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O I N i m i g O I N t e R IO R
BOB SORGE
ÉBÉÜ
Todos os direitos cm língua portuguesa reservados por
© 2009, BV Films Editora Ltda
e-mail: comercial@bvfilms.com.br
Rua Visconde de ltaboraí, 311 - Centro - Niterói - RJ
CEP: 24,030-090 - TeL: 21-2127-2600
www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br
ISBN: 978-85-61411-42-8
I a edição - Maio 2010
Impressão: Imprensa da Fé
Impresso no Brasil
C onteúdo
Capítulo 1.................................................................................... 9
O Problema mais comum que ninguém tem
E hora de parar de achar que a inveja é problema de outras pessoas.
Vamos desmistíficar essa ideia. e tomar posse da verdade.
Capítulo 2 .................................................................................. 17
O que é a inveja?
Sempre que sentimos dor e mágoa por causa do sucesso de outra
pessoa, a inveja nos tem em suas garras fatalmente diabólicas.
Capítulo 3 .................................................................................. 28
Os irmãos
A inveja é geralmente uma questão entre irmãos —e irmãs.
Podemos traçar este padrão começando com Caim e Abel
e prosseguindo por toda história bíblica.
Capítulo 4 .................................................................................. 45
O grande talento revelado
A distribuição de talentos variados da parte de Deus
é algo perfeito para a manifestação da inveja.
Capítulo 5 .................................................................................. 67
Por que o avivamento tarda?
Seria porque a inveja ê o maior obstáculo para o verdadeiro
avivamento bíblico?
Capítulo 6 .................................................................................. 77
A Cruz: Morte da inveja
Deus trata com a inveja crucificando aquele que é invejado —
o primeiro exemplo é Jesus C.risto.
Capítulo 7 ..................................................................................90
Experimentando a “Medida da Graça”
Enquanto fazemos comparações e observamos a aparente distribuição
arbitrária dos dons espirituais e das diferentes esferas de influência,
existem coisas que podemos fazer para vencer a in veja.
O P roblema
M a i s C o m u m Q ue
N i n g u é m T em
voJvenre e fatal todas as vezes que ela contagia a igreja de Jesus Cris
to. A inveja tem o poder de sabotar nosso próprio destino em Deus,
porque Deus não pode honrar os nossos esforços quando eles são,
de forma subliminar, motivados por razões impuras. Enquanto a
inveja permanecer escondida nas fendas do nosso coração, a nossa
fertilidade em Cristo será inevitavelmente impedida.
Porém, mais do que isto - e é aqui onde eu sinto uma urgência
ainda maior - quando sentimos inveja um do outro no reino de
Deus, liberamos forças ativas que, na verdade, amarram o avanço do
Reino em nossa esfera ou região. A inveja tem o poder de obstruir a
liberação da bênção do reino, mesmo em lugares onde grande quan
tidade de intercessão por avivamento e visitação sobe ao trono de
Deus. Na verdade, neste livro eu argumento que a inveja talvez seja
a maior responsável, entre qualquer outro mal ou perversão, por
apagar o fogo do avivamento tanto no passado quanto no presente.
â iNveja m a to u o c o r p o oe Jesu s C r is lo
(puaNDo ei.e veio a este plaN eta peLa
pRimeiRa vez, e a i N D a e stá mataNDO
o seu c o r p o Hoje.
A inveja matou o corpo de Jesus Cristo quando Ele veio pela pri
meira vez a este planeta, e hoje ela ainda mata o Seu corpo - a igre
ja. Eu oro para que este livro seja lido por todos os santos —pelos
jovens, pelos idosos, pelos ministros, pelos servos e pelos cristãos de
todas as tribos e denominações. O Espírito está emitindo um cla
mor alto e claro neste tempo crítico para que entendamos o que é
a inveja, identifiquemos-a em nosso coração e saibamos como coo
perar com a graça de Deus para que esse parasita maligno não retire
de nós o poder do Espírito Santo tão necessário para completarmos
a tarefa da evangelização global.
Talvez você se sinta confuso, ou até ofendido, porque este pe
queno livro pode sugerir que você tenha um problema com a inveja.
Ah, como é fácil sermos enganados pelo nosso coração! Somos mais
io c a p i t u l o i
NOTA: Do inglês “Not mv brother, not my sLster, but its mc, O Lord, srandíng
ín the need of" prever”. Redrado da canção Standing In lhe Necd oj Praycr.
o p R O B l e m a m a i s c o m u m y u r N iN ^ n o r n t e m n
A I n v e j a E st á em T od o s os L ugares
recheado de inveja!
Contudo, o espaço não nos permite lidar com as várias formas da
inveja no mundo hoje. O objetivo deste livro é olhar para a inveja
dentro das fronteiras da igreja de Jesus Cristo. Não estaremos ana
lisando a inaneira como alguém inveja o carro ou a casa do outro, o
cônjuge, os filhos, a aparência, a carreira ou a situação financeira. Em
lugar disso, vamos limitar o nosso foco ao fantasma da inveja que cres
ce entre os irmãos c irmãs cristãos e em seus diferentes ministérios.
Notas
Rick Montgomerv, Anger Takes American* by Surprise, [A raiva anica os ame
ricanos de surpresa] Kansas Cirv Srar (Ocrobcr 15, 2001)
capítuLo 2
O que é a I nveja?
0 u me LemBRO çue ceRta vez uma Revista secuLaR
muito famosa oefiNiu a iNveja como a d or seNtma
çuaNDO outRa pessoa aLcaNça o çue você Deseja. As Es
crituras nos dizem que esta dor, na verdade, é um desejo pecaminoso
(veja Gálatas 5:21, 26). O dicionário Vine Expository Dictionary defi
niu a inveja com o “o sentimento de desprazer produzido pelo conheci
mento das vantagens ou prosperidade de outros” 1Webster Dictionary
define a inveja como “a dor e o ressentimento de saber que o outro está
gozando de um prazer, somado ao desejo de possuir a mesma coisa.” 2
Ela é a dor ou agonia que sentimos com o sucesso do outro. O significa
do da palavra “ciúme” é ligeiramente diferente de inveja. Webster s de
fine “ciumento” como “disposto a suspeitar rivalidade ou infidelidade;
inimizade contra um rival ou contra alguém que recebeu um benefício”.
Em muitos contextos, as palavras “inveja” e “ciúme” são, na prá
tica, intercambiáveis. Existem matizes de significado que são únicas
em cada uma dessas palavras, mas essas diferenças não são tão im
^ c a p it u L o 2
O A specto N eg a t iv o d o S ucesso
3, iNveja é símBoLo D a D iL ig ê N c ia
A I n v e ja no L iv r o de T ia g o
Tiago nos diz que a inveja é “amargura” Ela é fortalecida pelo co
ração amargurado e produz frutos de amargura nos relacionamen
tos. Um exemplo disso é encontrado na vida de Esaú (veja Gênesis
27). Quando chegou a hora de Esaú receber a bênção patriarcal do
seu pai Isaquc, o irmão gêmeo de Esaú, Jacó, vestiu as roupas do
seu irmão e fingiu ser Esaú. Tentando imitar a voz do seu irmão,
Jacó foi até o seu pai e enganosamente roubou a bênção que Isa-
que planejava para Esaú. Quando Jacó recebeu a bênção que Esaú
merecia como primogênito, os olhos de Esaú se encheram de ira e
mau-olhado para com o seu irmão. Esaú foi capturado pelas garras
da inveja, mas ele acreditou que a amargura para com seu irmão,
Jacó, era justificável, porque Jacó o havia enganado. A inveja pode
produzir uma raiz de amargura no coração de alguém, que, se não
for tratada, pode, consequentemente, manchar muitas pessoas (veja
Hebreus 12:15-16). Portanto, quando somos invejosos, devemos
nos perguntar por que estamos amargurados. Se formos honestos,
muito da nossa amargura está provavelmente direcionado contra
Deus, porque Ele é aquele que deu mais a outros do que a nós.
â eNeRgia D a iNveja é
geR ao a por um coR ação
amBicioso e egoísta.
