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UNIVERSIDADE
Concurso de Ensaios 2012
Publicação
Malvinas na Universidade. Concurso de Ensaios 2012
Equipe editorial
Florencia Jakubowicz
Júri do concurso
Carlos Cansanello
Carlos Giordano
María Pía López
Enrique Manson
Design gráfico
Diego Puga
Anônimo
Malvinas na universidade: concurso de ensaios 2012 / Anônimo ;
compilado por Anônimo. - 1ª Ed. – Buenos Aires: Ministério da
Educação da Nação. Subsecretaria de Gestão e Coordenação de
Políticas Universitárias, 2013.
266 p. ; 21x14 cm.
ISBN 978-950-00-0980-5
Para este Ministério, a questão das Malvinas não é nova, mas, pelo
contrário, faz parte das políticas educacionais desde 2003. A Lei
Nacional da Educação (Lei n° 26.206) contém uma disposição
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Embora, como dizíamos, esta questão não seja nova para o Ministério,
este livro traz algumas novidades. Por um lado, ele revela o ânimo
crescente das universidades de participar das grandes discussões
nacionais, contribuindo, a partir do mundo dos estudos superiores, com
perspectivas e visões que sempre nos surpreendem por sua vitalidade.
E por outro, ele coloca em evidência que uma política de Estado
sustentada com coerência habilita os jovens a tratarem sobre o assunto
com novas perguntas, novos ânimos. E, sobretudo, faculta-os a
retomar a imaginação política.
Estes trabalhos nos revelam uma juventude que escreve e pensa que,
no contexto da democracia, é possível recordar aqueles que tombaram
na guerra e as vidas que logo se perderam por sua causa. Além disso,
eles nos mostram formas inovadoras e produtivas de trabalhar a
memória local, lutar pelos recursos naturais e recuperar a soberania por
meios diplomáticos, sendo este o caminho escolhido pela Nação
Argentina com eloquente firmeza.
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Prefácio
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memória.
Menções honrosas:
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Carlos Cansanello
Reitor da Universidade Nacional de Luján
Carlos Giordano
Professor da Universidade Nacional de La Plata e ex-combatente
Enrique Manson
Professor da Universidade Popular das Mães da Praça de Maio
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MALVINAS E A LIVRE
DETERMINAÇÃO
DOS POVOS
Luciano Oscar Fino e Luciano Pezzano
Luciano Oscar Fino e Luciano Pezzano
I. Introdução
1 Luciano Pezzano é advogado (Universidade de Ciências Empresariais e Sociais, UCES San Francisco,
2007) e mestrando em Relações Internacionais (Centro de Estudos Avançados, UNC). Professor
adjunto por concurso da cátedra de Direitos Humanos sob a Perspectiva Internacional (UCES San
Francisco). Chefe de trabalhos práticos da cátedra de Direito Internacional Público e da Integração
(UCES San Francisco). Publicou diversos artigos de sua especialidade. Luciano Fino é advogado
(Universidade Nacional de Córdoba, Faculdade de Direito e Ciências Sociais, Córdoba, 2011).
Atualmente, cursa especialização em Direito de Danos (Facudade de Ciências Jurídicas e Sociais,
Universidade Nacional do Litoral).
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Luciano Oscar Fino e Luciano Pezzano
O Reino Unido não tem dúvidas com relação a sua soberania sobre as
Ilhas. O princípio da livre determinação, consagrado na Carta das
Nações Unidas, subjaz à nossa posição. Não pode haver negociação
sobre a soberania das ilhas, a menos e até que seus habitantes o
desejem. Os habitantes deixam claro, regularmente, que desejam
permanecer britânicos. No dia 12 de junho de 2012, o governo das
Ilhas Falkland [sic] anunciou sua intenção de convocar um referendo
1
sobre o status político das Ilhas Falkland [sic] .
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Este parágrafo é muito importante, pois nele a Corte faz uma sutil,
porém incisiva referência à titularidade do direito à livre determinação e
ao conceito de “povo”. Segundo o nosso entendimento, a Corte está
reafirmando que só os “povos” têm direito à livre determinação. Em
outras palavras, para ser titular do direito à livre determinação, é
condição necessária ser “povo”, e nem toda população de um território
o é. Além disso, segundo Kohen, conclui-se da opinião consultiva que,
“em matéria de descolonização, é a Assembleia Geral quem tem a
competência para reconhecer, nos habitantes de um território, a
qualidade ou não de povo”. 11
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Por sua vez, embora em outro contexto, o Reino Unido alega:
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VI. Conclusão
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Notas
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Bibliografia
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2º Prêmio
AS MALVINAS E A PROVÍNCIA
DE SANTA CRUZ: UMA
RELAÇÃO HISTÓRICA
CORTADA POR UMA GUERRA
María de los Milagros Pierini e Pablo Gustavo Beecher
María de los Milagros Pierini e Pablo Gustavo Beecher
Introdução
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que, nos últimos anos do século XIX, foi investido na pecuária ovina,
estendendo-se também pelo território santa-cruzense.
