membros da família, de modo


que impera a lei do “cada um por si e Deus por todos”.

3-Aquarteladas: são comandadas por um chefe (pode ser o pai ou a mãe) rígido,
autoritário, por vezes tirânico, que não escuta os subordinados, o “diálogo” fica na base
de cobranças, perguntas e respostas,e, acima de tudo, cobra o cumprimento de suas
ordens, sob a ameaça de severas penas.

4-Narcisistas:estão sempre dizendo que são os melhores em tudo; tomam a si mesmos


como modelo de família exemplar e não toleram outros objetos e condutas que não
sejam iguais aos seus.

5-Com algum tipo de psicopatologia: oberseva-se transgressão dos padrões vigentes:


sexuais, morais, sociais, éticos e estéticos.

6-Famílias com bases fóbicas (evitam tudo aquilo que lhes foi significado, e
representado, como sendo perigoso); ou obsessivas (com os traços característicos do que
nós conhecemos como sendo típicos de uma neurose obsessivo-compulsiva de algumas
pessoas); com estruturação paranoide (são desconfiados, querelantes, criadores de casos,
sempre na defensiva, logo, sempre contraatacando);depressivas; ansiosas.

7-Tipos mistos:o mais frequente é que coexistam numa mesma família os distintos
traços característicos de todas aquelas, com uma predominância maior de uma ou de
outra.

8-Normalmente integradas: predomina uma aceitação e preservação dos direitos e


deveres de cada um, dentro de uma necessária hierarquia familiar, existe o
“reconhecimento” dos limites, das diferenças, dos alcances e das limitações que
particularizam individualmente os distintos membros da família.

9-Normal:apesar dos desentendimentos e atitos, há o predomínio do sentimento do


amor.

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