I n v e ja e R iv a l i d a d e
Dois Sonhos
“Chris, o Senhor diz que você tem uma doença que põe em risco a
sua vida.” Chris ficou chocado com a notícia e ficou imaginando se
era câncer. Então, o pregador acrescentou: “A doença que ameaça
a sua vida, é a Comparação.” A primeira resposta do Chris foi: “Eu
não concordo com isso”, embora soubesse que de alguma forma isso
era verdade.
Nos três dias seguintes, Chris se esforçou para entender o sig
nificado do sonho. Ele trabalhou duro durante anos para abençoar
outros, para não julgá-los, etc. Como poderia estar sofrendo com a
enfermidade da Comparação? Mas, de repente, ele compreendeu.
Chris me disse: “Durante anos tenho me comparado a outros e
sempre me vejo com o trabalho mais inferior. O Senhor trouxe à
minha memória todas as vezes que eu disse para mim mesmo: Por
que ensinar? Mike Bickle é um professor muito melhor. Por que pro
fetizar? Paul Cain parece fazer sucesso nessa área. Por que orar? Lou
Eangle tem muito mais poder que eu ao orar.n Chris disse que ele
continuamente se comparava aos outros e se sentia inferior, e isso
estava matando a sua vida espiritual em Deus.
O próximo sonho, que aconteceu algumas semanas mais tarde,
foi para enfatizar o que Deus queria que Chris aprendesse. Neste
sonho, Chris estava na serra com um grupo de homens que sempre
respeitou por causa do poder da unção do Espírito Santo sobre o
ministério deles. Cada um, segundo ele, era mais eficiente do que
ele próprio em suas respectivas áreas do ministério. Cada homem
possuía um chalé individual, mas se reuniam em um hall princi
pal de encontro que continha uma mesa para refeições. O convida
do de honra da semana era Billy Graham, que estava para chegar.
Todos estavam sentados ao redor da mesa quando Billy Graham
chegou e caminhou em direção a Chris e disse: “Chris, gostaria de
sentar-me ao seu lado essa noite durante o jantar.” Chris respondeu:
“Não, você não deseja sentar-se ao meu lado, você deseja sentar-se
com aquele ou aquele outro. Comparado a esses caras eu sou chato.”
Mas ainda assim Billy continuou com o seu objetivo e colocou a sua
cadeira ao lado de Chris. Após o jantar ele disse: “Chris, gostaria de
24 cap itu lo 2
A F orça da I n v e ja
Notas
W.E. Vine, Vines Expository Dictionary ofNew Testament Words [Dicionário
expositório Vine de palavras do Novo Testamento] (Iowa Falls, IA: Riverside
Book and Bible House), p. 367
Merriam-Websters Collegiate Dictionary, [Dicionário Merriam-Webster]
10thed., s.v. “envy [inveja].”
Ibid., s.v. “jealous [ciúme]”
W.E. Vine, Vines Expository Dictionary, p. 367.
Michael Cavanaugh, A study in Envy —Sauland David [Um estudo sobre a
inveja - Saul e Davi], gravação para ensino por Michael Cavanaugh apresen
tado na Igreja Elim Gospel, Lima, Nova York, 21 de Janeiro de 2001.
capítuLo 3
Os I rmãos
c i iN v e ja apaReceu a iN D a n o i n í c i o D a H istÓ R ia h u -
m a N a , com Caim e Abel (os dois filhos de Caim). Caim invejou Abel
porque o sacrifício de Abel foi aceitável a Deus, e o de Caim não. Mes
mo antes de Caim ter matado seu irmão, Deus o advertiu: “O pecado
jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”
(Gênesis 4:7). O pecado que se escondia atrás da porta do coração de
Caim foi a inveja. Ou ele a dominava ou ela o dominava. Infelizmente, a
inveja venceu. Caim assassinou o seu irmão Abel.
A inveja é sempre uma questão entre irmãos. A única razão pela
qual a inveja não começou com Adão foi porque ele não tinha ir
mão. Mas assim que os irmãos apareceram na terra, a inveja imedia
tamente ganhou vida. Geralmente, a inveja não é algo entre pai e fi
lho, mas entre irmãos (e, como veremos mais adiante, entre irmãs).
Um pai verdadeiro não inveja seu filho, e um filho verdadeiro
não inveja seu pai. Absalão não era um filho verdadeiro para Davi,
então ele invejou o governo do seu pai. Mas Timóteo e Tito eram
28 capituLo 3
â IN v e ja é u m a iN iç u iD a D e
do coRação çue Não é vista
até çue a o casião a iNvoçue.
dia orar por ele com energia e sinceridade. Porém, quando a bênção
de Deus invadiu a sua vida, algo mais também invadiu o meu co
ração, e eu não consegui mais orar por ele como antes. Deus res
pondeu a minha oração abençoando o meu irmão, e agora a minha
compaixão transformou-se em inveja.
As I rmãs
irmã, para afligi-la, descobrindo a sua nudez com ela na sua vida”
(Levítico 18:18).
Na verdade, a inveja entre irmãs aparece duas gerações antes de
Raquel e Lia. A inveja era o problema entre Sara e Hagar. Sara (es
posa de Abraão) era estéril; então, na tentativa de ter um filho, ela
deu a sua serva Hagar a Abraão como esposa. Hagar gerou Ismael
para Abraão, mas então o seu relacionamento com Sara de repente
mudou de serva para rival. Isaque, o bebê do milagre, nasceu em um
cenário de uma fascinante saga de inveja entre duas mulheres que
ansiavam encontrar sua identidade na família como mãe frutífera.
Miriã, a irmã de Moisés, não sentia inveja de Moisés; mas ela in
vejou a sua esposa! A Esposa de Moisés, Zípora, era gentia, e Miriã
ficou ressentida com a posição que Zípora ocupava como esposa de
Moisés, mesmo não sendo ela uma israelita (veja Números 12:1).
Não sabemos a natureza exata da inveja dela, porém mais uma vez,
a inveja ocorreu entre irmãs - funcionando entre esteras de influ
ência semelhantes. Arão foi capturado pelo fingimento de Miriã,
talvez porque sentisse inveja do seu irmão, Moisés. Mas está claro
que Miriã era a instigadora, porque foi ela a quem Deus assolou
com lepra.
Existe também o caso de Ana e Penina, as duas esposas de El-
cana. Penina tinha filhos, mas Ana era estéril. Ana sofreu de inveja
de Penina porque ela tinha filhos, mas Penina invejava Ana porque
Ana era a esposa favorita de Elcana. A tensão conseqüente nesta fa
mília foi quase insuportável. Lemos que Penina provocava Ana “ex
cessivamente para a irritar, porquanto o Senhor lhe havia cerrado
a madre” (1 Samuel 1:6). A história termina com uma boa notícia,
quando Deus permite que Ana fique grávida de Samuel.
Todas essas histórias entre irmãs compartilham de um elemen
to comum: duas mulheres lutando para alcançarem a segurança na
identidade como esposa, mãe ou irmã. A inveja é claramente tão
tentadora para as irmãs quanto para os irmãos. Contudo, a Bíblia
nos dá mais exemplos de inveja entre irmãos do que entre irmãs,
então, vamos voltar a olhar para os irmãos.
os iRmàos 31
O Fogo da I n v eja
A Inveja e Jesus
Como Davi e Daniel, Jesus foi cercado pelo constante redemoi
nho da inveja. Não é de se admirar! Ninguém nunca teve tantos
dons como Ele, então, se aqueles que conheciam Jesus tinham uma
tendência à inveja, tiveram muitas oportunidades de colocá-la em
prática.
Jesus precisou enfrentar a inveja da parte dos seus irmãos desde
o início. Você pode imaginar Jesus como o seu irmão mais velho?
Imagine você com um irmão mais velho que não tem erro algum,
se sobressai em todas as coisas onde coloca as mãos, tem a resposta
certa em todas as situações, é incrivelmente brilhante e excepcional
mente talentoso e possui um relacionamento com Deus altamente
convincente! Talvez, aqueles que têm um irmão mais velho saibam
do que estou falando.
