Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E CONSTRUÇÃO DE
TEXTOS CIENTÍFICOS
Núcleo Comum
Núcleo de Pós-Graduação
Sumário
MÓDULO 1 - Introdução à Metodologia Científica
2
MÓDULO 4 - A Pesquisa Científica
4.1 Indicações relevantes sobre a produção do texto
4.1.1Elaboração de monografia: recomendações
4.1.2 Elaboração de artigos científicos: recomendações
4.1.3 Tipos e exemplos de citação
4.1.4 Recomendações essenciais para evitar o plágio
4.2.3 Quadro-síntese: formas de citação dos autores no texto de
pesquisa
4.2.4 Notas de rodapé
3
6.2.2 Estrutura:
a. Introdução
b. Resumo
c. Resumo em língua estrangeira
d. Palavras-chave
e. Desenvolvimento
f. Conclusão
g. Referências Bibliográficas
4
MÓDULO 1 – Introdução à Metodologia Científica
5
Conversa Inicial
Caro(a) aluno(a),
Ótimo aprendizado!
6
Desde a aurora da civilização as pessoas não se dão por satisfeitas
com a noção de que os eventos são desconectados e inexplicáveis.
Sempre ansiamos por compreender a ordem subjacente do mundo. Hoje,
ainda almejamos saber por que estamos aqui e de onde viemos. O desejo
profundo da humanidade pelo conhecimento é justificativo suficiente para
nossa busca contínua.
Stephen Hawking
- O que nos diferencia dos diversos seres vivos que habitam nosso
planeta?
- Como conhecemos?
7
Para aprofundarmos um pouco mais essa discussão, necessitamos buscar
mais elementos que possam contribuir sobre o entendimento que temos
atualmente sobre a própria ideia de conhecimento.
Conhecer implica uma relação entre aquele que será o sujeito que
conhece e o objeto a ser conhecido. Segundo Aranha e Martins (2002, p. 21),
“a apropriação intelectual do objeto supõe que haja regularidade nos
acontecimentos do mundo; caso contrário, a consciência cognoscível nunca
8
Embora tratemos do conhecimento como tal conjunto de saberes
acumulados, não podemos deixar de considerar que a apreensão que fazemos
mundo não é sempre tematizada, sendo inicialmente pré-reflexiva, mais no
nível da intuição e da experiência (ARANHA; MARTINS, 2002).
9
Epistemologia: a teoria do conhecimento
10
1.2 Os tipos de conhecimento
11
Nesse trecho temos um exemplo concreto de conhecimentos que são
ativados/mobilizados no dia-a-dia por todos nós, sem que muitas vezes o
percebamos.
Ela é uma dona de casa. Pega o dinheiro e vai à feira. Não se formou em coisa
alguma. Uma pessoa comum, como milhares de outras. Vamos pensar como ela
funciona, lá na feira, de barraca em barraca. Seu senso comum trabalha com
problemas econômicos: como adequar os recursos que dispõe, em dinheiro, às
necessidades de sua família, em comida. E para isso ela tem de processar uma série
de informações. Os alimentos oferecidos são classificados em indispensáveis,
desejáveis e supérfluos. Os preços são comparados. A estação dos produtos é
verificada: produtos fora de estação são mais caros. Seu senso econômico, por sua
vez, está acoplado às outras ciências. Ciências humanas, por exemplo. Ela sabe que
12
assistemáticas. Tem como objetivo primeiro a resolução dos problemas
cotidianos. Nossas crenças, tradições e saberes populares são exemplos
nítidos dessa forma de conhecer.
Segundo Trujillo (1974, Apud MARCONI; LAKATOS, 2004), o
conhecimento popular possui as seguintes características:
• É valorativo – fundamenta-se numa seleção com base em estados de
ânimo e sensações. Os valores do sujeito contribuem para a construção do
objeto de conhecimento;
• É reflexivo – faz análise de um determinado objeto, mas a mesma está
limitada à familiaridade com o elemento, não podendo ser reduzido a uma
formulação geral;
• É assistemático – casual, baseia-se na organização particular própria
do sujeito e não na sistematização de ideias.
13
Embora considerado como religioso, não está ligado diretamente a uma
fé específica, mas sim a uma relação com o sagrado e com explicações
ritualísticas e mágicas do mundo.
O largo e comprido rio Xingu não tem nascente própria. O encontro de três rios, dois
largos, Kuluene e Ronuru, e um estreito, Batovi, é que forma o grande rio. Nessa
confluência, esses três rios formam também uma praia extensa e muito bonita que os
índios chamam de Morená.
Essa praia é muito importante na vida de muitas aldeias da região. Foi ali que o
14
Tal como em outras narrativas religiosas, a narrativa indígena acerca da
criação do mundo, segundo o ritual do Kuarup, tem como objetivo oferecer uma
verdade acerca da ordem terrena, a partir de lógicas que não podem ser
explicadas sistematicamente, somente podem ser aceitas e interiorizadas. O
fiel não está à procura da evidência lógica dos fatos, mas sim da causa
primeira, ou seja, a revelação divina.
Sintetizando, podemos dizer que o conhecimento teológico possui as
seguintes características (TRUJILLO, 1974, Apud MARCONI; LAKATOS,
2004):
15
Em si, a filosofia não pretende resolver as nossas dificuldades nem salvar as nossas almas.
Como dizem os gregos, é uma espécie de aventura turística que se empreende por gosto.
Portanto, em princípio, não há nenhuma questão de dogma, nem de ritos, nem de entidades
sagradas de qualquer tipo, ainda que os filósofos, individualmente, possam ser
obstinadamente dogmáticos.
16
• Racional – pois está configurado a partir de um conjunto de enunciados
logicamente correlacionados;
• Sistemático – pois visa a uma compreensão coerente da realidade, com
objetivo de apreendê-la;
• Infalível e exato – seus postulados não são submetidos à observação.
......
ROVELLI, Carlo. Sete breves lições de física. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.
17
Conhecimento Científico
18
Complementando, Trujillo (1974, Apud MARCONI; LAKATOS, 2004), sisntetiza
as principais características do conhecimento científico:
19
1.2.5 Conhecimento Estético/Artístico
20
1.2.6 Conhecimento Técnico
22
observação e análise, tentar resolvê-lo. O que difere é a forma, o controle e a
sistematização dos modos de resolução.
