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Belém
2017
Lúcio Mauro Cavalcante Ribeiro
Belém
2017
Lúcio Mauro Cavalcante Ribeiro
Banca Examinadora
_________________________________________ - Orientador
Prof.º Roberto Paulo Bibas Fialho
Dr. em Educação em Ciências e Matemática
Universidade do Estado do Pará (UEPA)
_________________________________________ - Examinadora
Prof.ª Simaia do Socorro Sales das Mercês
Dr.ª em Arquitetura e Urbanismo
Universidade Federal do Pará (UFPA)
_________________________________________ - Examinador
Prof.º Humberto Mariano de Almeida
Ms. em Direito
Universidade do Estado do Pará (UEPA)
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, por acreditar nesta pesquisa e por ter respeitado o meu
tempo. Sua atenção e disposição foram fundamentais para a evolução desse
trabalho.
The system of collective transports of buses, which attend the Metropolitan Area of
Belém, is composed by 20 companies. The total consists of 165 bus lines and 182
itineraries (117 of municipal scope and 65 metropolitans), which are provided as
conventional and selective types and, moreover, they attend 21milions of passengers
per month. Its operation predominantly consists on attendance through line from
district to downtown. This fact causes an overlay of itineraries in main access roads
and, consequently, difficulties of traffic conditions (MERCÊS, 1998). Moreover, there
is regulatory instability in management of collective transports for administration,
which less the efficiency of service and social well-being, besides of predominance of
the same administration of private nature, which shows a precarious service and
disconnected of current legislation (DAOU, 2007). Faced with that, the objective of
this work is analyze how the private administration manages the system of collective
transports in Metropolitan Area of Belém and what are the reasons related to non-
compliance of infraconstitutional and municipal rules. This is an exploratory research
with qualitative approach based on these procedures: bibliography, documentary and
field research. The collected results proves that there is a precariousness in the
process of grants of service (Law no. 8.987 determines competitive biddings for the
execution of concession of contracts or permissions). Apart of that, there are interests
and power relations between government and operating companies, which
contributes for maintenance of this scenario to the detriment of right of users of this
essential public service.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11
2 GESTÃO E REGUMENTAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO ............................... 19
2.1 HISTÓRICO DAS POLÍTICAS NACIONAIS VOLTADAS PARA O TRANSPORTE
PÚBLICO ........................................................................................................................ 21
2.2 O TRANSPORTE COLETIVO URBANO NO ÂMBITO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
............................................................................................................................. ............ 24
2.2.1 O TRANSPORTE COLETIVO URBANO NO ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL
(LEI DA MOBILIDADE URBANA) ................................................................................... 25
2.3 REGULAMENTAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO .............................. 26
2.4 PROCESSOS DE OUTORGA DO SERVIÇO DE TRANSPORTE PÚBLICO NO
BRASIL ........................................................................................................................... 30
2.4.1 CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ................................................................ 30
2.4.2 PERMISSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ................................................................. 32
2.5 PROCESSO LICITATÓRIO ...................................................................................... 33
2.6 TARIFAÇÃO E FINANCIAMENTO DO TPU ............................................................. 34
2.6.1 POLÍTICA TARIFÁRIA ........................................................................................... 36
2.7 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA O TRATAMENTO DA
QUESTÃO ...................................................................................................................... 38
3 REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM: CARACTERIZAÇÃO E HISTÓRICO DAS
POLÍTICAS DE TRANSPORTES URBANOS ................................................................ 41
3.1 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DA RMB ........................... 41
3.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRANSPORTE PÚBLICO NA RMB ........................... 46
3.3 FORMAÇÃO DA GESTÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS NA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELÉM ...................................................................................... 49
3.4 PLANOS DE TRANSPORTE PÚBLICO URBANO PARA A REGIÃO
METROPOLITANA DE BELÉM ...................................................................................... 54
3.5 PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE BELÉM ...................................................... 56
3.6 SISTEMA TRONCO-ALIMENTADOR DE ÔNIBUS (BRT) ........................................ 59
3.6.1 BRT METROPOLITANO ........................................................................................ 60
3.6.2 BRT BELÉM ........................................................................................................... 64
4 PRÁTICAS REGULATÓRIAS E CONTRATUAIS DO TRANSPORTE COLETIVO POR
ÔNIBUS NA GRANDE BELÉM ...................................................................................... 67
4.1 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BELÉM ........................................................... 69
4.2 OUTORGA DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO POR ÔNIBUS ............... 72
4.2.1 MODELO DE CONTRATAÇÃO UTILIZADO PELA SEMOB – ORDEM DE SERVIÇO