Eu tenho apenas um irmão, e ele é mais velho do que eu. To
dos os anos da minha infância e adolescência eu segui os passos do
meu irmão, Sheldon. Todas as classes que eu entrava os professores
faziam comentários do tipo: “Ah, você é o irmão de Sheldon.” Shel
don era mais esperto que eu, mais alto que eu, mais forte que eu
e um músico melhor que eu. Eu sei o que é ser mais novo que um
34 cap itu lo 3
irmão mais talentoso que você. E ainda assim, eu não consigo ima
ginar como seria ter Jesus como um irmão mais velho!
Jesus teve quatro irmãos (veja Mateus 13:55) que não conse
guiam acreditar no ministério de Jesus. Apenas após a Sua morte e
ressurreição que eles verdadeiramente creram. Que transição uma
pessoa teve que sofrer em sua estrutura mental para concluir que o
seu irmão mais velho é o Criador do universo? A transição foi tão
grande que os seus irmãos quase não tiveram sucesso nesta tarefa.
Jesus, em Sua misericórdia, os ajudou ao aparecer pessoalmente,
após a Sua ressurreição, para o irmão que regulava idade com Ele
(veja 1 Coríntios 15:7).
Dê um palpite sobre a autoria dessas palavras: '‘Porque onde há
inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa”
O irmão de Jesus! Tiago era o irmão mais novo de Jesus (o verso
acima foi retirado de Tiago 3:16). Eu posso ouvir Tiago dizendo:
“Rapazes, a inveja quase me consumiu vivo! A inveja era uma ques
tão tão grande em meu coração, que quase custou a salvação ” Tiago
era capaz de se referir à questão da inveja por causa da autoridade
que adquiriu com a experiência que teve.
Não foram apenas os Seus irmãos que invejaram Jesus. Os líderes
religiosos do Seu tempo O invejaram intensamente porque eles O
viam como um rival na esfera deles. O ministério público de Jesus
constantemente regulava a temperatura da inveja nos corações dos
líderes religiosos. Se a inveja deles esquentasse depressa, eles O cru
cificariam prematuramente. Então, para neutralizar a intensidade
da inveja deles, Ele Se anularia para abrir mão de campos maiores.
Quando Jesus entrou em Jerusalém, a inveja cresceu a uma velocida
de alarmante; então Ele se retirou estrategicamente para que a inve
OS I R m à O S 35
indignação dele não era porque o sábado estava sendo violado, mas
porque Jesus estava demonstrando um poder e autoridade em seu
terreno, que ele mesmo não possuía, Jesus chamou a atenção das
multidões com um governo cativante que o príncipe da sinagoga
desejava para si mesmo. A questão era inveja.
A Inveja se Esconde
O príncipe da sinagoga cobriu a sua inveja sob o pretexto de zelo
pelo sábado. Isso ilustra uma das características mais comuns da in
veja: A inveja se esconde. Ela se veste com vestes de honra, e com
paixão. A inveja nunca deseja ser descoberta, então ela gera um zelo
nobre que desvia todos os olhos a uma questão secundária (como
o sábado).
A mesma coisa aconteceu com Moisés e Josué. Moisés chamou
setenta líderes para o tabernáculo para um culto direcionado a eles,
mas por algum motivo dois dos líderes nomeados não comparece-
ram à reunião. Quando o Espírito desceu sobre os líderes, Ele tam
bém desceu sobre os dois ausentes, que estavam no acampamento
e eles profetizaram como os outros sessenta e oito. Um manto de
zelo veio sobre Josué quando ele ouviu que os dois faltosos também
profetizaram, porque ele não achava justo que aqueles que não de
ram valor ao encontro o suficiente para comparecerem, recebessem
a mesma bênção. Então ele exclamou: “Moisés, meu senhor, proí-
bc-lho.” (Números 11:28). A resposta de Moisés foi clássica: “Tens
tu ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse
profeta, e que o Senhor pusesse o seu espírito sobre ele!” (Números
11:29). Josué colocou a sua capa com aparência de zelo, mas a res
posta de Moisés mostrou o coração dc um pai verdadeiro.
A inveja dos principais sacerdotes com relação a Jesus finalmen
te O levou ao Seu assassinato. Contudo, eles não perceberam que
estavam sendo motivados pela inveja. Os líderes religiosos estavam
convencidos de estarem crucificando Jesus por motivos justificáveis
e puros. Mas até mesmo um governador gentio incircunciso tinha
mais discernimento! Pilatos levou pouco tempo para entender que
OS I R m à O S 57
o ódio dos líderes judeus era abastecido pela inveja (veja Mateus
27:18; Marcos 15:10).
Isso ilustra o poder incrível que a inveja tem de nos enganar
quanto à verdadeira natureza das motivações do nosso coração.
Isso também nos mostra que não precisamos ser gigantes espiri
tuais para discernirmos a inveja. O governador ímpio foi capaz de
reconhecê-la instantaneamente. Quando Pilatos viu que ele estava
tratando com as paixões inconstantes da inveja, ele tentou ajudar
os principais sacerdotes a encontrarem uma perspectiva, sugerindo
que Jesus fosse libertado enquanto Barrabás (um assassino cruel)
fosse condenado. Mas os principais sacerdotes estavam tão furiosos
de inveja que pediram a liberdade de Barrabás e a crucificação de
Jesus. Naquele momento Pilatos soube que ele estrava lidando com
emoções que não aceitariam argumentos racionais. O povo estava
incontrolável. Os principais sacerdotes se tornaram literalmente
insanos por causa inveja. Eles queriam devolver um assassino para
as ruas da sua cidade para que pudessem crucificar Jesus. A inveja
fez com que os principais sacerdotes defendessem o assassinato e a
brutalidade. A história ilustra o terrível poder que a inveja tem de
levar o homem a níveis absurdos de insanidade.
Vamos analisar mais uma leitura sobre Jesus e a inveja:
cl pRomoção pROva a
auteNticmaDe do amoR,
O G rande
T alento
R evelado
â passagem mais impResciNDÍveL Na B ÍB ü a ReLacio-
NaDa ao assUNtO Deste Livro, encontra-se em uma das pará
bolas mais brilhantes de Jesus, e é uma das que foram guardadas para
serem compartilhadas no fim do Seu ministério terreno.
Na parábola (veja Mateus 25:14-30), Jesus conta a história de
um homem que deu os seus bens aos seus servos, esperando que eles
melhorassem o investimento realizado neles, através do comércio.
Então, ele saiu para uma viagem. Um servo recebeu cinco talentos
de dinheiro, outro recebeu dois e outro recebeu um (cada um se
gundo a sua própria habilidade). Com o tempo, os dois primeiros
servos dobraram as riquezas do mestre, mas o terceiro servo enter
rou seu único talento.
Quando o senhor voltou e viu como os dois primeiros servos
44 c a p it u L o 4
para alguém com mais dons que você e invejar o que ele tem; mas
a verdade é que se você tivesse o mesmo nível de dons que ele, você
provavelmente sofreria um esgotamento! A sua estrutura não foi
construída para suportar o nível de responsabilidade que esses dons
extras carregam! A responsabilidade de gerenciar esse grande talen
to iria destruir você. Deus lhe conhece por inteiro, e Ele lhe conce
de talentos de acordo com as suas forças. Ele ama você exatamente
do jeito que você é porque Ele lhe criou precisamente da maneira
como Ele deseja que você seja. Ele ama quando você é simplesmente
você. E Ele não lhe entregará mais do que você possa gerenciar com
eficiência. Então, sejamos gratos porque Deus não nos Deus mais
do que podemos suportar!
P r in c íp io s R e l a c io n a d o s aos T alentos
mamãe, eu não sei tocar piano.” Ela fingiu que não ouviu o meu
argumento; a partir de agora eu tocaria piano na igreja, e sem mais
discussão. Naquela época, havia apenas dois instrumentos em mui
tas igrejas: um órgão e um piano. A mamãe tocava órgão e agora eu
iria tocar o piano.