23
1.4 Considerações finais
NOTAS EXPLICATIVAS
Stephen William Hawking é um físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados
cientistas da atualidade. Atualmente, é diretor de pesquisa do Departamento de Matemática
Aplicada e Física Teórica (DAMTP) e fundador do Centro de Cosmologia Teórica (CTC)
da Universidade de Cambridge. Publicou diversos livros, dentre eles “Uma breve história do
tempo”, best seller internacional que sintetiza suas pesquisas no campo da cosmologia.
1 Proposição que se admite como verdadeira e que serve de fundamento a uma teoria;
postulado; princípio ou afirmação sancionada pela experiência e tida pela generalidade das
pessoas como clara e evidente.
1
O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX, tendo
como principais defensores Augusto Comte e John Stuart Mill. O positivismo defende a ideia de
que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro e que somente
podemos afirmar que uma teoria é válida se for passível de comprovação por meio de
métodos científicos válidos. Fonte: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/positivismo.htm
24
MÓDULO 2 - Metodologias de pesquisa científica
25
Retomando a conversa
26
Uma prática de pesquisa é um modo de pensar, sentir, desejar, amar,
odiar, uma forma de interrogar, de suscitar acontecimentos, de exercitar a
capacidade de resistência e de submissão ao controle (CORAZZA, 2002,
p.124).
33
Do latim cörpus (CUNHA, 2010, p.182), o termo remete à coletânea ou conjunto de documentos,
de pesquisas científicas, acerca de determinado tema.
27
p.45). Assim, conforme asseveram Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade
Marconi (ibidem), o método constitui-se das atividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, qual seja,
o conhecimento considerado válido e verdadeiro. O método permite traçar um
caminho a ser seguido e, por um emprego sistemático de procedimentos,
possibilita a detecção de erros e orienta as decisões do pesquisador.
28
como ensejou o desenvolvimento de procedimentos inaugurais de indagação e
investigação dos fenômenos e estabelecimento de conhecimentos validados
como verdadeiros. A partir desse período da história da humanidade, a ciência
ganhou proeminência nas narrativas sobre o mundo e sobre o homem: surge o
indivíduo moderno.
29
Seguiremos, agora, com uma disposição dos principais métodos de
pesquisa científica constantes da literatura acadêmica e que historicamente
foram inseridos como procedimentos de investigação dos fenômenos na
empreitada do homem na busca pelo conhecimento.
4
Trata-se de uma teoria do conhecimento segundo a qual a fonte do conhecimento provém da
experiência empírica, ou seja, só é passível de conhecimento aquilo que for passível pela experiência e
30
seja, passariam necessariamente pela experiência sensível, em que os
sentidos seriam fatores decisivos na apreensão do verdadeiro. Por essa lógica,
um fato ou fenômeno só existe e é explicável se percebido pelos sentidos.
Aqui, os dados apreendidos da experimentação, da observação, pelos
sentidos, seriam sistematizados pela razão, a qual permitiria, então, chegar-se
a uma lei geral e ao estabelecimento de relações de causa e efeito.
O corvo 1 é negro.
O corvo 2 é negro.
O corvo 3 é negro.
O corvo n é negro.
Conclusão: (todo) corvo é negro.
pela sensação (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006).São alinhados a essa doutrina além de Francis Bacon,
Locke e Hume.
31
No emprego desse método de pesquisa, uma premissa acertada
conduzirá a um resultado válido: se uma premissa é verdadeira, a conclusão
que se chegará será verdadeira.
Síntese
32
2.2.2 Método Dedutivo
5
Trata-se de uma escola de pensamento que apregoa a supremacia da razão sobre todas as faculdades
humanas, bastando o juízo racional para a elaboração de preceitos considerados verdadeiros. A razão
constitui o fundamento de todo o conhecimento possível (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006). São filiados a
essa doutrina, além de Descartes, Espinoza, Leibniz e Kant.
33
p.24). defendeu que a razão é o único meio seguro e infalível de se chegar ao
conhecimento verdadeiro. Podemos duvidar de tudo o que existe, mas ao
duvidar estamos fazendo uso da razão. No próprio ato de duvidar temos o
entendimento que estamos duvidando – e disso não podemos duvidar.
34
O modelo cartesiano acabou por postar uma percepção dicotômica da
realidade, separando corpo e alma, sujeito de objeto de conhecimento,
instaurando no pensamento moderno a primazia da razão.
Síntese
35
1994) posta uma nova questão ao fazer científico: “o que constitui uma teoria
científica é que ela seja capaz de ser falsificada ou demonstrada como errônea
pela experiência” (BUCKINGHAM, 2011).
36
experimentais e provisórias de solucioná-los” (POPPER apud LAKATOS;
MARCONI, 2004, p.74).
Síntese
37
2.2.4 Método Dialético
38
como se determinado evento, fenômeno estivesse apartado do contexto e do
ambiente circundante, isoladamente.
Uma simples mola de metal não pode ser considerada à parte do universo que
a rodeia: ela foi produzida pelo homem com material extraído da natureza.
Ainda que em repouso, a mola não está independente do ambiente: sobre ela
atuam o calor, a oxidação, a gravidade etc. Tais condições podem alterar tanto
a posição quanto a natureza da mola (ferrugem). Imaginemos que um pedaço
de chumbo seja suspenso na mola: sobre ela será exercida uma força,
distendendo-a até seu ponto de resistência. Assim, o peso age sobre a mola
39
novo ciclo, com interposição de nova antítese, resultando em nova
síntese e assim por diante.
Síntese
40
b. abordagem genealógica. Refuta a ideia de origem, para pensar os
fenômenos do presente como produções contingenciais. Essa
perspectiva investiga as condições de possibilidade em que, em
determinada contingência histórica, certo fenômeno, certa forma de
pensar, certa prática ou organização social se instituiu. Tal proposta
almeja evidenciar o caráter arbitrário, não natural das produções
sociais humanas, desnaturalizando sua ocorrência.
41
Método estruturalista – Inaugurado por Lévi-Strauss, parte de um
fenômeno concreto para alcançar um nível abstrato, por meio da produção de
um modelo que represente o objeto do estudo, retornando, ao final, ao
concreto, tomando-se então como uma realidade estruturada e relacionada
com a experiência do sujeito social.
42
Síntese
43
Advertimos que nenhum método está isento de críticas ou de ser posto à prova
a qualquer momento, bem como o resultado de uma pesquisa qualquer. A pesquisa é
uma aventura do pensamento e seus caminhos são traçados tendo em vista um
problema que se mira enfrentar com as ferramentas metodológicas e teóricas e que
possam colocar em xeque primados anteriormente estabelecidos ou lançar novas
perguntas para o próprio objeto de pesquisa.
