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6 – Comunicações Ópticas
SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES II
TRANSPARÊNCIAS
6 – COMUNICAÇÕES ÓPTICAS
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6 – Comunicações Ópticas
! INTRODUÇÃO
De notar que nos regeneradores dos sistemas de FO, há uma conversão óptico-
eléctrica, uma regeneração do fluxo de impulsos, retemporização e reconversão
eléctrica para óptica para continuação da transmissão.
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Características das Fibras Ópticas
Numa transmissão por fibra óptica, o dèbito binário ("bit-rate") depende das
características da fonte de luz e das dimensões e da dispersão nessa fibra óptica
ABERTURA NUMÉRICA
Como sabemos (ver fig. 6.1) cada fibra óptica propriamente dita tem um núcleo
cilíndrico e uma camada envolvente (baínha) desse núcleo, sendo ambos (núcleo e
respectiva baínha) feitos de material transparente, normalmente vidro ou plástico;
no nosso caso sempre de vidro. Uma segunda camada protectora concêntrica (em
plástico) é geralmente aplicada sendo o conjunto envolvido por uma manga
protectora exterior para evitar as curvaturas acentuadas.
Esse ângulo está naturalmente relacionado com o ângulo crítico, isto é, com o
menor ângulo que um raio no núcleo pode fazer com a normal à superfície de
separação núcleo-"cladding" para o qual ainda há reflexão.
2 2
NA = sin " c = n1 ! n 2 (6.1)
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Abertura Numérica
sendo:
! c o ângulo de abertura do cone de aceitação e
n1 e n2 os índices de refracção do núcleo e da camada envolvente,
respectivamente.
Fig. 6.1 – a) Cone de aceitação para fibra de “salto de Índice” ; b) Abertura numérica NA= sin !c
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Atenuação
Numa fibra óptica a luz propaga-se, como sabemos, segundo reflexões sucessivas
de acordo com a fig.6.2
ATENUAÇÃO
A fig 6.5 mais adiante representa as atenuações numa fibra óptica de sílica em
função do comprimento de onda em nm.
Na realidade, faz-se nessa figura a distinção entre dois tipos de fibra (multimodo e
monomodo) evidenciando as perdas em cada um deles.
Uma das causas importantes para as perdas na fibra é a devida à dispersão de
Rayleigh. Esta dispersão é devida a localizações aleatórias de regiões moleculares
ao longo da fibra onde a densidade é maior e, portanto, onde há grandes variações
do índice de refracção; estas variações podem ser modeladas (ver fig. 6.3) como
pequenos objectos dispersos embebidos ( o tamanho desses objectos é muito menor
que o comprimento de onda da luz) de tal modo que os raios de luz ao
atravessarem aquele tipo de estrutura se difundem em várias direccções, daí
resultando as perdas. Como a difusão de Rayleigh é proporcional a !-4, quanto
menor for o comprimento de onda maior será o seu efeito (ver fig. 6.5).
Outra causa das perdas na fibra é a devida à
aborpção: a aborpção intrínseca do vidro que
apresenta um pico na região dos ultravioletas e
um pico de maior importância na região dos
infravermelhos tem uma contribuição para as
perdas muito pouco significativa, mas a Fig. 6.3 - Dispersão de Rayleigh
absorpção devida às impurezas (especialmente
os iões OH) tem um peso importante. Na fig. 6.5 vê-se como existe um pico de
grande significado (devido à absorpção OH) na zona dos 1.37 µm. Há ainda outra
causa de perdas devida a efeitos geométricos (originado por curvaturas na fibra e
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Atenuação
Fig. 6.4 Os três tipos principais de fibra óptica : a) Salto de ìndice ou ìndice em degrau
b) Gradiente de índice c) Monomodo
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DISPERSÃO
Um dos problemas que tem mais implicações na performance da transmissão por fibra
óptica é a dispersão.
A dispersão consiste no alargamento da duração dos impulsos ópticos transmitidos através
da fibra que, em vez de manterem a sua forma original, sofrem uma distorção traduzida
num alargamento tal como se mostra na fig. 6.7.
Se existirem impulsos adjacentes que, em parte, se sobreponham aos anteriores, a detecção
dos impulsos individuais na recepcção, torna-se duvidosa como se pode ver através da
mesma figura.
2 2
Dispersão "
t 2 ! t1 ns / km (6.2)
L
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Dispersão
ou, mais precisamente, para qualquer comprimento de onda um impulso será atrasado de
um tempo td por unidade de comprimento L, de acordo com a expressão
1 dt d
Dispersão Material = ! ps / nm ! km (6.3)
L d"
A dispersão aumenta com a largura de banda da fonte de luz (para LEDs e LASERs em
vez de “largura de banda” é geralmente utilizada a designação “largura de linha”).
Se uma dispersão mínima é importante, é preferido o díodo LASER ao LED por ter uma
largura de linha muito mais estreita.
Os efeitos da dispersão aumentam, portanto, com o comprimento da fibra e com a largura
de linha.
Algumas fibras ópticas são classificadas de acordo com o produto da distância pela
largura de banda.
Por exemplo, se uma fibra óptica tem um produto largura de banda-distância de 500
MHz-km (de notar que, aqui, o tracinho “-“ significa “vezes” e não “menos”) e se
pretendermos transmitir um sinal de largura de banda igual a 85 MHz, a máxima
distância entre repetidores será
500MHz ! km
= 5.88 km
85MHz
As causas da dispersão são as seguintes:
A fonte óptica não emite uma frequência pura mas uma faixa estreita de frequências. O
Laser tem uma largura de espectro mais estreita do que o LED e, por isso se diz que tem
menor dispersão Intramodal ou Cromática (diz-se Intramodal porque tem lugar num só
modo de propagação e também se diz Cromática porque resulta da presença de diferentes
comprimentos de onda na luz) do que o LED. Na prática não há fontes ópticas que
emitam numa só frequência.
- Características da Fibra
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Dispersão
1- Dispersão Material
2- Dispersão de Guia de Onda
Dispersão material : as ondas de luz viajam ao longo da fibra em feixes que consistem
em séries de ondas sensivelmente paralelas de diferentes comprimentos de onda. Ora,
com excepção do vazio, diferentes comprimentos de onda viajam a
diferentes velocidades e daí a dispersão. O valor desta dispersão material está relacionado
com a gama de frequências que compõem o feixe de luz. No caso da fonte ser Laser em
vez de LED, como a fonte Laser tem um feixe com menos largura de banda a dispersão
será menor.
Estes dois últimos tipos de dispersão (guia de onda e material) não são necessariamente
aditivos; de facto, podem mesmo cancelar-se a determinado comprimento de onda (para a
fibra de vido normal esse comprimento de onda é da ordem dos 1.3 µm).