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Donald Munro chegou à área de San Julián em 1889, junto com seus
sócios Juan M. Ray e Roberto Giles. Os três sócios, que levaram ovelhas
para o local, instalaram-se em Cañadón Paraguay. Ray e Giles foram
embora pouco depois, Munro permaneceu como primeiro povoador do
lugar. Posteriormente, Munro se associou com Mc Caskill, trazendo
mais ovelhas das Malvinas.8
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Os ovinos
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A arquitetura
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Por esse motivo, apesar do apoio oferecido por numerosos países nos
foros internacionais e da ação dos combatentes, no dia 14 de junho a
Argentina teve de se render à Grã Bretanha. Os analistas políticos
concordam que este fato – que Galtieri atribuiu à superioridade
material da Grã Bretanha e ao apoio logístico dos Estados Unidos –
significou o início do fim da ditadura militar.32
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Relembra E. G.:
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Algumas conclusões
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Notas
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Bibliografia
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3º Prêmio
José Hernández
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Quanto ao teatro, analiso as peças Las islas (versão feita pelo diretor
Alejandro Tantanián da novela homônima de Carlos Gamerro), Queen
Malvinas e Las islas de la memoria para estudar como este problema é
pensado em expressões menos massivas do que a televisão e a gráfica.
Para saber más sobre o processo de produção e de busca do sentido
particular de cada expressão, realizei algumas entrevistas pessoais:
Sebastián Mignona (diretor de El perro en la calle, produtora
independente da série Zamba, do canal Paka Paka), Álvaro Liuzzi
(realizador do web-documentário Malvinas 30), Alejandro Tantanián,
Raúl Cardoso e Lucía Adúriz (diretor e atriz de Malvinas, islas de la
memoria), Agustín María Palmeiro, Federico Saslavsky e Federico De
Gyldenfeldt (dramaturgo e atores de Queen Malvinas).
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Não era uma notícia no jornal, não era um número anônimo e distante,
era o “Gaby”, aquele que tinha me colocado como titular num jogo
contra o Dock Sud (Pablo Ramos, 2012).
Como explica Andreas Huysseen (2002), a ficção pode ser uma forma
efetiva de elaboração da memória quando se trata de construir uma
narração que contribua para o conhecimento e a superação do
passado. Quando o crítico cultural analisa a série televisiva
estadunidense Holocausto, transmitida pela NBC em 1978, lançada na
Alemanha no ano seguinte, Huysseen se pregunta por que este
programa foi capaz de despertar uma “superação do passado”
(Vergangenheitsbewältigung) que outras formas artísticas não
conseguiram.
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O tom emocional dos protagonistas quando falam das ilhas não oculta o
verdadeiro sentido que estas têm para eles: além de terem sido seu lar,
o lugar onde nasceu a pequena Malvinita e onde brincaram as crianças
na infância, as Malvinas são um recurso estratégico. Em várias
conversas particulares e políticas dos personagens, menciona-se a
“pátria”, a necessidade de “defender” a Nação, o amor pela terra
própria, a proteção dos recursos naturais, a passagem estratégica para
a Antártida e os oceanos Pacífico e Atlântico, entre outros valores
atribuídos às ilhas. As Malvinas são descritas como solo argentino,
território próprio, como parte da identidade do país que foi saqueada.
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Nunca tinha andado de avião, nunca tinha tido uma arma em minhas
mãos, de repente me vejo no frio de Chubut. A instrução durou quinze
dias e eu estive na logística, lembra (Rubén).6
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Este ano, a releitura das cartas foi um exercício terapêutico. Twittear foi
para mim, uma espécie de jogo de papéis com esse eu de 18 anos,
tentando me colocar naquele lugar como se eu não soubesse o final e
ser fiel ao que lia, bem como ao que a leitura das cartas provocava em
minha memória. Limitação óbvia é que meu uso das redes não é o de
alguém de 18 anos. Quando fiquei sabendo sobre o Malvinas 30,
divulguei-o para outros ex-combatentes, mas dá para perceber que o
chamado ecoou em mim, mas não em outros, queria tê-los encontrado
11
na interação (Gabriel Beber).