......................................................................................................................................... 73
4.2.2 REGULAMENTO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO POR ÔNIBUS DO
MUNICÍPIO DE BELÉM .................................................................................................. 74
4.3 A QUESTÃO TARIFÁRIA ......................................................................................... 76
4.4 COMPOSIÇÃO EMPRESARIAL E PROPOSTA DE EDITAL DE LICITAÇÃO
ENCAMINHADA PELA PMB ........................................................................................... 77
4.5 POSSÍVEIS MOTIVOS DA ATUAL FORMA DE OUTORGA DO SERVIÇO DE
TRANSPORTE COLETIVO ............................................................................................ 80
4.6 DENÚNCIAS ENVOLVENDO O SETOR EMPRESARIAL E O PODER PÚBLICO
MUNICIPAL .................................................................................................................... 85
5. PESQUISA DE CAMPO, ANÁLISES E RESULTADOS ............................................ 88
5.1 APLICAÇÃO DAS ENTREVISTAS ........................................................................... 89
5.2. ANÁLISE DAS PRÁTICAS REGULATÓRIAS E DO PROCESSO DE OUTORGA DO
SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO POR ÔNIBUS NA RMB
........................................................................................................................................ 90
5.2.1 AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE PÚBLICO NA GRANDE BELÉM
......................................................................................................................................... 90
5.2.2 OUTORGA DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS ....................................................................................................... 91
5.2.3 ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO FRENTE À QUESTÃO .................................. 94
5.2.4 RELAÇÃO ENTRE PODER CONCEDENTE E EMPRESAS OPERADORAS....... 96
5.2.5 LICITAÇÃO DO SETOR ........................................................................................ 98
5.3 RESULTADOS .......................................................................................................... 99
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
............................................................................................................................. .......... 102
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 107
APÊNDICES ................................................................................................................. 116
ANEXOS ....................................................................................................................... 118
11
1 INTRODUÇÃO
1Termo usado para designar as modalidades de transporte tanto de mercadorias como de passageiros,
sendo as principais: rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário, se encontrando em cada um os mais
variados modais de transportes, como os próprios ônibus (rodoviário) (HALLMANN, 2012).
12
2 As Normas Infraconstitucionais são Leis que estão hierarquicamente abaixo da Constituição Federal,
que é considerada a Lei Maior do Estado (LENZA, 2012).
3 Para esta pesquisa, as expressões “delegação” e “outorga” serão utilizadas como sinônimos, como
a) Problemática
b) Justificativa
A presente pesquisa tem como finalidade maior cumprir o seu papel social
diante de um assunto que, se não é de interesse geral, afeta a toda a sociedade e a
organização de uma cidade: o transporte público urbano. Tal serviço, fundamental
para o funcionamento das urbes, garante tanto o acesso às necessidades básicas dos
cidadãos como a redução de externalidades negativas do trânsito, contanto que o
mesmo ofereça conforto, segurança, confiabilidade, acessibilidade e rapidez, atributos
que apenas são possíveis com a devida regulamentação aplicada à rede (BERTUCCI,
2011).
As manifestações onde milhões de brasileiros foram às ruas no ano de
2013, que tinham entre as pautas principais a redução do valor das tarifas do
transporte público e a melhoria da qualidade do serviço e da mobilidade urbana
fizeram com que o tema ganhasse maior destaque nas agendas de governo, segundo
a Agência Senado (2014), todavia poucas intervenções ocorreram no que diz respeito
15
d) Metodologia
e) Estrutura do Trabalho
nove primeiras Regiões Metropolitanas (BRASIL, 2015). A EBTU foi instituída no auge
da crise internacional do petróleo e do crescimento desordenado das cidades, o que
gerou inúmeros problemas para os transportes urbanos. Soma-se a isto a justificativa
de que os governos locais, acometidos pelo crescimento demográfico acentuado,
contavam com recursos limitados para investimentos e viviam sob crescente
dependência do governo federal. A Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, que
passou a gerenciar o Fundo de Desenvolvimento dos Transportes Urbanos (FDTU),
também iniciou controle sobre o Sistema Nacional de Transportes Urbanos (SNTU),
que foi constituído de forma ampla e passou a gerenciar a infraestrutura viária
expressa, existente nos níveis Federal, Estadual e Municipal (VASCONCELLOS e
MENDONÇA, 2010).
Na década de 1980, com o advento da crise do petróleo e com o aumento
das passagens do transporte público, a EBTU e o GEIPOT passaram a auxiliar as
prefeituras dos municípios na elaboração de um manual destinado aos técnicos locais
para o cálculo de suas tarifas, cuja metodologia é utilizada até hoje pela maioria das
cidades brasileiras. (BRASIL, 2015). A EBTU também participou da instituição do
Vale-Transporte, onde os empregadores, que são beneficiários indiretos do sistema
de transporte público, passaram a participar do custeio do mesmo. Diante do alto nível
de endividamento do país junto a organismos estrangeiros, o governo passou a
transferir recursos do FNTU para o pagamento da dívida e o descapitalizou, o que
levou a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos à decadência (SILVA et al, 2013).
