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I. INTRODUÇÃO
Uma instalação mineira compreende uma série de operações e processos que visam a
transformação quantitativa e qualitativa de matéria bruta não processada em produtos de maior
utilidade ou de maior valor acrescentado. O desenvolvimento dum projecto industrial é um
processo que requer o uso dos princípios da engenharia e teorias associadas, combinados com os
aspectos de realização prática, do ponto de vista de operação industrial. É, pois, um trabalho
complexo que só pode ser realizado com envolvimento dum numeroso grupo de especialistas,
cada qual com uma acção específica, sendo a função principal do engenheiro responsável pelo
projecto, a condução e a coordenação de todas as actividades essenciais e a gestão dos recursos
do projecto (recursos humanos, materiais e financeiros). A selecção da tecnologia para o
processo e dos materiais de construção, a análise do mercado e das patentes, a localização do
projecto e sua dimensão, as infra-estruturas locais e os dispositivos legais, os aspectos
económicos e políticos, constituem exemplos típicos das questões tratadas durante a concepção
dum projecto industrial. Um projecto bem sucedido é aquele que resulta numa unidade concreta,
operacional e viável.
O engenheiro de projecto não pode ser "expert" em toda a gama de matéria tratada e por
conseguinte, o seu mérito é frequentemente, determinado pela sua habilidade em aplicar
princípios básicos, factos e métodos coerentes, para alcançar um objectivo útil. Uma etapa
isolada da realização dum projecto é de pouco benefício, até que todas as outras sejam
completadas, combinadas e traduzidas num projecto real, funcional e economicamente rentável.
O engenheiro de projecto deve, pois, prever com segurança que a unidade projectada vai
funcionar exactamente como previsto e ser capaz de gerar lucros, que é ao fim e ao cabo, o
objectivo central dum projecto industrial. A viabilidade económica é, sem dúvida, o critério
chave e determinante para a tomada da decisão final de se investir ou não num projecto. Por isso,
a economia aplicada é parte essencial do projecto duma instalação química. O engenheiro de
projecto deve ter sempre em consideração o papel dos custos e benefícios. Tem de saber avaliar
rigorosamente o investimento necessário, o seu retorno, os custos de exploração e outros
indicadores económicos. Tem de saber também compor o relatório do projecto, apresentar e
defende-lo, pois em vários casos a decisão final não compete a equipa que elabora o projecto,
mas sim ao investidor, o cliente.
Por outras palavras, o objectivo central do projecto duma instalação química resume-se no
seguinte: Instalação mineira completa – viabilidade técnico-económica do processo
incontestável.
Economia mineral é a área do conhecimento responsável pela aplicação dos princípios, das
metodologias e do instrumental de análise e avaliação econômica e financeira à indústria de
mineração.
ECONOMIA
EXPLORAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
LAVRA
PROCESSAMENTO
TRANSPORTE
OCORRÊNCIA DO DEMANDA DO
DO MINÉRIO MINERAL
EXPLORAÇÃO PRIMÁRIA
DEPLETION Avanços na
Descoberta de ocorrência Mineral
Tecnologia
Delineação
Possíveis descobertas
econômicas para avaliação
LAVRA PROCESSAMENTO
SUPRIMENTO DO
MINERAL
Geologicas
Engenharia Beneficios
Mercado
Ambientais Custos
Politica governamental
II. PROJECTO
Nos PDP o preço é aplicado com base em métodos analíticos de determinação da rendibilidade
económico-financeira, os quais permitem chegar a medidas quantitativas, tais
como: VAL (Valor Actual Líquido), TIR (Taxa Interna de Rendibilidade),
Período de recuperação do investimento, Relação custo/benefício, Relação
capital/produto, etc.
3. INVESTIMENTO
a) Investimentos de substituição
Que se destinam a criar ou renovar o capital existente, envelhecido por causas internas ou
externas (uso, avarias, obsolência do capital derivado do processo técnico).
b) Investimento de expansão
Que se destina a colmatar as insuficiências na posição comercial da empresa, derivadas
de: crescimento do consumo dos bens produzidos, solicitação pelo mercado de
diversificação da gama de produção.
c) Investimento de modernização
Destina-se a reduzir o custo de produção, ou seja: investimento em equipamentos novos,
permitindo economias de mão-de-obra e outros consumos; investimento na melhoria dos
produtos existentes, permitindo reduzir o seu custo; melhoria na qualidade ou serviço
prestado; investimento em produtos inteiramente novos.
d) Investimentos estratégicos.
Existem duas categorias:
- Investimento que visam reduzir o risco (protecção da empresa quanto ao
abastecimento em quantidade, qualidade e preço, ou acompanhamento do progresso
técnico, através da investigação).
- Investimentos de carácter social (criação na empresa de ambiente favorável ao
trabalho).
4. RENDIBILIDADE
a) Do ponto de vista empresarial, pode-se definir rendibilidade, como sendo a aptidão duma
certa combinação de factores de produzir lucro.
A economia interessa os benefícios globais para todos os seus agentes (Estado, famílias,
empresa) contrapostos aos custos globais sobre os mesmos.
5. GESTÃO DE PROJECTOS
No decurso da implementação dum projecto há, obviamente, a necessidade de utilizar de forma
criteriosa os recursos disponíveis, tal como numa empresa já existente, com o objectivo central
de minimizar todos os custos envolvidos. Resulta, portanto, evidente o reconhecimento da
importância da gestão de projectos. Os critérios de gestão dum projecto assentam,
fundamentalmente, em três vertentes: o tempo, o custo e a qualidade. Estes critérios
interdependentes constituem os eixos dum triângulo definidor da tripla restrição que se coloca ao
gestor do projecto.