Para Beber, sua memória teria que ser social e geral para poder discutir
com seus pares as implicações e os sentidos de sua trajetória. Os
microrrelatos, que parecem sinais da pós-modernidade e do
desmoronamento dos grandes princípios explicativos que ordenavam o
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Neste capítulo, que faz parte de uma série de episódios em que uma
criança revive fatos históricos do país para aprender com eles, Zamba
viaja no tempo e chega até as Ilhas Malvinas em 1982. Nesta jornada,
ele conhece Sapucai, um soldado argentino, jovem, nortista, valente,
patriótico. Lá, presencia a batalha de Monte Longdon, uma das mais
sangrentas da guerra, e observa uma quantidade de soldados
argentinos que passavam fome, frio e estavam mal equipados virarem
cruzes (que simbolizam a morte material). Zamba também se encontra
com um soldado inglês, que tem armas melhores, é agressivo e
dominante.
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Esta edição foi a única que lidou com um fato histórico recente (o resto
trata de acontecimentos do século XIX). Qual é o objetivo desta
produção? Segundo o realizador, é “aproximar as crianças dos assuntos
delicados: o da ditadura militar e da Guerra das Malvinas, um conflito
muito traumático para a história argentina”. Para conseguir isto,
tiveram que transformar uma interpretação da história recente em
fragmento de ficção. “Foi complicado porque até mesmo para o Estado
é difícil organizar este relato. Tivemos que sintetizá-lo e realizar uma
análise suficiente para satisfazer as demandas do público infantil, que
está muito treinado na aquisição de competências audiovisuais”.
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Além disso, 89% dos argentinos disse concordar com a postura de que
o governo argentino e o britânico sentem para dialogar sobre a
soberania. Sobre a guerra, 77 % da população argentina pensa que foi
uma decisão do governo militar para esconder seus problemas políticos
e 60% declara que não apoiaria um novo conflito armado para
recuperar as ilhas. Embora somente 33% acredite que a resolução do
conflito será favorável à soberania argentina, 66% espera que assim
seja.
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sobre o assunto são difusas, pouco claras, e ainda não têm elementos
para formar um juízo de valor próprio.
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com a lembrança de um dano passado que nos diz hoje o que não
somos, o que não pudemos ser. Destroem o sonho da “Argentina
potência”, machucam a autoestima nacional, oferecem-nos um
panorama do que deixamos que nos fizessem. As Malvinas, no fundo,
são uma ferida aberta. As Malvinas somos nós, atravessados por uma
história que ainda tem consequências no presente.
Notas
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Fontes
Entrevistas pessoais
Literatura
Borges, Jorge Luis, “Juan López y John Ward”, em Los conjurados, Madri, Alianza,
1985. Endereço URL: http://www.poesi.as/jlb1340.htm
Fogwill, Rodolfo, Los pichiciegos, Buenos Aires, Editora El Ateneo, 2012.
Hernández, José, “Relación de un viaje a las Islas Malvinas”, jornal Río de la Plata, n°
86, Buenos Aires, 19 de novembro de 1869. Endereço URL:
http://www.elhistoriador.com.ar/articulos/dictadura/jose_hernandez_y_la_soberania_s
obre_malvinas.php
Plager, Silvia e Elsa Fraga Vidal, “Malvinas, la ilusión y la pérdida. Luis Vernet y María
Sáez, una historia de amor”, Buenos Aires, Sudamericana, 2012. Antología. Las otras
islas, Buenos Aires, Alfaguara, série vermelha, 2012.
Teatro
Webjornalismo
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Audiovisual
La asombrosa excursión de Zamba en las islas Malvinas (El perro en la calle, para o
canal Paka Paka).
Bibliografia
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Malvinas na UNIVERSIDADE Menção especial
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MALVINAS: “DOCE DE LEITE ESTILO COLONIAL ”
Raúl A. Ringuelet-1
1 O “doce de leite estilo colonial” é um doce de leite condensado muito conhecido na Argentina. O
“estilo colonial” é uma de suas variedades, de consistência espessa, porém cremosa, obtido a partir da
mistura de uma quantidade maior de caramelo com o leite. Acredita-se que a receita original do doce
de leite da primeira metade do século XX tinha um sabor similar.
2
Sebastián Ciccone é estudante da Universidade Nacional do Sul e reside em Bahia Blanca.
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Bases da reivindicação
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Em 1820, quase dez anos após a partida dos espanhóis que habitavam
as ilhas, as Províncias Unidas do Rio da Prata enviaram uma fragata sob
o mando do Coronel Jewett, formalizando a posse em nome do governo
rio-platense em seis de abril daquele ano. O ato se apoiou no princípio
do uti possidetis, segundo o qual a soberania é definida com base nos
antigos limites administrativos coloniais. No entanto, o
estabelecimento efetivo nas Ilhas só foi realizado em 1826, com Vernet.
