Números Complexos
Manfredo Perdigão do Carmo
Augusto César Morgado
Eduardo Wagner
notas históricas de
João Bosco Pitombeira de Carvalho
Piratas ITA/IME
Trigonometria
Números Complexos
Manfredo Perdigão do Carmo
Augusto Cesar Morgado
Eduardo Wagner
Com notas históricas de
João Bosco Pitombeira de Carvalho
Piratas ITA/IME
Piratas ITA/IME
Copyright©, 1992 by Manfredo Perdigão do Carmo
Augusto Cesar Morgado
Eduardo Wagner
Diagramação e composição:
GRAFTEX Comunicação Visual
Tel. 274.9944, Rio de Janeiro.
Impressão:
Segrac (031)462-7857
Piratas ITA/IME
Prefácio
Piratas ITA/IME
Conteúdo
Piratas ITA/IME
1. Sistemas de Coordenadas no Plano
Figura 1
Piratas ITA/IME
2 Sistemas de Coordenadas no Plano
+ o X r
' - - - - - - - X _ _ __,
Figura 2
Figura 3
y
.
y p
------,
1
1
1
1
1
y 1
1
1
1
1
o X X
- - - x ~-- - -
Figura 4
Piratas ITA/IME
Sistemas de Coordenadas no Plano 3
.x = m(OX),y = m(OY),
são chamados coordenadas de p no sistema xOy; é usual chamar x de
abscissa, y de ordenada e o par (x, y) de coordenadas do ponto p (figura
4). O sistema xOy é chamado um sistema retangular de coordenadas.
Desta maneira, a cada ponto do plano P corresponde um único par
ordenado de números reais ( x, y) (ordenado quer dizer que (x, y) é difer-
ente de (y, x), se x # y). Reciprocamente, dado um par (x, y) de números
reais, obtém-se um único ponto p de P, intersecção das paralelas a y e x,
passando por X e Y, respectivamente, onde m(OX) = x e m(OY) = y.
Na figura 5, a seguir, representamos alguns pontos de um plano por
meio de coordenadas. É conveniente chamar de quadrante cada uma das
quatro regiões do plano determinadas pelas retas x e y; observe-se que
em cada quadrante os sinais das coordenadas estão bem determinados. Os
quadrantes são denominados lQ, 2Q, 3~ 4Q, de acordo com a figura 6.
l
5
--+-----+3 P1
~ - ----4----
2
1 1
~
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
~:+--- 2º lº
-+-3- 1
-4
P1=(3,2,5)
p5
P2 =(5,4)
3º 4º
P3 =(-4,3) P4 =(-2,-3,)
P5 =(4,-2)
Figura 5 Figura 6
Piratas ITA/IME
4 Sistemas de Coordenadas no Plano
Figura 7
Piratas ITA/IME
2. A trigonometria do triângulo retângulo
1. O ângulo
O ângulo é a figura formada por duas semi-retas de mesma origem. As
semi-retas são os lados do ângulo e a origem comum é o seu vértice.
Podemos representar um ângulo de várias maneiras. Se O é o vértice
e se A e B são p~os quai§.g__uer, um em cada lado, este ângulo será
representado por AO B ou BOA (figura 8). Se utilizamos esta notação,
a letra que designa o vértice deve aparecer entre as outras duas. Quando
nenhum outro ângulo tem o mesmo vértice, podemos utilizar apenas a
letra que designa este vértice e representá-lo apenas por Ô.
o--------.__
A
Figura 8
Piratas ITA/IME
6 A trigonometria do triângulo retângulo
----
adotado é o oposto. A figura 10 mostra b transferidor medindo ângulos.
_.-..._ -
Se a medida de um ângulo AOB é O, escrevemos simplesmente AOB -:--- O.
90
o~-------+-------o~
Figura 9
B
B
..-e.
Figura 10. AO B = 70°
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 7
OlN
ºº
Figura 11. -
AOB = 250°
Para que, em cada situação, não existam dúvidas sobre que medida
estamos considerando, adotaremos a seguinte convenção gráfica:
52º
Piratas ITA/IME
8 A trigonometria do triângulo retângulo
o 8 8 8 B
1 2 3
Figura 13
A1B1 A3B3
A2B2
OA1 OA2 OA3
Esta relação depende apenas do ângulo O e não dos comprimentos
envolvidos. Convém dar um nome a esta função de 0 assim construída e
definir para 0° < 0 < 90°,
A1B1 = senO
OA1
que se lê seno de 0. A vantagem desta idéia simples, porém engenhosa,
é a seguinte. Usando triângulos pequenos, podemos construir uma tabela
da função seno (em verdade, este não é 'o processo usado, mas para a
ilustração da utilidade da função seno, bast~ saber que podemos dispor de
uma tal tabela). Suponhamos agora que se quer medir o raio R da Terra,
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 9
1
1
1
IR
1
1
JTERRA
Figura 14
Piratas ITA/IME
1O A trigonometria do triângulo retângulo
a
e
o b B
Figura 15
(*) sen2 Osignifica (sen 0) 2 . A fórmula (1) será chamada de relação fundamental.
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 11
Como sen (), cos () e tg () são números positivos, vemos ainda que
se uma dessas funções de () for conhecida, podemos calcular as outras
duas. Ainda, se um triângulo retângulo tem um ângulo () e hipotenusa de
comprimento a, então os catetos desse triângulo medem a• sen () (o cateto
oposto a()) e a• cos () (o cateto adjacente a B) como na figura 16.
a
asene
e
acose
Figura 16
Não temos ainda uma forma de calcular sen () para um dado ângulo
agudo B. As proposições que se seguem, preparam o terreno para que se
possa organizar uma primeira tabela de senos.
Proposição 1. Se dois ângulos a e /3 são complementares (a + /3 =
90°), então sena = cos /3 (o cosseno de um ângulo é o seno do ângulo
complementar) e tg a= 1/ tg /3.
Aplicando as definições no triângulo da figura 17 temos
sen a = b/ a = cos /3 e
1 1
tga=b/c=-=-.
c/b tg /3
Figura 17
Piratas ITA/IME
12 A trigonometria do triângulo retângulo
Proposição 2.
Figura 18
- -
OAB e OAC, retângulos em A, iguais, tais que OB = OC = 1 e
AOB = AOC = 0. Nestas condições, temos -AB = -AC = sen 0 e
OA = cos 0. Traçando BD perpendicular a OC temos ainda BD =
sen 20. Ora, o dobro da área do triângulo OBC é igual a BC · OA e
também igual a OC · BD. Portanto,
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 13
sen 0 = ✓-
1-cos20
---.
2
Substituindo 20 por () e conseqüentemente e por e/2, obtemos a relação
procurada.
Vamos agora calcular as funções trigonométricas de alguns ângulos.
Uma primeira tabela de senos poderá ser obtida com os próximos resul-
tados e com uma nova relação, que se encontra no exercício 28.
V3
2
B D 1/2 e
Figura 19
Piratas ITA/IME
14 A trigonometria do triângulo retângulo
b) 45°
O triângulo ABC da figura 20 tem catetos iguais a 1 e ângulos agudos
de 45°. Como BC = J2 (Pitágoras), temos que
sen45° = cos45° = 1/V2 = V2/2 e tg45° = 1.
e
A B
Figura 20
e) 18°
- - -
Precisaremos agora de um pouco mais de trabalho. A figura 21
mostra um triângulo ABC com -AB =AC= l e BAC = 36°. Traçando
a bissetriz CD de AC B podemos calcular todos os ângulos da figura.