Para fibras monomodo existe um comprimento de onda para o qual a dispersão material
cancela exactamente a dispersão de guia de onda e que é designado por comprimento de
onda de dispersão zero, que pode ser ajustado modificando a composição do material e o
diâmetro do núcleo.
ps/(nm.km) ou ps/(nm-km)
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Dispersão
Verifica-se, da facto, que a dispersão é nula para 1.31 µm mas, para esse
comprimento de onda a atenuação é da ordem dos 0.35 dB/km e, por isso, a Indústria
fabrica muitas fibras na janela dos 1.55 µm em que a dispersão também é nula mas
com menor atenuação.
Fig. 6.8 – Dispersão total, em função do comprimento de onda, para a fibra monomodo
Dispersão
comprimento de onda de 1550 nm. Haverá naturalmente desvios do valor ideal, mas
para 1550 nm um valor típico de dispersão é da ordem de 3 ps/nm-km.
Modo de ordem
mais baixa
A fig. 6.11 evidencia como, numa fibra de índice em degrau, é originada a dispersão pelo
facto de o sinal à chegada ser o somatório (para o caso da elucidação) de 3 sinais
propagados em modos diferentes, logo, chegando em alturas diferentes.
As fibras de índice de refracção gradual (também chamadas de gradiente de índice)
reduzem a dispersão pelo facto de os sinais que se propagam nos modos mais altos
“dispenderem mais tempo” na zona exterior do núcleo da fibra do que os sinais nos
modos mais baixos.
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Dispersão
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POLARIZAÇÃO
As fibras monomodo têm uma simetria circular em torno do seu núcleo, podendo-se assim
transmitir dois modos quase idênticos com polarização a 90º um do outro (um modo TE e
um modo TM).
Contudo, a existência de pequenas imperfeições nas características da fibra tais como
tensões e pequenas variações na composição e geometria da fibra podem dar origem a que
haja energia que se mova de um modo para o outro durante a propagação.
CURVATURA DA FIBRA
Sempre que uma fibra monomodo ou uma fibra multimodo é encurvada, alguma energia
dentro do núcleo da fibra, pode escapar-se para a região exterior à fibra como se ilustra na
fig. 6.12. As perdas aumentam, evidentemente, quando o raio de curvatura (“bending
radius”) R diminui. Se o raio de curvatura se aproxima do raio
da
Fig. 6.12 – (a) – Curva numa fibra óptica (b) - Microcurvatura dentro de uma fibra óptica
(c) – Perdas adicionais causadas pela curvatura
fibra, ocorrerão perdas muito altas devidas à atenuação por microcurvatura (fig. 6.12.b). A
fig. 6.12.c mostra o valor das perdas em função do raio de curvatura para fibras de 1.3 µm
e de 1.5 µm, onde por exemplo se verifica que, para um raio de curvatura de 2 cm a perda
é inferior a 0.00001 dB/cm.
PROJECTO DE UM “LINK”
Um link de transmissão por fibra óptica tem muitas semelhanças com outros tipos de
transmissão, no que diz respeito ao cálculo de ganhos e perdas, embora as tecnologias
possam ser muito diferentes. Alguns dos componentes importantes de
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Projecto de um link
Pt – Potência a transmitir
Pr – Potência mínima recebida (sensibilidade do receptor)
Gt – Ganho total dos m amplificadores ópticos (G1 + G2 + … + Gm)
$f – Atenuação na fibra óptica em dB/Km
$c– Atenuação total nos conectores da ligação
$s – Perdas totais nas n junções ($s1 + $s2 + … + $sn)
Fm– Margem para perdas na fibra (margem de segurança)
LT – Comprimento total do “link” em Km, com amplificadores ópticos
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Projecto de um link
Exemplo
Um cabo de fibras ópticas multimodo, com uma atenuação de 2 dB/km em cada fibra,
vai ser utilizado para a transmissão de um sinal de 34 Mbit/s numa extensão de 16 km.
O cabo é fornecido em troços de 2 kms. Sabendo que a potência de transmissão do
emissor óptico é de –1 dBm e que o receptor óptico tem uma sensibilidade de –42
dBm, determine se a ligação é viável e, em caso afirmativo, calcule a margem do
sistema, admitindo que tem de providenciar para que haja uma tolerância de 6 dB para
o envelhecimento da fibra e eventual degradação do equipamento, que tem 0.5 dB de
perdas por conector e que cada junta (“splice”) possa ser executada por forma a não
ultrapassar os 0.15 dB de atenuação.
Resolução:
-1 dBm –6 dB – (-42dBm) = 35 dB
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Projecto de um link
A potência recebida é:
Até meados de 1980 os cabos a fibras para utilização a 1.55 µm eram fabricados com
2.000 ou mais fibras ópticas .
Em qualquer cabo, cada núcleo de fibra é envolvido por um revestimento de Sílica
(Cladding) e este por urna protecção primária de plástico e ainda outra exterior de
protecção contra choques (“Buffer Jacket”).
Há três tipos de revestimento exterior (fig. 6.13):
- Proteccção Rígida (“tight buffer”)
- Protecção com Fibra Solta (“loose buffer”)
- Protecção com enchimento (“filled buffer”)
(a)
(b) (c)
Fig. 6.13 - Protecção das fibras ópticas : (a) – Protecção rígida (b) - Protecção com
fibra solta (c) – Protecção com enchimento
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Tipos de cabos de fibras ópticas
O Cabo tipo "Loose Buffering" pennite que a fibra se mova dentro do invólucro de
plástico, enquanto que o "Filled Loose Buffer" é preenchido com uma geleia que fornece
elasticidade e protecção, sendo preferido para links de longa distância.
As figuras seguintes apresentam alguns tipos de construção de cabos de fibra óptica para
aplicações em interiores de edifícios e no exterior (para condutas ou para enterrar).
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Fig. 6.17 – Cabo de fibras ópticas, para instalação em condutas, com 2000 fibras
Fig. 6.18 – Cabo de 600 fibras ópticas, com agrupamentos de 4 fibras por fita
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Tipos de cabos de fibras ópticas
Ainda temos os cabos submarinos de fibras ópticas, os quais têm der possuír
características muito especiais, como as que se referem à protecção contra a
infiltração de água, a capacidade de suportar pressões muito elevadas, a resistência a
excessivos alongamentos, etc. A figura 6.19 representa um exemplo.
Finalmente há ainda a destacar dois tipos de cabos de fibras ópticas que se utilizam
nas linhas de alta tensão : um, o chamado OPGW (“OPtical Ground Wire” em que
as fibras são introduzidas dentro de condutores ocos (tubos) que são utilizados
também como cabos de guarda das linhas de alta tensão e o outro sendo um cabo
totalmente dieléctrico (com capacidade para resistir a grandes campos elécticos)
contendo fibras ópticas no seu interior e que é instalado entre os postes de alta
tensão, geralmente a um nível pouco abaixo dos condutores de alta tensão.
JUNÇÕES/UNIÕES
Devido â alta pureza do vidro utilizado nas fibras ópticas o processo de ligar duas
fibras á altamente crítico. Há dois processos de ligar duas fibras: ou através de uma
ligação permanente (por fusão) ou pela utilização de conectores. A ligação que
oferece mais fiabilidade e menos perdas é a ligação por fusão, mas tem que haver um
perfeito alinhamento dos núcleos das duas fibras Esta operação é hoje executada
pelas próprias máquinas de fusão, totalmente automáticas, que alinham as pontas das
fibras automaticamente, jogando com as três dimensões antes de proceder à fusão.