44
Módulo 3 – A ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS NA UNIVERSIDADE
45
Conversa Inicial
Caro(a) aluno(a),
46
3.1 A Universidade e seus instrumentos de trabalho
47
No Brasil do século XXI assistimos à expansão do ensino superior. Essa
expansão, em dados numéricos, superou em muito qualquer outro índice já
atingido anteriormente. Se tal expansão, em termos quantitativos, pode
representar um aumento do nível de escolaridade da população, em termos
qualitativos, traz em seu bojo a discussão da função da universidade e o papel
do estudante do ensino superior.
48
Com a implementação da pesquisa ou da investigação
científica na França, Inglaterra, Alemanha, as universidades
vão se reestruturando através de respostas substanciais às
reformas solicitadas para o desenvolvimento, ora mais utilitário,
através do paradigma epistemológico da racionalidade e do
experimentalismo, ora voltado para o conhecimento das
questões socioeconômicas da sociedade, como forma de
superação de seus problemas (BARROS; LEHFELD, 2000, p.
8).
49
integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada
geração;
50
• Obras de referência geral – textos básicos para estudo de sua área
específica: um dicionário da área, um texto introdutório à área, algum
texto de história da área, um tratado mais amplo, revistas especializadas
• e até mesmo algumas monografias. Tais textos têm a função de iniciar o
aluno no estudo de sua área, fornecer um vocabulário básico e os
principais conceitos da área, além de complementar as aulas
presenciais;
• Textos especializados – à medida que o aluno adquire o conhecimento
básico da sua área, buscará textos mais específicos, estudos
monográficos e continuará buscando informações nas revistas
especializadas. As revistas publicam as pesquisas recentes da área e
tornam públicos os repertórios bibliográficos da sua ciência e das
ciências afins;
51
Síntese
assim ser trazido. Mesmo ao querer evocar em mim uma qualquer voz, um perfume
qualquer, não evito que antes que ela ou ele me vislumbre no horizonte do espírito,
partiu. Não dou isto por absolutamente certo; pode ser que, radicada em mim de
vez a persuasão de que sou um visual, no lugar final do sofisma que é a escuridão
íntima do ser me fosse desde então impossível evitar que a ideia de que sou um
como for, o menos que sou, é um visual predominantemente. Vejo, e vendo, vivo.
Fernando Pessoa
52
Após qualquer atividade de aula ou de leitura de material bibliográfico é
necessário que o aluno do ensino superior passe a uma fase muito importante
da vida acadêmica: a documentação. Muitos se perguntam sobre a
necessidade de documentar o processo de estudos, que vai desde a simples
documentação das aulas até a sistematização de livros, artigos e outros textos
referentes às disciplinas que fazem parte do currículo da área.
53
(SEVERINO,
2002, p. 31)
- Como sua rotina de estudos está organizada? Tal rotina inclui momentos para
a documentação das aulas e das fontes bibliográficas?
54
Escolhemos apresentar neste material os tipos de documentação apresentados
por Antônio Joaquim Severino, em seu livro Metodologia do Trabalho Científico
(SEVERINO, 2002):
SOCIOLOGIA
Conceituação
55
3.2.2 A documentação bibliográfica: o encontro com o arquivo
56
Exemplo de Ficha de Documentação Bibliográfica
SOCIOLOGIA
DURKHEIM, Emile.
As regras do Método Sociológico
São Paulo, Martins Fontes, 3. Ed., 2007, 165 p.
O livro, publicado inicialmente em 1895, teve duas novas edições com algumas
alterações. A estrutura do livro está assim delineada:
Prefácio
Introdução
I. O que é um fato social?
II. Regras relativas à observação dos fatos sociais
III. Regras relativas à distinção entre normal e patológico
57
3.2.3 A documentação geral: o encontro com a memória
58
Síntese
Paulo Freire
59
Paulo Freire, importante educador brasileiro, em seus vários escritos,
denunciava a importância dos atos de ler e de estudar como correlatos de um
processo de formação de um indivíduo crítico e reflexivo. Não podemos deixar
de considerar, então, na especificidade da disciplina Metodologia Científica,
algumas questões acerca do ler e do estudar, coadunadas com o objetivo de
inserir o aluno no domínio da pesquisa e da ciência.
60
Antes de procedermos à leitura e estudo de qualquer obra é necessário que
façamos a identificação da mesma, a qual consiste na leitura básica do título,
da data de publicação (incluindo suas edições e reimpressões), da ficha
catalográfica (a qual reúne as informações básicas do livro e do autor), da
orelha e da contracapa (para que possamos ter uma primeira apreciação da
obra), do índice ou sumário, da introdução ou prefácio e da bibliografia. Este
contato inicial nos apresenta a obra e seu contexto geral.
Por fim, não podemos deixar de considerar que toda leitura envolve três
elementos: o emissor (aquele que escreve, emite a mensagem), a mensagem
(o texto em si) e o receptor (o leitor, o qual terá a tarefa de ler, decodificar e
compreender a mensagem). Complementando, podemos falar ainda do
código, ou linguagem e dos canais de comunicação. Neste processo há a
interferência de vários fatores que poderão contribuir para facilitação ou
dificultação do entendimento da mensagem, fatores esses que podem estar
localizados no próprio emissor e no seu processo de construção da mensagem,
quanto no receptor e seu contexto sociocultural. Tal advertência reafirma a
necessidade de organização de procedimentos básicos de análise com objetivo
de evitar distorções e garantir maior objetividade à leitura e à análise.
61
O Processo de Comunicação:
Fonte: https://sites.google.com/site/revolucaodosmeiosdecomunicacao/o-processo-de-
62
A análise textual tem vital importância para se ter um conhecimento amplo e
prévio do texto e pode ser encerrada com a elaboração de um esquema do
mesmo.
Exemplo de esquema:
A ciberdependência
1. Tema: a ciberdependência;
2. Uma realidade social que pode tornar-se preocupante.
II – Desenvolvimento:
III – Conclusão:
1. Retomada do Tema;
2. Considerações acerca da importância da leitura.
Adaptado de http://slideplayer.com.br/slide/2900259/
63
a. O tema – o qual não está expresso necessariamente no título da obra. É
preciso ir mais além para inferir sobre o tema do texto, tentando captar
as diversas relações que o autor faz entre os diferentes elementos;
b. A problematização do tema – qual foi a questão que provocou o autor?
