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(período de quarentena) Ficha INFORMATIVA 10º ano Geografia A Prof.

Helena Silva

*Aprendizagens Essencia is(AE) As disponibilidades hídricas em Portugal

Para imprimir ou PREFERENCIALMENTE passar para o caderno todas os conceitos que têm associadas as siglas AE

• Disponibilidades hídricas (AE*) – quantidade de água disponível num território que se encontra à
superfície (rios, lagos, albufeiras) e no subsolo (AE*lençóis freáticos/toalhas freáticas-reservatório de água em
profundidade, retido devido à existência de rocha impermeável ). A água disponível depende do volume de precipitação
e da sua distribuição ao longo do ano.
https://www.youtube.com/watch?v=5x5vKwrd338 este link acede a uma animação sobre águas
superficiais e subterrâneas

• Em Portugal há um problema com a gestão dos recursos hídricos devido ao desfasamento entre as
disponibilidades hídricas e as necessidades. A época em que se verificam maiores necessidades é a época em
que as disponibilidades hídricas são menores- o verão

1.AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

a) Os cursos de água (rios e ribeiras)

Noções a reter(AE): montante / jusante /rede hidrográfica/ bacia hidrográfica/ caudal/regime/perfil transversal/
perfil longitudinal/ leito

Montante- no sentido da nascente do rio

Jusante – no sentido da foz do rio

Rede hidrográfica- Conjunto formado por um rio e seus tributários


(afluentes e subafluentes)

Bacia hidrográfica- área drenada por um rio e respetivos tributários-é o


espaço que fica entre um rio e os seus afluentes.

Caudal- Quantidade de água que passa numa determinada secção do rio


medida em metros cúbicos por segundo (m3 /s).
O caudal aumenta da nascente para a foz porque aumenta a quantidade de água dado que ao rio principal chega a
água dos diversos afluentes ao longo do seu percurso.

Regime – Variação do caudal de um rio ao longo do ano. Considera-se que um regime é regular se há uma menor
variação do caudal; pelo contrário, se se verificar uma grande diferença no caudal, o regime é considerado irregular.

O regime dos rios de Portugal é irregular dada a grande diferença da queda pluviométrica entre o inverno e o verão.
- leia informação importante na página 210 do manual. No norte de Portugal Continental (PC) as cheias são
frequentes no inverno e o caudal reduz-se no verão, existindo 2 ou 3 meses de estiagem (mês de estiagem-aquele
em que o caudal é inferior a 25% do caudal médio). No sul de PC o regime é mais irregular que no norte, existindo
menos cheias, mas sendo mais torrenciais (em alguns casos o caudal de algumas ribeiras pode chegar a ser 400 x
superior ao caudal médio). No sul o número de meses de estiagem pode chegar a ser 6 (pode mesmo acontecer que
os cursos de água sequem)

✓ A ação humana pode influenciar o regime dos rios das seguintes formas:

1. Através da construção de barragens -estas contribuem para regularizar o caudal dos rios, atenuando muitos
episódios de cheias, mitigando os seus efeitos no inverno, dado que as descargas são controladas porque a
água fica retida nas albufeiras; permitindo um escoamento contínuo no verão de forma a garantir a
quantidade e qualidade da água para abastecimento às populações (caudal ecológico)

1 unidades geomorfológicas (página 104 do manual) que serão explicadas quando forem lecionados os recursos do subsolo 1
2. Construção em leito de cheia- a inexistência de planeamento nos anos 60 a 80 do séc XX, aquando do êxodo
rural, levou a que muitas construções surgissem nas margens dos rios, obstruindo as linhas de água e
potenciando as cheias.

3. Nas áreas urbanas verifica-se uma generalizada impermeabilização dos solos devido à pavimentação das
rodovias que são geralmente alcatroadas- tal impede a infiltração da água, favorecendo a sua escorrência e
potenciando as cheias rápidas.

4. A desflorestação (por abate, incêndio, chuvas ácidas) expõe os solos à erosão e, em encostas declivosas,
favorece a escorrência e o arrastamento de lamas para os cursos de água provocando o assoreamento dos
rios o que também favorece as cheias dada a existência de obstáculos (depósitos) à progressão das águas.

Perfil transversal de um rio- diz respeito a uma determinada Perfil longitudinal de um rio- linha que une os pontos
secção do rio, estando desenhadas as duas margens. do fundo do leito, desde a nascente até à foz

Leito de um rio- área ocupada pelas águas de um rio.