O primeiro domingo foi um desastre (eu tinha catorze anos de
idade). Eu fiquei tão constrangido que passei a semana seguinte
inteira tentando melhorar as minhas habilidades para o fiasco do
próximo domingo. A minha mãe pressionava o pedal do órgão,
sufocando eficientemente a minha incompetência. Ela levava cada
canção até o final. Eu tentei imitá-la em tudo o que fazia. Quando
as semanas transformaram-se em meses, eu me encontrei cada vez
mais próximo a ela. Às vezes, o filho é capaz de igualar-se à mãe - e
em alguns aspectos até ultrapassá-la. Eu literalmente aprendi a to
car piano na igreja! E então, eu descobri esse valioso princípio com
respeito aos talentos: permaneça ao lado de alguém mais habilidoso
que você, e busque até alcançá-lo.
O autor e professor Mike Bickle propôs a curiosa perspectiva de
que com a palavra “talento” Jesus se referia aos dons públicos. Em
outras palavras, o que distingue uma pessoa com quatro talentos da
que possui três talentos é que a pessoa que recebeu quatro talentos
irá encontrar, consequentemente, uma expressão pública mais visí
vel entre as pessoas. Quanto maior o dom, mais naturalmente a pes
soa será conduzida a uma plataforma pública mais visível. Salomão
expôs esse princípio quando escreveu: “Viste o homem diligente
na sua obra? Perante reis será posto; não permanecerá entre os de
posição inferior” (Provérbios 22:29). Um exemplo disso é encon
trado no tabernáculo de Davi, na pessoa de Quenanias, que se ele
vou a um lugar de destaque ao ser o principal instrutor dos cantores
“porque era perito nisso” (1 Coríntios 15:22). Aqueles que são fiéis
ao cultivo dos seus talentos e se tornam peritos em sua área, natu
ralmente crescem e recebem esferas de lideranças correspondentes.
Está certo o mais habilidoso e o mais ungido receber cargos de lide
rança em nossos ministérios de louvor.
48 c a p it u L o 4
Distribuição de talentos.
Parece que Deus é completamente aleatório na maneira como dis
tribui dons aos homens. Ele não dá mais talentos a determinadas
pessoas porque elas são bonitas ou altas ou porque têm cabelos es
curos ou são espertas ou agradáveis. A distribuição de talentos apa
rentemente não possui padrão. Por que Deus deu um talento a este
e dois talentos àquele ? Não existe uma razão aparente. Ele simples
mente dá. Não pergunte o por quê; você nunca terá uma resposta.
Ele se levanta na autoridade da Sua soberania e simplesmente deci
de arbitrariamente o que Ele dará a cada um. O seu nível de talento
não está relacionado ao Seu amor por você. Ele lhe dá um, dois ou
cinco talentos; Ele ama você tanto quanto ama todas as pessoas do
planeta.
Deus dá um talento a este, dois talentos àquele, cinco talentos
ao outro - e depois, coloca todos na mesma equipe de louvor e diz:
“Use-os”. Eis a receita para a catástrofe! Ministérios de louvor são
conhecidos entre os pastores por serem uma das áreas mais proble
máticas do ministério de uma igreja local. Por que isso? Uma razão
seria, sem dúvida, o fato de que Satanás se opõe ao tremendo po
tencial dos ministérios de louvor. Mas há outro problema, e a sua
origem não é demoníaca, mas carnal. Estou referindo-me à inveja
que se levanta nos ministérios de louvor compostos por membros
com diferentes níveis de dom. Considere mais uma vez o que Tiago
disse a respeito disso: “Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí
há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tiago 3:16). Quando a
inveja tem a permissão de existir incontrolavelmente em nossos mi
nistérios de louvor, eles se tornam lugar de “toda espécie de coisas
ruins”. Nada pode ser mais importante e essencial do que trazermos
essas questões à luz e chamarmos uns aos outros ao arrependimento.
Quando colocamos lado a lado pessoas com diferentes níveis de
dom, estamos buscando problema. Este terreno que chamamos de
grupo de louvor é um campo minado. Mas Deus tem um propósito
ao distribuir para o corpo de Cristo níveis variados de dons, e eu
desejo que este propósito seja explorado.
o gR aN D e ta L e N to ReveLaDO 49
O P roblem a do C r esc im e n t o
da I g r e ja
C a m in h a n d o J untos
Eu disse que a pessoa que possui dois talentos olha para a que
possui um talento e responde com um pouco de arrogância; e de
pois, essa mesma pessoa que possui dois talentos olha para a que
possui cinco e reage com inveja. Mas e a pessoa que possui um talen
to? A tendência dele ou dela, de acordo com Jesus, é enterrar o seu
único talento. A medida que a excelência do ministério de louvor
cresce, a pessoa que possui um talento diz: “Estou saindo. Estou re
nunciando o ministério de louvor. Vocês estão acima de mim agora.
Eu sou muito esperto para continuar nessa plataforma ao lado de
todo esse talento. Não, estou de partida.” Então, a pessoa que possui
um talento enterra o único talento que tem.
O espinho na carne
O ministério de louvor é um dos ministérios mais poderosos na
5ii capituLo 4
A estrela na equipe
Certa vez quando levei meu filho Michael a um desses jogos de bas
quete, o time dele jogou contra um time que possuía uma estrela.
Quando esse garoto em especial estava em campo, o seu time mar
cava todos os tipos de pontos. Quando ele sentava-se no banco, o
time do meu filho reaparecia. Mas a recuperação não durava tempo
suficiente, porque então, a estrela voltava para o campo e o time
dela decolava novamente.
Você alguma vez já jogou em um time onde ficou um bom tem
po sentado no banco assistindo a estrela do seu time abrir todos os
jogos, alcançar o melhor tempo de jogo de todos os outros joga
dores e, então, também encerrar a partida? Você tem uma escolha
nessa posição; ou você é invejoso ou decide ficar alegre porque ele
ou ela está em seu time.
Estou prestes a confessar um dos exemplos mais feios de inveja
na minha vida. Eu sei que os meus amigos que leem este livro usarão
o que eu vou dizer contra mim para o resto da minha vida (de modo
bem humorado, é claro), mas eu acredito que essa é a intenção. Se
eu vou confessar a minha podre inveja e permitir que outros me
provoquem por causa disso, eu ganharei mais graça para triunfar.
Então, vamos lá. Certo dia, eu estava folheando uma revista cristã
e esbarrei com um nome. O nome foi anunciado para o evento, um
cruzeiro, por ter escrito este livro, e assim por diante. Então, na lista
de best-seller, o seu nome estava exatamente no topo. O nome era
Max Lucado. Agora, eu nunca encontrei Max Lucado, nem mesmo
estive no mesmo ambiente que ele. Eu poderia passar por ele na
58 cap itu lo 4
rua e nunca saber quem era ele. Então, eu parei e pensei comigo:
Por que esse cara me incomoda? Eu nunca o encontrei e ele me inco
moda.. E então imediatamente o Espírito Santo sussurrou em meu
coração: “Inveja” De repente, eu entendi - eu sentia inveja de Max
Lucado! Mas por quê? Porque era o seu livro o numero um na lista
de best-seller, não o meu!
Bem, eu me arrependi imediatamente, claro. Mas o problema
não estava em Max Lucado; o problema estava em meu coração. En
tão, no mês seguinte eu descobri, ao ler a revista, que eu tive novas
oportunidades de invejar porque havia outro autor de um best-seller
naquele mês. A partir de então eu compreendi que sempre haverá
alguém mais talentoso do que eu. Dessa forma, é melhor que eu me
acostume com isso e trate dessas questões.
Várias vezes o Senhor precisou me perguntar, com relação às
pessoas mais talentosas ou mais ungidas do que eu: “Por que você
não pode se alegrar porque ele está em sua equipe?” Então, pela Sua
graça, é isso que me proponho fazer.
A lé m d o T alento
Eu agradeço a Deus pelos talentos que Ele nos dá; mas este capí
tulo não estaria completo se eu não acrescentasse esse pensamento:
existe outra dimensão além dos talentos. Existe uma dimensão de
ministério na graça de Deus, segundo a qual a efetividade do nosso
ministério transcende o nosso nível de talentos. Isso é de fato uma
boa notícia! Deixe-me explicá-la a você.
Vamos começar com José, um homem dotado de cinco talentos.
