Você está na página 1de 5

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz(a) de Direito da Vara Cível da Comarca de Fartura

JOSÉ DA SILVA, brasileiro, "eleitor” (título


eleitoral anexo), estado civil, profissão, carteira de identidade n.° , CPF: , residente e
domiciliado na cidade de Fartura , na Avenida , n.° , bairro , vem, por seu advogado, à
presença de V. Ex.a, com base no artigo 5.°. inciso LXXTII da Constituição de 1988 e na
Lei Federal 4.717/65, propor a presente

AÇÃO POPULAR

em face do MUNICÍPIO FARTURA, pessoa jurídica de Direito Público interno,


representado pelo prefeito municipal José Rico e que poderá ser citado na Rua XXX, nº,
bairro, nacionalidade, estado civil, carteira de identidade n°, CPF, residente e domiciliado
nesta cidade, na Rua, n°, bairro e contra a empresa Sorte Grande LTDA, pessoa jurídica
de direito privado, portadora do CNPJ:, sediada na cidade, na Rua, n°, bairro, pelos
fundamentos seguintes:

1) DOS FATOS

O autor, cidadão residente nessa cidade, tomou


conhecimento de que o Prefeito Municipal de Fartura firmou contrato com empresa Sorte
Grande LTDA tendo por objeto o fornecimento de merenda escolar para toda rede pública
municipal, pelo prazo de 12 meses, no montante total de R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais).

Após protocolar requerimento junto à repartição


competente da prefeitura, o autor obteve cópia do referido instrumento e constatou que o
mesmo foi firmado sem a realização de prévia licitação.

Ademais, consultando os atos constitutivos da


empresa Sorte Grande LTDA constatou que o sócio majoritário da referida empresa é
Wagner Afortunado, filho da companheira do Prefeito José Rico.

2) DO DIREITO

Inicialmente, esclarece que a ação popular é meio


constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou
contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público e a moralidade pública.

Acerca do referido caso, basta uma corrida de olhos


pelos fatos para se constatar que tal contrato administrativo violaram uma série de
dispositivos legais, bem como princípios norteadores da atividade administrativa.

De plano, conforme se verifica, o contrato de


prestação de serviço foi firmado sem a realização de prévia licitação, violando, pois, o
disposto nos artigos 37, inciso XXI da Constituição de 1988 e 2° da Lei 8.666/93.

Vale esclarecer que a licitação é um procedimento


administrativo formal que estabelece a forma prévia de compras ou contratação de
serviços para os entes federativos, forma essa que não foi respeitada pelo município
Fartura, verdadeiro absurdo ante ao ordenamento jurídico

Desse modo, o contrato administrativo deve ser


julgado nulo, uma vez que desrespeitas formalidades previstas em lei, vejamos caso
semelhante:
‘’0008390-08.2012.8.19.0042 - APELACAO / REMESSA
NECESSARIA - 1ª Ementa Des(a). FRANCISCO DE ASSIS
PESSANHA FILHO - Julgamento: 08/08/2018 - DÉCIMA
QUARTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL/REMESSA
NECESSÁRIA. AÇÃO POPULAR. CONTRATAÇÃO DIRETA
DE COMPRA DE SELOS POSTAIS PELA CÂMARA
MUNICIPAL NO EXERCÍCIO DE 2008. SENTENÇA QUE
DECLAROU A NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO E
JULGOU IMPROCEDENTE O PEDIDO DE CONDENAÇÃO
AO RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. MANUTENÇÃO.
INOCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.
PETIÇÕES E DOCUMENTOS JUNTADOS APÓS A FASE
INSTRUTÓRIA QUE APENAS REPRODUZEM OS FATOS E
FUNDAMENTOS JÁ DEDUZIDOS NOS AUTOS E SEQUER
FORAM CONSIDERADOS NA SENTENÇA. INOCORRÊNCIA
DE PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. MÉRITO.
AÇÃO POPULAR. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO
BINÔMIO ILEGALIDADE-LESIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE
FORNECEDOR EXCLUSIVO. MONOPÓLIO DA EBCT QUE É
RESTRITO À FABRICAÇÃO DOS SELOS. VENDA
REALIZADA POR TERCEIROS AUTORIZADOS.
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 9º, §1º, ¿A¿ DA LEI N.º 6.538/78.
VIABILIDADE DE COMPETIÇÃO. AUSÊNCIA DE
SUBSUNÇÃO ÀS HIPÓTESES DO ARTIGO 25 DA LEI N.º
8.666/93. VIOLAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DO
PROCESSO LICITATÓRIO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 37,
XXI, DA CF/88. ILEGALIDADE COMPROVADA. NULIDADE
DA CONTRATAÇÃO DIRETA. INOCORRÊNCIA DE
LESIVIDADE. PROCESSO LICITATÓRIO REALIZADO PARA
O EXERCÍCIO DO ANO DE 2016 QUE APUROU VALOR
SUPERIOR AO ORA IMPUGNADO. AUSÊNCIA DA PROVA
DE LESÃO AO ERÁRIO. DESNECESSIDADE DE
RESSARCIMENTO. PRECEDENTES. REEXAME
NECESSÁRIO.’’