A irrupção inglesa não se produziu senão em 1833, quando o
comandante Onslow hasteou a bandeira britânica e obrigou os
argentinos estabelecidos nas Malvinas a abandonar o solo insular. Seis
3
meses depois desse episódio, um grupo de criollos que trabalhavam na
região se rebelou contra a nova situação: seu líder era o mítico gaúcho
Antonio Rivero. Vários meses depois, a rebelião foi sufocada e seus
protagonistas, ajuizados.
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e normativa”. 28
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A sociedade civil e política argentina deve deixar de lado uma das ideias
que condicionou a política exterior argentina: depender da aceitação
ou não do governo britânico para dialogar sobre a questão da
soberania. Pensar que a participação da Grã Bretanha na solução do
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conflito é indispensável significa uma leitura incompleta da realidade.
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Notas
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argentinos sobre las Islas Malvinas, Buenos Aires, 1964, págs. 47-60.
8 - A intervenção britânica em território sul-americano revelou vários aspectos da
política internacional, entre eles o quão ambígua e relativa era a Doutrina Monroe,
principalmente devido à não intervenção dos Estados Unidos.
9 - Tudo isso invalida a possibilidade de realização de um plebiscito para que os
kelpers decidam entre a autodeterminação e o pertencimento ao Estado inglês ou ao
Estado argentino. Conforme bem expressado pelo cientista político argentino Bruno
Bologna em sua palestra “Malvinas: política de Estado”, ministrada nas “Primeiras
jornadas interdisciplinarias sobre a questão das Malvinas na UNS”, realizadas de 4 a 8
de junho de 2012 na cidade de Bahia Blanca, “se a Argentina enviasse 3000
argentinos para viver nas ilhas, o plebiscito seria totalmente favorável ao nosso país”.
10 - Jornal Tiempo Argentino, “Mi posición es la opuesta”, entrevista com Ernesto
Laclau, 25/02/2012. Endereço URL:
http://tiempo.infonews.com/2012/02/25/argentina-68642-mi-posicion-es-la-
opuesta.php [Consulta realizada no dia 22 de julho de 2012].
11 - Para mais informações sobre o status jurídico das ilhas, vide María Florencia
CASIM, “El estatus jurídico de las Islas Malvinas según el ordenamiento jurídico
británico”. Endereço URL: http://www.ara.mil.ar/archivos/Docs/79Florencia.pdf
[Consulta realizada no dia 17 de julho de 2012].
12 - “Artigo 73. Os Membros das Nações Unidas, que assumiram ou assumam
responsabilidades pela administração de territórios cujos povos não tenham atingido a
plena capacidade de se governarem a si mesmos, reconhecem o princípio de que os
interesses dos habitantes desses territórios são da mais alta importância, e aceitam,
como missão sagrada, a obrigação de promover no mais alto grau, dentro do sistema
de paz e segurança internacionais estabelecido na presente Carta, o bem-estar dos
habitantes desses territórios e, para tal fim, se obrigam a: a) assegurar, com o devido
respeito à cultura dos povos interessados, o seu progresso político, econômico, social
e educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção contra todo abuso; b)
desenvolver sua capacidade de governo próprio, tomar devida nota das aspirações
políticas dos povos e auxiliá-los no desenvolvimento progressivo de suas instituições
políticas livres, de acordo com as circunstâncias peculiares a cada território e seus
habitantes e os diferentes graus de seu adiantamento; c) consolidar a paz e a
segurança internacionais; d)promover medidas construtivas de desenvolvimento,
estimular pesquisas, cooperar uns com os outros e, quando for o caso, com entidades
internacionais especializadas, com vistas à realização prática dos propósitos de ordem
social, econômica ou científica enumerados neste Artigo; e e)transmitir regularmente
ao Secretário-Geral, para fins de informação, sujeitas às reservas impostas por
considerações de segurança e de ordem constitucional, informações estatísticas ou de
outro caráter técnico, relativas às condições econômicas, sociais e educacionais dos
territórios pelos quais são respectivamente responsáveis e que não estejam
compreendidos entre aqueles a que se referem os Capítulos XII e XIII da Carta.
Endereço URL: http://www.un.org/spanish/aboutun/charter.htm#Cap11 [Consulta
realizada no dia 17 de julho de 2012].