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Junções/Uniões
Tal como se apresentam os topos das fibras, na fig. 6.20, não estão em condições de se
fazer a fusão. As duas faces de topo devem ser lisas e perpendiculares ao eixo do núcleo.
Fig. 6.20 – Preparação das fibras para a fusão: a) Uma das fibras tem uma superfície rugosa;
b) As duas fibras não têm as faces (superfície de topo) perpendiculares ao eixo
da fibra
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Junções/Uniões
Após todas as junções estarem efectuadas e, uma vez instalado o cabo de fibra óptica
é feito o controle e a medida das perdas introduzidas pelas junções e acoplamentos.
É utilizado o aparelho OTDR (Optical Time Domain Reflectometer) que permite no
seu “display” fazer a representação da atenuação na fibra “versus” a distância (ver
fig. 6.22.a)
O aparelho envia impulsos ao longo da fibra e, ao encontrarem uma descontinuidade
(junções, etc) surge uma reflexão que é detectada no OTDR e que é medida em
função da intensidade de reflexão. A precisão do aparelho é muito elevada, podendo
medir perdas da ordem de 0.01 dB de uma junção a mais de 40 Km.
A perda numa junção é da ordem de 0.01 a 0.03 dB e, após a execução de todas as
junções, elas são colocadas num envólucro fechado que constitui uma
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Junções/Uniões
T R
Perdas
de
Potência $ TF
PT
(dBm) $C
Perdas totais
$ S1
$ S2
$ S3 $ RF+C
PR
Marg
PRmi em
n
Distância
Fig.6.22.a – Atenuação “versus” distância usando um(Km)
OTDR
$TF – perdas na fibra do transmissor do OTDR e no conector;
$C – perdas no conector ; $S – perda na junção;
$RF+C – perdas na fibra do receptor e no conector;
Margem – Potência recebida menos a sensibilidade do receptor
(PR- PRmin)
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Junções/Uniões
Junção Mecânica
O método da junção mecânica é muito mais simples e rápido do que o método de fusão.
As perdas, contudo, são consideravelmente maiores. A fig. 6.22.c mostra uma junção
mecânica em que se recorre à utilização de uma geleia para embeber a zona de contacto
das fibras, que é um composto que tem um índice de refracção tão aproximado quanto
possível do das fibras em jogo. As fibras são desnudadas, cortadas, limpas, alinhadas e
apertadas naquele conjunto mecânico.
Na fig. 6.22e da página seguinte apresentam-se vários tipos de conectores para fibras
ópticas.
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Junções/Uniões
Para examinarmos as apertadas tolerãncias que se exigem nas junções de fibras ópticas,
em que as exigências de precisão são muito elevadas, focamos seguidamente alguns dos
problemas com a preparação e utilização das fibras. Em primeiro lugar, convém referir que
perdas elevadas se verificam com junções de fibras que têm características de fabricação
diferentes.
A fig. 6.23.a mostra-nos as perdas suplementares que se pode esperar se houver uma
desadaptação da abertura numérica das duas fibras, verificando-se que basta uma diferença
de 5% para aumentar as perdas de cerca de 0.5 dB.
Fig 6.23 – (a) Perdas adicionais devidas a diferencial de abertura numérica: ARF = abertura numérica da
fibra do lado da recepção; ATF = abertura numérica da fibra do lado transmissão
(b) Perdas suplementares devidas a diferencial nos diâmetros: DRF = diâmetro do núcleo da
fibra no lado da recepção; DTF = diâmetro do núcleo da fibra no lado transmissor
Semelhantemente, se o diâmetro dos núcleos das duas fibras diferirem de 5%, existirá uma
perda suplementar superior a 0.5dB (ver fig. 6.23.b)
Por outro lado, se houver um desalinhamento entre os eixos dos núcleos das duas fibras,
da forma indicada na fig. 6.24.a, ocorrerão perdas adicionais de acordo com o gráfico da
mesma figura.
Fig 6.24.c – Perdas suplementares devidas à existência de uma separação S entre as duas fibras
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PROBLEMAS DA INSTALAÇÃO DOS CABOS DE FIBRA ÓPTICA
- Cabo suspenso
- Montagem subterrânea
A montagem do cabo suspenso é mais cara mas tem a vantagem de a manutenção ser mais
fácil e mais económica.
Algumas instalações com cabo aéreo (suspenso) são feitas recorrendo à amarração do cabo
em postos já existentes de linhas de alta tensão havendo, nestes casos, dois tipos de cabos:
um, totalmente dieléctrico, que é amarrado mesmo na zona dos cabos de alta tensão,
procurando-se contudo a zona onde o campo eléctrico é menor e outro, que se introduz nas
linhas de guarda, isto é, as próprias linhas de guarda são tubos ocos no interior dos quais
se introduz o cabo de fibras ópticas.
Quanto à instalação subterrânea depende do tipo de percurso, se é zona urbana ou em
campo aberto ou ainda se o terreno é rochoso ou arenoso.
Em certos casos (zonas urbanas) além das dificuldades próprias, o cabo tem muitas vezes
de ser montado em canalizações de protecção o que torna a instalação ainda mais cara.
A instalação de cabos de fibras ópticas requer vários cuidados, nomeadamente quando se
puxam os cabos para os desbobinar, para evitar tensões nas fibras para além dos valores
admissíveis. Muitas vezes recorre-se a guinchos programáveis que controlam a velocidade
de desbobinagem e a tensão a aplicar para essa desbobinagem.
Há também cabos próprios para montagem submarina. Vários cabos submarinos de fibras
ópticas interligam diferentes países em diferentes continentes.
FONTES DE LUZ
Como é já do nosso conhecimento existem dois tipos de Emissores de Luz que são o LED
e o LD (Laser Diode).
Enquanto que a emissão de luz de um LED é por emissão espontânea quando se sujeita a
uma determinada tensão, no LD a luz resulta de uma emissão estimulada, produzindo-se
esta emissão estimulada quando a densidade de corrente que atravessa a região activa
alcança um determinado nível que origina a passagem de emissão de luz espontânea para
estimulada
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O espectro do LD é mais estreito (da ordem de 1 a 2 nm) porque se está perante uma
emissão de luz do tipo coerente (no sentido de espectralmente pura ou só com uma
frequência) enquanto que no LED se tem uma emissão do tipo incoerente que resulta de
uma certa aleatoriedade na emissão por se fazer em vários comprimentos de onda e em
várias direcções (o espectro é da ordem dos 40 nm).
A selecção entre um e outro tipo de fonte depende dos seguintes factores:
1) Potência requerida de Emissão ; 2) Eficiência de Acoplamento ; 3) Largura Espectral ;
4 ) Tipo de Modulação ; 5) Exigência de Lineariedade ; 6) Largura de banda necessária; 7)
Custo
LEDs
O primeiro tipo de construção tem um custo mais baixo mas a eficiência de acoplamento
da luz na fibra é muito limitada devido ao facto de ter uma larga região activa (zona do
LED onde são emitidos os fotões). A região activa primária é uma área circular de 20 µm
a 50 µm de diâmetro.