Como o assunto foi problematizado?;
c. A tese – qual é a ideia central que o autor quis defender com a escrita
do texto? Essa tese pode ser apresentada logo no início do texto ou
pode estar diluída nos capítulos/incisos. É importante notar, neste
momento, o raciocínio do autor no desenvolvimento do problema;
d. As ideias secundárias – que podem ser consideradas subtemas ou
subteses do texto. Isso ocorre em textos mais longos.
64
Exemplo de uma possível formatação para um
organograma
65
I. Do ponto de vista da sua coerência interna;
II. Do ponto de vista da sua originalidade, alcance, validade e
contribuição
3.3.4 Problematização
66
Síntese
Analisar significa estudar, decompor, dissecar, interpretar e criticar. Consiste no estudo extenso de
uma obra ou de parte dela, para tentar captar o todo e suas partes constitutivas. O seu fim conduz a
uma visão crítica e coerente das ideias do autor e num exercício de síntese e disciplina intelectual do
leitor.
Para Severino (2000) existe a possibilidade de fazermos uma análise de uma obra sob os pontos de
vista: textual, temático e interpretativo. Ainda, é necessário proceder à problematização e à síntese
pessoal.
Fique ligado!!!
67
MÓDULO 4 - Redação e apresentação do trabalho científico
68
Retomando a conversa
Bom estudo!
69
4.1 A pesquisa
4.1.1 Conceitos
Roland Barthes
70
Uma pesquisa não é uma reposição de conhecimentos já disponíveis ou
presumidos de antemão. Como conceitua Pedro Demo (2005), constitui um
procedimento de fabricação do conhecimento, havendo nele um processo
reconstrutivo e produtivo de conhecimentos, sempre provisórios, parciais e
prontos a serem questionados.
Para que as conclusões de um estudo sejam incorporadas ao conjunto
de saberes acadêmicos, para que lhe seja conferida credibilidade,
confiabilidade e validade, é necessário que os dados e a análise passem por
uma metodologia científica, qual pudemos estudar no segundo módulo.
Segundo Umberto Eco (2016), para um trabalho merecer ser
denominado científico, deverá atender aos seguintes requisitos: debruçar-se
sobre um objeto reconhecível e definido de tal forma que seja reconhecível por
outros, dizer algo que ainda não foi dito sobre o objeto e ser útil aos demais.
71
4.1.2 Tipos de pesquisa
6
Material empírico remete ao conjunto de informações acerca do objeto que se pretende investigar que
serão retirados
72
b) Qualitativa – nesse tipo, objetiva-se atribuir um significado aos
fatos/fenômenos. Caracteriza-se, pois, pelo tratamento qualitativo dos dados
empíricos. A defesa desse tipo de método advoga que a qualidade é menos
questão de extensão do que de intensidade (DEMO, 2005, p.34). Poderão se
constituir material de análise fotos, filmagens, observação direta, dentre outros.
Também questionários e entrevistas com questões abertas são, mormente,
utilizados.
73
c) Experimentais
74
a) Teórica – busca “reconstruir teorias, conceitos, ideias, ideologias,
polêmicas (...) – suas polêmicas, seus acordos, os conteúdos implícitos
e explícitos” (DEMO, 2005, p.22), para depois, com condições mais
adequadas poder até se contrapor, se assim lhe convier a análise. Trata-
se de, ao final, desconstruir teorias para reconstruí-las em outro patamar
e momento;
b) Metodológica – visa “inquirir métodos e procedimentos a serviço da
cientificidade, polêmicas e paradigmas metodológicos; seu uso e abuso,
tanto em âmbito epistemológico quanto no do controle empírico” (DEMO,
2005,
p.22). Podemos dizer que ao se posicionar com essa intencionalidade
esse tipo de pesquisa parte da problematização que põe em xeque os
modos de fazer;
75
Disposto esse panorama com alguns tipos de pesquisa possíveis,
destacamos que, conforme alerta Pedro Demo (2005), para que você avalie
seu procedimento, é importante que você considere as seguintes questões:
76
4.2. O projeto de Pesquisa
Michel Foucault
77
No momento da idealização do projeto, o pensamento pode apresentar
certa desorganização e um emaranhado, por vezes, confuso e caótico de
ideias. Para planificar e organizar essas ideias é importante que elaboremos o
esboço de um roteiro que possa orientar e organizar tanto o pensamento
quanto as ações que serão necessárias para a investigação.
O que, por que, para que e como pesquisar? Que passos seguir?
78
É necessário que se elaborem hipóteses acerca do fenômeno que se
pretende investigar. Mas também é fato que, se pensamos ter as respostas e
explicações sobre o problema, não estaremos propondo uma pesquisa e não
haverá vigor analítico, pois não haverá, de fato, uma pergunta. Assim, cabe a
advertência que uma pesquisa não deve ter por objetivo panfletar uma ideia,
advogar um ponto de vista ou um modo de investigação. É preciso um não-
saber do próprio pesquisador para se definir um projeto.
79
Sua elaboração envolve um trabalho prévio que, conforme apontam
Lakatos e Marconi (2004, p.264), três aspectos: a orientação geral sobre a
matéria; o conhecimento de uma bibliografia pertinente; a reunião, seleção e
ordenação do material levantado.
80
Atente, contudo, que não é papel de um pesquisador posicionar-se a
favor, defender, panfletar acerca de qualquer objeto, ideia ou forma. É preciso
garantir na pesquisa o rigor e vigor investigativo e analítico. O posicionamento
ético-político do pesquisador deve assentar-se na atitude crítica que assume ao
questionar-se acerca do lugar público de sua pesquisa. Segundo Pedro Demo
(2005), as metodologias a serem utilizadas não devem produzir um discurso
marcado pela justificação, como o é o discurso ideológico, não devendo se
constituir na postulação de meras especulações.
para a sociedade e para o seu tempo. Suas contribuições poderão ser desde
um novo foco, uma nova perspectiva ou um novo caminho de investigação. Ela
pode pôr em xeque primados anteriormente estabelecidos ou, ainda, lançar
novas perguntas para um mesmo problema.
