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Projeto

Tema: Pavimentação Ecológica como prática de Sustentabilidade.

Palavras chave: Sustentabilidade; Resíduos de Construção Civil; Pavimentação


Ecológica.

Objeto:

A utilização do Pavimento Ecológico como alternativa para redução da geração de


resíduos da construção civil.

Objetivos:

Realizar uma revisão de literatura em bases de dados científicas a fim de analisar as


alternativas de Pavimentação Ecológica no Brasil a partir da utilização de resíduos
gerados da construção civil.

Procedimentos Metodológicos:

Para o desenvolvimento desse estudo pretende-se realizar uma revisão de


literatura. De acordo com Bento (2012) a revisão de literatura é uma parte vital do
processo investigativo e envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar a
investigação prévia relacionadas a área de estudo. É, portanto, uma análise
bibliográfica pormenorizada, referente a trabalhos já publicados sobre o tema.

A revisão da literatura é indispensável não somente para definir bem o


problema, como também para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos
conhecimentos sobre um dado tema, as suas lacunas e a contribuição da
investigação para o desenvolvimento do conhecimento (BENTO, 2012).

Para realização dessa revisão de literatura serão utilizados artigos


acadêmicos de relevância para a temática, publicados em sites oficiais voltados para
a pesquisa científica e atualizados.
REVISÃO DE LITERATURA

É notório que o crescimento da população tem gerado grandes impactos no


meio ambiente. Rios e Mol (2020) declaram que a crise ambiental vivenciada pelo
homem demanda ações que visem a redução urgente desses impactos:

... existe um consenso no que se refere à influência da questão populacional


sobre a degradação ambiental e a consequente utilização dos recursos além
da capacidade que conseguem se regenerar. Diante disso, sugere-se que os
efeitos do incremento populacional acabam refletindo diretamente na tentativa
dos países em se desenvolver de maneira sustentável (RIOS E MOL, 2020).

Muitas discussões estão surgindo no mundo inteiro sobre esse assunto, o que
por vez, tem possibilitado o desenvolvimento de algumas alternativas para tentar
solucionar/ou minimizar o problema. A palavra sustentabilidade tem ganhado
relevância nesse contexto de preocupação com o meio ambiente. Mas afinal, o que
quer dizer Sustentabilidade?

Segundo Torresi (2010):

O termo desenvolvimento sustentável abriga um conjunto de paradigmas para


o uso dos recursos que visam atender as necessidades humanas. Este termo
foi cunhado em 1987 no Relatório Brundtland da Organização das Nações
Unidas que estabeleceu que desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento que "satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas
próprias necessidades". Ele deve considerar a sustentabilidade ambiental,
econômica e sociopolítica.

Partindo desse entendimento, pode-se constatar que o desenvolvimento


sustentável não é algo fácil de alcançar, no entanto, é o único caminho, até agora
possível, rumo à modernidade sem causar uma catástrofe ambiental.

Para Roos & Becker (2012), a humanidade adotou um modo de vida que
promove uma utilização exagerada dos recursos naturais, levando o mundo a uma
situação de crise devido ao agravamento acelerado dos problemas ambientais. Em
virtude dessa problemática, surge também a necessidade de que cada pessoa ou
grupo seja um agente ativamente participativo na análise de cada um dos problemas
ambientais diagnosticados e com isso buscando soluções e resultados.

A construção civil está diretamente relacionada ao agravamento dessa crise


ambiental, visto que é responsável pela transformação do ambiente. Os impactos da
modernidade na degradação ambiental é algo que tem preocupado bastante o setor
e muitas alternativas estão sendo desenvolvidas para tentar reduzir os impactos e
ao mesmo tempo trazer modernidade para a humanidade.

São inúmeros os problemas relacionados à construção civil, entre esses, a


geração de resíduos. Nesse estudo, buscaremos compreender como parte desses
resíduos pode ser utilizado em obras de pavimentação, contribuindo assim para
redução dos impactos ambientais.

Dando continuidade a pesquisa é preciso compreender um pouco sobre o


conceito de pavimentação e pavimentação ecológica, para entendermos como esses
resíduos gerados pela construção podem ser reutilizados para obras de
pavimentação, reduzindo a poluição e gerando conforto e modernidade para a
sociedade.

Segundo o Manual de Pavimentação do DNIT (DNIT, 2006): “o pavimento de


uma rodovia é uma superestrutura constituída por um sistema de camadas de
espessuras finitas, assentes sobre um semiespaço considerado teoricamente como
infinito a infraestrutura ou terreno de fundação, a qual é designada de subleito”.

Existem vários fatores que podem influenciar no bom funcionamento de um


pavimento, assim como na sua resistência e preservação. De acordo com a rigidez
do conjunto dos pavimentos, os mesmos podem ser classificados em flexíveis,
rígidos e semirrígidos.

O DNIT (2006) faz a seguinte classificação:

Flexível: aquele em que todas as camadas sofrem deformação elástica


significativa sob o carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui em
parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas.

Semirígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante


com propriedades cimentícias como, por exemplo, por uma camada de solo cimento
revestida por uma camada asfáltica. São considerados parte dos pavimentos
flexíveis.

Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às


camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes
do carregamento aplicado.

No Brasil, a pavimentação do tipo flexível é bastante utilizada e por esse


motivo, abordaremos esse tipo de pavimento nessa pesquisa. De um modo geral, a
estrutura de um pavimento deve ser planejada para suportar as cargas que irão
atuar sobre ele, repassando, minimamente, estas cargas ao terreno de fundação
sem gerar danos ao mesmo ou à estrutura. O DNIT (2006) apresenta as seguintes
etapas para a construção de um pavimento flexível:

Subleito - é o terreno de fundação do pavimento.