É escavada uma zona no substrato (para permitir o acoplamento directo da luz emitida
para a fibra) que é preenchida com resina epoxi.
Com o segundo tipo de construção (“Edge LED” – ELED) representado na fig. 6.25b,
têm-se duas vantagens:
- uma eficiência de acoplamento mais elevada, nomeadamente para as fibras
monomodo:
- possibilidade de se utilizar uma taxa de transmissão binária mais elevada pelo facto
de a camada activa ser muito estreita em comparação com o estilo de transmissão dos
SLEDs..
Efectivamente a sua região activa primária é uma tira muito estreita situada na superfície
do substrato do semicondutor. Num ELED a faceta posterior é altamente reflectiva e a
faceta frontal é coberta com material anti-reflexão.
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Equipamentos de uma Instalação em Fibra Óptica – Fontes de Luz
LASERs
densidade de corrente que atravessa a região activa do díodo este comporta-se como um
LED convencional, mas ultrapassado aquele valor inicia-se a operação LASER (Light
Amplification by Stimulated Emission of Radiation) em que a grande densidade de
corrente dá origem à multiplicação do número de pares electrão-lacuna, a recombinação
destes origina mais fotões e por aí adiante.
O limiar de corrente a que ocorre o lasing já é relativamente baixo para os LD de dupla
heterojunção (cerca de 5 a 15 mA a 25° C) como se pode ver através da fig. 6.26, que
também nos mostra como aquele limiar é afectado pela temperatura, situação altamente
indesejável e que importa controlar.
Fig. 6.26
– Características de um Díodo Laser
De facto, a potência dissipada internamente dentro do díodo contribui para aumentar a sua
temperatura, deteriorando a situação a menos que algum sistema de controle de
temperatura seja utilizado.
Ultimamente o emprego de fosforeto de índio (InP) na tecnologia Laser, resultou na
obtenção de LDs que não necessitam de arrefecimento
- “Fabry-Perot”
- “Distributed FeedBack”
- “Distributed Bragg Reflector”
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6 – Comunicações Ópticas
A principal diferença na fabricação dos Díodos Laser (LDs) em relação aos LEDs é a de
que nos LDs a camada activa é embebida num ressonante óptico.
No LD do tipo Fabry-Perot (ver fig. 6.27a) isso é realizado através de duas superfícies
espelhadas opostas nos planos naturais de clivagem no díodo de cristal, dando origem a
uma estrutura que suporta várias ondas ópticas estacionárias.
As ondas estacionárias adicionam-se por interferência de uma maneira construtiva,
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Equipamentos de uma Instalação em Fibra Óptica – Fontes de Luz
Os LDs do tipo DBR (Distributed Bragg Reflector) têm (ver fig 6.27c) duas secções :
uma secção amplificadora activa e uma secção passiva corrugada (secção de Bragg). Um
canal muito estreito (de alguns microns), de alta impedância, faz o interface eléctrico e
óptico entre as duas secções. Com os LDs DBR conseguem-se larguras de linha de apenas
algumas centenas de KHz.
Os LEDs e os LASERs estão indicados para Modulação Directa, isto é, a transmissão dos
1’s e 0’s é feita por simples comutação ON/OFF.
Os LDs são sensíveis à temperatura. A fig. 6.28 mostra o efeito da temperatura sobre o
espectro do Laser DFB, situado na gama de 1.55 µm.
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Equipamentos de uma Instalação em Fibra Óptica – Detectores de Luz
DETECTORES DE LUZ
O espectro luminoso que emerge da extremidade do “link” de fibra óptica tem que ser
detectado e convertido em impulsos eléctricos para o processamento da informação. Já
vimos que há dois tipos principais de detectores: APD (Avalanche PhotoDiode) e o Díodo
PIN.
As performances de um e de outro são equivalentes, ambos com capacidades de multi
Gigabits/segundo.
LUZ
Ânodo
Tipo P
Região de deplecção
Tipo N
Cátodo
Fig. 6.29 – Estrutura de um díodo de avalanche
Ponto de
Operação
v
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Equipamentos de uma Instalação em Fibra Óptica – Detectores de Luz
Quando a luz proveniente da fibra, incide no díodo, formam-se então pares electrão-lacuna
(ver fig. 6.29) e, se a tensão aplicada for suficientemente elevada (100 V, p. ex) os
electrões são acelerados e, por colisão, geram novos pares electrão-lacuna continuando o
processo de multiplicação, produzindo o efeito avalanche.
V- Luz
região p+
Incidente
Colisão (Fotão)
Região de
Par electrão -
deplecção lacuna
Par
originado
electrão
pelo
-
lacuna
fotão
região n+ originado por
V+
colisão
É geralmente definida como a potência mínima recebida para que o BER não ultrapasse
10-9 para um determinado “bit-rate”.
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1.3 µ m PIN-FET
1.5 µ m PIN-HBT
1.5 µ m PIN-HEMT
-20
Sensibilidade do receptor (dBm)
-30
*
Receptor com
pré-amplificador óptico
-40
-50
0.1 1 10 100
Os díodos PIN, que brevemente referenciaremos a seguir, operam com uma corrente de
polarização inversa muito pequena, não apresentando qualquer ganho inerente ao contrário
do que acontece com os APDs.
Necessitam de amplificadores de baixo ruído a inserir depois do díodo PIN.
O amplificador originalmente utilizado era o GaAs FET, mas mais recentemente passaram
a usar-se o HEMT (transistor de electrões de alta mobilidade) e o HBT (transistor de
heterojunção bipolar) e são estes tipos de receptores cuja sensibilidade está representada
acima para além das dos PIN-FETs e dos APDs.
Verifica-se, naturalmente, que a sensibilidade diminui à medida que aumenta o “bit-rate”.
DÍODOS PIN
Como se representa na Fig. 6.31, o díodo PIN é basicamente uma junção pn com uma
região intrínseca intermédia conhecida geralmente como camada de deplecção de carga.
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6 – Comunicações Ópticas
Equipamentos de uma Instalação em Fibra Óptica – Detectores de Luz
Metalização P
(Alumínio
ou Ouro) I
P
N
P
Intrínseco
(semicondutor puro)
V+
Fig. 6.31 - Estrutura de um fotodíodo PIN
Quando a luz da fibra óptica proveniente da fibra incide na região p deste díodo polarizado
inversamente, formam-se pares electrão-lacuna na região de deplecção. O campo eléctrico
obriga os electrões e lacunas a viajar em direcções opostas, produzindo-se assim uma
pequena corrente (ver também fig.6.32).
As dimensões da região de deplecção podem ser escolhidas de modo a que o díodo tenha
V
-
I
Fibra
P I N
R
boa sensibilidade e a que se tenha um pequeno tempo de subida, significando isto boas
características para alta frequência.