81
“torna-se problema candente o abuso do conhecimento científico par fins
eticamente escusos, a começar por tipo de crescimento econômico deletério ao
meio ambiente, além de espoliativo das maiorias”. Não raro, vimos emergir
“teorias científicas” produzidas para afirmar, justificar e naturalizar diferenças
que foram historicamente construídas (raças, etnias, gêneros, classes etc.)
estabelecendo relações de superioridade-inferioridade.
e. Levantamento bibliográfico
82
melhor reverenciá-lo é, no mais das vezes, sendo-lhe infiel. Nossos referenciais
teóricos não devem, pois, nos aprisionar no pensamento. A forma de
investigação, os caminhos metodológicos já trilhados por outros podem nos
interessar, inspirar, inquietar e até nos orientar. O conteúdo deve nos desafiar.
83
4.2.1 A pesquisa científica: Etapas
a. Definição do Tema
84
Nessa decisão, contudo, deve-se observar a relevância desse tema e
dessa investigação. Para tanto, é fundamental fazer um contato prévio com a
bibliografia que existe disponível sobre o tema – as controvérsias, a
insuficiência de informações ou abordagens. É necessário ler, fichar, planificar
informações de estudos já realizados. Aqui os instrumentos apontados no
módulo 3 o ajudarão. Convém iniciar por trabalhos mais gerais, para, após
abordar estudos mais especializados (LAKATOS; MARCONI, 2004). Costuma-
se desenvolver temas da atualidade – eventos, fenômenos em ocorrência no
tempo presente (Currículo na Educação Infantil, na atualidade, por exemplo) ou
temas históricos (a escravidão no Brasil no século XVIII, por exemplo).
85
problematizado. Aqui, o estudante irá delimitar aquele assunto – o tema – e
especificar o problema que irá investigar: deverá formular com clareza e
precisão um problema concreto a ser estudado. Deve-se cuidar para que o
problema seja genérico demais ou restrito demais, cujo solução se aproxime de
resultados óbvios, com alertam Martins e Theóphilo (2016).
Vejamos um exemplo:
86
Destacamos que a definição de um problema de pesquisa é
determinada pela abordagem teórica do pesquisador. No exemplo acima, o
tema foi problematizado por uma abordagem teórica pós-crítica, trazendo à
baila variáveis como gênero e raça, por uma perspectiva que problematiza as
relações de poder que (se) produzem socialmente. O mesmo tema definido no
exemplo acima poderia ser problematizado por várias outras perspectivas
teóricas, levantando questões diferentes. Numa outra perspectiva teórica, por
exemplo, poderia definir-se como problema: como surgiu a problematização da
relação entre fracasso/sucesso escolar e gênero? Como se deu a emergência
e a proveniência da noção de gênero?
Como analisa Sandra Mara Corazza (2002, p.115), “as questões feitas
87
c. Justificativa do estudo
88
inventariar as variáveis que são mobilizadas na literatura acadêmica quando se
analisa a questão do fracasso escolar;
89
Aqui, deparamos com o excesso ou a escassez de pesquisas e
produções sobre o tema e, em especial, sobre o objeto que se pretende
investigar: o que se tem problematizado, que informações e dados se tem
(insuficientes, abundantes, excessivos, insatisfatórios, inexistentes). Isso para
evitar repetições, reiterações ou vícios analíticos. É importante que se
proponha, na pesquisa, um tratamento diferenciado do objeto ou uma nova
problematização sobre o mesmo.
f. Metodologia de pesquisa
90
p.24) “nenhum tipo de pesquisa é autossuficiente”. Na prática, mesclamos
diferentes métodos, “apenas dando ênfase a um tipo” (DEMO, 2005, p.24).
Para a escolha do método, ou da composição metodológica, deveremos
investigar as ferramentas da área e pensar qual o tipo será enfatizado,
levando-se em consideração os objetivos, a natureza de do objeto, o campo
teórico em que se movimentará. Como alerta Eco (2016), ao definir a
metodologia, o caminho de investigação, é necessário avaliar se o quadro
metodológico está ao alcance da experiência do pesquisador, tendo em vista
garantir o percurso e a efetivação da pesquisa.
g. Coleta de dados
91
Quando se analisa os textos sobre esse pensador, estamos lidando com
fontes secundárias.
Os dados de um estudo podem ser coletados de documentos
historiográficos (textos, documentos oficiais, jurídicos, fotos, filmes, mapas
etc.), de entrevistas e de questionários, dentre outros.
No caso da entrevista e do questionário, o pesquisador deve estar
atento à formulação das perguntas e do roteiro. Os espectros de informações
que podem ser levantadas são incontáveis. Assim, mais uma vez, destacamos
que o objeto e o problema da pesquisa é que deverão orientar o planejamento
e elaboração desses instrumentos.
No caso do questionário, convém destacar que se trata de um
instrumento que pode ser aplicado a várias pessoas, em diferentes localidades
92
Os dados quantitativos podem ser dispostos em gráficos de diversos
tipos (em barras, em colunas, em pizza, em linhas, em áreas etc.) e/ou tabelas
etc. Nesse caso, então, é interessante que os dados sejam visualmente
apresentados.
93
Destacamos que, conforme dispõe Demo (2005, p150), uma das
qualidades centrais de uma tese é “saber orquestrar os componentes do
caminho percorrido, de modo que realizem convergência consistente” na
realização da hipótese. É importante que se faça uma amarração teórica e
metodológica.
Conclusões.
94
Síntese
95
Considerações Finais
96
MÓDULO 5 – Redação e apresentação do trabalho científico
97
Conversa Inicial
Bons estudos!
98
Para início de conversa....
99
- Qual a necessidade de comunicar a pesquisa realizada de uma maneira
formal?
- De que maneira é feita essa comunicação?
- Quais os procedimentos básicos a serem seguidos?
- Como demonstrar autoria intelectual?
Essas e outras perguntas assolam os estudantes-pesquisadores quando
da aproximação do final dos seus respectivos cursos. A escrita e apresentação
do trabalho científico representa a etapa crucial de toda caminhada acadêmica,
em que o aluno vai, finalmente, demonstrar a que veio e qual foi o seu
amadurecimento intelectual no percurso que se propôs a trilhar.
Este módulo adentrará em algumas questões importantes acerca da
redação e apresentação dos trabalhos científicos, procurando ajudá-lo em suas
principais dúvidas e procedendo a orientações de cunho metodológico.
