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PROVIMENTO N.

/2021 - MINUTA

Dispõe sobre a publicidade e a informação da


advocacia.

O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, no uso das


atribuições que lhe são conferidas pelo art. 54, V, da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994,
considerando as normas sobre publicidade e informação da advocacia, esparsas no
Código de Ética e Disciplina, no Provimento n. 94, de 2000, em resoluções e em assentos
dos Tribunais de Ética e Disciplina dos diversos Conselhos Seccionais; considerando a
necessidade de ordená-las de forma sistemática e de especificar adequadamente sua
compreensão, RESOLVE:

Art. 1º É permitido o marketing jurídico, desde que exercido de forma compatível com
os preceitos éticos e respeitadas as limitações impostas pelo Estatuto da Advocacia,
Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina e por este Provimento. APROVADO.
§ 1º As informações veiculadas deverão ser objetivas e verdadeiras e são de exclusiva
responsabilidade das pessoas físicas identificadas e, quando envolver pessoa jurídica, dos
sócios administradores da sociedade de advocacia que responderão pelos excessos
perante a Ordem dos Advogados do Brasil, sem excluir a participação de outros inscritos
que para ela tenham concorrido. APROVADO.
§ 2º Sempre que solicitado pelos órgãos competentes para a fiscalização da Ordem dos
Advogados do Brasil, as pessoas indicadas no parágrafo anterior deverão comprovar a
veracidade das informações veiculadas, sob pena de incidir na infração disciplinar
prevista no art. 34, inciso XVI, do Estatuto da Advocacia, entre outras eventualmente
apuradas. APROVADO.

Art. 2º Para fins deste provimento devem ser observados os seguintes conceitos:
APROVADO.
I - Marketing jurídico: Especialização do marketing destinada aos profissionais da área
jurídica, consistente na utilização de estratégias planejadas para alcançar objetivos do
exercício da advocacia; APROVADO.
II - Marketing de conteúdos jurídicos: estratégia de marketing que se utiliza da criação e
divulgação de conteúdos jurídicos, disponibilizados por meio de ferramentas de
comunicação, voltada para informar o público e para a consolidação profissional do
advogado ou escritório de advocacia; APROVADO.
III - Publicidade: meio pelo qual se tornam públicas as informações a respeito de pessoas,
ideias, serviços ou produtos, utilizando os meios de comunicação disponíveis, desde que
não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia; APROVADO.
IV - Publicidade profissional: meio utilizado para tornar pública as informações atinentes
ao exercício profissional, bem como os dados do perfil da pessoa física ou jurídica inscrita
na Ordem dos Advogados do Brasil, utilizando os meios de comunicação disponíveis,
desde que não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia; APROVADO.
V - Publicidade de conteúdos jurídicos: divulgação destinada a levar ao conhecimento do
público conteúdos jurídicos; APROVADO.
VI - Publicidade ativa: divulgação capaz de atingir número indeterminado de pessoas,
mesmo que elas não tenham buscado informações acerca do anunciante ou dos temas
anunciados; APROVADO.
VII - Publicidade passiva: divulgação capaz de atingir somente público certo que tenha
buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem como por
aqueles que concordem previamente com o recebimento do anúncio; APROVADO.
VIII - Captação de clientela: para fins deste provimento, é a utilização de mecanismos de
marketing que, de forma ativa, independentemente do resultado obtido, se destinam a
angariar clientes pela indução à contratação dos serviços ou estímulo do litígio, e sem
prejuízo do estabelecido no Código de Ética e Disciplina e regramentos próprio;
APROVADO.