Se a espessura da região de deplecção é aumentada, a sensibilidade aumenta porque
aumenta a probabilidade de absorção dos fotões, mas isto, por outro lado, aumenta o
tempo de trânsito dos portadores de carga, reduzindo a “performance” às altas frequências.
Os díodos PIN têm boas características a respeito da largura de banda pois podem
trabalhar com larguras de banda da ordem dos 10 GHz ou superiores.
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6 – Comunicações Ópticas
Esta largura de linha da fonte tem pouco efeito nas fibras multimodo porque, nestas, a
maioria da dispersão é devida aos numerosos modos de propagação.
Não é somente a fibra que limita a largura de banda e a taxa de velocidade binária pois
que os próprios emissores e receptores têm tempos de subida finitos que limitam a sua
largura de banda, devendo os seus efeitos ser tidos em conta quando se calcula a
máxima taxa de velocidade binária.
o
o
Tempo Tempo
Impulso original Impulso alargado
Fig. 6.33 – Impulso transmitido (original) e impulso recebido (alargado)
1) ao comprimento da fibra;
2) à dispersão da fibra por quilómetro a que se chama também constante de
espalhamento ou alargamento do impulso que é dada em picosegundos por
quilómetro.
Pág. 6 - 40
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! =DL (6.7)
Consideremos agora dois tipos de código de linha (NRZ e RZ), conforme se mostra
nas figuras seguintes:
Tensã
Tensã
o
o
1 0 1 0 1 1 1 1 1 1
Impulso original
Fig. 6.34 Impulso alargado devido à
dispersão
Para o código NRZ o alargamento máximo do impulso deve ser inferior ao período de
um bit.
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6 – Comunicações Ópticas
Orçamento do Tempo de Subida
Logo, a máxima taxa binária de transmissão em bit/s, para o código NRZ, deverá
ser:
fb = 1/TRT (6.9)
Já para o código
TEMPO de SUBIDA e LARGURAS de BANDA ELÉCTRICA e ÓPTICA
RZ, como o
máximo Em qualquer sistema que possa ser modelado como um filtro passa-baixo de 1ª
ordem a relação entre o tempo de subida e a largura de banda eléctrica é:
alargamento do 0.35
impulso não deve f3-dB (eléctrica) = ----------
exceder (ver fig. TR
onde TR é o tempo de subida em segundos e f3-dB é a largura de banda eléctrica em
anterior) metade do Hz.
período de um bit, Para uma fibra TR é aproxinadamente igual à dispersão.
A largura de banda dada nas especificações do produto distância-largura de banda
essa velocidade de uma fibra é uma largura de banda óptica.
máxima de Ora, a largura de banda óptica f3-dB (óptica) é igual a 2 f 3!dB( eléctrica ) pelo que se
transmissão é tem para a largura de banda óptica na fibra:
fb = 1/(2TRT) (6.10)
2 #0.35 0.5 1
f 3$dB(óptica ) = 2 f 3$dB(eléctrica) = " =
!t !t 2 !t
sendo !t a dispersão na fibra.
Como o produto largura de banda-distância é igual à largura de banda de um km
de comprimento e a constante de alargamento do impulso é igual à dispersão num
Exemplo km de comprimento da fibra, em vez da equação anterior podemos escrever:
1
Uma fibra de 50 Bl = ------- onde Bl é o produto largura de banda-
2D
kms de distância em Hz-km e D é a constante de alargamento do impulso em
comprimento tem segundos/km.
500
uma constante de
Isto equivale a dizer, usando unidades práticas, que: Bl = ---------
alargamento de com Bl em MHz-km. e D em ns/ km D
impulso igual a
2200 ps/km.
Determine a máxima velocidade de transmissão que poderá ser utilizada quando
essa fibra é usada em conjunto com um transmissor em que o tempo de subida
dos impulsos é de 40 ns e com um receptor em que o tempo de subida é de 50 ns
se for utilizado um código NRZ.
Resolução
O tempo de subida total para o sistema será então: TRT = ( 402 + 502 + 1102 )1/2 = 127.3 ns
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GENERALIDADES
A fig. 6.35 dá uma visão global de 8 gerações de Sistemas de Transmissão por FO,
distinguindo-se à medida que o “bit-rate” e o comprimento de transmissão aumentam.
Fig. 6.35 – Oito gerações de Sistemas de Transmissão por Fibras Ópticas Pág. 6 - 43
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No que respeita aos sistemas de interligação, vão-se distinguir três tipos (ver fig. 6.36):
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(b) Ponto-Multiponto : um
transmissor e muitos
receptores
(c) Multiponto-Multiponto :
muitos transmissores e
muitos receptores
Uma grande maioria dos Sistemas de Comunicações por fibras ópticas usam a técnica
da Modulação por Intensidade em que o Sistema óptico ernite l' s ou 0' s por simples
comutação “ON/OFF”. Isto pode ser feito directamente, ligando e desligando a fonte ou,
externamente, bloqueando a fonte para formar 1´s ou 0´s.
Quando um díodo Laser varia a sua corrente de zero até ao seu valor nominal, a
frequência de saida do Laser varia ligeiramente. Esta ligeira variação (“chirping”) é um
dos problemas mais significativos para os sistemas de Detecção Coerente usando PM ou
FM.
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Fig. 6.37 – Diagrama esquemático de um sistema de comunicações ópticas coerente com várias
possibilidades de configuração
Pág. 6 - 47
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altas, o ruído shot no receptor do sistema de detecção coerente será grande quando
comparado com a potência de ruído térmico do receptor.
Contrastando, no sistema de detecção directa, a potência de saída do detector é
proporcional ao quadrado da potência do sinal óptico incidente, sendo o ruído do
receptor principalmente determinado pela “electrónica” que se segue ao detector.
No sistema coerente podemo-nos aproximar da “performance” do limite quântico.
Foram feitas análises a diversos sistemas ópticos de forma a identificar qual o tipo de
modulação que dá origem à melhor sensibilidade do receptor e os resultados figuram na
tabela seguinte em termos do número de fotões no detector necessários para produzir
um BER de 10-9 :
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Fig. 6.38 – Gráfico da sensibilidade do receptor versus a velocidade transmissão para vários
esquemas de detecção.
transmitidos milhares de canais telefónicos dentro de cada canal, o que significa que a
capacidade do sistema é enorme.
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se indica na fig. 6.40. Esta figura põe em destaque o facto de a modulação mais
sofisticada requerer uma relação “largura de linha da fonte da luz / taxa de velocidade
binária” muito baixa. Para o caso PSK homodina a largura de banda de IF deve ser
igual igual à taxa de taxa de velocidade binária.
Os sistemas ASK e FSK heterodinos podem tolerar uma relação da largura de linha do
espectro para o “bit-rate” de 10-1. Num sistema de 622 Mbit/s, por exemplo, a largura de
linha da fonte requerida, de cerca de 60 MHz, é facilmente conseguida com um LD
básico do tipo DFB. Para a modulação PSK homodina a exigência de 10-4 para aquela
relação já é muito mais difícil de conseguir, especialmente para baixos “bit-rates”.
