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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS

TADEU

PRÁTICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA

AÇÃO POPULAR
DIR5AM-MCB

ACSA SOUZA SUZART RA: 817126685


VERUSCA DOS SANTOS BESSA SARRECCHIA RA: 817126202

SÃO PAULO/SP
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___________
VARA CIVEL / DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE FARTURA,
ESTADO DE _____.

Jose Rico, Brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG XXXXXX, inscrito


no CPF sob o n° XXX.XXX.XXX, cidadão eleitor (prova de cidadania - doc.1),
por meio do seu advogado (mandato em anexo), com escritório profissional na
XXXXXXX, local que receberá as intimações processuais, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., com supedâneo no art 5°, inciso
LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e na Lei n° 4.717/65, propor:

AÇÃO POPULAR

Em desfavor de: 1) José Rico, prefeito do Municipio de FARTURA, brasileiro


(estado civil), (profissão), podendo ser encontrado na sede da Prefeitura; 2)
Município de Fartura, com Sede da Prefeitura à Rua XXXX, n° XX, bairro
XXXXX, cidade XXX, UF: XXXX, 3)empresa Sorte Grande, pessoa jurídica
direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n° XXXXXXX (doc. 03 – cartão
CNPJ/MF), sita a Rua XXXXXXX, n° XXXX, bairro: XXXXXXX, Município de Y,
Estado de XX, Cep XXXXXX; 4) Wagner Afortunado, nacionalidade, estado
civil, profissão, RG nºXXXX, CPF nºXXXX, residente e domiciliado na rua. o
que faz pelos fundamentos de fato e razões de direito a seguir aduzidos.

I- DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR

Nos termos do Art. 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e Art. 1º e


seguintes da Lei nº 4.717/65, é cabível ação popular, pois versa sobre o ato
lesivo ao interesse publico
Ademais, a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas, contra
as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem
dado a oportunidade à lesão e contra beneficiários diretos do mesmo.

I – DOS FATOS
DOS FATOS

O Município Fartura, representado pelo Prefeito José Rico, em XX/XX/XXXX


celebrou contrato administrativo com a empresa Sorte Grande, tendo por objeto
o fornecimento de merenda escolar para toda a rede pública municipal de
ensino, pelo prazo de doze meses. O contrato foi celebrado sem a realização
de prévio procedimento licitatório e apresentou valor de dois milhões de reais
anuais.
Ademais da inexistência da licitação para a contratação destas mercadorias,
ato por si só atentatório aos princípios constitucionais que regem, a
Administração Pública (caput 37 da CF), é notório o fato de que a empresa
Sorte Grande, tem como sócio majoritário a pessoa de Wagner Afortunado,
filho da atual companheira do prefeito do Município aqui discutido.

II- DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O Art. 5º, § 4º da Lei nº 4.717/65 c/c Art. 273 do CPC estabelece como
requisitos para concessão de tutela antecipada, a verossimilhança das
alegações e o fundado receio de dano irreparável.
A verossimilhança das alegações baseia-se no fato de que a contratação com
o Poder Público foi efetivada sem prévio procedimento licitatório, com
inobservância do disposto no Art. 37, inciso XXI da CRFB e Art. 2º da Lei nº
8.666/93, com prazo superior ao estipulado no Art. 57 da Lei nº 8.666/93 e com
violação aos princípios da impessoalidade e moralidade estampados no Art. 3º
da Lei nº 8.666/93.
O fundado receio de dano irreparável decorre do fato de que o contrato foi
celebrado e se encontra vigente, causando prejuízo ao interesse público.
Portanto, o contrato impugnado deve ser suspenso até a decisão final do
processo.

III)- DO MÉRITO

De acordo ao Art. 37, inciso XXI da Constituição Federal, fica se estabelece o


dever de licitar para celebração de contrato com o Poder Público. Vejamos:
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes
(...).
Deste modo fica ressalvado na situação apresentada, a maneira que o
contrato foi celebrado, de modo que não houve se quer o prévio procedimento
licitatório, violando o princípio da legalidade, pois a lei determina que haja
licitação para a contratação firmada pelo Poder Público com o particular.
Além disso, o prazo do contrato firmado viola frontalmente o disposto no Art.
57, inciso II e § 3º da Lei nº 8.666/93, segundo o qual, a vigência dos contratos
administrativos está adstrita à vigência dos créditos orçamentários, podendo,
no entanto, serem prorrogados por iguais e sucessivos períodos de forma
justificada e autorizada ao limite máximo de sessenta meses
Outrossim, a referida contratação viola ao princípio da impessoalidade, visto
que o administrador não pode atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar
pessoas determinadas e no caso em foco a contratação efetivada teve como
objetivo beneficiar o filho da companheira o prefeito.
Não obstante, o ato administrativo também violou o princípio da moralidade ou
probidade administrativa, vista que a contratação direta, fora das hipóteses de
dispensa ou inexigibilidade, com vistas a beneficiar o enteado do prefeito, viola
os padrões éticos, com os quais o servidor público deve estar cingido
Diante disso, em razão de todos os vícios apresentados o contrato ora
impugnado deve ser anulado, sobretudo porque a sua existência constitui ato
lesivo à moralidade administrativa e ao interesse público.

IV-DOS PEDIDOS
Posto isto requer o Impetrante que Vossa Excelência, julgue a presente Ação
popular TOTALMENTE PROCEDENTE, reconhecendo a ilegalidade e
lesividade do ato aqui exposto, deferindo;
a) o recebimento e o processamento desta Ação Popular, por conter ilegal e
lesivo ao patrimônio público, em conformidade com a lei 4717/65;
b) a citação dos Réus para, querendo, contestar o feito;
c) a intimação do Ilustre Ministério Público;
d) a condenação dos Réus nos ônus de sucumbência
e) a devida apuração dos atos de improbidade administrativa praticados pelos
REQUERIDOS assim como a condenação dos mesmos de acordo com o
determinado pela lei 8429/92 (impeachment judicial)
f) requer o julgamento da procedência, para condenar os REQUERIDOS a
restituírem os cofres públicos, por depósito judicial, para repasse a
Municipalidade, a totalidade dos valores eventualmente pagos a empresa Sorte
Grande, tudo consoante já provado e se provar oportunamente no processo;
Dá-se à causa o valor de R$ 2.000.000,00
Termos em que pede deferimento.
Município Fortuna, data.

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