Como os triângulos BCD e CDA são isósceles, fazemos BC= CD=
DA= x e como os triângulos CDB e ABC são semelhantes temos
CB CA
DB CB
ou .
X l
l-x x
o que dá
vÍS-1
x=
2
Traçando a altura AH do triângulo ABC (figura 22) temos sen 18°
HB/ AB = J ou seja,
yS-1
sen18° = ---
4
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 15
72º
A X D 1-x B
Figura 21
Figura 22
Exercícios
1. Para medir ângulos menores que um grau, são utilizadas duas sub-
unidades, definidas da seguinte forma:
minuto: 1' = ~~
segundo: 111 = J~.
Piratas ITA/IME
16 A trigonometria do triângulo retângulo
o g
N
- - - - + - - - - ~O L
081
s
Figura 23
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 17
tg 2 0
b) sen 2 0 = -~-.
1 + tg 2 0
-, . ,:_.:,.:.·: . ·..-
B
Figura 24
Piratas ITA/IME
18 A trigonometria do triângulo retângulo
e 100 A
Figura 25
\\
\ \
1 \
1 \
\ \
1 \
1 \
MI
\
3111\
n --
7 of'..:. e .
.. ..l---~0111
A
Figura 26
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 19
A
2
Figura 27
Piratas ITA/IME
20 A trigonometria do triângulo retângulo
Figura 28
21. Sabendo que sen 0 • cos 0 = 0,4, 0° < 0 < 90°, calcule tg 0.
22. Sabendo que sen 0 • tg 0 = 0,45, 0° < 0 < 90°, calcule cos 0.
23. Dois observadores A e B estão na beira de um rio de margens
paralelas e conseguem ver uma pedra P na outra margem. Com seus
teodolitos eles medem os ângulos P ÂB = a e P ÊA = /3. Sabendo que
AB = 12Om, tg a = 2 e tg /3 = 3, determine a largura do rio.
Piratas ITA/IME
A trigonometria do triângulo retângulo 21
Figura 29
Piratas ITA/IME
22 A trigonometria do triângulo retângulo
L ~ s
Figura 31
Piratas ITA/IME
3. Extensões das funções trigonométricas
1. Introdução
O comprimento de um segmento está bem definido nos livros de Geome-
tria (ver, por exemplo [2] cap. 1). Porém, o comprimento de uma curva
não tem definição fácil. Ajustar sobre uma curva um arame e depois es-
ticá-lo dá uma boa noção intuitiva do que seja o comprimento dessa curva,
mas naturalmente, não serve como definição. Para o círculo em particular,
dizemos que o seu comprimento C é o número real cujas aproximações
por falta são os perímetros dos polígonos convexos nele inscritos. Não
entraremos aqui nos detalhes desta definição. O leitor interessado poderá
consultar [1] pág. 153. Diremos apenas que todo círculo tem um com-
primento C, e admitiremos que
"o número 1r é o comprimento de um semi-círculo de raio l".
Desta forma, no círculo de raio 1, C = 21r e conseqüentemente, no
círculo de raio R, C = 21r R porque dois círculos quaisquer são semel-
hantes. (Veja [2], pág. 47 para a demonstração desta afirmação e [2] pág.
50 para uma definição equivalente do número 1r.)
A B
Figura 32
Piratas ITA/IME
24 Extensões das funções trigonométricas
B/ /
/
__,,..,. ----- - -......
..........
'
/ '~ \
90
\
\
\
1
1
I
/
\ O /
a /
"" /
/
'--, ......._ /
----- -- __.,.../
Figura 33
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 25
/
/
/
-
/
/
I
I
I
1 O A'
\ '---------l..l.....---J,....-----1 I
R' /
\
\ /
/
/
'-..
-------
/
'--... /
_...,/
Figura 34
3. Círculo orientado
Um círculo pode ser percorrido em dois sentidos. Quando um deles é
escolhido e denominado positivo, dizemos que o círculo está orientado.
Piratas ITA/IME
26 Extensões das funções trigonométricas
B 1~
---+----+-----o
A
Sl
Figura 35
4. As funções trigonométricas
Por enquanto, as funções trigonométricas estão definidas para ângulos do
intervalo (Oº, 90°). Como esses ângulos podem ser medidos em radianos
estão naturalmente definidos O· seno, o cosseno e a tangente de números
reais do intervalo (O,!)- O próximo passo é tentar estender estas funções
de modo que elas possam ser definidas para todos (ou quase todos) os
números reais e que sejam mantidas as relações básicas
sen 2 x + cos 2 x = l
e
senx
tgx = --.
cosx
Para isto, consideremos a função E : ~ -+ Si definida do seguinte
modo. Fixada uma origem A em si, e dado um número real x, percor-
remos sobre si, no sentido positivo se x > O e no sentido negativo se
x < O, um comprimento igual a x; por definição, E (x) é o ponto de S 1
assim atingido (figura 36).
Observe que se x > O ex> 271", será necessário dar mais de uma volta
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 27
IR
o
COS X A
É claro que esta definição coincide com a anterior quando O < x < J.
Além disso permite escrever cos O = 1 e sen O = O (quando P = A),
Piratas ITA/IME
28 Extensões das funções trigonométricas
J --
cos = O e senJ = 1 (quando AOP é reto). Ainda, como todo ponto
P = (cos x, sen x) de S 1 está a uma distância 1 da origem, temos
sen 2 x + cos 2 x = 1.
A nova definição, portanto, estende a primeira e mantém as relações
básicas. Observe que tg x não é definida para x = J + k1r (k inteiro)
porque para estes valores, cos x = O.
Naturalmente, para todo k inteiro, e para todo x real, sen(x+ 2k1r) =
sen x e cos(x + 2k1r) = cos x porque E(x + 2k1r) = E(x) = P (figura
37). Este fato, significa que as funções seno e cosseno são periódicas com
período 21r, isto é, se conhecemos o comportamento destas funções no in-
tervalo [O, 21r] passamos a conhecer imediatamente como estas funções
se comportam em todos os intervalos seguintes (ou anteriores) de com-
primento 21r~ Em outras palavras, o gráfico da função y = sen x no
intervalo [O, 21r] é exatamente o mesmo em qualquer intervalo da forma
[2k1r, 2(k + l)1r]. Podemos então restringir o estudo destas funções ao
intervalo [O, 21r] que corresponde ao estudo das coordenadas de um ponto
que dá exatamente uma volta no círculo trigonométrico.
x-2lf O X x+2lr x+41f
-----4-----+---+-----+---+--- IR
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 29
(-,+) (+,+)
o X
(-,-) (+,-)
Figura 38
o A
s'
Piratas ITA/IME
30 Extensões das funções trigonométricas
si
Figura 41
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 31
Piratas ITA/IME
32 Extensões das funções trigonométricas
Figura 44
o
A
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 3
duas curvas. Na realidade elas são idênticas. Esta curva, chamada senoid
é a mesma em ambos os casos. O gráfico da função cosseno é apenas 1
resultado de uma translação de 1r /2 para a esquerda no gráfico da funçã,
seno.