José possuía muitos talentos e podia fazer tudo. Potifar entregou
toda a administração da sua família para ser supervisionada por
José, porque tudo o que ele tocava era abençoado por Deus. Ele
6: c a p it u lo 4
Nota:
Visite www.fotb.com para mais informações sobre o ministério International
House o f Prayer (IHOP).
capítuLo 5
Por que o
AVIVAMENTO TARDA?
SempRe çue Deus Rompe em avivameNto, poDeR e
gLÓRia, acONtece, invariavelmente, uma explosão de inveja. Ela
veio contra Jesus em Seu ministério na terra e também contra os após
tolos enquanto pregavam o Evangelho às nações. E especialmente fasci
nante estudar os rompantes da inveja que acompanharam Paulo em suas
viagens missionárias.
• O primeiro rompante aconteceu na ilha de Pafos, onde
Elimas, o encantador, opôs-se a Paulo e tentou apartar
o procônsul da fé, porque sentia inveja e sentia medo da
autoridade na vida de Paulo (veja Atos 13:6-8).
• Na Antioquia, em Pisídia (veja Atos 13:14-50), Paulo
pregou o Evangelho na sinagoga, no sábado. Os judeus
não se emocionaram, mas os gentios insistiram com Paulo
para que ele e Barnabé voltassem no sábado seguinte para
pregar novamente. Quando eles fizeram isso, “ajuntou-
66 cap itu lo 5
A I n v e ja na I g r e ja
sua gratidão a Deus pelas Suas bênçãos. Quando você recebe uma
bênção inesperada seja de origem humana ou financeira por causa
do mover de Deus, todos os outros irmãos em sua esfera de minis
tério imediatamente tomam conhecimento. Aqueles que possuem
um coração nobre oferecem o que receberam ao avivamento, mas
não há um líder sequer que não lute contra algum sentimento de
inveja quando outro irmão foi o selecionado por Deus para o avi
vamento.
munidade que ele e a sua equipe estavam fazendo tudo o que estava
sob o alcance deles para caminhar em integridade. Eles diziam às
pessoas para voltarem para suas igrejas de origem e para dizimarem
lá, pois o dízimo pertencia a essas igrejas, e não à igreja do aviva
mento. Pastores de outras igrejas recebiam com prazer as decisões
tomadas pela causa de Cristo. Em resumo, o pastor da igreja que
estava vivendo o avivamento fez o seu melhor para mostrar que ele
desejava que o avivamento fosse um acontecimento regional e não
algo simplesmente patrocinado por uma única igreja. Mas os seus
melhores esforços não podiam vencer a inveja.
A mídia local adotou uma posição tão adversária em relação ao
avivamento, que era possível até suspeitar que a equipe editorial es
tivesse sendo diretamente influenciada pela inveja das respectivas
igrejas onde congregavam.
O que D e u s ir á F azer?
e a colheita dos finais dos tempos não acontece. Mas se Ele envia
o avivamento, a erupção da inveja na igreja é tão destrutiva e con
tra a extensão do Reino que a bênção do avivamento se transforma
em maldição. Por causa da inveja, a casa da bênção (avivamento) se
transforma em um atrativo para “toda obra perversa”! (Tiago 3:16).
Antes de enviar o avivamento, Deus irá avaliar o fator inveja na
região. Como os irmãos (líderes) da região respondem à obra de
Deus no coração deles na área da inveja? Se eles abraçarem o arre
pendimento, a humildade e o quebrantamento sobre as tendências
naturais dos seus corações com relação às comparações da carne e
o ambicioso sentimento faccioso, Deus visitará aquela região com
poder e glória. Mas se sombras sutis de competição não se encontra
rem radicalmente com o arrependimento verdadeiro, Deus irá con
ter o avivamento para que a erupção da inveja não traga maldição
que ultrapasse qualquer bênção que o avivamento traria.
Um dos segredos para sustentar o avivamento em uma região é a
unidade dentro da igreja daquela área; e um dos maiores obstáculos
da união é a inveja. Quando os líderes se recusam a levar a inveja
deles para a cruz e a deixam como está, a bênção de Deus conse
quentemente se dissipará.
Estou fascinado por uma síndrome que observei relacionada
ao avivamento. Quando Deus toca e visita uma igreja com o avi
vamento, as pessoas virão de outras regiões, de outros estados e até
de outras nações para se deleitarem no fluir das bênçãos de Deus.
Todos virão para o avivamento - exceto os irmãos da mesma cidade,
porque a inveja é sempre uma questão entre irmãos.
Os apóstolos encararam um teste, sem perceberem, com o obje
tivo de determinar se eles poderiam ser visitados pelo avivamento.
O teste envolveu a seleção para a substituição de Judas Iscariotes. As
transições de liderança são sempre momentos muito delicados na
área da inveja. Dois nomes foram citados: “José, chamado Barsabás,
que tinha por sobrenome o Justo, e Matias” (Atos 1:23).
Agora, a seleção de quem seria o décimo segundo apóstolo do
Cordeiro não era mais uma questão simples. As implicações eram
poR çue o avivameNto taRDa 75
Há um a geRação çu e tRataRá
De fReNte com a ç u e stã o Da mveja.
Nota
John G. Lake: The Complete Collection ofHis Life Teachings [John G. Lake:
A coleção completa dos ensinamentos da sua vida], comp. Roberts Liardon
(TuLsa, O K : Albury Publishing, 1999), pp. 97, 99.
capítuLo 6
A C ruz:
A MORTE DA
INVEJA
Deus tRata com a INveja Na CRUZ. Como uma obra da
carne, ela precisa ser expulsa e morta. Nós fomos crucificados com
Cristo (veja Gálatas 2:20), o que significa que agora temos o poder
para viver como se a nossa carne estivesse morta. E todas as vezes
que a carne tenta se ressuscitar, nós mais uma vez nos consideramos
mortos para o pecado e vivos para Deus (veja Romanos 6:11). A
cruz é a resposta para todas as obras da carne. Quando a carne é
crucificada, ela está morta para o pecado. Portanto, todas as vezes
que nos arrependemos e abraçamos a vida crucificada, morremos
dia após dia (1 Coríntios 15:31) de forma que pecados como a in
veja não tenham poder e domínio sobre nós.
Contudo, a Cruz também trata com a inveja de outra maneira.
ib cap itu lo 6
0
O ria ser ele o crucificado, uma vez que a inveja é um problema dele ?”
^ O Senhor diz: “Não, Eu tratarei com a inveja do Seu irmão crucifi
cando você.” Este padrão é provado na Bíblia. Permita-me mostrar-
-lhe alguns exemplos.
O
^ E saú e J a c ó
Esaú odiava Jacó porque Jacó roubou a bênção do seu pai. Com
^ Esaú sendo tão invejoso a ponto de cometer um assassinato, Jacó
é enviado pela sua mãe para encontrar uma esposa em Padã-Arã.
Quando Jacó retorna a Esaú vinte anos mais tarde, ele chega com
duas esposas, onze filhos e uma grande quantidade de animais. Mas
Jacó ainda está extremamente temeroso da inveja do seu irmão, en-
^ tão ele envia para Esaú vários presentes valiosos do seu rebanho,
para preparar a sua chegada.
Vinte anos de separação ajudarão a dissipar a inveja, e os presen
tes caros certamente ajudarão a ganhar o favor de Esaú. Mas Deus
ainda usará uma medida adicional para se assegurar que a inveja
^ de Esaú está tratada. Deus visita Jacó na noite antes do encontro
com Esaú e dá a Jacó a sua exclusiva identificação com a cruz. Ele
deslocou a juntura da coxa de Jacó, fazendo-o mancar severamente
(veja Gênesis 32:22-32). Estou convencido de que esta foi uma ex
periência dolorosa para Jacó, e o manquejar foi em parte devido à
0 dor que o ato de caminhar envolvia. Então, quando Jacó caminhava
ao encontro do seu irmão, Esaú, ele era quase uma atração com a
sua mais nova ferida, adquirida na noite anterior. Jacó ainda não
0 sabia como ajustar o seu corpo à marca de Deus em sua carne, então
4} ele mancava desastradamente em direção a seu irmão. A visão deste
homem manco, com expressão de dor foi o elemento que ajudou a
0 aquietar a inveja do coração de Esaú, para que ele pudesse receber
<» seu irmão. A inveja se transformou em piedade, e os irmãos estavam
novamente unidos.