Ao fim da década de 1980, após enfrentar uma série de problemas de natureza legal
e institucional, a EBTU transformou-se em uma agência de fomento, priorizando
medidas de baixo custo e buscando a racionalização dos sistemas existentes,
entrando em extinção no ano de 1991 após a aprovação da Lei nº 8.029, de 12 de
abril de 1990, que autorizava o Governo Nacional (já sob nova conjuntura política) a
dissolver ou privatizar algumas entidades da Administração Pública federal, o que foi
o caso da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (BRASIL, 2015).
O desmanche das políticas federais voltadas para o transporte coletivo, já
notadas durante o regime ditatorial, ficaram mais evidentes a partir da Constituição de
1988, que passou a delegar aos municípios a responsabilidade quanto à prestação
dos serviços de transportes de passageiros (VASCONCELLOS e MENDONÇA, 2010),
o que enfraqueceu ainda mais o apoio político e financeiro ao GEIPOT até que ele
23
a) Quanto à União:
sujeitos, uma vez que ocorre uma interação entre o Poder Público, o concessionário
e os usuários, que carregam o ônus de remunerar diretamente o serviço prestado por
particular, que terá um prazo determinado para a realização de suas atividades
(CARVALHO FILHO, 2015).
No contrato de concessão do serviço público, a titularidade dos serviços
continua nas mãos do Poder Concedente, cabendo aos concessionários apenas a
execução dos mesmos. Os prestadores do serviço são pessoas jurídicas de direito
privado que realizam serviços para a Administração Pública e não diretamente para
os usuários (sob o regime da Lei Nº 8.666/93), podendo ocorrer nos contratos a
intervenção por parte do Poder Público na empresa ou consórcio em caso de
descumprimento das cláusulas contratuais (NITZKE, 2015).
O desenho de uma concessão contém vários componentes básicos,
destacando-se, todavia, de acordo com Aragão et al (2002), as seguintes questões
que permeiam o debate das concessões do serviço público:
dispunha de grande liberdade para a definição de tarifas e dos itinerários, quase sem
interferências) ainda influenciam e causam um grande movimento de resistência por
parte dos últimos quanto à regulação do serviço de transporte público (DAOU, 2007).
Soma-se a isto, também, o fato de que nem sempre a obrigatoriedade das licitações
se traduz em um melhor desempenho do sistema de transporte coletivo, considerando
a limitada capacidade de monitoramento das autoridades locais e até mesmo a falta
de transparência no ato do processo licitatório, o que dá margem para a prática de
atos que vão contra o interesse público (NITZKE, 2015).
Figura 3 - Fórmula básica para o cálculo das tarifas do transporte público por ônibus
3%
22%
75%
4Uma das 13 regiões administrativas da França, possuindo 8 departamentos e Paris como cidade
principal (WIKIPEDIA, 2017).
38
3%
20%
30%
9%
38%
32.469 35.356
6% 7%
193.896
35%
111.740
20%
162.452
30%
TOTAL: 548.170
6 Considerado como uma vasta área de extensão de terra, o cinturão institucional foi formado no intuito
de conter a expansão urbana da capital paraense, constituído por várias instituições públicas e bases
militares (CORRÊA, 1989).
7 Ocorre quando o limite de duas ou mais cidades parece indefinido por conta do forte processo de
expansão urbana, como é o caso das atuais Regiões Metropolitanas brasileiras (TESSARI, 2009).
45
675.255
428.898
349.965
244.469 123.386
240.144 69.357
22.200 16.331 12.268 2.815
176.156 55.652 2016
31.040 8.207 5.971 3.838 788
34.261 19.651 2009
4.233 3.435 2.044 364
2006
TOTAL Belém Ananindeua Castanhal Marituba Santa Izabel Benevides Santa
Bárbara
Figura 7 - Serviço de bonde elétrico na Avenida Portugal no início do século XX, em Belém
Os bondes foram aos poucos sendo substituídos por ônibus até a suspensão oficial
de suas atividades em 1947, após processo de intervenção federal.