A função tangente foi definida por tg x = sen x / cos x para x 7
1r /2 + k1r . Vamos mostrar que tgx pode ser vista como medida algébric
de um segmento. Consideremos uma reta orientada tangente em A a S
como na figura 45 e seja AB um arco de medida x. A reta r que contém (
e B determina B' em S 1 e T no novo eixo. Mostremos que tg x = mA1
ou seja, tg x é a medida algébrica do segmento AT.
s'
Figura 46
Piratas ITA/IME
34 Extensões das funções trigonométricas
1 1 1
1 1
1
1
1 1
1
1 1
1
1 1
1-assintoto i-assintoto :.-assintota l---assinloto
1 1 1 1
1 1 1 1
1
1 1 1
1
1 1 1
1
_]I 11" 1T
2 4 2
1 1
1 1
1 1
1
1
1
1
1 1
1 1
1 1
1 1
Figura 47. y = tg X
Às vezes é conveniente introduzir funções trigonométricas auxiliares.
Como as recíprocas
1 1 1
e
senx ' COS X tgx'
aparecem nos cálculos com bastante frequência, as definições seguintes
foram adotadas:
secante de x
1
sec x = --, se cos x =/:- O,
COS X
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 35
cossecante de x
1
cosec x = --, se sen x f=. O,
senx
cotangente de x cosx
ctg x = - - , se sen x f=. O.
senx
As propriedades destas funções aparecerão nos exercícios. Mostrare-
mos apenas seus gráficos, que podem ser obtidos diretamente dos gráficos
das três primeiras funções.
y = tg x e y = ctg x
y 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Figura 48
Piratas ITA/IME
36 Extensões das funções trigonométricas
Exercícios
1. Em que quadrante se tem simultaneamente:
a) sen (} < O e cos (} < O?.
b) sen (} > O e tg (} < O?.
c) cos (} > O e tg O > O?.
3. Calcule
a) sen 345°.
Ô) cos 210°.
c) tg 135°.
5. Calcule:
a) tg 1.935°.
b) sen3.000º.
121r
c) cos-.
5
57r
d) tg 4.
lü1r
e) sen-.
3
cos 765° - sen 1.395°
f)
tg 1.410°
6. Verifique que as igualdades abaixo valem para todo valor de x -=/-
2n1r ± J, onde n é um número inteiro qualquer. Tais igualdades são
chamadas identidades trigonométricas.
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 37
COS X 1 - senx
a)
1 + senx cos x
2 2 1 - tg 2 X
b) cos x - sen x = - - - - .
1 + tg 2 X
7. Determine o conjunto dos números reais x para os quais cos x = -y.
8. Seja s o lado de um polígono regular de n lados e R o raio do círculo
inscrito neste polígono. Mostre que: s = 2R tg ~ .
Figura 49
Figura 50
sen ( 2x - ; ) =O
Piratas ITA/IME
38 Extensões das funções trigonométricas
tg (; - X) = ctg X
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 39
-1 ctg
A'
B'
ctg x= { tg x, se x: k2
o, se x = - + k1r
2
sec x = 1 + tg x
2 2
cosec 2 x = 1 + ctg 2 x
sec ( 2x +;) =2
Piratas ITA/IME
40 Extensões das funções trigonométricas
x2 - 2kx + k 2 + k =O
Piratas ITA/IME
Extensões das funções trigonométricas 41
-
39. De um triângulo ABC são dados o lado BC = a e o ângulo
ABC = a. Determinar em cada um dos casos: a < 90°, a = 90°
e a > 90° que valores pode ter o lado AC para garantir a existência
do triângulo. Determine ainda, em que caso pode existir mais de uma
solução.
40. É possível provar que tomando círculos centrados em O - os arcos
determinados nestes círculos por duas semi-retas OA e OB são propor-
cionais aos seus raios, isto é,
S1
OA1
(ver Figura 52a).
Este fato se relaciona com a medida do raio da Terra feita por
Eratóstenes (grego, 200 anos a.C.). Consultando as observações astro-
nômicas acumuladas durante séculos na biblioteca de Alexandria, Eratós-
tenes soube que em Siena, 5.000 estádios (medida grega de comprimento)
ao sul de Alexandria, o sol se refletia no fundo de um poço ao meio dia de
um certo dia de cada ano. Ao meio-dia deste tal dia, Eratóstenes mediu
o ângulo que o raio do Sol fazia com a vertical de Alexandria, achando
Piratas ITA/IME
42 Extensões das funções trigonométricas
Piratas ITA/IME
4. As leis do seno e do cosseno
1. As fórmulas de adição
Nesta seção, vamos deduzir as fórmulas que calculam as funções trigono-
métricas da soma e da diferença de dois arcos cujas funções são conheci-
das. Para obter a primeira delas devemos lembrar que a distância entre
dois pontos do plano (x1, YI) e (x2, Y2) é dada por
p Q
A X
Figura 53
Piratas ITA/IME
44 As leis do seno e do cosseno
x'
Figura 54
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 45
ou
tg a - tg b
tg(a- b) - - - - - (5)
- 1 + tg a · tg b'
onde na segunda igualdade dividimos ambos os membros da fração por
cosa · cos b, que supomos diferente de zero. Mais uma vez, substituindo
na fórmula (5) b por -b, encontramos
tg a+ tg b
tg (a+ b) =- ---- (6)
1 - tg a· tg b
Assim, por exemplo, se desejamos calcular o seno de 105°, fazemos
sen 105° = sen(60° + 45°) = sen 60° • cos 45° + sen 45° • cos 60°
J3 J2 J2 1 J6+J2
= 2 .2 + 2 .2 = 4 .
Piratas ITA/IME
46 As leis do seno e do cosseno
2
(~,4)
l+t 1+ t
o
X
Figura 55
Observe que o ponto (-1, o) não está incluído nesta descrição. Uma
tal descrição é chamada uma parametrização racional do círculo e de-
sempenha um papel importante em estudos posteriores de Geometria.
2. A lei do cosseno
Seja ABC um triângulo qualquer com lados a, b e e. Vamos demonstrar
que a 2 = b2 +c 2 -2bc-cos Â. Tracemos então a altura BH e consideremos
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 47
e a
h
A X
H e
b
Figura 56a
e
Figura 56b
Piratas ITA/IME
48 As leis do seno e do cosseno
a2 = b2 + c2 - 2bc · tos A,
como havíamos confirmado. A expressão
a2 = b2 + c 2 - 2bc • cos Â
é chamada a lei do cosseno. Observe que se 1 é reto, o resultado acima
é o Teorema de Pitágoras.
A lei do cosseno possui muitas aplicações em problemas de Geome-
tria. Por exemplo, conhecendo os lados de um triângulo podemos calcular
seus ângulos (através de seus cossenos), alturas, medianas etc. Para ilus-
trar, consideremos o problema seguinte:
"De um triângulo ABC conhecemos o ângulo Ê = 60° e as medidas
de dois lados: BC = 8 e AC = 7. Calcular a medida de AB."
Um triângulo ABC com os dados do problema está na figura 57. A
lei dó cosseno relativa ao ângulo Ê é
b2 = a2 + c2 - 2ac · cos Ê.