Além de ilegais, os atos praticados pelos réus são


extremamente lesivos ao patrimônio público, bem como à moralidade pública, uma vez
que a empresa contratada, além da contratação desrespeitar o procedimento licitatório, o
que por si só já torna a contratação ilegal, a empresa contrata tem como sócio majoritário
Wagner Afortunado, filho da companheira do Prefeito de Fartura José Rico, não
observando assim os Princípios da Impessoalidade e da Moralidade elencado no art. 37,
caput da Constituição Federal.

O Princípio da Impessoalidade estabelece o dever de


imparcialidade na defesa dos interesses dos entes federativos, de modo a impedir
discriminação e privilégios.
Ora excelência, como já ressaltado, a empresa Sorte
Grande LTDA possui como sócio majoritário Wagner Afortunado, filho da companheira
do Prefeito José Rico, de modo que vislumbra o privilégio a ele conferido no contrato
administrativo, além de não ter realizado o procedimento licitatório o contrato foi
conferido ao filho da companheira do prefeito José Rico, garantido a ele privilégios na
contratação.
Já acerca do Princípio da Moralidade tem como
regramento a moralidade administrativa, devendo o agente público agir com boa-fé, ética,
honestidade e decoro.

Além do prejuízo econômico, a moralidade pública


encontra-se seriamente abalada, bem como o direito subjetivo dos cidadãos de possuírem
um governo honesto, uma vez que a contratação da empresa Sorte Grande LTDA que
possui como sócio filho da companheira do prefeito está bem longe de honestidade e
decoro.

Assim, comprovada a prática de atos ilegais e lesivos


à coletividade de Fartura, toma-se imprescindível a intervenção do Poder Judiciário para
proceder a anulação desses atos e condenação dos responsáveis pelas perdas e danos
sofridos pelo Município.

3) CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer:

1) Seja ordenada a citação dos réus para, querendo, apresentar contestação no prazo legal,
sob pena de revelia;

2) A intimação do ilustre representante do Ministério público, nos termos do artigo 6.°,


§4.° da Lei 4.717/65, para acompanhar todos os atos e termos da presente ação;

3) Sejam, ao final, julgados procedentes os pedidos formulados na petição inicial,


decretando-se a nulidade do contrato administrativo de prestação de serviços firmado
entre a empresa Sorte Grande LTDA e o Município Fartura, e a condenação da empresa
e do Prefeito José Rico a ressarcir ao município todos os prejuízos advindos dos atos
praticados;

4) A condenação dos responsáveis e beneficiários nas custas processuais e honorários


advocatícios;

5) Para provar o alegado, requerer a produção de todos os meios de prova em Direito


admitidas, principalmente a documental, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal
dos réus, pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de xxxx

, xx de xxxx de xxxx.

Advogado
OAB

Você também pode gostar