Art. 3º A publicidade profissional deve ter caráter meramente informativo e primar pela
discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização
da profissão, sendo vedadas as seguintes condutas: APROVADO.
I - referência, direta ou indireta, a valores de honorários, forma de pagamento, gratuidade
ou descontos e reduções de preços como forma de captação de clientes; APROVADO.
II - divulgação de informações que possam induzir a erro ou causar dano a clientes, a
outros advogados ou à sociedade; APROVADO.
III - anúncio de especialidades para as quais não possua título certificado ou notória
especialização, nos termos do parágrafo único do art. 3º-A do Estatuto da Advocacia;
APROVADO.
IV - utilização de orações ou expressões persuasivas de autoengrandecimento ou de
comparação; APROVADO.
V - distribuição de brindes, cartões de visita, material impresso e digital, apresentações
dos serviços ou afins de maneira indiscriminada em locais públicos presenciais ou
virtuais, salvo em eventos de interesse jurídico. APROVADO.
§ 1º Entende-se por publicidade profissional sóbria, discreta e informativa a divulgação
que, sem ostentação, torna público o perfil profissional e as informações atinentes ao
exercício profissional, conforme estabelecido pelo § 1º, do art. 44, do Código de Ética e
Disciplina, sem incitar diretamente ao litígio judicial, administrativo ou à contratação de
serviços, sendo vedada a promoção pessoal. APROVADO.
§ 2º Os consultores e as sociedades de consultores em direito estrangeiro devidamente
autorizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, nos termos do Provimento n. 91/2000,
somente poderão realizar o marketing jurídico com relação às suas atividades de
consultoria em direito estrangeiro correspondente ao país ou Estado de origem do
profissional interessado. Para esse fim, nas peças de caráter publicitário a sociedade
acrescentará obrigatoriamente ao nome ou razão social que internacionalmente adote, a
expressão ‘Consultores em direito estrangeiro’ (art. 4º do Provimento 91/2000).
APROVADO.

Art. 4º No marketing de conteúdos jurídicos poderá ser utilizada a publicidade ativa ou


passiva, desde que não esteja incutida a mercantilização, captação de clientela ou
emprego excessivo de recursos financeiros, sendo admitida a utilização de anúncios,
pagos ou não, nos meios de comunicação, exceto nos meios vedados pelo art. 40 do
Código de Ética e Disciplina e desde que respeitados os limites impostos pelo inciso V
do mesmo artigo e pelo anexo deste provimento. APROVADO.
§ 1º Admite-se, na publicidade de conteúdos jurídicos, a identificação profissional com
qualificação e títulos, desde que verdadeiros e comprováveis quando solicitado pela
Ordem dos Advogados do Brasil, bem como com a indicação da sociedade da qual faz
parte. APROVADO.
§ 2º Na divulgação de imagem, vídeo ou áudio contendo atuação profissional, inclusive
em audiências e sustentações orais, em processos judiciais ou administrativos, não
alcançados por segredo de justiça, será respeitado o sigilo e a dignidade profissional e
vedada a referência ou menção a decisões judiciais e resultados de qualquer natureza
obtidos em procedimentos que patrocina ou participa de alguma forma, ressalvada a
hipótese de manifestação espontânea em caso coberto pela mídia. APROVADO.
§ 3º Para os fins do previsto no inciso V do art. 40 do Código de Ética e Disciplina,
equiparam-se ao e-mail, todos os dados de contato e meios de comunicação do escritório
ou advogado, inclusive os endereços dos sites, das redes sociais e os aplicativos de
mensagens instantâneas, podendo também constar o logotipo, desde que de forma
informativa e respeitados os critérios de sobriedade e discrição. APROVADO.
§ 4º Quando se tratar de venda de bens e eventos (livros, cursos, seminários ou
congressos), cujo público-alvo sejam advogados, estagiários ou estudantes de direito,
poderá ser utilizada a publicidade ativa, observadas as limitações do caput deste artigo.
APROVADO
§ 5º É vedada a publicidade a que se refere o caput mediante uso de meios ou ferramentas
que influam de forma fraudulenta no seu impulsionamento ou alcance. APROVADO

Art. 5º A publicidade profissional permite a utilização de anúncios, pagos ou não, nos


meios de comunicação não vedados pelo Art. 40 do Código de Ética e Disciplina.
APROVADO
§ 1º É vedado o pagamento, patrocínio ou efetivação de qualquer outra despesa para
viabilizar aparição em rankings, prêmios ou qualquer tipo de recebimento de honrarias
em eventos ou publicações, em qualquer mídia, que vise destacar ou eleger profissionais
como detentores de destaque. APROVADO
§ 2º É permitida a utilização de logomarca e imagens, inclusive fotos dos advogados e do
escritório, assim como de uma identidade visual nos meios de comunicação profissional,
sendo vedada a utilização de logomarca e símbolos oficiais da Ordem dos Advogados do
Brasil. APROVADO
§ 3º É permitida a participação do advogado ou advogada em vídeos ao vivo ou gravados,
na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e palestras virtuais, desde que
observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED, sendo vedada a utilização de casos
concretos ou apresentação de resultados. APROVADO