Substituindo os valores conhecidos, obtemos a equação c2 - 8c + 15 = O
que fornece os valores e = 3 e e = 5. Surge então uma pergunta natural.
Porque encontramos dois valores para e? Respondemos a essa pergunta
examinando a construção do t1iângulo com os dados apresentados.
e b= 7
B a=8 e
Figura 57
-
Para construir o triângulo ABC, desenhamos BC e a partir de B
uma semi-reta BX tal que XBC = 60°. Em seguida com centro em
C e raio 7 descrevemos um círculo que corta BX em dois pontos: A 1
e A 2 . Existem portanto dois triângulos que satisfazem as condições do
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 49
'"
'
""' 7
''
----- "' '
----- - '
'\.
'\.
B 8 e
Figura 58
B
1
1
1
hl
1
1
b __ - - _,.____.__ _ _ ____;::::..
D G D A b C
-.1 •
--b--
.. I
Figura 59A Figura 59B
S = -bcsenA (7)
2
onde b e e são os comprimentos dos lados que formam o ângulo A. De
Piratas ITA/IME
50 As leis do seno e do cosseno
S = -bh = -bcsenA·
2 2 '
S = -acsenB (8)
2
1 A
S = -absenC (9)
2
o que nos permite escrever
b abc e abc
sen Ê 2S e sen ê 2S
Temos então que em qualquer triângulo ABC vale a relação
a b e
sen senÊ senêº
conhecida como a lei dos senos.
É importante notar que esta relação nos informa que o tnângulo
ABC é semelhante ao triângulo cujos lados medem sen Â, sen Ê e sen ê.
Diversas relações entre ângulos de um triângulo podem ser obtidas daí. Por
exemplo, é verdade que em qualquer triângulo ABC vale a desigualdade
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 51
sen  < sen Ê + sen ê porque em qualquer triângulo devemos ter a <
b + e.
Para mostrar uma aplicação, consideremos o problema de calcular
a distância de um ponto para o outro, inacessível. Por exemplo, um
observador está em um ponto A e deseja conhecer a distância deste ponto
à um ponto P, como na figura 60. Como a medida não pode ser feita
diretamente, o observador escolhe um ponto B qualquer (desde que P
possa ser visto de B) e mede a distância -
AB -
- = e e os ângulos P AB = a
e PBA = /3. Aplicando então a lei dos senos no triângulo P AB temos
PA e
ou seJa,
sen/3 sen(7r - a-/3)
e· sen/3
p A -----
- sen(a + /3)'
Figura 60
Exercícios
1. Os arcos a e b do primeiro quadrante são tais que sena = 3/ 5 e
sen b = 12/13. Calcular cos(a + b).
2. Os ângulos agudos a e b são tais que tg a = 1/2 e tg b = 1/3. Mostre
que a+ b = 45°.
3. Se sena= 4/5 e cos b = 3/5, sendo a do segundo quadrante e b do
primeiro quadrante, calcular sen( a - b).
4. Se sen a = } , calcular sen 2a e cos 2a.
5. Se tg a= ½, calcular tg 2a e tg 3a.
Piratas ITA/IME
52 As leis do seno e do cosseno
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 53
m = ~j2(b 2 + c 2 ) - a2 .
Piratas ITA/IME
54 As leis do seno e do cosseno
b) senA = 2senBcosC
A A A
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 55
d D
Figura 61
8
A e
p
Figura 62
--
43.
-- --
No quadrilátero P ABC da figura 62 conhecem-se AB = 4, BC =
5,ABC = 60°,APB = 20° e BPC = 26°. Calcular - -- e -
PA,PB -
PC.
Piratas ITA/IME
56 As leis do seno e do cosseno
Figura 63
- -
a) Demonstre este teorema considerando um ponto E sobre AC
tal que AB E = C BD e verificando que os triângulos AB E
e D BC são semelhantes e que os triângulos AD B e E BC
também são.
Piratas ITA/IME
As leis do seno e do cosseno 57
b) cos 1 = ✓p(~~a)
c) tg B-C
2
= b-c . ctg A
b+c 2
B-C
d) b-c _ sen ---r-
a cos A
2
Piratas ITA/IME
58 As leis do seno e do cosseno
Piratas ITA/IME
5. Equações trigonométricas
1. As equações fundamentais
As equações fundamentais são: sen x = sen a, cos x = cos a e tg x = tg a.
Examinemos cada uma delas.
a) sen x = sen a
Para que sen x = sena é necessário e suficiente que as extremidades
dos arcos x e a coincidam ou que sejam simétricas em relação ao eixo
das ordenadas (figura 64). No primeiro caso, x será côngruo a a e no
segundo caso, x será côngruo a 1r - a. Portanto, sen x =sena equivale a
x = a+ 2k1r ou x = 1r - a+ 2k1r.
Por exemplo, os valores de x para os quais sen 3x = sen x são os
valores para os quais 3x = x + 2k1r ou 3x = 1r - x + 2k1r, isto é, x = k1r
ou x = 1r / 4 + k1r / 2.
x;:: a a X
Figura 64
Piratas ITA/IME
60 Equações trigonométricas
m y
-1
Figura 65
b) eos x = eos a
Para que eos x = eos a é necessano e suficiente que as extremidades
dos arcos x e a coincidam ou sejam simétricas em relação ao eixo das
abscissas. Teremos portanto x =a+ 2k1r ou x = -a+ 2k1r. Agora, se
m é um real do intervalo [-1, 1], a função inversa do cosseno, are eos m,
é definida como o único real y do intervalo [O, 1r] tal que eos y = m.
Portanto, y = are eos m equivale a eos y =me O< y < 1r.
-1 m l
Figura 66
e) tg x = tg a
Para que tg x tg a, com a f= 1r /2 + k1r, é necessário e suficiente
Piratas ITA/IME
Equações trigonométricas 61
X:O m
/ 1
/
/
/ /
/ /
/ / o
Figura 67
(b + e) t 2 - 2at + b + e = O,
Piratas ITA/IME
62 Equações trigonométricas
que é uma equação do segundo grau em t. Aqui, um cuidado deve ser to-
mado. Ao empregarmos esse método, devemos verificar se há soluções da
formai= 1r + 2k1r. Como tg f não existe, tais soluções não apareceriam
por esse método.
O terceiro processo que pode ser empregado, consiste em elevar ao
quadrado os dois membros da equação a · sen x = e - b cos x para obter
a 2 (1- cos 2 x) = (e - bcosx) 2 .
Teremos então uma equação do segundo grau em cos x e também aqui um
outro cuidado deve ser tomado. O fato de elevar ao quadrado pode ter
introduzido raízes estranhas, ou seja, podem aparecer soluções que não
sejam da equação original. Há necessidade então de testar as soluções
encontradas na equação dada. Vamos, por exemplo, resolver a equação
y'3 sen x - cos x = l pelos três processos.
a) Dividindo por 2 a equação dada obtemos
y'3 1 1
- · sen x - - · cos x = - ou
2 2 2
7í 7í 1
sen x · cos - - sen - · cos x =- ou
6 6 2
sen ( x - ; ) = sen ; .
Como vimos na seção anterior, devemos ter x - 1r /6 = 1r /6 + 2k1r ou
x - 1r /6 = 1r - 1r /6 + 2k1r e as soluções da nossa equação são portanto
da forma
7í
X = 3 + 2k7í ou X = 7í + 2k7í.