Vale destacar que nas décadas de 1940 e 1950 circulavam em Belém os
“Zepelins”, modelo de ônibus fabricado na capital do Pará e inspirado nos dirigíveis
“Zeppelins”, de origem alemã. Há relatos de que o primeiro veículo teria sido
construído em 1948, possuindo carroceria em madeira e revestido de chapas de aço
e linóleo, com bancos em couro acolchoados e com uma “aeromoça” no lugar do
cobrador (MENDES, 1998 apud SOARES, 2014).
ruas, além da ausência de presteza e conforto nos coletivos sob altos valores
tarifários. A população urbana da capital, por sua vez, que se concentrava nos limites
da primeira légua patrimonial, passou a exceder no decorrer da mesma década os
limites do cinturão institucional, cujas vias principais correspondem às atuais BR 316
e Augusto Montenegro. Tal fato se deve ao alto valor da terra no núcleo principal e à
exclusão das classes populares das políticas urbanas direcionadas sobretudo aos
segmentos de renda mais elevada, iniciando assim um intenso processo de
periferização na Região Metropolitana de Belém e de intensificação dos problemas
que envolvem o Transporte Público Urbano (PENTEADO, 1968).
8Tal processo ocorre não somente com a distância entre o centro e uma área mais distante do tecido
urbano, mas também com as distâncias sociais existentes entre os dois polos, cuja periferia pode ser
caracterizada pelas condições precárias e desprovidas de serviços públicos (NEGRI, 2001).
50
Prefeito de Belém. De acordo com a referida Lei, por meio do seu Art. 17., consideram-
se atribuições mínimas da SEMOB:
III e XI, Art. 17., da Lei nº 9031/13. Ressalta-se que durante a existência da EMTU/Bel,
apenas dois municípios constituíam a RMB, compondo a Região na atualidade um
total de sete municípios. Este quadro de concentração poderá mudar após a
introdução do sistema troncal de ônibus na RMB, cujo gerenciamento se dará pela
constituição de um Consórcio Público formado pelo Governo do Pará em conjunto
com os municípios que integram a Região Metropolitana (JICA, 2010).
Quadro 2 – Planos e estudos voltados para o sistema de transporte coletivo urbano da RMB
PLANO/ESTUDO ANO INSTITUIÇÕES
outorga, somando-se a isso o fato de que a Grande Belém possui alta irregularidade
no uso do solo, com ocupações habitacionais desordenadas e implantação aleatória
de comércios formais e informais, que fazem com que o reordenamento urbano e a
construção de novas vias principais só sejam possíveis sob altos custos com
desapropriações.
É estabelecida pelo PlanMob/Belém (2016) uma série de diretrizes e
objetivos a serem implantados em horizontes temporais de curto (2020), médio (2024)
e longo prazo (2028). No que diz respeito ao Transporte Público, as ações previstas
são as seguintes:
10Santa Izabel do Pará e Castanhal só passam a compor a Grande Belém a partir dos anos 2010 e
2011, respectivamente, de acordo com as Leis Complementares Estaduais 72/2010 e 76/2011.
61
12Criado através da Lei Nº 7.573/11, vinculado à Secretaria Especial de Infraestrutura e Logística para
o Desenvolvimento Sustentável (SEINFRA).
63
Seu início está sujeito à seleção de uma das sete propostas submetidas
para a realização de obras de implementação da devida infraestrutura do BRT na BR
64
316 13 , cujo trecho, com extensão de 10,7 km, vai de Belém até o município de
Marituba.
De todo o projeto, apenas o trecho que vai de São Brás até o Estádio
Olímpico do Pará (Mangueirão) (com 10 km de extensão) está concluído, que funciona
de modo improvisado através de linhas expressas, com os mesmos ônibus das linhas
66
15Dados extraídos dos anexos do Decreto Nº 87.154/2017 – PMB, de 19 de janeiro de 2017, publicado
no Diário Oficial do Município de Belém, Nº 13.208, Ano LVIII.
68
As mesmas atuam sob regime jurídico precário, sem ter passado até o
momento por qualquer processo licitatório, fato que inviabiliza, por exemplo, a
integração física e tarifária do sistema local.
16Redação dada após aprovação (em 05 de dezembro) do Projeto Nº 485, de 04 de setembro de 2017,
sendo a atualização anterior realizada pela Emenda Nº 013, de 04 de julho de 2017).
70
17O período de 06 anos para os contratos de permissão, definido pela Emenda 021, de 27 de
dezembro de 2002, não abrangia o transporte alternativo, que só passou a ser amparado na LOM/Bel
com a Emenda nº 013, de 04 de julho de 2017.
71
Figura 17 – Etapas para a concessão e permissão do serviço de transporte público de acordo com a
LOM/Bel
A Lei Nº 12.587 prevê, através do Art. 14., que são direitos dos usuários do
SNMU receber serviço adequado, participar do planejamento, fiscalização e avaliação
do sistema, assim como o Art. 6º da Lei Nº 8.987, que descreve por meio do § 1º que
“Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas”. Todavia, para o cumprimento de tais preceitos, é necessário
haver uma estabilidade jurídica no que diz respeito à outorga do serviço de transporte
público à iniciativa privada, com o devido cumprimento das normais legais por quem
73
19Princípio previsto pela CF, Art. 37, onde “A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]” (BRASIL, 1998).
