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CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA

A Carta de Pero Vaz de Caminha é o principal relato da “descoberta do


Brasil” pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. A carta de Pero Vaz de
Caminha é considerada hoje o mais importante documento a respeito do
Descobrimento do Brasil. Seu título completo é Carta a el-Rei Manoel sobre o
achamento do Brasil.

Redigido em 1.º de maio de 1500, em Porto Seguro, Bahia, foi levado para Lisboa
sob os cuidados de Gaspar de Lemos.

Importante notar que a Carta de Caminha é considerada o primeiro documento


redigido no Brasil e, por esse motivo, é o marco literário do País. Ele faz parte da
primeira manifestação literária pertencente ao movimento do Quinhentismo.

Sobre sua composição, foi escrita em sete folhas, cada qual dividida em quatro
páginas.
Foi redigida para o rei, de modo a comunicar-lhe o descobrimento das novas terras
e apresentar-lhe o que aqui se encontrou, o estilo do autor é claro e marcado pela
objetividade, como convém a quem escreve um relatório.

Nesta Carta Caminha descreve as impressões sobre o território que viria a ser
chamado de Brasil, documenta a composição física à primeira vista do território.

Mas o texto acaba sendo mais do que isso, pois o escrivão não se comportou como
um simples burocrata. Sua linguagem nunca é seca ou mesquinha. Pelo contrario,
Caminha se dá o direito de ser bem-humorado, fazendo até trocadilhos e
brincadeiras ao comparar o corpo das índias com o das mulheres portuguesas.
Além disso, a grande riqueza de detalhes e as impressões do autor sobre aquilo que
via dão ao relato uma grande dimensão humana, Caminha acompanha não
somente as ações do índios e europeu, mas também as reações e atitudes que
cada grupo tem em relação ao outro, chegando a perceber as emoções que o
contato desperta em ambos.

FATOS CURIOSOS SOBRE A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA


● O escrivão oficial da esquadra de Cabral chamava-se Gonçalo Gil Barbosa. Mas a carta
mais detalhada foi a de Pero Vaz de Caminha, que tinha 27 folhas e foi assinada na
sexta-feira 1º de maio de 1500.
● Caminha estava viajando para trabalhar como contador da feitoria de Calicute. Resolveu
escrever uma carta para agradar ao rei Manuel I. É que seu genro, Jorge Osouro, havia
sido condenado ao degredo na ilha de São Tomé por ter roubado uma igreja e por ter
ferido o padre quatro anos antes. Caminha pedia o perdão para o genro – e foi atendido
em 1501, quando o rei soube que o cronista havia sido morto pelos árabes no ataque à
feitoria da Índia.
● A carta foi passada à Secretaria de Estado como documento secreto, para se evitar que
chegasse aos espanhóis a notícia do descobrimento.
● A carta de Pero Vaz foi redescoberta apenas em 1773 por José Seabra da Silva,
guarda-mor dos arquivos da Torre do Tombo, em Portugal. Mesmo assim, ela demorou a
ser publicada. Isso aconteceu em 1817, no livro Corografia Brasílica, do padre Aires do
Casal.
● O documento ganhou importância no país em 1822, em razão da Independência.
Tratava-se do manuscrito do primeiro registro da história do Brasil.
● A carta esteve no Brasil na comemoração dos 500 anos do descobrimento.

Para conhecer na íntegra leia A Carta .

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