Piratas ITA/IME
Equações trigonométricas 63
1r /6 + k1r ou seja,
1r
x = - + 2k1r.
3
e) Escrevendo a equação dada na forma
v3 sen x = l + eos x
e elevando ao quadrado obtemos
= 1 + 2 eos x + eos 2 x ou
3(1 - eos 2 x)
2 eos 2 x + eos x - l = O
que resolvida dá eos x = -l ou eos x = 1/2. Como elevamos am-
bos os membros ao quadrado devemos testar as soluções encontradas.
Substituindo eos x por -1 na equação, encontramos sen x = O e con-
sequentemente x = 1r+2k1r. Substituindo eos x por 1/2, encontramos
sen x = v?,/2 e portanto x = 1r /3 + 2k1r.
Para resolver, façamos are eos x = a e are eos 2x = /3, onde O <
a < 1r e O < /3 < 1r. Temos então eos a = x e eos /3 = 2x e a+ /3 = 1r /3.
Ora, a+ f3 = 1r /3 implica (mas não é equivalente a) eos( a+ (3) = eos 1r /3,
ou seja, eos a· eos (3 - sena· sen/3 = 1/2. Temos portanto,
x • 2x - Jl - x2 • J1 - 4x 2 = !2 . (*)
A equação acima é equivalente a
2x 2 - ½= J,_(l--x-2 )-(-1-4-x-
2)
Piratas ITA/IME
64 Equações trigonométricas
Exercícios
1. Resolva as equações:
a) eos 3x = eos x;
b) sen 2x = eos x;
e) tg 7x = tg 3x;
d) tg x · tg 3x = 1;
e) senx- ,J3eosx = 1;
f) senx + eosx = \1'2;
g) sen 4 x + eos 4 x = ½;
h) sen3 x - eos 3 x = 1;
i) senx = J3(seex - eosx);
j) sen 4x + sen 2x = eos x;
k) 5 sen 2 x - 3 sen x eos x + 4 eos 2 x = 3;
1) tg x + tg 2x = tg 3x;
m) eos 2 x + eos 2 2x + eos 2 3x = 1.
2. Sendo A e B reais não simultaneamente nulos, determine para que
valores de C a equação A sen x + B eos x = C possui solução.
3. Determine os valores de m para os quais a equação 6 (m - 1) sen 2 x-
( m - 1) sen x - m = O possui solução.
4. Calcule
a) sen(2 are sen x );
b) tg(are senx);
e) eos[are tg 2 + are tg 3];
d) 4 are tg ¼- are tg 2 9 ; 1
e) aretg(-x) + aretgx.
Piratas ITA/IME
Equações trigonométricas 65
7. Resolva as equações
a) cos x + cos 2x + eos 3x = O;
b) sen x + sen 3x + sen 9x = sen 5x;
c) cos 4x • cos 2x = cos 3x · cos x.
Piratas ITA/IME
66 Equações trigonométricas
Figura 68
Piratas ITA/IME
6. Números complexos
1. Introdução
Iniciaremos lembrando que as operações de soma e produto de números
reais possuem um certo número de propriedades fundamentais, que são as
seguintes:
1) A adição e a multiplicação são comutativas, isto é, se a e b são
números reais, então
a + b = b + a, ab = ba.
2) A adição e a multiplicação são associativas, isto é, se a, b _e e são
números reais,
(a+b)+c=a+(b+c), (ab)c=a(bc).
3) A multiplicação é distributiva relativamente à adição, isto é, se a, b
e e são números reais,
a(b+c)=ab+ac.
4) Existem e são únicos os números O e 1 satisfazendo às condições:
a + O = a, al = a,
para todo real a.
5) A todo real a corresponde um único número real (-a), e se ai= O,
um único número real ¼,
tais que
a+ (-a) =O e a G) = 1.
Piratas ITA/IME
68 Números complexos
Piratas ITA/IME
Números complexos 69
(a+c,b+dl
1
1
1
d 1
z
1
1
1(a,b) I
1 1
a e
aL
, e
f
Figura 69 Figura 70
Piratas ITA/IME
70 Números complexos
-t ~ ~
z1z2 = Oz1 - Oz1,
isto é, o vetor que representa a diferença z 2 - z1 é o vetor ziz2'.
Figura 71
2. Módulos e conjugados
Dado um número complexo z = a+bi, sabemos por (5) que se z f. O, deve
existir um complexo f f
tal que z = 1. Vamos determinar o complexo
1/ z na forma e+ di.
Para isto, convém definir o conjugado de um número complexo z =
a+bi como o número complexo z = a-bi. Geometricamente, o conjugado
z dez é representado pelo simétrico dez relativamente ao eixo Ox (figura
72).
Dado um número z =a+ bi, chama-se módulo de z(lzl) ao número
real não negativo JzJ = J a 2 + b2 . Geometricamente, JzJ mede a distância
de O a z, ou seja, mede o módulo do vetor que representa o complexo z,
como se vê facilmente pelo Teorema de Pitágoras.
Observe que uma relação entre os dois conceitos acima é obtida do
seguinte modo
zz =(a+ bi)(a - bi) = a2 + b2 = JzJ 2 ;
Piratas ITA/IME
Números complexos 71
z =(a ,b)
1zl
~ I
b1
1
z =(o,- b)
Figura 72
Piratas ITA/IME
72 Números complexos
Demonstração:
lz1z2I 2 = ( z1z2)(z1z2) = z1z2z1z2 = z1z1z2z2 =
Exercícios
1. Verifique as seguintes igualdades:
a) y'2 - i - i(l - i\!'2) = -2i.
b) (2 - 3i)(-2 + i) = -1 + 8i.
) 5 1 ·
C (1-i)(2-i)(3-i) = ·fL,
d.) 1+2i + 2-i _ 6-8i
3+4i 5i - 25 ·
e) z + 3i =z- 3i.
Piratas ITA/IME
Números complexos 73
f) (2+i)2 - 1
3-4i - ·
2. Escreva as expressões abaixo na forma a + bi
a) ( 4 - i) +i - (6 + 3i)i.
b) (7 + 4i)(2 - 3i) + (6 - i)(2 + Si).
) 3-i
c 4+si•
d)~. .
--
.
e) 2 + 6i - (5 + 3i).
f) (3 + 2i) (2 - 3i).
g) ( 4 - i)( 1 - 4i).
8. Calcule i 2 , i 3 , i 4 , i 5 , e observe que as potências começam a se repetir
depois de i 4 . Comprove este fato, mostrando que i 4 n+r = ir e aplique
este resultado para calcular:
a) i20.
b) i12.
e) il.041_
d) (1 + i) 12 .
e) (~!~)10.
f) 1 + i + i2 + ... + i1992.
4. Escreva na forma a + bi:
a) 18i5 + 7i 10 - (2i) 4 .
b) (2 - 3i) 5 •
e) (1 + 2i)7.
5. Sendo n inteiro, que valores pode ter in + i-n7
6. Determine a real para que ;i:;i seja real.
7. Um imaginário puro é um complexo cuja parte real é nula. Determine
a real para que 21 7:..~i seja um imaginário puro.