Para esse sistema PSK homodino a largura de linha da fonte deve ser da ordem dos 60
KHz, portanto excepcionalmente estreita, que se poderá obter recorrendo a LDs DFB de
cavidade externa. Se formos para os 10 Gbit/s então a largura de linha é mais fácil de
obter, pois poderá ser da ordem de 1 MHz.
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Em terceiro lugar, o sinal de dados e o sinal do oscilador local são misturados no díodo
fotocondutor para se produzir a necessária frequência de batimento. A corrente de saída
do detector contém um sinal adicional em dc, indesejado, que deve ser eliminado. Estes
três problemas podem ser resolvidos utilizando um PLL não linear ou um PLL
equilibrado.
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esta deve ser processada não linearmente antes do seu uso no “phase-locking”. Isto é
conseguido multiplicando a saída do circuito de atraso de 1 bit (corrente de “phase-
lock”) pela saída do detector de dados (sinal de saída de dados). Os circuitos RC servem
para eliminar a componente DC.
Fig. 6.42 – Receptor óptico homodino, baseado num PLL não linear do tipo “Decision-Driven Loop”
Para este circuito receptor homodino óptico com PLL não linear tipo “decision loop” a
relação largura de linha do laser / “bit-rate” é aproximadamente 3x10-4.
• PLL equilibrado
tensão. Os sinais são detectados pelo fotodetector e passados para um amplificador cuja
saída vai realimentar, através do filtro do “loop”, o VCO, formando-se assim o PLL.
A componente DC é eliminada no receptor balanceado.
Em ligações entre centrais locais, não são necessários nem repetidores ópticos nem
regeneradores.
Contudo, para ligações interurbanas, se as distâncias envolvidas forem grandes,
necessitar-se-á de repetidores ópticos e, se for utilizada fibra com alta dispersão, são
necessários regeneradores.
Algumas LANs também necessitam de repetidores ópticos devido às múltiplas divisões
(“splits”) que vão ocorrer na potência emitida pelas fontes de luz.
Os amplificadores ópticos também dão origem a acumulações de ruído, o que significa
que, mesmo usando amplificação óptica, pode ser necessária a regeneração de impulsos
a partir de determinada distância, mas felizmente essas distâncias são muito grandes
chegando a atingir 10000 Kms, o que mostra como é importante a amplificação óptica
nos cabos submarinos.
A fig. 6.44 representa o diagrama-bloco de um regenerador convencional para fibra
óptica. O sinal óptico é convertido para sinal eléctrico através de um detector óptico
(díodo APD ou díodo PIN). Os impulsos eléctricos resultantes são amplificados,
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Até recentemente, este método era usado quase exclusivamente em todos os sistemas de
longa distância.
O aparecimento dos EDFAs (“Erbium Doped Fiber Amplifiers” – Amplificadores de
Fibra dopada com Érbio) a que faremos uma breve referência mais adiante neste
capítulo, reduziu drasticamente o número de regeneradores necessários.
Os regeneradores constituem um problema por ocuparem um espaço relativamente
grande e necessitarem de alimentação (sistema complexo no caso dos cabos submarinos
de fibras ópticas) tendo, por isso, de se considerar a existéncia de pares de cobre no
cabo de fibras. Note-se que em sistemas que não usem WDM (multiplexagem por
comprimentos de onda, que será abordada a seguir) cada canal óptico tem de utilizar
dois regeneradores (um para uma direcção e o outro para a outra).
A disponibilidade comercial dos amplificadores ópticos (no início dos anos ’90)
revolucionou os projectos das comunicações ópticas de longa distância. O comprimento
do link passa a ficar apenas limitado pela dispersão cromática e pelo ruído do
amplificador. A dispersão pode, até determinado limite, ser eliminada usando fibras de
dispersão desviada e impulsos de transformada limitada. Um impulso de transformada
limitada é o impulso mais curto possível do laser, dentro da largura de banda disponível
de oscilação desse laser.
Uma das características mais importante do repetidor/amplificador óptico é a sua
transparência pois é independente do “bit-rate” e do formato da modulação.
Têm-se conseguido transmissões, com os amplificadores ópticos, de sinais de
multigigabits por segundo sobre distâncias de varios milhares de quilómetros, sendo isto
uma clara indicação de que mais cedo ou mais tarde os repetidores de amplificadores
ópticos eliminarão completamente os repetidores regenerativos opto-electrónicos.
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MULTIPLEXAGEM ÓPTICA
Enquanto o tráfego de voz está a crescer a cerca de 7% ao ano (no final do ano de 2001
já se está substancialmente acima de um bilião de ligações telefónicas), o aumento de
tráfego de dados (particularmente originado pela Internet) é tão grande que o número de
ligações pela Internet deve atingir o das ligações telefónicas dentro de 5 a 8 anos.
Este aumento está a conduzir à integração do tráfego de voz dentro dos serviços de
comunicações de dados.
Também o impressionante aumento do número de telefones móveis (espera-se haver
muito mais de 1000 milhões até ao ano 2003) implica seriamente desenvolvimentos na
rede fixa.
Até agora tem sido possível através da utilização de técnicas de TDM (“Time Division
Multiplex”) responder aos pedidos de largura de banda necessários, mas a taxa binária
máxima hoje utilizada, 2.5 Gbit/s ( STM-16) em evolução já para os 10 Gbit/s (STM-
64) irá revelar-se insuficiente.
Neste momento trabalha-se nos 40 Gbit/s.
Felizmente uma nova tecnologia - WDM (Wavelength–Division Multiplex) apareceu a
meio da década de 90 com potencial para lidar com enormes larguras de banda. Trata-se
de um sistema para transmitir diversos canais ópticos simultaneamente sobre uma
simples fibra óptica. É o equivalente óptico do processo eléctrico FDMA (“Frequency
Division Multiple Access”) na tecnologia de Radio.
A WDM é a operação com múltiplos canais ópticos, a cada um dos quais vai
corresponder uma portadora óptica com um determinado comprimento de onda.
Cada “fluxo de bits” (informação a transmitir) vai modular um feixe luminoso, com esse
Comprimento de Onda, formando um Canal Óptico.
Os sinais ópticos dos diferentes canais são combinados e transmitidos sobre a mesma
fibra e na recepção são separados por um conjunto de acopladores ópticos e filtros
(somente dispositivos passivos) de tal modo que, depois da desmodulação, cada “fluxo
de bits” possa ser processado electrónicamente.
Não confundir WDM Optico com FDM Optico. O WDM é uma operação multicanal
que coloca diferentes “fluxos de bits” em diferentes frequências ópticas.
Quanto ao FDM (termo utilizado inicialmente em transmissão analógica), nos sistemas
ópticos em FDM usa-se as técnicas heterodinas ou homodinas para multiplexar vários
“fluxos de bits” sobre uma única portadora óptica, cujo comprimento de onda se situa
na banda de 1,5 µm ou de 1,3 µm .
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Fig. 6.45 (a) – Transmissão óptica WDM (b) – Espaçamento dos canais WDM
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Sistemas de Transmissão por Fibra Óptica
Cada onda é simplesmente comutada “ON” e “OFF” para formar os 1´s e 0´s.