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
100
Na leitura do poema de Carlos Drummond de Andrade, vemos como a
sociedade utiliza a linguagem como meio de comunicação social (SARMENTO,
2012, 2013). Desde a linguagem não verbal, a linguagem oral e a linguagem
escrita, o homem usa de símbolos para expressar suas ideias e se comunicar
com os outros. Cada tipo de linguagem possui seus códigos, seus ditos e
interditos. Segundo Sarmento (2012) existem três concepções de linguagem:
101
De forma diversa da linguagem informal, feita principalmente por meio
da oralidade, a comunicação escrita é mais precisa e extensa, pois necessita
prestar as devidas informações ao leitor, utilizando-se de recursos de
expressão, como a pontuação, e de outros recursos linguísticos.
Para transformarmos uma sequência linguística em um texto precisamos
fazer com que ele adquira elementos de textualização, dos quais fazem parte a
coesão, a coerência e informatividade e a intertextualidade. Ainda, não
podemos esquecer que esse texto pertence a um determinado contexto e faz
parte de um discurso, a saber, “o uso da língua em uma determinada situação
de comunicação entre interlocutores” (SARMENTO, 2012, p. 66).
Resumindo:
102
1. Quanto aos aspectos sintáticos:
103
Síntese
104
A monografia, segundo Marconi e Lakatos (2001, p. 151),
105
Lembramos que a monografia, tal qual outros tipos de trabalho científico,
necessita ser escrita de acordo com as normas da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas. No caso das monografias, vige a norma
14724:2002, a qual trata de informação e documentação de trabalhos
acadêmicos. Essa é a fonte principal de normatização ao elaborarmos uma
monografia, além dos manuais de orientação das diversas instituições de
ensino superior e dos livros de metodologia científica.
Antônio Joaquim Severino (2002) enfatiza algumas etapas para a
preparação e execução de uma monografia científica:
• a determinação do tema e do problema do trabalho;
• o levantamento da bibliografia acerca desse tema;
• a leitura e a documentação dessa bibliografia;
• a construção lógica do trabalho;
A escolha do tema é o primeiro passo da tarefa, tendo que ser esse muito
bem delimitado para que possa facilitar o processo de pesquisa do aluno, como
por exemplo, falar sobre a liberdade em geral e falar sobre a liberdade de
imprensa (a delimitação do segundo tema permite ao pesquisador maior foco
na pesquisa). É do tema que serão estabelecidas as estruturas de relações
com outras variáveis: históricas, sociais, geográficas etc. A escolha do tema
também definirá o tipo de pesquisa a ser feita: bibliográfica, de campo,
etnográfica etc.
106
Da formulação do problema, que representa uma questão que guiará o
pesquisador no desenrolar de seu trabalho, desencadear-se-á a hipótese
central, que poderá ser comprovada ou refutada no desenvolvimento do
raciocínio. A partir dessa tomada de posição sobre o tema e seu problema,
firma-se a tese, ou ideia central, “proposição portadora da mensagem principal
do trabalho que deverá ser demonstrada logicamente através do raciocínio
(SEVERINO, 2002, p. 75).
107
Do ponto de vista formal, o trabalho apresenta três fases:
108
parágrafos representam a articulação do raciocínio do autor e devem colaborar
para tal função.
109
Os artigos científicos são muito utilizados como exercício de
pensamento e ensaio de pesquisas que ainda estão em andamento, podendo
ser classificados, segundo Marconi e Lakatos (2001), em três tipos:
a. O que se pretende dizer com o trabalho? Essa pergunta tem a ver com a
relevância e o objetivo do mesmo, relacionado ao público a que se
destina;
110
b. Como a pesquisa foi delineada? Qual a metodologia utilizada? A mesma
atendeu aos propósitos da pesquisa?
c. O artigo é merecedor de ser publicado? Uma vez que o mesmo destinar-
se-á à publicação no meio científico ele deve trazer alguma contribuição
para discussão de determinada questão.
d. Qual é a melhor forma para apresentação da pesquisa? Além do artigo
científico, há outras formas de publicação, como o paper, carta ao editor,
revisão etc.
e. Para qual meio de publicação deve ser enviado? Essa pergunta
dependerá da própria natureza do trabalho e da temática que as revistas
científicas abordam.
Acrescentaríamos a essas questões formuladas por Campana, a
necessidade da abordagem ética sobre a pertinência e originalidade da
Síntese
111
5.1.2 Recomendações para evitar o plágio
112
Especificamente falando em pesquisas acadêmicas e plágio, existem
recomendações da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Ensino Superior – em nível federal e da FAPESP – Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo, para que as instituições de ensino superior
adotem políticas de conscientização e informação sobre a chamada
propriedade intelectual, como forma de evitar o plágio acadêmico. Além disso,
existem comitês específicos para discussão da ética nas pesquisas
acadêmicas nas diversas áreas do conhecimento. Os comitês de ética em
pesquisa são responsáveis pela avaliação ética dos projetos de pesquisa e
devem informar e educar seus membros e a comunidade quanto a sua função
no controle social.
No âmbito jurídico, como bem destacam Pithan e Vidal (2013), a questão
do plágio insere-se na problemática dos direitos autorais, direitos esses que
113
que tenham servido como inspiração, premissa ou mesmo fonte de
contestação;
d. Quando da necessidade de citação de algum trecho de artigo, livro ou outra
documentação, o aluno deverá seguir as regras da ABNT, tanto no caso de
citação direta quanto no de paráfrase8;
e. A elaboração de um arquivo virtual contendo todos textos e fontes citados é
recomendável, em caso de necessidade de nova consulta ou de sanar alguma
dúvida.
f. A revisão do texto é um ótimo meio do autor verificar se foram utilizadas muitas
citações e referências e quanto de pensamento autoral foi ali despendido.
g. A escrita do texto sempre deverá ser acompanhada pelo professor orientador
do trabalho. Tal acompanhamento deverá ser sistemático e não somente ao
final do trabalho.
Síntese
114
Após analisarmos as questões estilísticas e de ética na pesquisa
acadêmica, adentraremos a tópicos mais técnicos na elaboração de trabalhos,
os quais demonstram a seriedade na elaboração do trabalho e a necessidade
do aluno-pesquisador em seguir as orientações dadas pelas normatizações
específicas.
115
Algumas orientações devem ser seguidas quando utilizamos citações.
a. Quando o texto citado possuir até três linhas:
• A citação deve ser feita no próprio texto, entre aspas duplas (“),
no mesmo tamanho e fonte utilizada no texto;
• Caso o texto já tenha palavras com aspas duplas, o autor deve
substituí-las por aspas simples (‘);
• Os autores podem ser enunciados antes da citação ou somente
ao final dela (nesse caso, o sobrenome é escrito em caixa alta,
ficando entre parênteses).