8. Desenhe o vetor correspondente a cada um dos complexos abaixo e
calcule o seu módulo.
Piratas ITA/IME
74 Números complexos
z1 = 3 + 2i,
z2 = 4 - i,
Z3 = -{}-i,
z -
4 -
_n2 - ni
2 '
Z5 =3-2Í.
Desenhe o vetor correspondente à soma z 1 + z2 e z1 + z5 . Observe
que z 1 + z 5 é um número real.
9. Prove que:
a) z = z
b) z é real se e só se z =z
c) z+w = z+w
d) z - w = z- w
e) se z /o,(¼)=½
f) sez:/=0,(~) =~
g) se z I O, 1¼1 = ! 1 1
h) se z I O, 1 ~ = Wf
1
i) se Jzl = 1 então ¼= z
j) se ½= z então z = 1.
10. Dada a equação do segundo grau x 2 + 2bx + e = O onde b e e são
números reais, verifica-se facilmente que as suas raízes (isto é, os valores
de x que satisfazem à equação acima) são:
xi = -b + ✓b 2 - e e x2 = -b - ~ -
Piratas ITA/IME
Números complexos 75
d) x2 - ~ - l
6 - 2 3·
11. Determine as raízes quadradas de
a) -4
b) 3 - 4i
c) i
a0 x
n
+ a 1 X n-1 + · · · + ªn- 1 X + ªn = O,
de coeficientes ao, a1, ... , ªn reais, então z é também uma raiz desta
equação.
21. P(z) é um polinômio de coeficientes reais e P(l - i) = 2 + 3i.
Determine P ( 1 + i).
22. Sabendo que 1-i é raiz da equação x 4 -6x3 + llx 2 - lOx+ 2 = O,
achar todas as suas raízes.
2 2 2 2
23. Prove que lz + wl + lz - wl = 2(lzl + lwl ). Interprete o
resultado geometricamente.
Piratas ITA/IME
76 Números complexos
b) lz1+z2l=llz1l-lz2II?
30. lzl = 3 e lwl = 4. O que se pode afirmar sobre lz + wl?
Piratas ITA/IME
Números complexos 77
Piratas ITA/IME
7. Trigonometria e números complexos
~zc(a,b)
1
1z1:: r 1
b=rsen~
1
1
1
o a= r cos ~
Figura 73
Então
a b
- = coso, - = seno
r r
isto é,
z = a + bi = r cos () + r sen Oi
= r(cos 0 + i sen 0),
-r
onde os elementos geométricos r e 0 do vetor O z estão destacados. A
representação z = r(cos 0 + i sen 0) é chamada aforma trigonométrica do
complexo z.
Observe-se que substituindo 0 na expressão acima por 0 + 2k1r, onde
k é um inteiro positivo, negativo ou nulo, o complexo z não se altera. Em
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 79
Piratas ITA/IME
80 Trigonometria e números complexos
Figura 74. AP = X e AQ = X + f
As relações acima estão portanto demonstradas em valor absoluto.
Como x e x + festão sempre em quadrantes adjacentes, obteremos
os sinais indicados. Observe que embora a figura tenha sido feita no
3.Qquadrante, a demonstração é válida em qualquer quadrante.
Vamos, de início, interpretar geometricamente a multiplicação de dois
complexos unitários, isto é, de módulo 1. Ora, um complexo unitário
w1 = cos 81 + i sen 01 é representado por um ponto do círculo unitário
S 1 . Como
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 81
Figura 75
Piratas ITA/IME
82 Trigonometria e números complexos
escreveremos
w1 = cosx + isenx, w2 = cosy + iseny.
Pela interpretação geométrica do produto, w1 w2 é obtido de w1 dando-lhe
uma rotação positiva de ângulo y. Portanto
w1w2 = cos(x + y) + i sen(x + y). (3)
Por outro lado,
w1 w2 = (cos x + i sen x )( cos y + i sen y) =
(4)
= (cosxcosy - senxseny) + i(senxcos y + senycos x).
igualando as partes reais e imaginárias de (3) e (4), obtemos
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 83
+ i sen 10°,
wo :. . . . : cos 10° k = O,
w1 = cos 130° + i sen 130°, k = 1,
w2 = cos 250° + i sen 250°, k = 2,
w3 = cos(l0º + 360°) + i sen(l0º + 360°) = wo, k = 3.
Piratas ITA/IME
84 Trigonometria e números complexos
Figura 76
wk O+-k21r)
=cos ( -
n
.
- +isen -+-k21r)
n
- . (º
Procedendo como acima, vê-se que os valores k = O, 1, ... , n - l, dão
raízes w 0 , w 1 , ... , Wn- l distintas, correspondentes a ângulos
O O 21r O 2 (n - 1) 1r
-,-+-, ... ,-+----,
n n n n n
respectivamente. Para os valores restantes, k = n, n + l, ... , os ângulos
começam a se repetir dando
O 2 O 27r
-n +-,
7r
- +- +21r,• ..
n n
respectivamente. Além disso, os valores negativos de k não fornecem nada
além das raízes já obtidas. Conclui-se então que um número complexo
possui exatamente n raízes de ordem n.
Em particular, o número 1 é um número complexo e possui, por
exemplo, cinco raízes de ordem 5. Vamos calculá-las.
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 85
Figura n
Finalmente, para concluir estas aplicações dos números complexos à
Trigonometria vejamos uma outra forma de obter a Lei do Cosseno.
Proposição(Lei do cosseno.) Em um triângulo A, B, C qualquer, temos que
a2 = b2 + c 2 - 2bc • cos Â
Piratas ITA/IME
86 Trigonometria e números complexos
e portanto
b o
O=A
L
B= z 1
...
Figura 78
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 87
B
A \ /
\ /
\ /
\ /
\ /
\ /
\ /
\ /
\ /
"
Cz
Figura 79
---+
OC 1 -
~
OA = --t
(OB ~
- OA) (12 + 2J3) i ou
>
o que dá
OCh ~ (1+2i) = [(3+5i) ~ (1+2i)] o+i~)
QC = 4 - 3J3 i 7 + 2J3
1 2 + 2 '
ou seJa,
e = ( 4 - 3)3 7 + 2)3) .
1 2 ' 2
~
Piratas ITA/IME
88 Trigonometria e números complexos
Exercícios
1. Representar na forma trigonométrica
a) 1 + y3i
b) -1 + i
c) -8
d) -y3 - i
e) 5
2. Mostre que se z = r(cos0+isen0) então z = r(cos(-O)+isen(-0)).
3. Qual é a relação que liga os argumentos de z 1 = 3-2i e z 2 = -3+2i?
4. Representar na forma trigonométrica
a) cos 0 - i sen 0
b) - cos 0 - i sen 0
c) sen 0 - i cos 0
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 89
x+y x-y
d) cos x - cos y = -2 sen - - sen - -
2 2
9. Mostre que sen 31 ° + sen 29° = sen 89°.
10. Determine a menor solução positiva da equação
X
sen x + sen 2x = cos - .
2
11. Resolva a equação cos 3x + sen 3x = cos x + sen x.
12. Verifique as seguintes identidades, para x f:. (2n + l)1r, que provam
a proposição: "as funções trigonométricas podem ser expressas racional-
mente (isto é, sem envolver radicais) em função da tangente da metade
do arco".