A situação é diferente para o FDM onde a largura de banda do sinal óptico é aumentada
com a largura de banda da banda-base. Este facto coloca um limite no espaçamento
mínimo entre sinais ópticos FDM multiplexados em WDM.
Um exemplo de um multiplexer/desmultiplexer óptico apresenta-se na fig. 6.46 e é
denominado "phased-array" ou "PHASAR (de)multiplexer" .
Quando o feixe no guia de onda de transmissão atinge a região FPR (região de
propagação livre – “Free Propagation Region”), ele diverge no "Object Plane" e na zona
"Input Aperture", a luz é dividida pelo conjunto ( "array") de guias de onda. Cada
comprimento de onda de luz é então separado e encaminhado por um guia de onda
individual.
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Os comprimentos físicos de cada guia de onda do “array” são escolhidos de modo que
os comprimentos ópticos dos guias adjacentes, na frequência central do desmultiplexer,
difiram de um múltiplo inteiro de 2#.
Na zona "Output Aperture", a luz proveniente dos diferentes guias de onda vão
convergir na zona FPR de modo que aparece uma "Imagem" da Onda proveniente do
"Object Plane”, no centro da zona "Image Plane".
Para qualquer outra frequência acima ou abaixo da frequência central, os diferentes
comprimentos ópticos do “array” de guias de onda obrigam a que as diferentes
frequências sejam focadas em diferentes pontos do "Image Plane".
Os guias de onda da recepção podem então ser específicamente localizados de modo a
que cada guia de onda capta o feixe luminoso com um determinado comprimento de
onda.
O funcionamento deste sistema é recíproco, de modo que a operação de multiplexagem
se explicaria de modo inverso, isto é, diversos guias de onda com frequências de entrada
distintas a “alimentar” um guia de onda único de saída transportando um sinal com
múltiplas frequências.
O sistema WDM pode ainda ser usado em ligações bidireccionais sobre apenas urna
única fibra, em que um comprimento de onda, (p.ex, 1,50 µm) é utilizado para o sinal de
ida e outro comprimento de onda (1,60 µm) para o sinal de volta.
O aparecimento dos EDFAs e a enorme capacidade suportada pelo mais simples e mais
barato WDM em associação com os sinais de dados de muito alta velocidade, reduziram
o “entusiasmo” na utilização da solução FDM para alta capacidade.
Para sistemas ponto-a-ponto, o FDM é considerado ser tecnicamente superior ao WDM
porque mais canais podem ser multiplexados dentro da largura de banda óptica
disponível.
O sistema FDM é muitas vezes descrito como "Dense Optical Multiplexing" e para
avaliar o seu potencial consideraremos de seguida alguns aspectos de interesse:
O espaçamento entre canais para o FDM pode ser tipicamente de 5 GHz (ou 0.04 nm a
1.5 µm) que é consideravelmente menos que os 250 GHz (ou 2 nm) para o WDM.
Também, as perdas nos componentes são menores em FDM.
A fig. 6.47 apresenta o esquema simplificado de um sistema FDM ponto-a -ponto, em
que o sinal óptico transmitido é construído de um modo semelhante ao antigos sistemas
de rádio de Microondas analógicos.
O número total de sinais digitais que pode ser multiplexado depende do “bit-rate” de
cada sinal (é evidente que, por exemplo, se “consome” muito mais
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Exemplo
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isto numa portadora óptica de 1550 nm, utilizando somente 38 GHz, ou seja, 0.3 nm de
largura de banda óptica.
A tecnologia actual permite utilizar até 20 sinais de FDM de 0,3 nm (2,552,256 canais
de voz), em Sistemas WDM com 2 nm de espaçarnento entre Canais .
Esta combinação FDM e WDM pode fornecer cerca de 51 milhões de canais de voz
sobre apenas um par de fibras, o que excede largamente as exigências actuais e num
futuro próximo, no que respeita à capacidade requerida .
O número de Canais Vídeo correspondentes é cerca de 380.000, podendo satisfazer as
necessidades de inúmeros Programas de Teledifusão .
Os Canais de Vídeo podem usar cerca de 10 Mbit/s por Canal, de acordo com a norma
MPEG-2, os quais podem ser distribuidos para os utilizadores, via Redes Telecom,
usando o Sistema FDM-WDM, com troços de fibra óptica instalados em todas as
secções da Rede.
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• EDFAs
Acoplador ISOLADOR
Entrada do sinal
( $ = 1.55 µm)
Bomba λ = 1.48 μm
Laser ( ou $ = 0.98 µm)
Consiste em vários metros de fibra óptica dopada com érbio (metal raro), com
“interfaces” para acoplamento com o sinal de entrada e o de saída e com uma bomba
Laser que fornece a energia utilizada para amplificar o sinal.
A bomba é um díodo laser trabalhando num comprimento de onda mais curto do que o
do sinal a ser amplificado (geralmente entre 880 nm e 1480 nm).
Os fotões injectados pela bomba laser de 1480 nm têm a função de excitar os iões de
érbio na fibra dopada para um nível de energia mais elevado (normalmente eles
encontram-se no seu estado base).
Entretanto, a luz do sinal óptico de 1550 nm a ser amplificado pode originar que os iões
regressem ao seu estado base (nível mais baixo) e, ao dar-se este fenómeno, libertam
fotões de luz no mesmo comprimento de onda e em fase com o sinal a ser amplificado
(ver fig. 6.48a)
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Sistemas de Transmissão por Fibra Óptica
Ião de érbio
Estado excitado 1
Estado base
Está-se, portanto, perante uma emissão estimulada pois que é o próprio sinal que está
directamente a originar que os fotões sejam emitidos.
De referir que quando a bomba laser de 1480 nm excita os iões de érbio para um estado
mais alto em energia acontece que se aí ficam um tempo suficientemente longo, eles
podem regressar ao seu estado base espontâneamente e libertar a energia extra que
continham na forma de emissão de fotões. Dá-se, assim, origem a uma emissão
espontânea que se designa por emissão espontânea amplificada que constitui um efeito
indesejado pois adiciona ruído no sistema de amplificação.
Se a bomba laser utilizada for de 980 nm os iões de érbio são excitados para um nível
de energia ainda mais alto (ver fig. 6.48b) em comparação com o nível de energia
conseguido com a bomba laser de 1480 nm.
Estado excitado 2
Ião de érbio
Estado excitado 1
Contudo, os iões só ficarão nesse mais alto estado de energia por um período muito curto (da
ordem de alguns nanosegundos) pois movem-se imediatamente para o estado imediatamente
abaixo (estado excitado 1). Aqui ficam por alguns microsegundos que é um tempo muito maior
do que se os iões tivessem sido excitados por uma bomba de 1480 nm. Ora, quanto maior for o
tempo que ficam nesse estado excitado, maior será a probabilidade do sinal causar uma
emissão estimulada. Isto reduz a emissão espontânea e diminui o ruído no sistema. Por isso as
bombas de 980 nm conferem melhor eficiência e são preferíveis nos EDFAs.