Exemplos:
116
Exemplo:
ou
Exemplo:
117
d. Citação de citação: é a menção de um documento ao qual não se teve
acesso, mas que foi citado em outro trabalho. Tal recurso somente é
recomendado quando da impossibilidade de ter acesso ao texto original ou
quando o mesmo for um documento histórico muito antigo, ou em língua
diversa.
Exemplo:
ou
Segundo o que nos diria Kafka (1980, p. 727 apud LINS, 2004, p. 109), “ele
quer falar de alguma coisa para além da lenda, de algo que não
conhecemos e que ele mesmo não saberia, em consequência, designar
com mais precisão”.
✓ Caso haja no texto citado algo que se julgue estranho, que deva ser
corrigido, coloca-se a expressão (sic!), entre parênteses, indicando que
era dessa forma que o texto estava escrito;
✓ Caso queira se dar ênfase a uma palavra, a mesma pode ser escrita em
negrito. Essa alteração deve ser assinalada com a expressão “grifo
nosso”, colocada entre parênteses no texto ou em nota de rodapé;
118
Exemplo: “A arte de desenvolver uma estratégia bem-sucedida e
sustentável [...]” (KAPLAN; NORTON, 2OOO, P. 103, grifo nosso). O
mesmo ocorre quando o autor citado grifa uma palavra e trecho do seu
texto. Neste caso usa-se “grifo do autor”;
119
c. Notas explicativas – utilizadas para comentários,
esclarecimentos ou explanações.
Exemplos:
Notas de referência:
________________________________
1. FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos Humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros,
120
EXPRESSÃO LATINA UTILIZAÇÃO EXEMPLO
ABREVIATURA
Opus citatum ou op. cit. * Usada no caso de obra 1. FOUCAULT, 1978, p. 123.
citada anteriormente, na
(obra citada) mesma página, quando 2. DELEUZE, 2006, p. 177.
houver outras notas.
3. FOUCAULT, op. cit., p. 40.
Loco citado ou loc. cit. Usada para designar a 1. FOUCAULT, 1978, p. 123.
mesma página de uma obra
(no lugar citado) já citada anteriormente, mas 2. LINS, 2006, p. 177.
com intercalação de notas.
3. FOUCAULT, 1978, loc. cit.
Sequentia ou et. seq. Usada quando não quer se 1. DELEUZE, 2006, p. 177
citar todas as páginas da et. seq.
(seguinte) obra referenciada.
121
* Só podem ser utilizadas na mesma página da citação a que se referem.
** Todas essas expressões, à exceção do apud, só podem ser utilizadas em
notas de rodapé e não no corpo do texto.
5.1.5 Referências
122
c. Para cada caso de obra há um acréscimo de informações ou modos de
separação das informações específicos. Como o estudante se utiliza de
diversas fontes, é necessário que o mesmo proceda à pesquisa da
referenciação das mesmas na própria NBR 6023:2002 ou nos manuais
para elaboração de trabalhos de conclusão de curso de sua respectiva
instituição de ensino superior;
123
5.2 Considerações finais
Até a próxima!
124
Notas explicativas:
1A Ordem do Discurso - livro que reproduz a aula inaugural ministrada por Michel Foucault ao
assumir a cátedra no Collège de France pela morte de Jean Hyppolite em 2 de Dezembro de
1970.
1
Tese: “Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de
um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em
investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É
feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa a obtenção do título de doutor, ou
similar” (NBR 14724:2002c, p. 3).
1
A paráfrase é um recurso de linguística que pretende explicar e ampliar uma informação. Para
tal, faz uma espécie de imitação do discurso original, ainda que recorrendo a uma linguagem
diferente.
Fonte: http://conceito.de/parafrase
125
MÓDULO 6 - Estrutura da monografia: orientações
126
Conversa Inicial
Caro(a) aluno(a),
127
Para início de conversa....
128
Assim, a normatização e utilização de padrões técnicos possibilitam
organização e fluxo ao acesso e circulação das comunicações dos trabalhos
científicos, a comparação entre diferentes pesquisas e catalogação para fins de
diferentes tipos de consultas e para diferentes tipos de leitores (pesquisadores
e interessados).
129
6.1.2 Elementos pré-textuais
RESUMO
EPÍGRAFE (opcional)
AGRADECIMENTOS (opcional
DEDICATÓRIA (opcional)
FOLHA DE APROVAÇÃO
FOLHA DE ROSTO
SÃO PAULO
2016
São Paulo
a. Capa (item obrigatório)
201
redigido em fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, em negrito, com
espaçamento entre linhas de 1,5. Deverá conter as seguintes informações:
130
✓ Título e subtítulo do trabalho (10 espaços abaixo da linha do programa)
✓ Nome completo do autor (dois espaços, após o anterior – primeira letra
em maiúscula)
✓ Nome do orientador (na linha seguinte ao anterior – primeira letra em
maiúscula)
✓ Local – penúltima linha da folha – todas as letras maiúsculas
✓ Ano de defesa – última linha da folha
b. Lombada (opcional)
CLARICE PALLAZZI
RIBEIRO
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E RELAÇÕES DE PODER: um estudo sobre as racionalidades políticas nas práticas
de gestão escolar na atualidade
ADMINISTRAÇÃO
ESCOLAR E
RELAÇÕES DE
PODER: um estudo
sobre as
racionalidades
políticas nas
práticas de gestão São Paulo
escolar na
2016
atualidade
2016
131
c. Folha de rosto (obrigatório)
3 cm
NOME DO AUTOR
Fonte tamanho 12
Fonte tamanho 12
TÍTULO DO TRABALHO:
(SUBTÍTULO, SE HOUVER)
3 cm
2cm
Trabalho de conclusão de
curso apresentado à banca
examinadora da
Faculdade Campos Elísios
como requisito para
aprovação no curso (nome).
Fonte tamanho 12
Fonte tamanho 10
CIDADE
ANO
2cm
132
d. Ficha catalográfica (obrigatório)
Sobrenome, Nome.
e. Errata (opcional)
133
f. Dedicatórias (opcional):
Alinhamento à
direita, com
espaçamento
de 1,5, ao final
da página.
A meus pais,
pelo apoio de sempre.
Alinhamento
justificado, com
espaçamento de 1,5
e em negrito.