13 - María Florencia CASIM, “El estatus jurídico de las Islas Malvinas según el
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A FALKLANDS FORTRESS
A construção da questão das Malvinas como questão
latino-americana ante o paradigma neocolonial britânico
no Atlântico Sul
A FALKLANDS FORTRESS
A construção da questão das Malvinas como questão
latino-americana ante o paradigma neocolonial britânico
no Atlântico Sul
1 Fernando Gómez é bacharel em Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade Católica
Argentina (Regional La Plata) e atualmente cursa o mestrado em Relações Internacionais no Instituto de
Relações Internacionais da Universidade Nacional de La Plata (UNLP). É secretário e membro
pesquisador do Departamento das Ilhas Malvinas, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul (IRI - UNLP).
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A Grã Bretanha não tem outra base semelhante. Além das forças
estacionadas na Alemanha Ocidental, somente em Hong Kong há um
contingente militar britânico tão numeroso. Em relação ao número de
habitantes, o das Malvinas é único: 7000 soldados cuidam de 1800
habitantes.2
Assim, tomada a decisão de construir esta nova base nas Ilhas, teria
início um processo de concentração de forças militares de última
geração, dando lugar a um novo paradigma de segurança e de
presença imperial britânica no Atlântico Sul.
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militar argentino.
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Recurso.
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principalmente numa época de crescente competição geopolítica” .
Este repúdio argentino se soma ao realizado em 2004, quando a
Argentina protestou nas Nações Unidas contra a rehierarquização da
base nas Ilhas, e às denúncias de ensaios de mísseis e de testes de
mísseis em Puerto Enriqueta, realizadas em 2008 e 2009.
A defesa das Ilhas e sua projeção no Atlântico Sul são tarefa da British
Forces South Atlantic (BFSA). Sediada na Fortaleza Falklands,
localizada em Mount Pleasant, hoje ela é uma realidade, e não uma
potencialidade militar. O complexo, construído com o intuito de
persuadir a Argentina, é, sem dúvida, o legado mais imponente da
guerra.14
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Conclusões
Reflexão sobre o passado
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enriquecedores.
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Entendemos também que não pode existir uma só conclusão sobre este
tipo de trabalhos, embora tenhamos certeza de que devemos promover
este debate. Em todo caso, ele é um convite para pensar que cada
proposta sobre a existência de bases militares estrangeiras na região
representa uma tensão que nos condiciona, levando-nos a tempos em
que a humanidade padeceu guerras, perdas humanas, alterações
climáticas, poluição dos recursos que garantem a existência dos seres
vivos deste planeta.
Notas
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Bibliografia
Livros e artigos
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Documentos oficiais
Apresentação do governo argentino relativa à militarização do Atlântico Sul por parte
do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte, 10 de fevereiro de 2012.
www.mrcic.gov.ar
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Menção especial
A REATUALIZAÇÃO DOS
SIGNIFICADOS HISTÓRICOS
PARA A CONSOLIDAÇÃO
DA SOBERANIA NO
ATLÂNTICO SUL
Marcelo E. Lascano
Marcelo E. Lascano
Marcelo E. Lascano 1
Introdução
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Marcelo E. Lascano
Figura 1
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1. A atualidade de 1833
151
Marcelo E. Lascano
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Concurso de Ensaios 2012
A vida dos malvinenses na década de 1930 foi retratada por Juan Carlos
Moreno. Hoje, as condições de vida melhoraram radicalmente. Os
habitantes das ilhas se beneficiam com esta nova presença militar, que
eles não geraram e cujos custos não podem cobrir. A história tornará
evidente a seletividade com a qual se aplica a divisão de um todo em
dois papéis, o do representante presente e atuante, e o do
representado cuja falta de participação explícita parece se justificar
pelo suposto benefício trazido pelo representante. Afinal de contas, não
foi por um pedido dos malvinenses que a Grã Bretanha decidiu se lançar
no Atlântico Sul em 1982, da mesma forma como ela não se fez
presente em 1833 por um pedido dos habitantes das Ilhas naquele
então. E 1982 não foi em honra à conservação do “modo de vida” de
alguns britânicos, aos quais, até então, a Grã Bretanha negava
qualquer tipo de cidadania. Com isto, passamos à segunda parte da
questão.
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Marcelo E. Lascano
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Concurso de Ensaios 2012
nosso país. Para vários deles, deve ser um dilema ter uma das principais
capitais do mundo a somente duas horas e meia de voo, inacessível por
decisão própria. Um fim de semana em Buenos Aires. Possível, mas
impossível. A identidade cultural local é, então, o resultado de um
contexto em que o controle externo é a nota distintiva. Alexander Betts
menciona a “sensacional” sensação de liberdade que experimenta
morando na Argentina.