Qualidade
Custo Tempo
Em casos frequentes para se satisfazer uma das restrições, sacrificam-se as restantes, mas um
gestor de projecto de sucesso, consegue satisfazer simultâneamente as três.
Por exemplo, os critérios de Qualidade, ou seja, as especificações do projecto nem sempre são
cabalmente cumpridos. Uma das razões pode estar associada a aplicação errada dos dados do
projecto ou de especificações inadequadas, o que resulta num erro de execução que
invariavelmente afecta a qualidade do objecto final do projecto. Em casos frequentes estes erros
são normalmente descobertos mais tarde, quando já se registaram desembolsos para a execução
das actividades.
A restrição em relação ao Custo tem a ver com os planos orçamentais. Esta restrição nem sempre
é cumprida, essencialmente por causa da prorrogação dos prazos da entrega da obra ou por sub-
estimação dos reais custos do projecto.
A restrição em relação ao Tempo está ligada com o prazo dentro do qual o projecto tem que ser
criado. Acontece com frequência que a disponibilização dos recursos não é feita no momento em
que são requeridos, mas sim, tardiamente. Por vezes, são as próprias especificações do projecto
que são constantemente alteradas durante a fase de implementação, originando atrasos sucessivos
de execução.
Em relação ao perfil do gestor de projecto existem duas correntes antagônicas, uma defendendo
o tipo de gestor especialista na área de actuação e outra, minoritária, que
FASE DE
Identificação do Projecto FASE DE PREPARAÇÃO FASE DE IMPLEMENTAÇÃO FUNCIONAMENTO
Planeamento do Projecto
Conclusão do Projecto e
Proposta, Negociação e
Formulaçào do Projecto
Avaliação do Projecto e
Selecção preliminar e
definição do Projecto
Controlo do Projecto
início da actividade
Implementação do
Contractação
operativa
Projecto
decisão
defende um gestor com conhecimentos específicos na área de gestão. Estas duas posições
coexistem no universo da gestão de projectos e são irreconciliáveis. Verifica-se no entanto, que
quanto mais pequeno é o projecto tanto mais importante é a função técnica; e quanto mais
complexo, tanto mais importante é a função de gestão de recursos.
As actividades de gestão de projectos são aquelas desenvolvidas na fase de implementação do
projecto.
Em qualquer dos casos, o método do desenvolvimento dum projecto é sempre progressivo; isto é,
começa-se com uma avaliação rápida e sumária das estimativas do investimento, do seu
potencial e também o seu risco. Desta fase passa-se para uma estimativa mais detalhada e por
fim, para um projecto firme e definitivo. O volume de informação e recursos necessários em
cada fase é sempre crescente, assim como os custos. O critério chave, determinante para a
prossecução do desenvolvimento dum projecto é a análise da viabilidade técnico-económica e o
seu risco.
O diagrama que se segue mostra, esquematicamente, o processo iterativo da busca das variáveis
óptimas dum projecto.
Objectivo
(especificação
do projecto)
Recolha de dados:
(mercado, capacidade,
tecnologia,
financiamento,
legislação, etc.)
Geração de
projectos
possíveis
Escolha e
avaliação
(optimização)
Projecto
final
Estudos de mercado.
O estudo do mercado tem por objectivo, determinar a procura potencial pelos consumidores dos
bens ou serviços a produzir, tendo em conta as condições sócio-económicas (concorrência,
preço, hábitos, instituições), em evolução nas áreas visadas pelo projecto. O estudo comporta:
Estudos de localização
O estudo da localização tem por objectivo determinar o local onde se torna viável e de menor
custo global, a implantação duma unidade produtiva. Fazem-se, portanto, as estimativas dos
custos de capital e do provável retorno do investimento, assim como, a relação completa
custo/benefício.
Regra geral, para uma produção baseada num processo analítico, a unidade fabril poderá situar-
se perto da fonte da matéria-prima e para um processo de síntese, perto do mercado consumidor.
No entanto, a decisão final quanto a localização, deverá resultar duma análise global dos vários
factores de localização, como os seguintes:
a) Matéria-prima
- Fonte da matéria-prima.
- Propriedades físicas e químicas.
- Processamento prévio.
- Dimensão dos jazigos.
- Custos de transporte.
- Etc.
b) Transporte
Selecção do tipo de transporte a utilizar, tanto para a matéria-prima como para o
produto final: transporte marítimo, ferroviário, rodoviário e aéreo (para casos de
emergência em peças sobressalentes vitais).
e) Combustíveis e energia.
Estudo detalhado das necessidades energéticas (energia eléctrica, combustíveis,
vapor, ar comprimido, geradores de emergência, conduta de gás natural, etc.).
f) Mão-de-obra
Estudo sobre a quantidade e qualidade da mão-de-obra a utilizar, sua
disponibilidade, custo e estabilidade.
g) Factores comunitários
Estudo sobre o desenvolvimento histórico da comunidade local, sua atitude em
relação ao desenvolvimento industrial, nível de consumo e rede de serviços
(hospitalares, comerciais, educacionais, religiosos, etc.).
h) Incentivos estatais
O estado pode criar incentivos para estimular o desenvolvimento industrial em
determinadas zonas do país.