0 Achamos que Deus deve remover a inveja tratando com o cora
is ção daqueles que invejam. Mas às vezes, Ele trata dela crucificando
0
0
78 ( ai>itul.o 6
J o sé e seus I rmãos
José era o filho favorito do seu pai, o que o fez alvo da inveja dos
seus irmãos. Mas quando contou aos seus irmãos os sonhos que teve
- de que os seus irmãos se prostrariam diante dele - a inveja deles
cresceu consideravelmente. Os irmãos de José não entenderam que
as promessas de Deus para José eram, de fato, planejadas para o be
nefício de todos os irmãos. Eles estavam muito confusos pelo fato
de não serem eles os escolhidos para ser canal de bênção. Quando
a oportunidade chegou, eles quase assassinaram José, mas em lugar
disso o venderam como escravo. O coração deles estava tão cheio de
inveja de José que nada no mundo - pelo menos era assim que eles
pensavam - faria com que eles se prostrassem diante do seu irmão!
Os I rmãos de Jó
Sabemos que Deus escolheu Jó para uma revelação rara e glorio
sa do trono de Deus, além das bênçãos relacionadas aos filhos, netos
e posses. Tal privilégio glorioso certamente fez com que os irmãos
de Jó o invejassem.
Temos a nossa disposição apenas uma pequena parte do relacio
namento de Jó com seus irmãos, e podemos encontrá-lo na resposta
deles para Jó após a sua grande tribulação: “Então vieram a ele to
dos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o
conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram
dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe havia
enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pen
dente de ouro” (Jó 42:11).
Não é interessante que após experimentar um encontro tão reve
lador com a glória de Deus e uma liberação sobrenatural do divino
poder de cura, que ao invés de ser invejado por eles, Jó é, na verdade,
consolado com presentes dos seus irmãos? O que teria feito seus
irmãos se referirem a ele com tal afeição, sabendo que foi ele o esco
lhido para o privilégio espiritual, e não eles?
A resposta, claro, é encontrada na Cruz. Deus crucificou Jó.
Bem, não literalmente, mas Jó certamente compartilhou dos sofri
Sn capitul o 6
D avi e S eus I rm ão s
Sabemos que Samuel ungiu Davi como rei de Israel “no meio
de seus irmãos” (l Samuel 16:13). É tão tentador pensar: Mandou
mal.\ Samuel! Agora Davi não tem para onde fugir. Ao ungi-lo na
presença dos seus irmãos, você o expôs a alguns “decibéis” de inveja
que talvez ele nunca seja capaz de recuperar. Você não acha Samuel,
que seria mais sábio da sua parte ungi-lo em secreto, sem seus irmãos
tomarem conhecimento de talfato?y[ss Deus estrategicamente pro
pôs que Davi enfrentasse a inveja dos seus irmãos.
E não é difícil ver a inveja deles. Quando Davi leva alívio para
eles no campo de batalha e depois faz uma investigação sobre o gi
gante filisteu, Golias, o irmão mais velho de Davi irrompe o veneno
da inveja.
casa de seu pai, desceram ali para ter com ele.” (1 Samuel 22:1).
O que causaria uma mudança tão dramática no coração deles
com relação a Davi? Bem, para simplificar, foi a crucificação de
Davi que mudou as coisas. Quando a ira de Saul acendeu-se contra
Davi, tentando por diversas vezes matá-lo, e depois perseguindo-o
pelo campo, o coração dos irmãos de Davi mudou completamen
te. Se Davi tivesse subido ao trono com facilidade e rapidez, eles
não seriam capazes de lidar com essa situação. Mas porque Deus o
conduziu por um caminho tortuoso e agonizante, a inveja deles foi
dissipada e eles puderam unir-se a seu irmão a quem Deus sobera
namente escolheu.
O padrão nas Escrituras é impressionante: Deus trata com a in
veja dos irmãos crucificando o Seu escolhido.
Os Dois R e in o s
O E sp in h o de P aulo
I n v e ja n d o a L iber d a d e do P r ó x im o
Ex per im en ta n d o
a " M ed id a
da G raça”
aNteRiORmeNte Dissemos çue Deus tRata com a in -
veja conduzindo o vaso escolhido por um caminho tão doloroso
a ponto de a inveja dos irmãos ser transformada em misericórdia.
Apesar de isso ser verdadeiro, não tira de nós a responsabilidade de
tratarmos a inveja do nosso próprio coração quando a identifica
mos. Vamos analisar alguns princípios que nos ajudarão a guerrear
no campo de batalha do nosso coração, de forma que agrademos o
nosso amado Salvador, que entregou a vida por nós.
A inveja, em última análise, é responsabilidade nossa diante de
Deus. Devemos tratar com ela rigorosamente e imediatamente.
Uma vez que a inveja é um obstáculo, em alguns casos ela pode ope
rar durante meses e até anos em nosso coração, sem mesmo termos
9o c a p i t u l o 7
Uma das coisas mais eficientes que podemos fazer para tratar da
inveja é simplesmente admitir a sua presença. Uma grande quan
tidade de poder é liberada quando trazemos os nossos pecados à
luz. Quando Deus nos mostra a inveja do nosso coração c quando
confessamos humildemente diante dele, estamos fazendo o que 2
Timóteo 2:19 chama de apartar-se da iniqüidade. A nossa fideli
dade em tratar com questões como a inveja, uma vez que estejam
segundo a atitude ardente de Deus, nos dá poder para nos tornar
“vasos de ouro e prata” (2 Timóteo 2:20) que são purificados por
meio do arrependimento verdadeiro. Portanto, quando nós nos pu
rificamos da iniqüidade, nos tornamos 'Vaso para honra, santifica
do e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra”
(2 Timóteo 2:21).
O P ro cesso do D esm a m a r
mar, mas ele amava de verdade a sua mamadeira! Foi fácil desmamá-
-lo, mas tirar a mamadeira dele foi um problema completamente
diferente. Quando nós tiramos a mamadeira dele, a sua primeira re
ação foi a raiva. Mas quando, com o passar do tempo, ele finalmente
entendeu que a mamadeira nunca mais seria entregue a ele, os seus
berros se transformaram em lamentos, e ele ficou triste e chorava
até soluçar. Eu me lembro quando Marci e eu quase choramos com
a perda da sua mamadeira. Foi traumático para toda a nossa família!
O nosso coração gemia para realizarmos o seu desejo, mas ainda
assim, nós recusamos entregar a mamadeira a ele por causa do amor
que sentimos por ele. Assim é o amor do nosso Pai celestial para
conosco, durante o processo do desmamar.
O Senhor me desmamou de áreas ministeriais valiosas, e eu cho
rei muito por elas. Mas quando a perspectiva do meu espírito se
eleva, eu sou capaz de ver que a Sua bondade me manteve longe de
envolvimentos ministeriais que teriam me limitado a uma função
mais imatura e paroquial. Através do desmamar, Ele está me aju
dando a moldar os meus desejos para que eu cresça e alcance um
nível mais elevado de maturidade. A minha oração é que eu amadu
reça até o ponto onde eu não deseje mais o que Ele escolheu dar a
outro, mas fique satisfeito com a posse de tudo o que Cristo desti
nou para a minha vida.
Note que Davi escreveu “como uma criança desmamada de sua
mãe”. O processo do desmamar está intrinsecamente ligado ao rela
cionamento da criança com a sua mãe. E a garantia do amor da mãe
que ajuda a criança a processar o que está acontecendo. O que ajuda
a criança nesse momento difícil é a ligação mãe/ filho.
Quando Deus nos desmama dos nossos compromissos pesso
ais, Ele nos priva daquilo que desejamos, mas ao mesmo tempo nos
aproxima carinhosamente do Seu peito. Mesmo que Ele aparente
estar agindo como o nosso oponente, a sua proximidade é incrivel
mente doce e segura. Na verdade, Ele usará o processo do desma
mar para nos aprofundar e firmar ainda mais em Seu amor por nós.