A luz de bombardeamento é desacoplada no final da fibra de modo a que se fique apenas com
o sinal amplificado
As primeiras versões comerciais do EDFA são de 1990. A sua aplicação em geral,
restringe-se à terceira janela (1550 nm).
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• Controle da dispersão
O controle da dispersão pode ser utilizado para aumentar a distância entre repetidores a mais
de 10000 Km. Se utilizarmos uma fibra com uma dispersão nula a 1580 nm, mas se o sinal
óptico transmitido for de 1558 nm, a dispersão é cerca de – 2ps/(nm-Km).
Se após uma distância de 900 Km o sinal se fizer passar por 100 Km de uma fibra com
dispersão zero a 1310 nm, a dispersão sofrida é positiva e anula a dispersão negativa sofrida
anterio\rmente (fig. 6.49).
Fig. 6.49 – Controle da dispersão. (a) – Diagrama de blocos do equipamento (b) – Dispersão cromática acumulada em função
da distãncia de transmissão para 8 canais de um sistema WDM experimental. A maioria dos troços de amplificação utiliza fibra
de dispresão negativa com $0 & 1585 nm e D & - 2ps/Km-nm. A dispersão é compensada cada 1000 Km usando fibra óptica
convencional monomodo (neste caso, com $0 & 1310 nm)
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6 – Comunicações Ópticas
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Sistemas de Transmissão por Fibra Óptica
O comprimento de onda de dispersão zero para a sílica ordinária é da ordem dos 1300
nm. Mesmo a este comprimentos de onda há um alargamento dos impulsos quando se
trata de longas distâncias só pelo facto de o índice de refracção da fibra aumentar
ligeitramente com o nível da potência óptica.
O que são os Solitons? São impulsos luminosos sem dispersão, os quais só existem
apenas num meio não linear onde o índice de refracção é alterado pela variação da
intensidade do próprio impulsos luminoso. São também um caso especial de impulsos
do tipo RZ em que não há a presença de nenhum sinal na transição entre períodos de bit.
Há pelo menos dois tipos de Solitons : temporal e espacial, em que o Soliton temporal é
o candidato a Transmissões ópticas de Ultra-Longas Distâncias.
A Transmissão Soliton é um modo de Transmissão por F. O. que corresponde á única
solução estável da Equação Fundamental de Propagação e a sua principal característica
é anular a dispersão cromática nas Fibras Ópticas .
Quando se opera com fibras de dispersão desviada para zero nos 1.55 µm, o impulso
pode ser espectralmente alargado devido á não linearidade da sílica.
A mera presença de
impulsos de luz que
tenham uma
intensidade de luz
variável sobre a sua
envolvente obriga o
índice de refração do
material a ser mais
elevado nos picos do
impulso do que nas
zonas mais baixas da
suas caudas (ver fig.
6.50). Como se
mostra na fig.
6.50.a, o pico é
retardado em
comparação com a
sua cauda, o que
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Sistemas de Transmissão por Fibra Óptica
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6 – Comunicações Ópticas
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As LANs têm outros problemas complexos diferentes dos Links ponto-a-ponto de longa
distância.
Uma das características das LANs é a possibilidade de intercomunicação entre os vários
utilizadores.
Há principalmente duas topologias de LANs, favoráveis para a utilização de Fibras
Ópticas : Redes em Estrela e Redes Unidireccionais (fig. 6.51) .
De modo a obter um rendimento máximo da Largura de Banda Disponível , uma LAN :
1) Não deve ser de Potência Reduzida
2) Não deve estar sujeita a "Engarrafamentos Electrónicos".
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6 – Comunicações Ópticas
Se um cabo de fibra óptica for cortado por urna máquina, devido a construções ou obras
em edifícios ou por tremores de Terra ou ainda por sabotagem, etc., o local do corte tem
de ser identificado.
Há casos em que a localização é óbvia mas em certos casos é difícil e então usa-se o
aparelho OTDR (“Optical Time Domain Reflectorneter “ – Reflectómetro Óptico no
Domínio do Tempo”) .
A fibra óptica é desligada do equipamento terminal de linha do lado da central e ligada
ao instrumento de medida OTDR. Este envia impulsos ópticos que ao atingirem o local
da falha, encontram um ponto de reflexão elevada enviando para trás (para o OTDR) a
luz reflectida; o OTDR calcula o tempo que a luz demorou no trajecto de ida e volta ao
ponto da falha e, entrando em consideração com a velocidade da luz na fibra, calcula
com exactidão (a precisão é de menos de 1 metro) a distância a que se deu a avaria.
Reflexão Par de
frontal conectores
Par de
conectores
Junção
Curva
mecânica
Fibra
partida Final
Junção por da fibra
fusão
Ruído
Eixo da
potência Backscatter
Eixo da
distância
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6 – Comunicações Ópticas
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OTDR
(1)
Circuito LASER
controlador de
LD
Driver
tempo
Conector
Contador Acoplador
de tempo Óptico
(2)
Fibra
Ave- PIN
CRT D/A Receptor
rager (*)
(3)
(*) – Alta sensibilidade (da
ordem de –120 dBm)
(1) – Controla o período de duração dos impulsos eléctricos que são amplificados no controlador do Laser e convertidos em
sinais ópticos no Laser Diode (LD)
(2) - Mede o tempo que medeia entre a transmissão e a recepção do impulso transmitido
(3) – Circuito que faz a média de muitos sinais recebidos (que vai somar) aumentando assim a relação S/N
O OTDR mede a fracção da luz que é reflectida para trás e essa luz é reflectida por dois
processos:
2) Por reflexão Fresnel, que é o fenómeno que resulta da desadaptação quando a luz
deixa a fibra e entra no ar.
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À relação entre a energia lançada na fibra e a energia reflectida para trás chama-se
factor de captura e é uma constante específica para cada tipo de fibra.
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Sistemas de Transmissão por Fibra Óptica
A potência óptica de saida costuma ser apenas uma verificação periódica para
confirmação se o LD está de "saúde". A saida do transmissor é desligada da FO e ligada
um Medidor de Potência e, claro, se a potênciá for muito elevada para as escalas do
aparelho é necessário intercalar um atenuador.
Os valores típicos da potência de saída vão actualmente de 0 a 10 dBm mas os futuros
LDs poderão ter saidas de 30 dBm ou ainda maiores
A potência óptica recebida sofre também uma verificação periódica. Desliga-se a fibra
do receptor e mede-se a potência recebida à saída desta para confirmar se houve alguma
degradação ao longo do tempo que decorreu (que pode ser de semanas ou meses) após a
última verificação.
Em percursos muito curtos pode acontecer que a potência recebida seja demasiado alta
para o fotodetector (digamos, da ordem dos –12 dBm) e então será necessário inserir
permanentemente um atenuador para a protecção daquele detector.
A fig. 6.53 dá-nos o esquema de blocos para a medida do BER e da relação deste com a
potência óptica recebida.
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Dezembro de 2004
A. Saraiva Fernandes
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