74
20A Discricionariedade ocorre quando uma Lei deixa espaço (dando autorização para a prática de atos
ou quando há casos omissos) para a livre atuação da Administração Pública sob a égide do interesse
público, devendo esta não ultrapassar o que determina o Legislador para que não proceda de forma
arbitrária (DI PIETRO, 2017).
75
22 Constituído pela Lei Municipal nº 7.873/98, formado por entidades governamentais, da iniciativa
privada e da sociedade civil organizada, sendo considerada uma instância consultiva e deliberativa do
Governo.
23 De toda a RMB, apenas as linhas do trajeto Belém-Mosqueiro / Mosqueiro-Belém não possuem
tarifa unificada, custando R$ 5,00 (cinco reais) o valor integral e R$ 2,50 (dois reais e cinquenta
centavos) para estudantes. PMB. Diário Oficial, Belém 19 jan. 2017. Caderno Nº 13.208, Ano LVIII.
77
uma melhor prestação do serviço, também deve garantir a modicidade tarifária aos
usuários, conforme o Art. 8º da Lei Nº 12.587/2012.
Quadro 3 - Relação das empresas que compõem o sistema local de transporte por ônibus
CÓDIGO NOME DA EMPRESA ABRANGÊNCIA
AA TRANSPORTADORA ARSENAL LTDA. MUNICIPAL
AE TRANSURB LTDA MUNICIPAL
AF VIAÇÃO FORTE LTDA METROPOLITANA
AI VIAÇÃO GUAJARÁ LTDA MUNICIPAL
AL AUTOVIAÇÃO MONTE CRISTO LTDA. MUNICIPAL
AM TRANSPORTES SÃO LUIZ LTDA. MUNICIPAL
AP VIAÇÃO RIO GUAMÁ LTDA. MUNICIPAL
AT TRANSPORTES NOVA MARAMBAIA LTDA. MUNICIPAL
AV AUTOVIÁRIA PARAENSE LTDA. METROPOLITANA
BD BELÉM RIO TRANSPORTES LTDA. MUNICIPAL
BG TRANSPORTES SÃO JOSÉ LTDA. MUNICIPAL
BJ VIALOC TRANSPORTES DE PASSAGEIROS LTDA. METROPOLITANA
BL ÁGUAS LINDAS LTDA. METROPOLITANA
BN BARATA TRANSPORTES LTDA. METROPOLITANA
BT VIALUZ TRANSPORTES LTDA. MUNICIPAL
BU TRANSPORTES CANADÁ LTDA. MUNICIPAL
CB ROSÁRIO DE FÁTIMA LTDA. METROPOLITANA
CC TRANS’UNI TRANSPORTES LTDA. MUNICIPAL
CG TRANSCOL TRANSPORTES E TURISMO LTDA. MUNICIPAL
CL TRANSCAPI TRANSPORTE DE PASSAGEIROS LTDA METROPOLITANA
Fonte: Adaptado de SEMOB (2017)
78
24 De autoria do Vereador Dr. Chiquinho, o Projeto de Lei que determinava a instalação de sistema de
ar-condicionado nos veículos de transporte coletivo de passageiros no prazo de até 04 anos foi barrado
pela maioria dos vereadores da CMB, sob justificativa de que o mesmo seria inconstitucional em
virtude da existência de uma outra Lei de igual teor aprovada em 2009, porém a Lei Municipal Nº
8661/2009 determina unicamente a implantação de refrigeração nos ônibus seletivos, de tarifa superior
aos ônibus de linha convencional. Sendo o ar-condicionado nos coletivos uma demanda histórica da
população, o veto parlamentar causou grande polêmica e mobilizou a opinião pública, fazendo com
que a Administração Municipal instituísse uma comissão para avaliar os custos necessários para
equipar a frota regular de ônibus da Grande Belém. Com a entrega pela SEMOB do relatório conclusivo
à CMB em junho de 2017, o Presidente da Câmara, Mauro Freitas, informou que uma audiência
pública seria marcada para apresentar os resultados da comissão à população, o que até o fim de
2017 não ocorreu (CMB, 2017).
79
aprovada, inexistindo até então uma garantia legal de que o sistema de ar-
condicionado nos coletivos seja realmente implantado, questão que só será
confirmada após a realização do devido processo licitatório para a outorga do serviço.
