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INTRODUÇÃO
Com as informações acima, pode-se estimar a incidência média anual de raios, Nd:
Nd = Ae x Ng x 10-6 / ano (1)
onde:
Ae = área de atração da estrutura,
calculada conforme a Figura 1,
em m2, sendo:
Ae = (l · w) + (2l · h) + 2h · w) + π· h2,
onde h = altura da estrutura
Ng = 0,04 x (Td)1,25 (raios/km2/ano)
Td = valor obtido no mapa
isoceráunico em número de
dias de trovoadas por ano,
conforme a NBR 5419. Para
Belo Horizonte, pode-se
Fig. 1 - Zona de Cobertura
assumir Td = 60
Pode-se avaliar agora a frequência admissível de danos, Ndc, permitindo estimar o risco
geral e a necessidade de instalação de um SPDA:
Ndc = Nd · A · B · C · D · E (2)
onde:
Nd, A, B C D e E são os fatores determinados através das tabelas 1 até 5.
Em função dos resultados obtidos para Ndc, teremos:
O SISTEMA SPDA
Tipos de Captores
Os sistemas externos podem usar um dos seguintes captores, ou combinação deles:
- Captor Franklin
- Captor Franklin com Método Eletrogeométrico
- Gaiola de Faraday
Captor tipo Franklin
É o método clássico de proteção, usado desde o século 19. Atualmente é considerado
como sendo um caso particular do método eletrogeométrico. O ângulo de proteção ou
de abrangência do pára-raios depende da altura do mesmo, sendo o volume de proteção
definido por um cone de ângulo α e raio r. Consultar a Tabela 7 e a Figura 2.
Tabela 7 - Método Franklin - Altura do Captor e Ângulo de Proteção
Altura da Construção em Metros
Nível de R(m)
20 30 40 60 (ver obs.)
Proteção h(m)
Ângulo de Proteção α (em graus)
I 20 25 Não é permitido usar o método de Franklin
II 30 35 25 Idem
III 45 45 35 25 Idem
IV 60 55 45 35 25
Obs.: Para estruturas acima de 60 metros, aplica-se o método de gaiola de Faraday. A altura h é considerada com relação ao solo.
Quando não é viável adotar um captor montado em torre ou mastro que assegure o
volume de proteção desejado, o método de gaiola de Faraday pode ser adotado. O
método consiste em instalar, na cobertura da estrutura, pequenos captores verticais
interligados por uma malha fechada de condutores de cobre (preferencial) ou de
alumínio (com maior bitola), ligados na terra através de pontos de descida e sistema de
aterramento adequado.
Um SPDA em gaiola oferece a vantagem de apresentar menores níveis de intensidade
de campo eletromagnético no interior do volume protegido, o que reduz os efeitos
indiretos de uma descarga causados por indução. Contudo, seu maior custo de
instalação o torna mais adequado para ambientes de grande circulação de pessoas, de
maior responsabilidade ou de alto grau de risco. A figura 5 ilustra o método.
O Condutor de Descida
É a parte do SPDA responsável pela condução da corrente elétrica originada durante
uma descarga atmosférica, recebida no captor, até ao sistema de aterramento. O trajeto
deve ser o mais simples e direto possível. A Tabela 10 especifica as espessuras mínimas
dos componentes do SPDA, incluindo o condutor de descida.
Tabela 10 - Seções Mínimas dos Materiais do SPDA (em mm2)
Captor e Anéis Condutor de Condutor de Eletrodo de
Material
Intermediários Descida (<20m) Descida (>20m) Aterramento
Cobre 35 16 35 50
Alumínio 70 25 70 -----
Aço
50 50 50 80
Galvanizado
O Sistema de Aterramento
Um aterramento eficiente pode ser construído com um eletrodo de cobre com bitola de
no mínimo 50mm2, fechado em anel em torno da edificação, afastado 1m e enterrado de
forma horizontal a 50cm de profundidade.