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Figura 2
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Marcelo E. Lascano
do Atlântico Sul.
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Figura 3
Conclusões
169
Marcelo E. Lascano
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Concurso de Ensaios 2012
resta à Argentina para que, em seu território de igual latitude, ela possa
realizar outras atividades que não a investigação científica? Isso
ocorreu em nosso passado territorial, aliás, com a introdução de
medidas de preservação na área, que suscitaram a invasão de outros
países.
Assim sendo, cabe aos argentinos dar valor à sua própria história
territorial. É positivo recordar, com sobriedade, as conquistas de nossos
antepassados, evitando a pompa literária com que alguns países
relatam sua história. Mas se a sobriedade é virtude, o esquecimento é
irresponsabilidade. Os acontecimentos atuais no hemisfério norte nos
oferecem, em nossa opinião, um dimensionamento adequado da
questão do Atlântico Sul, recolocando-a no contexto mundial, do qual
parece estar simbolicamente isolada pela aplicação de um regime
jurídico ad hoc sem paralelo em todo o planeta. Deste modo, os
acontecimentos recentes no Ártico nos explicam o que lá está
acontecendo, mas também contextualizam o que está acontecendo no
hemisfério sul. Embora o Conselho do Ártico não seja uma instância
juridicamente vinculante,16 a Argentina se beneficiaria se participasse
dele como observador. É interessante mencionar que, se assim o
fizesse, seria em caráter de non-arctic state, categoria inexistente no
sistema do Tratado Antártico, onde a designação dos países
participantes generaliza muito mais sua associação geográfica e
histórica com a Antártida.
171
Marcelo E. Lascano
Notas
172
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Concurso de Ensaios 2012
Referências
173
Marcelo E. Lascano
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174
Malvinas na UNIVERSIDADE
Concurso de Ensaios 2012
175
176
Malvinas na UNIVERSIDADE
Concurso de Ensaios 2012 Menção especial
AS MALVINAS E SUA
PROJEÇÃO CONTINENTAL
A questão das Malvinas e das Ilhas do Atlântico Sul e sua
projeção na Antártida sul-americana como problema
continental
1 Eduardo José Pintore é doutor em Direito pela Universidade Nacional de Córdoba. María Pilar Llorens
é advogada pela mesma Universidade.
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María Pilar Llorens e Eduardo José Pintore
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Notas
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María Pilar Llorens e Eduardo José Pintore
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Concurso de Ensaios 2012 Menção especial
A MORTE EM CONTEXTO:
DIFERENTES FORMAS DE DAR SENTIDO À MORTE
NA GUERRA DAS MALVINAS
Introdução
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Concurso de Ensaios 2012
195
Laura Marina Panizo
Assim, são vários os fatores que fazem com que os sujeitos sociais
encontrem formas muito peculiares de evocar e lembrar seus mortos
nas Malvinas. Neste texto, analisaremos dois grupos de pessoas
próximas aos tombados na guerra: os familiares que integram a
comissão Familiares dos Tombados nas Malvinas e nas Ilhas do
Atlântico Sul, por um lado, e os ex-combatentes do Centro de Ex-
Combatentes de La Plata (CECIM), por outro.
196
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Laura Marina Panizo
Além disso, a diferença que nós temos com a Hebe de Bonafini é que
198
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seus filhos morreram lutando contra seus próprios irmãos. Meu irmão
não foi morto por um militar, ele foi morto por uma bomba inglesa, e
morreu defendendo os subversivos, os militares, os católicos, os
judeus, todos aqueles que vivem nesta pátria. Esta é a grande
diferença: que a morte deles tenha valido e que seja valiosa porque ela
foi além da ditadura. (María Fernanda, 03/04/09).
199
Laura Marina Panizo
O que Delmira está querendo nos indicar, junto com outros familiares,
são os valores de responsabilidade social que relacionam os princípios
morais do soldado tombado nas Malvinas com os de San Martín e
Belgrano, pais fundadores da Pátria. Ativando, assim, os símbolos que a
história nacional oferece, os familiares constroem um novo panteão de
heróis e uma memória sobre a guerra, que reclama “não esquecer” os
atos heroicos dos soldados. Para isso, as passagens no campo de
batalha os enaltecem como pessoas especiais, escolhidas:
200
Malvinas na UNIVERSIDADE
Concurso de Ensaios 2012
Uma das coisas que sempre fizemos é tentar mostrar todas as coisas
que aconteceram durante a guerra. Isto foi muito difícil para o CECIM,
mas ele defendeu sua marca, isto é, este é um Centro que foi crítico,
contestatário, opositor à ditadura militar primeiro e, depois, à falta de
políticas de atendimento ao setor (Rodolfo, 06/09/06 CECIM, La
Plata).