Piratas ITA/IME
90 Trigonometria e números complexos
X
2tg-
a) senx = 2 x.
1 + tg -
2
2
1 - tg2 X
b) cos X= ; .
1+ tg 2 -
2
X
2tg-
c) tg X= 2 X.
2
1 - tg -
2
13. Demonstrar as identidades:
sen2x cosx x
a) - - - - - - = t g - .
1 + COS 2x 1 + COS X 2
b) cos 4 x - sen4 x = cos 2x.
e) senxcosx(l+tgx)(l+ctgx) = l+sen2x.
d) cosec 2x + ctg 2x = ctg x
sec x + 1 2
e) - - - = (cosec x + ctg x)
sec x - 1
14. De um triângulo ABC são dados os ângulos A, B, C e o perímetro
2p = a + b + e. Obtenha as expressões abaixo, que permitem calcular os
lados a, b, c·em função dos elementos dados.
A
psen 2
a) a= B C'
cos- cos-
2 2
B
psen 2
b) b= ---=--
C A'
cos-cos-
2 2
e
psen 2
e) e= --B-~A-.
cos-cos-
2 2
15. Prove que, se em um triângulo a seguinte relação
senB + sen C
sen A = ------
cos B + cose
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 91
Piratas ITA/IME
92 Trigonometria e números complexos
Piratas ITA/IME
Trigonometria e números complexos 93
32. Mostre que 72° é o menor ângulo positivo que satisfaz simultanea-
mente às equações:
1 + cos x + cos 2x + cos 3x + cos 4x = O ·
{
senx + sen2x + sen3x + sen4x = O
Piratas ITA/IME
94 Trigonometria e números complexos
Piratas ITA/IME
8. Apêndice A
Simetria
a) Em relação ao eixo X (figura 80)
' ,_.,,,
' /9
Piratas ITA/IME
96 Apêndice A
\
\
\
\
Translação
a) Horizontal (figura 82)
, , - -..... g
Piratas ITA/IME
Apêndice A 97
ªY. _.__ _ _ _ _ _ ,
o \ g
Yo f
Piratas ITA/IME
98 Apêndice A
Portanto,
g(x+~) =f[a(x+~)]
= f(ax + p)
= f(ax)
= g(x)
o que mostra que g tem período ~. Observe então os seguintes exemplos.
31T 4 lr
-1
Figura 86
-1
Figura 87
Piratas ITA/IME
Apêndice A 99
(,
2
-1
-2
Figura 88
Exercícios
1. Faça os gráficos de
a) y = COS ( X + i)
b) y = -sen3x
Piratas ITA/IME
100 Apêndice A
e) y = Jsenxl
d) y = sen Jxl
2. Determine o número de soluções das equações
a) sen 3x = cos x, no intervalo [O, 21r)
b) senx =x
e) sen x = (x - 5) 2
d) senx = (x - 2) 2
e) cos x = x 2 + 1
f) COS X= 2x
g) senx = log x
h) cosx = 2~
3. Faça os gráficos de
a) y = sen2 x
b) y = Jisen xi
e) y = senx2
d) y = sen ½
e) y = xsen ½
4. Para que valores de a, a equação a• sen x = sec x tem solução?
Piratas ITA/IME
9. Apêndice B
Por João Bosco Pitombeira de Carvalho
A história da trigonometria
A Trigonometria foi uma criação da Matemática grega. Ela surgiu devido
às necessidades da astronomia, a fim de prever as efemérides celestes, para
calcular o tempo, e para ser utilizada na Navegação e na Geografia. Assim,
os estudos de Trigonometria se concentravam na Trigonometria esférica,
que estuda triângulos esféricos, isto é, triângulos sobre a superfície de
uma esfera. No entanto, foi necessário para isso desenvolver partes da
Trigonometria plana.
O estudo dos triângulos esféricos na Matemática grega vinha sendo
feito desde os últimos pitagóricos. O próprio Euclides, que viveu em
torno de 300 a.e., em um de seus trabalhos, o Fenômenos, estudou a
Geometria esférica. Aproximadamente em 20 a.e., Teodósio compilou o
que os gregos conheciam sobre o assunto em seu livro Sobre a Esfera.
Aristarco de Samos, que viveu em torno de 300 a.e., em seu livro
Sobre as Distâncias do Sol e da Lua, baseando-se em observações, deduziu
que
1) A distância da terra ao sol é maior do que 18 vezes e menor do que
20 vezes a distância da terra à lua. Na demonstração deste fato vemos
pela primeira vez a aproximação do seno de um ângulo pequeno.
2) Os diâmetros do sol e da lua têm a mesma razão que suas distâncias
da terra.
3) A razão do diâmetro do sol pelo diâmetro da terra é maior do que
19:3 e menor do que 43:6.
Os erros cometidos por Aristarco devem-se aos dados experimentais
que utilizou. Seus raciocínio dedutivos estavam corretos.
Embora não tenhamos certeza de que ele utilizou Trigonometria,
Apolônio de Perga, que viveu em torno de 200 a.e., um dos grandes ma-
temáticos gregos, achou, em seu Entrega Rápida, a aproximação 3,1416
Piratas ITA/IME
102 Apêndice 8
para 7r, mais tarde utilizada pelos hindus, os quais exprimiam este valor
. 62832
como o quociente--.
20000
Podemos contudo dizer que o fundador da Trigonometria foi Biparco
de Nicéia, que viveu em tomo de 120 a.C. Semelhantemente a muitos ma-
temáticos gregos, inclusive o próprio Euclides, pouco sabemos sobre sua
vida. A maior parte do que conhecemos sobre ele é devida a Ptolomeu
(100(?), 180(?) d.C.) o qual cita vários resultados de Biparco sobre Tri-
gonometria e Astronomia, e a fragmentos de descrições de seus trabalhos
contidos nas obras de outros autores gregos.
Biparco foi o primeiro a determinar com precisão o nascer e o ocaso
de várias estrelas, usando para isso uma tabela de cordas por ele calculada.
Suas tabelas foram construídas para serem usadas em Astronomia. As
principais contribuições de Biparco em Astronomia foram a organização
dos dados empíricos babilônios, a confecção de um catálogo de estrelas e
a descoberta da precessão dos equinócios.
É provável que a divisão do círculo em 360° tenha se originado
com a tabela de cordas de Biparco. Ele provavelmente seguiu a idéia do
matemático grego Bipsiclo, o qual por sua vez tinha dividido o dia em
360 partes, uma divisão possivelmente inspirada na astronomia babilônia.
Figura 89
- - -
Os matemáticos gregos não usavam o seno de um ângulo, e sim
trabalhavam com a corda do arco duplo. Se o ângulo AO B sub tende o arco
AB, a corda do arco duplo AD será AD (figura 89). Além disso, devido
à influência babilônia, os gregos tomavam o raio OA com comprimento
60 e dividiam o círculo em 360 partes iguais. Se AOB = a vemos então
Piratas ITA/IME
Apêndice B 103
imediatamente que:
AC I corda AD 1
sena=-=- corda AD.
OA 2 OA 120
Todos os matemáticos gregos que eram obrigados em seus trabalhos
a efetuar cálculos com frações (Arquimedes, Ptolomeu, etc.) utilizavam as
frações sexagesimais babilônias, devido à facilidade que elas introduziam
em seus cálculos, daí a razão do raio de comprimento 60.