Uma nova possibilidade de licitar o sistema de transporte coletivo surge 25
anos após a única tentativa de abertura de concorrência pública que se tem na história
da RMB, ocorrida em 1992 através da CTBel. O objeto era licitar a linha Icoaraci Ver-
o-Peso I, cuja empresa selecionada exploraria o serviço mediante o regime
permissionário, conforme as determinações da LOM/Bel na época. As três empresas
que participavam da concorrência requereram a impugnação do processo, além de
uma delas que já havia entrado com uma ação judicial visando o cancelamento da
licitação. A decisão da justiça, então, foi desfavorável à CTBel, que foi obrigada a
cancelar a concorrência (MERCÊS, 2004). Espera-se, todavia, que a atual proposta
de licitação do sistema venha de fato qualificar o setor, com o devido cumprimento da
legislação federal e municipal, questão que deverá contar com exaustiva atuação
popular.
Ao analisar a literatura acumulada durante a pesquisa, assim como os
documentos obtidos tanto em repartições públicas como na internet, é possível
elencar os principais aspectos e a forma de delegação do serviço de transporte
coletivo por ônibus da RMB, que serão apresentados no quadro abaixo.
Duração da delegação do 06 anos renováveis por mais 06 anos para os contratos de concessão, de
transporte coletivo por ônibus acordo com a LOM/Bel (não ocorre na prática).
Diretrizes da prestação do serviço Regulamento do Serviço de Transporte Coletivo por ônibus do Município
de transporte público de Belém – RSTCOMB.
Forma de operação Operação em linhas predominantemente convencionais e seletivas.
do serviço, sobretudo no que diz respeito à sua regulamentação, que mesmo após
denúncia dos contratos de concessão de 1983 pela EMTU/Bel (a partir desse ano
responsável pela gerência do transporte público metropolitano, posteriormente ao
DETRAN), os mesmos permaneceram inalterados por parte do Governo do Estado
(MERCÊS, 2004).
Destaca-se que tais fatos foram anteriores ao advento da Constituição
Federal de 1988 (quando não havia a obrigatoriedade de licitação para a delegação
de serviços públicos), e mesmo com as novas regras vigorando para o instituto da
concessão e permissão, os contratos firmados em 1983 foram renovados sob força
de cláusula imperativa (no entendimento das empresas à época), indo a discussão
inúmeras vezes para a arena judicial, com vitórias para segmento empresarial. O
serviço de transporte público na RMB, desde então, vem sendo explorado sob a
expedição de Ordem de Serviço, o que por si só caracterizaria as empresas como
meras autorizadas, sendo a prática da outorga por Autorização não prevista nas Leis
de Licitações e de Concessões, e na Constituição Federal (1988) apenas os serviços
de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros estão
contemplados.
Ao analisar os ciclos da oferta de transporte público propostos por Gómez-
Ibáñez e Meyer (1991) para países desenvolvidos e em desenvolvimento,
Vasconcellos (2000) elabora três ciclos aplicáveis à realidade brasileira, que
consistem na forma como o serviço de transporte vem sendo prestado e sob que tipo
de regulamentação. São eles: Ciclo “Selvagem”, Ciclo “Corporativista” e Ciclo da
“Irresponsabilidade”.
Após análise dos três, será apresentado o “Ciclo Selvagem” de
Vasconcellos (2000), ciclo que mais se aplica à realidade histórica do serviço de
transporte coletivo por ônibus da Região Metropolitana de Belém:
Fonte: Elaboração própria com base em dados de Penteado (1968), Corrêa (1989), Mercês (1998 e
2004) e Belém (2016)
muitas vezes para atender seus interesses, mesmo que tal conduta viesse a lesar o
interesse público.
Mesmo com o advento da Constituição Federal em 1988, assim como das
Leis Federais Nº 8.666/93 e Nº 8.987/95 (que estabelecem regras para a licitação e
outorga de serviços públicos mediante contratos administrativos), manteve-se não
somente a fragilidade jurídica do modelo de contratação do serviço, mas também
práticas de possíveis favorecimentos pelo Poder Concedente a empresas operadoras
por meio de alguns casos registrados a partir da eleição do atual chefe do Poder
Executivo Municipal.
25Operação que consistia na vistoria dos ônibus (sempre no turno da noite) que circulam na Grande
Belém afim de detectar possíveis irregularidades (SEMOB, 2015).
87
26 A entrevista que se pretendia realizar com o NGTM seria presencial e com perguntas semi-
estruturadas, todavia a opção do órgão público em responder as perguntas previamente
encaminhadas apenas por escrito não permitiu a efetivação de novos questionamentos e a própria
análise neste capítulo específico. Sendo assim, foi optado por apresentar as informações
disponibilizadas pelo NGTM apenas nos anexos deste trabalho.