201
Laura Marina Panizo
Conflito de interpretações
202
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Laura Marina Panizo
204
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Concurso de Ensaios 2012
vez que, para os familiares, ela deve ser lembrada e transmitida pelo
reconhecimento dos atos heroicos dos soldados, e não pelas
humilhantes situações vividas por eles, para não desonrar sua
memória, da qual os familiares se sentem orgulhosos:
O que diria hoje o meu irmão se estivesse sentado aqui? Vítima do quê,
irmã? Eu fui dar a vida para defender a pátria. Vítimas são as do
Cromagnón , vítimas foram os desaparecidos [...]. Mas o meu irmão foi
morto pelo inimigo, pelos ingleses, não por um irmão, ele foi defender
os seus irmãos, e essa é a diferença entre vítima e herói. Dói muito
quando os nossos heróis são tratados como vítimas, e mais ainda
como vítimas da ditadura (María Fernanda Araujo, 26/06/07,
Familiares das Malvinas).
Quando o Héctor me disse “vem cá, que amanhã temos uma reunião
com o Sr. Seineldín”. “Com esse?” – respondi, às vezes a gente erra
sem conhecer a pessoa, e você não sabe que maravilha [...] O senhor
Seineldín disse umas palavras, gostei de tudo, de tudo, de como ele
falou, do seu discurso. Porque para muita gente ele era ruim (Lita
25/11/09).
205
Laura Marina Panizo
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Laura Marina Panizo
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A verdade é que, neste sentido [...] estes jovens não têm nem direito a
falar do assunto, pois não fazem a menor ideia do que a gente vive [...]
porque, realmente, não analisaram nem perguntaram sobre esta
circunstância a cada um dos familiares [...]. A manipulação deste tipo
de coisas é, para os pais, insustentável [...] Olha só, eu posso fazer
este tipo de trabalho se as ilhas estão sob jurisdição argentina, e
quando todos estiverem mortos, no mínimo os pais, pois você não
sabe o que isso provoca nos familiares. Então você pode propor isso
quando não houver mais familiares diretos vivos (Leandro 22/10/09)
[grifo meu].
211
Laura Marina Panizo
este pedaço de solo, e a gente acha que o mais sensato é que eles
fiquem lá todos juntos [...], mas acho que [...] isso depende de cada
família [...] mas, pessoalmente, sim [...] poder nem que seja dizer “está
aqui”. Nem que seja só isso, o que eu te digo , um dedo
12
(26/06/07) [grifo meu].
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Laura Marina Panizo
Considerações finais
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Notas
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Laura Marina Panizo
Bibliografia
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Menção especial
MALVINAS: DECÁLOGO DE
UMA ESPOLIAÇÃO
Carlos Mariano Poó
Carlos Mariano Poó
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Concurso de Ensaios 2012
Introdução
Não tive mais dúvidas: uma história das Malvinas devia ser a história de
sua espoliação.
219
Carlos Mariano Poó
Seja como for, não quero ser injusto com o autor de O homem da
esquina rosada. Afinal, Borges nos legou um título que cabe
tranquilamente em qualquer livro que narre a história de nossas
Malvinas, Geórgias e Sandwich do Sul. Em outras palavras: o decálogo
de uma espoliação que acabou sendo nada mais e nada menos do que a
nossa.
220
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Concurso de Ensaios 2012
No entanto, elas não são unidas apenas pela geografia. Com uma
superfície de quase 12.000 quilômetros, sua geologia se parece à
patagônica. A suave paisagem serrana, de formas pouco elevadas e
coberta de grama, é apenas cortada por uma modesta hidrografia de
riachos e arroios que dão para o mar. Não há grandes rios. Há sim
muitas lagoas, além de uma curiosa e característica rede de rios de
pedra formados por pequenos cascalhos e grandes blocos líticos.
Antigos leitos que, em algumas ocasiões, alcançam um quilômetro e
meio de largura.
221
Carlos Mariano Poó
222
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II
223
Carlos Mariano Poó
No entanto, Choiseus não parecia ser tão hábil em geografia como o era
em diplomacia. O grosseiro deslize não contemplou que a proximidade
aludida era de aproximadamente 3500 quilômetros, nem que os
espanhóis suspeitariam de uma expedição que tinha como rota as
adjacências da ilha de Tristán de Acuña e que terminou em Montevidéu
devido a uma terrível travessia. Tal porto ficava muito por fora da rota
referida.