Dessa forma, é em Seu amor que Ele nos fortalece para vencermos
94 CH|Mti;I.O 7
I n v e ja a N ív e l d a Ig r e ja L o c a l
A I n v e ja E n t r e as I g r e ja s L o c a is
tem problemas com a inveja, ou seja, que sente inveja de seus com
panheiros líderes. Inveja, competição, ambição - não há nada que
seja negado ou recusado tão calorosamente pelos líderes ministros.
E ainda, com todas as nossas negações, as cordas mortais da inveja
continuam tecendo sua obra diabólica 110 meio da igreja de Jesus
Cristo, gerando dúvidas, desconfiança e separação. Então, enquan
to por um lado não há nada mais doloroso para se falar do que so
bre a inveja existente em nosso coração, a urgência que sentimos de
resgatar a unidade do corpo de Cristo nos convence a encarar os
problemas com honestidade.
Geralmente, a pequena dor que sentimos com o sucesso de ou
tra igreja ou ministério é tão insubstancial e momentâneo que nós
não reconhecemos a sua presença. Mas com a inveja, um princípio
é particularmente verdadeiro: “Um pouco de fermento leveda toda
a massa” (Gaiatas 5:9). E preciso apenas uma quantidade mínima,
quase imperceptível de inveja para descolorir toda a nossa alma.
eles virain a medida da graça dada a Paulo, eles não tiveram proble
ma em reconhecê-lo como um irmão, estendendo a ele a destra da
comunhão e liberando-o para o seu chamado aos gentios. Em ou
tras palavras, foi o reconhecimento que eles tiveram da medida da
graça na vida de Paulo que os capacitou a caminharem em unidade.
A medida da graça na vida de alguém é soberanamente deter
minada por Deus. “Respondeu João: O homem não pode receber
coisa alguma se do céu não lhe for dada” (João 3:27). Quando Deus
soberanamente dá um dom a um dos Seus servos, nenhum de nós
tem o direito de questionar ou invejar este dom. Não pode haver
união onde há competitividade e ciúme da medida de graça dada a
vários irmãos. Deus não pode permitir que a bênção da união seja
derramada (veja Salmos 133) até termos tratado com determinação
essas questões em nosso coração.
c com o grau pelo qual eles trabalham nisso. Contudo, Paulo reco
nheceu que mesmo a intensidade com a qual ele trabalhava era por
causa da autoridade da graça de Deus em sua vida: “Mas, pela graça
de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia,
não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15:10). Então, a
esfera de influência ministerial cresce quando somos fiéis ao minis
tério de acordo com a graça que recebemos em nossa vida.
Tanto Davi quanto Saul foram ungidos por Deus; mas essas mu
lheres discerniram que a unção na vida de Davi era maior, pois ele
recebeu uma esfera de “dez milhares”, enquanto Saul recebeu uma
esfera de “milhares”. A esfera superior dc Davi foi evidenciada pela
sua habilidade de matar os grandiosos filisteus que Saul não foi ca
paz. Quando elas sabiamente discerniram a esfera superior dc I)avi,
isso foz com que a inveja explodisse no coração de Saul (por causa
da insegurança), uma inveja que ele carregou até o dia da sua morte.
Saul acreditava que se ele liberasse Davi em sua área de domínio, a
sua própria esfera seria ameaçada e comprometida. Ele equacionava
a esfera (ou o setor de domínio) de acordo com uma posição hie
rárquica - o trono - concluindo que apenas um homem de cada
vez poderia sentar-se no trono. Ao equacionar esferas com posição,
ele concluiu que Davi era o seu rival com relação ao trono. Ele não
compreendeu que ele poderia aproveitar o trono enquanto liberava
Davi para a plenitude da sua esfera em Deus. Se Saul estivesse segu
ro em sua identidade, ele iria adotar um jovem homem com uma
esfera maior que a sua própria esfera. Ele perdeu uma oportunidade
maravilhosa de estimular uma paternidade espiritual.
tivos que atuam nos campos de ação terrenos, onde outros podem
competir. Onde há lugar para a competição entre irmãos, há lugar
para o sentimento faccioso e para a inveja. O que aconteceria, es
pecialmente, se nós estabelecêssemos objetivos de âmbito celestial,
onde ninguém pode competir?
O DESVIO DA
INVEJA: MORTE
OU DESTINO
U m dos seNtimeNtos mais fRUStRaNtcs çue pooe-
mOS t0R quando dirigimos com pressa para um compromisso
importante, é encontrar uma placa de sinalização onde se lê “des
vio'5. Alguma coisa dentro de nós diz: “Ah não!” Eu acredito que
todos nós odiamos desvios, mas apesar disso, eu descobri algo sobre
Deus: Ele é um Deus de desvios. Sempre que Ele nos dá uma longa
caminhada, há um propósito, mesmo que às vezes não consigamos
ver qual é.
Esta verdade é poderosamente ilustrada em um segmento da jor
nada de Israel pelo deserto. Temos alguma coisa para aprender com
os desvios no trajeto deles, que toi bastante estratégico nos propó
sitos de Deus.
n 4 capitulo 8
HoRmá R e p R e s e N t a p a R a n ó s uma v i t Ó R i a
aNtes Da HORa çue pRecene um LoNgo Desvio.
I sr a e l e Edom
e viram que ela possuía um gosto muito bom! Agora eles possuíam
visões da terra derretendo-se como manteiga diante deles. Um es
pírito ambicioso e conquistador surgiu e ganhou força no coração
deles. “Tudo bem Edom, se você não quer deixar a gente passar pelo
seu território, então veja isto. Iremos simplesmente avançar para
Canaã, por nossa conta, e lhe mostrar o que é bom. Assista a nossa
máquina de guerra em ação, irmão, e se morda de inveja!” Embora
esta atitude não seja articulada no texto, estou sugerindo que isso
aconteceu por causa da inclinação humana tão comum de adorar
um espírito triunfal quando no caminho para o sucesso. Você deve
lembrar-se que Esaú (Edom) e Jacó eram irmãos gêmeos e rivais
desde o começo. Esaú vendeu o seu direito de primogenitura para
Jacó por um prato de comida (veja Gênesis 25:29-34) e depois foi
impedido de receber a bênção do seu pai quando Jacó fingiu ser
Esaú e roubou a bênção que estava designada a Esaú (veja Gênesis
27). A nação de Edom nunca se esqueceu disso. Ao invés de assumir
as responsabilidades pela falta da bênção em sua vida, Esaú achou
que isso era culpa de Jacó. Mesmo após séculos, a rivalidade entre as
duas nações ainda estava viva e a todo vapor.
Por Esaú não ter assumido a responsabilidade pessoal pelo seu
relacionamento com Deus, os seus descendentes acabaram pecando
brutalmente contra Israel. Em resposta, Deus declarou que Ele jul
garia a nação de Edom. Um dos profetas que registrou a ira de Deus
contra Edom foi o profeta que escreveu o menor livro da Bíblia, o
profeta Obadias.
O livro de Obadias é uma exposição da inveja, dedicando-se es
pecificamente com o relacionamento de Esaú com o seu irmão Jacó.
A inveja de Esaú fez com que ele se distanciasse de Jacó e das pro
messas reservadas aos patriarcas. Edom tornou-se uma nação que,
em lugar de ter parte no reino de Deus, o perseguiu. O fruto da
inveja é relatado no livro de Obadias, revelando os seguintes princí
pios com relação às conseqüências da inveja:
• A inveja conduz ao pensamento pervertido e à perda do
entendimento.
nfi cap itu lo 8
O V e n e n o da D emora
Deus sabia que por causa do longo atraso, a alma dos israelitas
se tornaria “impaciente no caminho”. Deus não estava desapontado
com o desencorajamento, mas Ele estava angustiado com a maneira
como eles decidiram expressar esse desencorajamento. Ele queria
arrancar a ambição deles e tratar com a inveja de Edom, mas a res
posta deles foi reclamar. Então Deus enviou víboras venenosas para
o acampamento para mostrar a eles que a resposta que deram a Seus
planos estava literalmente matando-os.