90
[...] ao que tudo indica foi uma exigência dos empresários, que foi aceita aqui
pela maioria dos vereadores, com o aval da Prefeitura Municipal de Belém, e
a gente avalia que [...] isso possibilita o aumento do monopólio no sistema,
porque com a quebra das pequenas empresas e o poder de fogo, poder
político e poder econômico das grandes empresas, a tendência é haver uma
concentração desse monopólio nas mãos dos grandes empresários, a
maioria deles de fora do Estado (Entrevista 4).
coletivo por ônibus de 06 para no mínimo 20 anos e que foi rejeitada pela maioria dos
vereadores da CMB. Para que ocorra a concessão de um serviço público, é
necessário que o prazo do contrato seja suficiente para a recuperação do capital
investido, assim como para garantir o seu equilíbrio econômico-financeiro, já que o
serviço de transporte coletivo por ônibus possui uma peculiar estrutura de custos e
requer grandes investimentos. Assim como deve ser garantido o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos de concessão, o Poder Concedente precisa estabelecer e
fazer cumprir as normas constantes nos contratos vigentes (que não deve ser nem
tão curto e nem tão longo, como propôs o Poder Executivo Municipal com um prazo
mínimo de 20 anos), afim de garantir tanto a regularidade do serviço como induzir o
concessionário a manter um padrão de qualidade, sob risco de penalidades e inclusive
a suspensão do mesmo, em conformidade com os casos previstos em lei (ARAGÃO,
2004).
O terceiro entrevistado, sob análise de outro aspecto, também critica o
aumento do prazo de concessão para o transporte coletivo da capital, uma vez que o
Poder Público:
[...] pra que colocasse explicitamente, que um dos requisitos do edital tivesse
que constar a refrigeração dos ônibus em Belém. Isso não foi feito. A gente
não tem essa garantia. O que há é uma promessa dos empresários junto ao
Executivo Municipal, no sentido de garantir refrigeração desses ônibus. Eu
até acho que hoje em dia, por conta do debate que se ampliou na sociedade,
será inevitável que a prefeitura tenha que colocar no edital a necessidade
refrigeração dos ônibus, mas isso poderia estar impresso na forma da Lei,
não haveria problema nenhum, nenhum óbice, a que a gente pudesse
colocar na Lei Orgânica a necessidade da refrigeração dos ônibus [...] mas
infelizmente a bancada do Prefeito aqui, não aprovou essa emenda [...] Ora,
se amanhã muda os empresários, ou se amanhã muda o Prefeito, essa
promessa pode cair por terra. [...] O legislador tá pra legislar, para fazer, pra
colocar em lei e não pra ouvir promessa. Então [...] a gente fica vendo que
realmente é uma relação de muita subserviência, tanto do Poder Executivo
quanto da maioria do Poder Legislativo, diante do poder dos empresários.
de refrigeração ou não dos coletivos, complementando que para garantir tal benefício
à população:
[...] antes deve haver um procedimento correto. Então não houve nem o
antes, e tão tendo o desejo de querer fazer o depois. [...] a gente tem que
obedecer a legislação, a gente tem que dar margem para a transparência
desses procedimentos, para que todos possam ter o conhecimento pra que
a gente possa, no final das contas, buscar melhorias para a população [...]
Eu acredito que tem que ser uma via onde todos têm que participar, porque
realmente Belém precisa ter melhorias no seu sistema de transporte e
trânsito [...] (Entrevista 3).
[...] haviam várias empresas em Belém, várias empresas menores que foram
sucateadas pela gestão anterior da SEMOB. [...] essas empresas foram
quase que obrigadas a fazer a transferência para grandes empresas, entre
elas a Belém Rio, que é de propriedade do Senhor Jacob Barata, que é um
empresário que está preso no Rio de Janeiro, um grande magnata do
transporte em nível nacional, que tem suas raízes também aqui em Belém
(Entrevista 4).
[...] agora esse ano (2017), ele foi mascarado. Ele foi aprovado de forma
mascarada, nesse pacote de acordos que foi feito entre o interesse do
Executivo [...] porque supostamente tem um interesse de um empresário,
grande empresário do Transporte de Belém e do Brasil, que inclusive tá
preso, o Jacob Barata, que veio comprando uma parte significativa de linhas
de ônibus, aqui, de veículos, aqui em Belém, e que estaria entrando nesse
filão, digamos assim, que se transformou o transporte alternativo, se
sobrepondo aos interesses das cooperativas. Então houve uma aprovação
[... que] não enfrentou problemas na prática. E os interesses que estão por
trás disso são escusos. Não é com certeza o interesse dos trabalhadores
das cooperativas, que dão duro. Não é o interesse de colocar no sistema
para que eles sejam fiscalizados também, que possam atender com
qualidade a população, com segurança, com controle de profissionais
habilitados, qualificados para o atendimento [...] (Entrevista 1).