A rede hidrográfica de Portugal Continental

✓ Na sua maioria, os rios portugueses escoam em direção ao oceano Atlântico,


no sentido nordeste -sudoeste (NE-SW), seguindo a inclinação geral do relevo.
Como exceções há o rio Guadiana cujo escoamento é norte-sul e o rio Sado, cujo
escoamento é sul-norte
✓ A rede hidrográfica portuguesa engloba:
• Rios internacionais (nascem em Espanha): Douro, Tejo, Guadiana; Minho e Lima
• Rios nacionais mais importantes: Mondego, Sado, Vouga, Cávado, Ave, Lis, Mira
e Zêzere
✓ Os rios de maior caudal e declive situam-se no norte; o sul tem rios de menor
declive e menos caudalosos;
✓ O relevo e o clima são as causas do contraste entre a rede hidrográfica do norte
(mais densa, com rios de maior caudal, que escoam em vales mais estreitos e
profundos, com maior declive) e do sul (com menos rios, com caudal menor
e regime mais irregular, que escoam em vales pouco profundos e largos,
com menor declive)

1 unidades geomorfológicas (página 104 do manual) que serão explicadas quando forem lecionados os recursos do subsolo 2
Bacias hidrográficas de Portugal Continental A maior parte das bacias hidrográficas portuguesas estão localizadas
em território nacional. Porém, as maiores bacias são luso espanholas
(Tejo; Douro; Guadiana) e nestas há uma forte dependência das
disponibilidades hídricas face a Espanha. As maiores bacias
exclusivamente nacionais são as do Mondego, Sado e Vouga.

O gráfico abaixo ilustra o balanço hídrico em Portugal continental


Evaporação das águas
superficiais, da água do
ESCOAMENTO ANUAL MÉDIO solo e água da
parte da água da precipitação transpiração e respiração
que, em média, escorre à dos seres vivos
superfície ou subterraneamente

*AE-Balanço Hídrico (BH): distribuição da precipitação pela


evapotranspiração e pelo escoamento superficial e subterrâneo.
A determinação do BH é importante para a racionalização e
planeamento do uso dos recursos hídricos.
O que se pode concluir da análise do gráfico?

Que o escoamento médio de Portugal corresponde a P-precipitação ETP-evapotranspiração


pouco mais de um terço da precipitação, sendo
os restantes dois terços relativos à evapotranspiração.
O BH pode ser positivo sempre que P˃ETP- reconstituem-se as reservas de água no solo e a água em excesso
alimenta o escoamento (EX das bacias hidrográficas do norte); O BH pode ser negativo quando P˂ ETP -neste caso
temos uma situação de défice hídrico (Ex: bacias hidrográficas do Guadiana e do Sado).

b) As lagoas

✓ Em Portugal não existem lagos, apenas lagoas -são depressões de pequena dimensão e de baixa
profundidade, onde se acumula água doce ou, por vezes, salgada.
Exemplos de lagoas : Lagoa de Santo André (origem marinho -fluvial-costa alentejana); Lagoa Comprida
(origem glaciária-Serra da Estrela); Lagoa de Arrimal(origem tectónica- Serra de Aire/Candeeiros-Porto de
Mós); Lagoa das Sete Cidades (origem vulcânica -Açores)
c) As albufeiras

✓ São reservatórios de água doce construídos pelo Homem, sendo na maioria associados à construção de
barragens.
✓ Uma barragem é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades de
água. A sua utilização é sobretudo para o abastecimento de água às populações ,irrigação, usos industriais,
produção de energia elétrica, ou regularização de um caudal.(adaptado de WIKIPÉDIA);
✓ Em Portugal Continental, a maior parte das albufeiras associadas a barragens para produção de
hidroeletricidade encontra-se no norte e centro do território, dado o facto de os rios destas regiões terem
maior caudal e de o relevo mais acidentado proporcionar condições de desnível. Porém, a maior albufeira

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existente em Portugal, que é o maior lago artificial da Europa é a albufeira (de fins múltiplos) de Alqueva
(Alentejo).
✓ https://apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=7&sub2ref=31&sub3ref=1285 Este link da Agência
Portuguesa do Ambiente permite-vos, caso o entendam, conhecer mais as barragens.

2. AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Água subterrânea (AE): água que circula ou se acumula no subsolo, a maior ou menor profundidade.