Regularização - é a camada posta sobre o leito, destinada a conformá-lo transversal


e longitudinalmente de acordo com as especificações; a regularização não constitui
propriamente uma camada de pavimento, sendo, a rigor, uma operação que pode
ser reduzida em corte do leito implantado ou em sobreposição a este, de camada
com espessura variável.

Reforço do subleito - é uma camada de espessura constante, posta por


circunstâncias técnico-econômicas, acima da de regularização, com características
geotécnicas inferiores ao material usado na camada que lhe for superior, porém
melhores que o material do subleito.

Sub-base - é a camada complementar à base, quando por circunstâncias técnico-


econômicas não for aconselhável construir a base diretamente sobre regularização.

Base - é a camada destinada a resistir e distribuir os esforços oriundos do tráfego e


sobre a qual se constrói o revestimento.

Revestimento - é a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe


diretamente a ação do rolamento dos veículos e destinada a melhorá-la, quanto à
comodidade e segurança e a resistir ao desgaste.
Esse tipo de pavimentação é predominante no país e causa impactos muito
grandes no meio ambiente. No entanto, o desenvolvimento social e econômico da
nação exige que esse tipo de obra seja realizado com muita regularidade. Então, a
alternativa mais discutida no mundo inteiro é como unir desenvolvimento e
sustentabilidade. Surge nesse momento a necessidade de práticas de pavimentação
sustentável. De acordo com Oda (2017):

Define-se como pavimento sustentável aquele que consegue alcançar seus


objetivos funcionais, enquanto em uma escala mais ampla, atende às
necessidades humanas básicas, usa recursos efetivamente, e preserva /
restaura os ecossistemas circundantes. Para um pavimento ser considerado
como sustentável tem que ser otimizado e estudado seu ciclo de vida,
tentando prolongar sua vida com adequadas operações de manutenção e
relacionando ao máximo o momento final da vida útil do pavimento com a
produção de novo material.

Em busca dessa sustentabilidade, o Brasil tem desenvolvido algumas


alternativas bastante importantes na área de pavimentação. Os pavimentos
ecológicos já estão sendo estudados e desenvolvidos em vários pontos do território.
Muitos desses pavimentos são constituídos a partir de resíduos gerados na própria
construção civil. De acordo com Abdou (2016):

Uma política e conscientização sustentável por meio da reciclagem


desses resíduos de construção e demolição, problema ambiental existente há
décadas nos centros urbanos, seriam alternativas eficientes para solucionar
esta questão. Em alguns países desenvolvidos a reciclagem do entulho está
se tornando uma alternativa em diversos setores da construção civil. Além
dessa medida reduzir gastos públicos com aterros e materiais de construções
para pavimentos, essa política propicia um aumento da vida útil dos aterros
em funcionamento, visto que os atuais aterros teria aumentada sua
capacidade pela inibição das descargas clandestinas ao longo das vias
públicas, melhorando o aspecto visual das cidades e inibindo gastos
adicionais para a remoção do resíduo (ABDOU, 2016).

No decorrer dessa pesquisa serão apresentas algumas alternativas de


pavimentação ecológica utilizadas no Brasil, onde são usados resíduos da
construção civil. Demonstrando assim, a eficiência desse setor, que busca cada vez
mais aliar desenvolvimento social, econômico e sustentabilidade.
Referências:

ABDOU, M. R. ; BERNUCCI, L. L. B. . Controle Tecnológico do Pavimento


Ecológico da USP Leste. In: 14º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da
USP, 2006, São Paulo. 14º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP,
2016.

BENTO, A. Como fazer uma revisão da literatura: Considerações teóricas e práticas.


Revista JA (Associação Académica da Universidade da Madeira), nº 65, ano VII, p.
42-44, maio. 2012. ISSN: 1647-8975.

DNIT. Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos. Rio de Janeiro:


Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes, 2006.

_____. Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos. Rio de Janeiro:


Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes, 2006.

GUIAS OESPE. Pavimentação Ecológica. Tem que entender do assunto. GUIAS


OESPE, 2016. Disponível em:
https://www.estadao.com.br/blogs/guias/pavimentacao-ecologica-tem-que-entender-
do-assunto/. Acesso em 18/03/2021.

ODA, S.; ÁVILA, G. M.; CAVALCANTI, L. S.. Práticas sustentáveis nos


pavimentos e sua possível aplicação no mercado brasileiro: presente e futuro.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2017.

RIOS, Marcelo Soares de Almeida, MOL, Marcos Paulo Gomes. A problemática


dos resíduos de construção civil e a pavimentação como solução: uma revisão
de literatura. INOVAE, INOVAE -ISSN: 2357-7797, São Paulo, Vol.8, jan-dez, 2020.
Disponível em: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/inovae/article/view/2165.
Acesso em: 18/03/2021.

ROOS, Alana, BECKER, Elsbeth Leia Spode. Educação Ambiental e


Sustentabilidade. Revista eletrônica em gestão, educação e tecnologia ambiental.
REGET/UFSM, v(5), n°5, 2013. Disponível em:
file:///C:/Users/PROFES~1/AppData/Local/Temp/4259-22383-2-PB.pdf. Acesso em:
20/03/2021.
TORRESI, Córdoba de. I., Susana. PARDINI, Vera L. FERREIRA, Vitor F. O que é
Sustentabilidade? Quím. Nova, vol.33, n.1, São Paulo, 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040422010000100001&script=sci_arttext.
Acesso em: 18/03/2021.

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