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Concurso de Ensaios 2012
III
225
Carlos Mariano Poó
Byron enviou seus resultados com outro barco, que chegou a Londres
no dia 21 de junho de 1765. Por sua vez, Bougainville alertou sobre a
presença de ingleses na zona.
226
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Carlos Mariano Poó
IV
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Oslow se reuniu com Pinedo para informar-lhe que tomaria posse das
Malvinas. As ordens de sua superioridade exigiam que assim fosse.
Pinedo não pôde, não soube ou não quis defender a posição. O certo é
que as tropas inglesas superavam as suas. Porém, após ter organizado
e disposto a defesa de Puerto Luís, ordenou, de maneira repentina, o
embarque na Sarandí e a partida rumo a Buenos Aires, deixando Juán
Simón nas ilhas como comandante político e militar interino. A ordem
que Rosas deu a Pinedo tinha sido bem clara: resistir até as últimas
consequências a qualquer ataque inimigo. Sua atitude, pouco decorosa
e renhida com a valentia, foi julgada pelo governo de Buenos Aires.
VI
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Carlos Mariano Poó
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Concurso de Ensaios 2012
inversamente proporcional.
Desde 1917, a Inglaterra reivindica essa zona como própria até o Polo
Sul.
VII
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Carlos Mariano Poó
VIII
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Carlos Mariano Poó
IX
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Após setenta e quatro dias de uma luta épica – principalmente por terra
e por ar – contra uma força militar muito superior em quase todos os
âmbitos, no dia 13 de junho de 1982, nossas tropas foram rodeadas
pelo inimigo em Puerto Argentino.
239
Carlos Mariano Poó
E a derrota teve, para nós, o sabor de uma fruta amarga. Uma que
Homero Manzi nem mesmo imaginou.
240
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Concurso de Ensaios 2012
241
Carlos Mariano Poó
Compromissos que foram assinados por aquele governo, mas que não
contaram com a devida e correspondente aprovação do Congresso da
Nação Argentina, não gozando, portanto, da categoria de tratados.
Conclusão
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Concurso de Ensaios 2012
Considero, isso sim, que se nossa Nação encontrar uma resposta, ela
recuperará muito mais do que três arquipélagos perdidos nas
imensuráveis e bravas águas do Atlântico Sul.
Notas
243
Carlos Mariano Poó
Bibliografia
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244
Malvinas na UNIVERSIDADE
Concurso de Ensaios 2012
Menção especial
A RECUPERAÇÃO DA
MEMÓRIA DA GUERRA DAS
MALVINAS EM GENERAL
ROCA, PROVÍNCIA DO RIO
NEGRO
Helga Ticac
Helga Ticac
1
Helga Ticac
1 - Introdução
1 Helga Ticac é assistente social pela Universidade Nacional do Comahue. Atualmente, está
trabalhando em seu doutorado em Psicologia na Universidade de Ciências Empresariais e Sociais em
General Roca, na Província do Rio Negro.
246
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Concurso de Ensaios 2012
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Helga Ticac
2. Desenvolvimento
No Exército Argentino:
População total: 7816 (7960 - 144 falecidos).
Com incapacidade física maior a 66%: 156.
Com incapacidade física menor a 66%: 145.
Na Força Aérea:
População total: 439 (444 - 5 falecidos).
Sem sequelas visíveis: 414.
Feridos e doentes com deficiências: 15.
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Concurso de Ensaios 2012
Na Marinha Nacional:
População total: 4039 (4180 - 141 falecidos).
Sem sequelas visíveis: 3993.
Feridos com deficiência maior a 65%: 14.
Feridos com deficiência menor a 65%: 32.
Embora esses dados não sejam atualizados, é possível inferir que, dada
a falta de assistência sistemática do Estado para com esta população,
as condições de referência das diversas patologias físicas foram
evoluindo em maior ou menor medida.
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Helga Ticac
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Helga Ticac
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Helga Ticac
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Concurso de Ensaios 2012
Vicente Palermo, em seu livro Sal en las heridas, faz referência à causa
das Malvinas e afirma que descuidamos dos ex-combatentes. “Eles são
os sobreviventes de uma experiência terrível. Muitos veteranos não
conseguem carregar sozinhos com o fardo de ter sobrevivido, de ter
deixado seus companheiros e amigos mortos nas Ilhas. O passado não
elaborado volta sempre e esmaga quem não pode aliviar seu peso com
essa elaboração”.
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Helga Ticac
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Helga Ticac
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3. Conclusões
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Helga Ticac
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Notas
Bibliografia
261
Helga Ticac
Sites da internet
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Concurso de Ensaios 2012
Índice
PREFÁCIO 9
Carlos Cansanello, Carlos Giordano, María Pía López e Enrique Manson