O Novo Testamento nos dá uma perspectiva interessante desta
história, nos dizendo que o povo pereceu com as picadas da ser
pente porque eles tentaram a Cristo (veja 1 Coríntios 10:9). Eles
pensaram que toda a ideia do desvio era tola. Eles chegaram a al
cançar o arco frutífero de Canaã e agora se encontram de volta no
deserto sem alimento e sem água - exceto pelo maná que agora eles
odiavam. Não há dúvidas de que eles estavam dizendo coisas como:
“Esta é uma rota estúpida para Canaã. Deus, o Senhor sabe o que
está fazendo? Puxa, até eu poderia mapear um curso melhor que
este!” Eles estavam tentando a Cristo ao desdenhar da provisão do
maná e ao acusar o julgamento e a sabedoria de Deus. Deus mos
trou a Sua fidelidade para com eles inúmeras vezes, mas agora eles
foram mais uma vez pegos pelas garras da descrença. Em meio à
impaciência, eles estavam, na verdade, golpeando a Deus com a lín
gua deles.
Ao enviar as serpentes, Deus estava basicamente dizendo: “Dei
o Desvio Da iNveja: moRte ou oestmo 12:
M orte ou D estin o
O ç u e é pReocupaNte Nessa
mstÓRia e o seguiNte: Nem tono
muNDo soBRevive ao Desvio.
O P ro pó sito do D e sv i o
está fazendo com aquela igreja?” “Eu fico querendo saber o que está
acontecendo no ministério dele?” Este é o propósito de Deus, fazer
de você um objeto que desperta a curiosidade. Mas à medida que
você persevera em disciplina e temperança, um dia a sua jornada se
tornará uma fonte de encorajamento geradora de vida, fonte esta
que encorajará outros a passarem em um caminho semelhante.
U ma H istória P essoal
E n ra iza d o s no A mor
Se fomnos aD m itiR , todos nós nos encontramos em uma
crise variada de identidades. E por essa razão que existe tanta inveja
em todos os lugares. A inveja não pode encontrar lugar no coração
do santo que tem absoluta certeza da sua identidade no amor de
Deus.
to que nada do que vemos com olhos naturais pode produzir uma
reação invejosa dentro de nós. Não desejamos nada que qualquer
outra pessoa tenha porque já temos tudo o que precisamos - um
relacionamento extravagante, íntimo com o Senhor do universo!
Eu falo em termos teóricos porque eu ainda não alcancei essa
plenitude. Portanto, eu ainda enfrento algo semelhante a uma cri
se de identidade. Eu ainda não estou “perfeito em amor” (1 João
4:18). Alegar que eu não estou em uma crise de identidade seria
dizer que eu alcancei o perfeito amor, mas não alcancei. Mas eu não
estou desencorajado: a graça é abundante para mim e eu estou a
cada dia mais alcançando o perfeito amor de Cristo!
fraco coração, que anseia por Ele - então encontro coragem para
crer que eu sou quem Ele diz que eu sou.
Eu invejo outros porque não estou plenamente satisfeito com
quem eu sou. E se eu não estou feliz com quem eu sou, ainda pre
ciso receber a revelação de quem eu sou em Cristo. Eu ainda não
estou enraizado e aperfeiçoado no amor, portanto, para colocar o
último prego no caixão da inveja, preciso adquirir o conhecimento
do amor de Cristo.
“Mas o conhecimento do amor de Deus é um processo contínuo
que dura toda uma vida!” Você pode dizer. Exatamente! F_ por essa
razão que eu não fico desanimado quando vejo a inveja rastejando
novamente em meu coração. Eu simplesmente morro mais uma vez
para o meu eu e volto a minha face para a cruz de Cristo. Eu me pre
parei para tratar com a questão da inveja para o resto da minha vida.
Talvez eu nunca alcance uma vitória incontestada nesta vida, mas
eu espero com fé que o meu nível de vitória cresça continuamente à
medida que eu permaneça em Sua graça. Apesar de eu ainda não ter
vencido a inveja, eu tenho aprendido a identificá-la melhor. Eu me
tornei um arrependido constante . A melhor maneira de progredir
com Deus é aprendendo a ser um arrependido profissional (uma
pessoa disposta a se arrepender) nas cortes do Senhor,
Eu não tenho cargo cm minha igreja local; eu não tenho títulos an
tes do meu nome e nem rótulos após meu nome; não estou lideran
do equipes; não tenho seguidores. (Tudo isso aconteceu em virtude
da cníraquecedora enfermidade física mencionada 110 capítulo 6.)
Eu me esforcei para processar a multidão de tristes emoções e per
das dolorosas enquanto ao mesmo tempo era enriquecido com algo
muito maior - o conhecimento do amor de Cristo. As dores da mi
nha perda foram bastante reais, mas de conteúdo muito maior foi o
aprimoramento das revelações de Cristo em meu coração. Por causa
da minha crise de identidade, eu estava particularmente vulnerável
à inveja. E ainda assim, a graça de Deus tem sido abundante em
minha caminhada, fortalecendo-me com amor que acalmará todas
as tempestades da inveja.
E11 só posso contar-lhe do que eu alcancei. Eu estou perseguindo
um relacionamento pleno, estimulante e fascinante com o Amado
da minha alma, de forma que o meu senso de identidade seja encon
trado em nada além do que eu sou em Cristo e em quem Ele é em
mim! Como João Batista, eu quero ser “grande diante do Senhor”
(Lucas 1:15), não diante dos homens - e tudo isso porque alcancei
um lugar de paz em quem eu sou diante do trono dc Deus. O segre
do está em viver buscando a audiência de Deus, em uma vida que
seja vivida diante de Deus e não diante dos homens. Eu peço a Deus
para que as ambições carnais, existentes na minha alma, que dese
jam reconhecimento diante dos homens, sejam transformadas em
ambição pela posse da grandeza entre os exércitos do céu. A questão
não é: “Quem eu sou na lêrra?” mas “Quem eu sou diante do trono
de Deus ?”.
Eu permaneço diante de Deus como um rei e sacerdote (veja
Apocalipse 1:6). Como sacerdote, eu ministro ao Rei na presença
da Sua glória; como rei eu sirvo como aquele que ajuda a reforçar as
contínuas ordens do Seu reino no coração dos homens. Esse é quem
eu sou - e esse também é você. Não existe busca por posição, por
que todos nós compartilhamos igualmente a mesma posição diante
do trono dc Deus. Diante do Pai eu sou Filho, diante do Filho eu
:?6 CajMtUl.O 9
A F alsa F o n t e de I d en tid ad e
E m R esumo
O M o n t e de C a leb e
abundância, por que não deveria pedir ao meu pai o que eu também
quero?” Ela pediu, e ele concedeu. Na verdade, ele deu mais do que
ela pediu, entregando a ela tanto as fontes superiores quanto as fon
tes inferiores (veja Juizes 1:15).
Eu tenho ouvido algumas irmãs no corpo de Cristo reclamarem:
“Eles não querem conceder-me herança alguma na minha igreja.”
Talvez seja porque tudo o que os irmãos têm é uma casa em um
campo, e desde então eles estão repartindo mentalmente essas ter
ras, esperando o pai morrer. As irmãs, eles decidiram, ficarão com
nada.
Para as irmãs ficarem com uma parte da herança, elas precisam
ter um pai rico. Meu espírito diz: Deus nos dá pais espirituais que
pagaram o preço da permanência no deserto até adquirirem auto
ridade diante Dele e credibilidade com o homem para pedir e rece
ber um monte inteiro na graça de Deus. Então, como Calebe, eles
terão uma herança espiritual suficiente para distribuir para os filhos
e para as filhas da mesma forma.
Quando o Papai lhe entrega a herança, ninguém pode argumen
tar: “Mas você é irmã, você não deveria estar fazendo isso na igreja!”
As irmãs contestam: “Se você tem algum problema com o fato de
eu estar vivendo neste território, fale com o Papai. Ele que me deu
esta terra.” Ninguém questionaria o pai porque eles sabem o que
ele iria dizer: “Não é permitido que eu faça o que eu quiser com as
minhas coisas? Ou o seu olho é mau porque eu sou bom?”
Quando os pais espirituais distribuem a herança, o argumento
acaba. E os irmãos não invejam porque receberam mais do que o
suficiente para eles mesmos.