134
h. Epígrafe (opcional)
135
j. Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
centralizado, em itálico.
ojojo joojojoj oooo ojojojojoj oojo Fonte: Times New
jojojoo joj ojoj ojojo jojo ojojo jojoo jojoj
Espaço de 1,5 entre oojoj ojojo joojjo joojo joj ojoj ojojojo
Roman, tamanho 12,
título e texto. jojoojo joj ojojoj ojojo ojojo jojoj oojoj alinhamento
ojo jojojojojo jojojojojo joojoj ojojojo justificado. Texto
jojojoj ojoj oojoj ojoj ojojoo joj ojoj ojjo.
iniciado junto à
margem, esquerda, em
um só parágrafo em
espaçamento simples,
sem negrito e em
m. Sumário (obrigatório)
136
SUMÁRIO
Texto - conclusão
Texto -
desenvolvimento
Texto - introdução
137
a. Introdução
b. Desenvolvimento
138
c. Conclusão
Veja bem, nessa última parte, a escrita é curta e deve ser redigida de
forma clara e concisa, ocupando-se, em média, uma folha e meia (SEVERINO,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
139
a. Referências Bibliográficas
140
AQUINO, Julio Groppa. Da autoridade pedagógica à amizade intelectual:
uma plataforma para o éthos docente.1.ed. São Paulo: Cortez, 2014.
141
Quando o documento é parte de outra obra (como o capítulo de um livro,
por exemplo), os elementos essenciais são autor(es), título da parte, seguidos
da expressão In:, e da referência completa da monografia no todo. No final da
referência, deve ser informada a paginação ou outra forma de individualizar a
parte referenciada. Note-se que o título da obra em que o documento está
contido, deve ser grafado em negrito:
142
Vejamos alguns exemplos de citação de matérias ou capítulos retirados
de periódicos:
LIXO extraordinário. Direção: João Jardim; Karen Harley; Lucy Walker. Reino
Unido/Brasil: Angus Aynshey; O2 Filmes, 2010. 1 DVD (99 min). DVD son.,
color.
143
Por fim, nas referências, as obras são apresentadas em ordem
alfabética do sobrenome dos autores, nome da Instituição ou obra: como
vimos, um tipo de documento (monografia, por exemplo) pode ter um elemento
inicial, para registro na referência, diferente de outro tipo (filme, por exemplo):
LIXO extraordinário. Direção: João Jardim; Karen Harley; Lucy Walker. Reino
Unido/Brasil: Angus Aynshey; O2 Filmes, 2010. 1 DVD (99 min). DVD son.,
color.
b. Glossário
144
d. Anexos
ÍNDICES
ANEXOS
APÊNDICE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONCLUSÃO
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO
RESUMO
EPÍGRAFE (opcional)
AGRADECIMENTOS (opcional
DEDICATÓRIA (opcional)
FOLHA DE APROVAÇÃO
FOLHA DE ROSTO
SÃO PAULO
2016
145
Em todas as páginas do trabalho, as margens devem ser constantes:
3 cm
3 cm 2 cm
2 cm
146
Síntese
147
➢ pós-textuais: título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira,
resumo em língua estrangeira, palavras-chave em língua
estrangeira, nota(s)explicativa(s), referências, glossário,
apêndice(s), anexo(s).
É preciso que o texto seja generoso com o leitor, que não deixe lacunas
conceituais ou omita informações importantes, ao mesmo tempo em que é
recomendável que seja econômico, evitando detalhamentos desnecessários,
“firulas” e hermetismos. Assim, deve-se utilizar de uma linguagem clara,
objetiva e concisa. As frases devem ser curtas e simples, comunicando-se uma
ideia por vez.
148
6.2.2 Estrutura
a. Introdução
c. Abstract
149
d. Palavras-chave
e. Desenvolvimento
g. Referências bibliográficas
150
Síntese
151
Referências Bibliográficas
Módulo 1
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 19. ed.
São Paulo: Edições Loyola, 2015.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. 2. Ed.
São Paulo: Editora Moderna, 2002.
BECHARA, Evanildo. Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2011.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica.
São Paulo: Atlas, 2004.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha
Telles. Didática do ensino da arte: a língua do mundo. Poetizar, fruir e conhecer
Módulo 2
152
DEMO, Pedro. Metodologia da Investigação em Educação. Curitiba: Ibpex,
2005.
DESCARTES, René. Discurso del Método. Edición: Disponível em eBooket
www.eBooket.net. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download
/texto/bk000197.pdf. Acesso em 09/10/2016.
_________. Discurso do método; As paixões da alma; Meditações; Objeções e
respostas; Cartas. Introdução Gilles-Gaston Granger. Tradução J. Guinsburg e
Bento Prado Junior. 4ed. – Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1988.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 4ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica.
4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.
RUSSEL, Bertrand. História do pensamento ocidental: a aventura dos pré-
Módulo 3
153
SOUZA-SILVA, Jader C.; DAVEL, Eduardo. Concepções, práticas e Desafios
na formação do Professor: examinando o caso do ensino superior de
Administração no Brasil. O&S - v.12 - n.35 - Outubro/Dezembro – 2005.
Módulo 4
154
CORAZZA, Sandra Mara. Labirintos da pesquisa: diante dos ferrolhos. In:
COSTA, Marisa Vorraber (org.). Caminhos investigativos: novos olhares da
pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 105-131.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica.
São Paulo: Atlas, 2004.
___________. Metodologia do trabalho Científico. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
PITHAN, Lívia H.; VIDAL, Tatiane Regina Amando. O plágio acadêmico como
um problema ético, jurídico e pedagógico. Direito & Justiça, Porto Alegre, v. 39,
n. 1, p. 77-82, jan./jun. 2013.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do
trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2
Módulo 5
155
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n1/a13v29n1.pdf>. Acesso em:
10/09/2016.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2002.
COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Caminhos Investigativos: novos olhares na
pesquisa em educação. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
CORAZZA, Sandra Mara. Labirintos da pesquisa, diante dos ferrolhos. In:
COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Caminhos Investigativos: novos olhares na
pesquisa em educação. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4.
ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.
156
VEIGA-NETO, Alfredo. Olhares... In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.).
Caminhos Investigativos: novos olhares na pesquisa em educação. 2. ed. Rio
de Janeiro: DP&A, 2002, p.23-38.
Módulo 6
157
MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da
investigação científica para ciências sociais aplicadas. 3.ed. São Paulo: Atlas,
2016.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do
trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2
ed. Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul: Universidade FEEVALE, 2013.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho Científico. 22ed. São
Paulo: Cortez, 2010
158