Resistência de Aterramento
R = ρ / L (Ω)
onde
ρ = resistividade do solo, em Ω · m
L = comprimento da haste, em
metros
Fig. 6 - Haste Única
Rn = k x Rinicial (Ω)
onde k é obtido na tabela abaixo.
Fig. 7 - Múltiplas hastes
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9
k 1 0,56 0,40 0,32 0,26 0,23 0,20 0,18 0,16
Obs.: Tabela conforme J. Niskier, A. J. Macintyre, Instalações Elétricas, 5ª edição, LTC.
ρ π ρ
R= + (Ω)
4 A L
onde
A = área total de abrangência da
malha, em m2
L = extensão total de cabo enterrado,
Fig. 8 - Malha de Aterramento
em metros
Chapas Metálicas
R = 0,8 ρ / P (Ω)
onde
P = perímetro da placa, em metros. Fig. 9 - Chapa de Aterramento
Aterramento em Cruz
ρ 4L
R= 1 + ln (Ω)
4πL a
onde
L= braços de comprimento L,
em metros
a = raio do condutor, em metros
Especificações básicas
1) Necessidade do SPDA:
Ndc = Nd x A x B x C x D x E
A, B, C, D e E são os fatores obtidos nas tabelas 1 até 5.
onde A, B, C, D e E são os fatores obtidos nas tabelas 1 até 5.
Conforme a equação (1):
Nd = Ae x Ng x 10-6
onde:
Ae = (l · w) + (2l · h) + (2h · w) + π· h2
= (12 x 15) + 2 x 12 x 44) + (2 x 44 x 15) + (3,1416 x 442) = 8.638m2
Ng = 0,04 x (Td)1,25 = 0,04 x 601,25 = 6,64 raios atingem a terra/km2/ano
Logo:
Nd = 8.638 x 6,64 x 10-6 = 57,36 x 10-3
Ndc = 57,36 x 1,2 x 0,4 x 0,3 x 0,4 x 1 x 10-3 ≈ 3,3 x 10-3
O valor Ndc > 10-3 indica a necessidade de instalação de um SPDA.
2) O tipo de edificação requer Nível de Proteção III, conforme a Tabela 6. Como a
altura da edificação é de 44m, usaremos um captor tipo Franklin e três malhas de
equipotencialização, uma no nível das fundações, outra localizada a 20 metros de
altura e uma terceira no topo do edifício.
3) Para proteger antenas, usaremos um captor Franklin sobre a caixa-d´água. Para
proteger a cobertura, usaremos uma gaiola de Faraday com a malha possuindo 20
quadrados de 3 x 3m em anel, sendo os condutores de descida do captor ligados na
malha e, através dela, nas ferragens do concreto armado.
4) As ferragens do concreto armado serão usadas como condutores naturais de descida,
sendo fechadas em anel no solo, na altura de 20m e no topo do edifício para
servirem com anel de equipotencialização. O espaçamento entre os condutores
naturais de descida estarão separados por menos do que 20m, atendendo ao
recomendado na Tabela 10.
5) O perímetro da edificação é P = (12 +15) x 2 = 60m. O número de condutores de
descida deverá ser de Nc = P / 20 = 60/20 = 3. Usaremos as quatro ferragens das
colunas das extremidades do prédio como condutores naturais de descida.
6) O limites da zona de proteção proporcionada pelo captor Franklin podem ser
estimados da seguinte forma:
- Para que o projeto se mantenha em conformidade com os requisitos da Tabela 7,
o mastro do pára-raio deveria ter no máximo 2m de comprimento para que
tenhamos, no limite, h = 46m. Um mastro de 2m é suficiente para antenas
parabólicas de TV via satélite, mas pode não ser suficiente para antenas tipo yagi
ou pé-de-galinha para TV aberta, por exemplo.
- Se usarmos um mastro de 3m para o captor, então a altura do captor ao solo será
de h = 40m + 4m + 3m = 47m.
- A distância do captor à borda da estrutura é de (2m + 4m) = 6m