Art. 6º Fica vedada, na publicidade ativa, qualquer informação relativa às dimensões,


qualidades ou estrutura física do escritório, assim como a menção à promessa de
resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional.
APROVADO
Parágrafo único. Fica vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao
exercício ou não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de
consumo, bem como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos
concretos para oferta de atuação profissional. APROVADO

Art. 7º Considerando que é indispensável a preservação do prestígio da advocacia, as


normas estabelecidas neste provimento também se aplicam à divulgação de conteúdos
que, apesar de não se relacionarem com o exercício da advocacia, possam atingir a
reputação da classe à qual o profissional pertence. APROVADO

Art. 8º Não é permitido vincular os serviços advocatícios com outras atividades ou


divulgação conjunta de tais atividades, salvo a de magistério, ainda que complementares
ou afins. APROVADO
Parágrafo único. Não caracteriza infração ético-disciplinar o exercício da advocacia em
locais compartilhados (coworking), sendo vedada a divulgação da atividade de advocacia
em conjunto com qualquer outra atividade ou empresa que compartilhem o mesmo
espaço, ressalvada a possibilidade de afixação de placa indicativa no espaço físico em
que se desenvolve a advocacia e veiculação da informação de que a atividade profissional
é desenvolvida em local de coworking. APROVADO

Art. 9º. Fica criado o Comitê Regulador do Marketing Jurídico, de caráter consultivo,
vinculado à Diretoria do Conselho Federal, que nomeará seus membros, com mandato
concomitante com a gestão, e será composto por: APROVADO
I – cinco Conselheiros Federais, um de cada região do País, indicados pela Diretoria do
CFOAB; APROVADO
II - um representante do Colégio de Presidentes de Seccionais. APROVADO
III - um representante indicado pelo Colégio de Presidentes dos Tribunais de Ética e
Disciplina; APROVADO
IV - um representante indicado pela Coordenação Nacional de Fiscalização da Atividade
Profissional da Advocacia; e APROVADO
V - um representante indicado pelo Colégio de Presidentes das Comissões da Jovem
Advocacia. APROVADO
§ 1º O Comitê Regulador do Marketing Jurídico se reunirá periodicamente para
acompanhar a evolução dos critérios específicos sobre marketing, publicidade e
informação na advocacia constantes do Anexo deste provimento, podendo propor ao
Conselho Federal a alteração, supressão ou inclusão de novos critérios e proposta de
alteração do provimento. APROVADO
§ 2º Com a finalidade de pacificar e unificar a interpretação dos temas pertinentes perante
os Tribunais de Ética e Disciplina e Comissões de Fiscalização das Seccionais, o comitê
poderá propor ao Órgão Especial, com base nas disposições do Código de Ética e
Disciplina e pelas demais disposições previstas neste provimento, sugestões de
interpretação dos dispositivos sobre publicidade e informação. APROVADO
Art. 10. As Seccionais poderão conceder poderes coercitivos à respectiva Comissão de
Fiscalização, permitindo a expedição de notificações com a finalidade de dar efetividade
às disposições deste provimento. APROVADO

Art. 11 Faz parte integrante do presente provimento o Anexo, que estabelece os critérios
específicos sobre a publicidade e informação da advocacia. APROVADO

Art. 12. Fica revogado o Provimento n. 94, de 05 de setembro de 2000, bem como as
demais disposições em contrário. APROVADO
Parágrafo único. Este provimento não se aplica às eleições do sistema OAB, que possui
regras próprias quanto à campanha e publicidade. APROVADO

Art. 13. Este Provimento entra em vigor no prazo de 30 dias a contar da data de sua
publicação no Diário Eletrônico da OAB. APROVADO

Brasília, 15 de julho de 2021.


