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Sutra da felicidade efêmera

“O que te causa felicidade?

O carro diferente que tu comprastes

O presente agradável que tu recebes

O amigo distante que te escreveu

A pessoa amada que está junto a ti

O sucesso do filho que está famoso?

Qual é a causa da tua felicidade

Ganhastes um prêmio que não esperavas

Fostes elogiado por muitas pessoas

És admirado pela sociedade

Tens muitas coisas que muitos não tem?

Então, meu amigo,

A tua felicidade é causada.

É irradiada de fora, não emana

Chega a ti como uma onda

Uma brisa que te toca

Um vento forte que sopra, e passa. É só.

Tenta perceber:
Todas estas coisas estão fora de ti

Não são o teu ser

Todas vem de fora

E estão sujeitas a passarem

O carro pode ser levado

A pessoa amada pode desaparecer

O amigo silenciar, ou voltar-se contra ti.

A felicidade produzida por essas motivações

Não pode permanecer, não tem durabilidade

Pois estarão sempre ligadas ao medo da perda

A preocupação com o zelo, o temor do roubo.

É uma felicidade efêmera, não pertence a ti.

Felicidade produzida por coisas e pessoas ao teu

Redor é falsa, se transformará a qualquer

Instante em dor, em motivo de sofrimento,

Em transtorno, lamentos, mágoas  queixas.

Portanto, se queres sentir a verdadeira felicidade

Liberta-te das posses, elimina tua relação de apego


Com cada coisa, pessoa, objeto, acontecimento.

Livra teu ser da carga, dos pesos, das divisões

Da  energia, das vigilâncias, dos montar guarda.

Livra-te dos desejos e quieta, liberta os apegos

E sereniza, desamarra os laços que prendem o ser.

Aos poucos, lentamente, algo energirá em ti,

Um estado novo nunca antes experimentado,

Uma condição nova, um gosto novo sem motivo,

Gratidão viva sem causa ou direção, pois não

Existirá nada do lado de fora interferindo ou

Ajudando no processo que germina em ti.

Esse estado de graça novo, atuante, expresso

Em ti, pelo teu ser, emanado e central, não

Depende de nada, coisa alguma o ancora ou

Sustenta. É contentamento puro, sem nenhuma

Relação com nada, sem razão alguma para

Temor ou apreensão. É contentamento

Sereno, vivo, sem nenhum desejo realizado!

Lembra-te sempre:
Os objetos se desfazem

As posses não são eternas

As pessoas não são para sempre.

Em tudo, todo o tempo,

Somente o teu ser permanece!

Vive pelo coração, pelo centro, pelo ser.

Vive pelo contentamento germinado

Dá permissão à serenidade

A calma e a ternura, E Sê!”

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