✓ Uma parte da água da precipitação


infiltra-se e alimenta as reservas de água
subterrâneas que se encontram a
dezenas de metros de profundidade.
Essas reservas de água são
habitualmente designadas por lençóis
freáticos (AE). Os lençóis freáticos
encontram-se em aquíferos (AE)-
formações geológicas permeáveis cujo
limite inferior e, por vezes, também o
superior, é constituído por rochas
impermeáveis.
https://pt.slideshare.net/ritarainho/19-aquferos este link permite aceder a um PowerPoint sobre
aquíferos
https://www.youtube.com/watch?v=8LvS62bmWNE este link permite aceder a uma animação sobre
águas subterrâneas- é falado em português do Brasil

✓ Para que a água se acumule no subsolo é necessário que a formação geológica(rocha) permita a infiltração
da água, isto é que seja porosa (tenha furos/intervalos) ou tenha fendas.

*(AE) permeabilidade -a permeabilidade é a propriedade que representa uma maior ou menor dificuldade
com que a circulação da água ocorre através dos poros do solo. Nos materiais granulares como as areias, por
exemplo, há uma grande permeabilidade o que facilita o fluxo de água através dos solo, enquanto que nos
materiais finos como as argilas, ocorre o inverso o que torna este tipo de material ideal para barragens por
apresentar baixa permeabilidade.

✓ Há 3 tipos de aquíferos: os porosos (associados à existência de rochas sedimentares como areias, arenitos- a
água circula facilmente devido à grande permeabilidade das rochas-são rochas que têm muitos poros -
intervalos – por onde a água passa); os fraturados ou fissurados (associados a rochas como granitos ou
quartzos que têm fissuras por onde a água circula); os cársicos ( estão associados a rochas calcárias onde a
água circula, em muitos canais). -leia mais, a propósito na página 214

✓ *(AE)Produtividade aquífera- quantidade de água que é possível extrair continuamente de um aquífero sem
que seja afetada a reserva de água e a qualidade da água do aquífero. Os aquíferos com maior produtividade
são os porosos (com uma produtividade superior a 10l/s) e encontram- se nas bacias sedimentares do Tejo e
do Sado1 (áreas predominantemente formada por rochas sedimentares como areais e arenitos, rochas
porosas). Nas Orlas sedimentares ocidental e meridional1 (áreas formadas por rochas calcárias e
sedimentares) a produtividade aquífera é média e no maciço Antigo1 (áreas formada por rochas
impermeáveis como os xistos e os granitos) a produtividade aquífera é reduzida.

✓ Os aquíferos apresentam algumas vantagens relativamente aos reservatórios de água superficiais:


-Não há perdas de água por evaporação; não é necessário aplicar produtos para tratamento da água e por
isso não há custos de conservação; não deposição de sedimentos, mantendo-se constante o volume de
água.
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✓ Principais problemas que se colocam aos aquíferos

- sobre exploração: quando é extraída água a uma velocidade superior à reposição natural pela precipitação, isso
pode levar a um esgotamento e até uma destruição do aquífero. Dependendo do tipo de estrutura geológica que
esteja envolvida, a ausência de água deixa de exercer pressão nas “paredes” e pode levar ao ruir da estrutura e à
destruição definitiva;

- (AE)salinização dos aquíferos

A sobre exploração dos aquíferos em áreas


litorais pode conduzir à salinização dos
lençóis freáticos. Com efeito, à medida que
a água doce de profundidade é explorada o
nível freático desce e a pouco e pouco é
substituído por água do mar que se
introduziu no sistema. Este problema é mais
frequente no Algarve, região em que é
captada muita água de profundidade para
as culturas hortícolas.

De salientar que “a seca está a provocar a diminuição dos caudais dos rios e a substituição da água doce por água
salgada, que afeta terrenos agrícolas e mesmo aquíferos, alertam especialistas ouvidos pela Lusa”. in Obsevador 26/08/2017

https://pt.euronews.com/2019/12/08/agricultura-espanhola-em-risco este link acede a uma notícia relacionada com


a salinização de aquíferos em Espanha

- poluição por infiltração de efluentes vários

A água de um aquífero encontra-se mais protegida da poluição do


que a água de um rio ou lagoa. Porém, quando um aquífero é afetado
pela infiltração de substância poluentes, esse fenómeno torna-se
praticamente irreversível pela dificuldade de aceder ao mesmo.

Pelos problemas referidos e para evitar a deterioração da água


subterrânea é absolutamente necessária uma gestão sustentável, ou
seja, evitar que a exploração presente ponha em causa a exploração
a longo prazo.

https://www.youtube.com/watch?v=x6oRdPDk7No

este link acede a uma animação sobre as formas de poluição da água subterrânea

1 unidades geomorfológicas (página 104 do manual) que serão explicadas quando forem lecionados os recursos do subsolo 5

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