[...] o mais grave que passou quase despercebido, que a maioria das pessoas
não percebeu, é que na mudança do Artigo 147. você passou a possibilidade
de que o gerenciamento do sistema, ou seja, já não só operação sistema,
mas também o gerenciamento do sistema, que estava exclusivamente na
esfera do Município, possa ser repassado para empresas privadas. Então
essa situação é ideal para o empresário. Além dele operar via concessão, ele
vai poder gerenciar o sistema. Então isso tira quase a competência mais
importante da SEMOB, que é fazer o gerenciamento do sistema, né?
Estabelecer quais são as linhas, quais são os horários, a regularidade entre
os ônibus, a frequência [...] e isso vai ficar a cargo dos empresários. Então
além de operar, ele vai se autogerenciar, quase como se você fosse colocar
o lobo pra tomar conta do galinheiro (Entrevista 4).
98
De fato, a nova redação dada ao Art. 147. da LOM/Bel diz que o Município,
que é responsável pelo planejamento, gerenciamento, fiscalização, entre outros,
poderá não somente delegar a operação e a prestação do serviço de transporte
coletivo sob prévia licitação pública, mas também outros serviços de gerenciamento à
pessoa jurídica, o que por si só oferece um alto risco ao Poder discricionário da
Administração Pública sob a prática de Atos Administrativos, que devem visar o
interesse público e não o privado. O entrevistado também informa que criou um projeto
de emenda para manter a LOM/Bel nos parâmetros que era anteriormente, garantindo
o gerenciamento do sistema de competência unicamente Municipal, no entanto a sua
emenda foi derrotada na CMB. Destaca ainda que está no aguardo de um parecer
jurídico para confirmar se há alguma inconstitucionalidade na Emenda aprovada
(Emenda Nº 013/2017), mas que independente ser inconstitucional ou não, trata-se
de uma imoralidade do ponto de vista político e administrativo (Entrevista 4).
O edital de licitação que deverá ser lançado nos primeiros meses de 2018
contemplará tanto as linhas atuais como as linhas troncais do BRT Belém, que
deverão ser acopladas ao BRT Metropolitano assim que este for concluído (Entrevista
2). Trata-se, pois, de um grande marco na história do setor de transporte coletivo, que
há décadas é prestado sem ter passado por qualquer processo de concorrência
pública.
Para o quarto entrevistado, a realização de licitação no sistema de
transporte coletivo é um avanço, porém o mesmo não possui confiança política na
Prefeitura. Além da necessidade de monitorar o processo licitatório, o entrevistado
99
[...] tem que vislumbrar a proposta mais vantajosa, que seja garantido o
desenvolvimento nacional, e que almeje a isonomia perante os interessados.
Então quando a gente fala de isonomia perante os interessados, significa que
todos os interessados em pé de igualdade, desde o início da licitação, eles
devem participar do procedimento, de acordo com o que tiver no edital [...]
(Entrevista 3).
5.3 RESULTADOS
interesse público, por outro, o interesse público estaria ameaçado por motivos de
corrupção e cooptação de agentes públicos, fato que também poderia justificar o
descumprimento das normas infraconstitucionais e municipais durante a outorga do
serviço de transporte coletivo por ônibus da RMB. Diante de uma série de denúncias,
será lançado um edital para licitar as linhas de ônibus que operam na cidade de
Belém (que serão adequadas ao sistema BRT), fato que exigirá intensa participação
da população e de entidades representativas para que ocorra o devido cumprimento
da legislação, que por si só já garantiria que o serviço fosse prestado com maior
regularidade. O mesmo deverá ocorrer com o BRT Metropolitano (do Governo do
Estado), que após a efetivação das obras de infraestrutura será integrado ao projeto
municipal para o seu pleno funcionamento.
Recomenda-se, devido aos novos fatos que rodeiam o transporte público
na Grande Belém, que para trabalhos futuros sejam pesquisados:
público que tanto acometem a população possam dar lugar a um sistema bem
gerenciado e que proporcione melhor qualidade de vida a todos, direito que ainda está
distante da realidade local.
107
REFERÊNCIAS
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declarada-de-r-215-milhoes/ . Acessado em: 12 dez. 2017.
APÊNDICES
APÊNDICE A
Modelo do roteiro de perguntas dos entrevistados
117
APÊNDICE B
Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXOS
118
ANEXO I
Respostas das perguntas para entrevista com o Núcleo de Gerenciamento de
Transporte Metropolitano (NGTM)
119
120
ANEXO II
Modelo de Ordem de Serviço utilizado para a delegação do serviço de
transporte coletivo por ônibus na RMB
121
ANEXO II
Modelo de Ordem de Serviço utilizado para a outorga do serviço do transporte
coletivo por ônibus na RMB
122
123
124
125
126
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