ANEXO ÚNICO - APROVADO

Anuários Somente é possível a participação em publicações que


indiquem, de forma clara e precisa, qual a metodologia e os
critérios de pesquisa ou de análise que justifiquem a inclusão
de determinado escritório de advocacia ou advogado(a) na
publicação, ou ainda que indiquem que se trata de mera
compilação de escritórios ou advogados. É vedado o
pagamento, patrocínio ou efetivação de qualquer outra
despesa para viabilizar anúncios ou aparição em publicações
como contrapartida de premiação ou ranqueamento.
Aplicativos para responder Não é admitida a utilização de aplicativos de forma
consultas jurídicas indiscriminada para responder automaticamente consultas
jurídicas a não clientes por suprimir a imagem, o poder
decisório e as responsabilidades do profissional,
representando mercantilização dos serviços jurídicos.
Aquisição de palavra-chave Permitida a utilização de ferramentas de aquisição de palavra-
a exemplo do Google Ads chave quando responsivo a uma busca iniciada pelo potencial
cliente e desde que as palavras selecionadas estejam em
consonância com ditames éticos. Proibido o uso de anúncios
ostensivos em plataformas de vídeo.
Cartão de visitas Deve conter nome ou nome social do advogado(a) e o número
da inscrição na OAB e o nome da sociedade, se integrante de
sociedade. Pode conter número de telefone, endereço
físico/eletrônico, QR Code que permita acesso aos dados/site.
Pode ser físico e eletrônico.
Chatbot Permitida a utilização para o fim de facilitar a comunicação
ou melhorar a prestação de serviços jurídicos, não podendo
afastar a pessoalidade da prestação do serviço jurídico, nem
suprimir a imagem, o poder decisório e as responsabilidades
do profissional. É possível, por exemplo, a utilização no site
para responder as primeiras dúvidas de um potencial cliente
ou para encaminhar as primeiras informações sobre a atuação
do escritório. Ou ainda, como uma solução para coletar dados,
informações ou documentos.
Correspondências e O envio de cartas e comunicações a uma coletividade ("mala
comunicados (mala direta); direta") é expressamente vedado. Somente é possível o envio
de cartas e comunicações se destinadas a clientes e pessoas de
relacionamento pessoal ou que os solicitem ou os autorizem
previamente, desde não tenham caráter mercantilista, que não
representem captação de clientes e que não impliquem
oferecimento de serviços.
Criação de conteúdo, Deve ser orientada pelo caráter técnico informativo, sem
palestras, artigos; divulgação de resultados concretos obtidos, clientes, valores
ou gratuidade.
Ferramentas Tecnológicas Podem ser utilizadas com a finalidade de auxiliar os
advogados a serem mais eficientes em suas atividades
profissionais, sem suprimir a imagem, o poder decisório e as
responsabilidades do profissional.
Grupos de “whatsapp”, Permitida a divulgação por meio de grupos de “whatsapp”,
desde que se trate de grupo de pessoas determinadas, das
relações do advogado ou do escritório de advocacia e seu
conteúdo respeite as normas do Código de Ética e Disciplina
e do presente provimento.
Lives nas redes sociais e É permitida a realização de lives nas redes sociais e vídeos no
youtube youtube, desde que seu conteúdo respeite as normas do
Código de Ética e Disciplina e do presente provimento.
Patrocínio e Permitido, desde que não se trate de publicidade contendo
impulsionamento nas redes oferta de serviços jurídicos.
sociais
Petições, papéis, pastas e Pode conter nome e nome social do(a) advogado(a) e da
materiais de escritório sociedade, endereço físico/eletrônico, número de telefone e
logotipo.
Placa de identificação do Pode ser afixada no escritório ou na residência do advogado,
escritório não sendo permitido que seja luminosa tal e qual a que se
costuma ver em farmácias e lojas de conveniência. Suas
dimensões não são preestabelecidas, bastando que haja
proporcionalidade em relação às dimensões da fachada do
escritório ou residência, sempre respeitando os critérios de
discrição e moderação.
Redes Sociais É permitida a presença nas redes sociais, desde que seu
conteúdo respeite as normas do Código de Ética e Disciplina
e do presente provimento.

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