Um pouco depois de Hiparco, Menelao de Alexandria, que viveu
em tomo de 100 a.C., já apresenta uma Trigonometria bem desenvolvida,
de que podemos ver partes em seu livro Geometria Esférica, o qual nos
chegou em versão árabe. Nele, Menelao demonstra vários .teoremas sobre
triângulos esféricos. Provou, por exemplo, que se dois triângulos esféricos
têm ângulos correspondentes iguais, então os triângulos são iguais (con-
gruentes). Ele usou, sem demonstrar, o teorema de Geometria plana co-
nhecido hoje como Teorema de Menelao: Se o triângulo ABC é cortado
por uma secante que intersecta seus três lados como mostrado na figura,
então
Figura 90
Piratas ITA/IME
104 Apêndice B
A
e
Figura 91
Piratas ITA/IME
Apêndice B 105
Piratas ITA/IME
106 Apêndice B
Piratas ITA/IME
Apêndice B 107
O B D
Figura 92
Piratas ITA/IME
108 Apêndice B
Piratas ITA/IME
9. Apêndice C
Por João Bosco Pitombeira de Carvalho
Piratas ITA/IME
11 O Apêndice e
Piratas ITA/IME
Apêndice C 111
Piratas ITA/IME
112 Apêndice e
Ele mostrou em seguida que toda equação de grau ímpar tem pelo menos
uma raiz real, e que uma equação de grau par ou não possui raízes reais
ou possui pares de tais raízes. Demonstrou em seguida que todas as raízes
não-reais são da forma a+ byCI. Para isso, foi necessário estudar cui-
dadosamente as operações com números complexos, incluindo potências
imaginárias, logaritmos de números complexos, funções trigonométricas
de argumento complexo, etc.
A ambivalência dos matemáticos do século XVIII em relação aos
números complexos pode ser mais uma vez evidenciada em Euler. Apesar
de seus trabalhos em que ensinava a operar com eles, afirma
"Como todos os números concebíveis são ou maiores ou menores
do que zero ou iguais a zero, fica então claro que as raízes quadradas de
números negativos não podem ser incluídas entre os números possíveis
[números reais]. E esta circunstância nos conduz ao conceito de tais
números, os quais, por sua própria natureza, são impossíveis, e que são
geralmente chamados de números imaginários, pois existem somente na
imaginação."
Para ele, os números complexos são úteis em problemas cuja resposta
não conhecemos. Assim, se desejarmos dividir 10 em duas partes cujo
produto é 40, obtendo 5 + y'=I5 e 5 + y'=Is, vemos que o problema não
tem solução.
Os Bernoullis e Leibniz usaram os números complexos livremente,
em ingegração, sem se preocuparem com sua conceituação ou existência.
Essa utilização levou à discussão sobre a existência de logaritmos de
números complexos. De fato, é bem conhecido que a substituição
b(t - 1)
z=---
t+l
transforma
adz adt
em
b2 - z2 2bt'
que é a diferencial de (a/2b) ln t. Analogamente, raciocinava Johann
Bernoulli, a transformação
z = \1-lb(t - 1)
t+1
Piratas ITA/IME
Apêndice e 113
transfonnará
dz -dt
em
2btJ=T'
que será portanto a diferencial do logaritmo de um número complexo.
As discussões sobre a existência dos logaritmos dos números negativos e
complexos foram vivas e freqüentes, até que Euler apresentou uma justifi-
cativa convincente para sua existência. Ele percebeu que se zé um número
complexo qualquer, z = r(cos 0 + i sen 0), então lnz = lnr + i(2k1l" + 0),
com k = O, ±1, ±2, ... ; ou seja, há infinitas determinações para o loga-
ritmo de um número complexo. Com Euler, pode-se dizer que a álgebra
dos números complexos atingiu sua forma atual.
No fim do século XVIII os matemáticos já se aventuravam a efe-
tuar operações bem ousadas com números complexos. No entanto, uma
indicação da posição ambígua mantida por eles em relação aos números
complexos fica evidente pelo fato de que a grande Enciclopédia, organi-
zada por D' Alembert e outros "filósofos" franceses, em seus artigos sobre
Matemática, redigidos pelo próprio D' Alembert, mantém um silêncio pru-
dente sobre estes números.
Laplace (Pierre Simon de Laplace, 17 49-1827), em 1795 atacou o
problema de demonstrar o Teorema Fundamental da Álgebra, sem con-
tudo conseguir uma prova aceitável. A primeira demonstração correta
deve-se a Gauss (1777-1855), na qual utiliza propriedades topológicas da
reta e do plano, que não tinham sido ainda explicitadas em sua época.
A demonstração de Gauss encontra-se em sua tese de doutoramento, de
1799. Neste trabalho, Gauss, além de apresentar sua demonstração, es-
tuda criticamente as demonstrações precedentes de D' Alembert (1746),
Euler (1749), de Foncenet (1759) e Lagrange (1772), todas elas insatis-
fatórias. Ao longo dos anos, Gauss apresentou três novas demonstrações
do Teorema Fundamental.
É provável que a idéia de representar geometricamente os comple-
xos tenha ocorrido a Gauss ao demonstrar o Teorema Fundamental da
Álgebra, mesmo que ele não tenha utilizado isso na demonstração. Já
Wallis (1616, 1703) tinha procurado uma tal representação, tentando re-
presentar os números complexos no plano, mas seus esforços não foram
bem sucedidos.
A idéia de Wallis foi retomada independentemente por vários ma-
temáticos, até Gauss. Um deles foi o norueguês Caspar Wessel (1745-
Piratas ITA/IME
114 Apêndice e
Piratas ITA/IME
11. Respostas dos Exercícios
Capítulo 2
2.1) a) 52° 14' 23"; b) 41 ° 49' 20"; e) 28º 22' 40 11 ; d) 8° 54' 24".
2.2) 54°
2.4) 0,8 e O, 75.
2.6) l/vf26 e 5/y'26.
2.7) 100\1'3/3 m.
2.8) 79,5 m.
2.11) d/2.
2.12) (d tg a tg /3) / (tg a + tg /3).
2.13) a) 3/5; b) ( v5 - 1)/2.
2.14) 15°.
2.15) a · cosn a.
2.17) y2.
2.18) cos 2 a+ cos 2 {3 + cos 2 "Y = 1.
2.19) b) sen15° = (v6 -v'2)/4, cos15° = (v6 + v'2)/4, tg15º =
2-y3. .
2.21) 0,5.
2.22) 0,8.
2.23) 144 m.
2.25) 24/25.
---
2.26) ✓10 - 2vs/4 e (vs + 1)/4.
2.27) 21r R 2 (1 - sen O).
2.29) ( ✓30 - 6J5 - y5 - 1)/8 e ( ✓10 - 2Js + y15 + \1'3)/8.
2.30) 1/20 < sen 3° < 1/18.
Piratas ITA/IME
116 Respostas dos Exercícios
Capítulo 3
3.1) a) 3Q; b) 2Q; e) lQ.
3.2) a) 3~u 4Q; b) 2~u 3Q; e) l~u ~-
3.3) a) (v'2 - v'6)/4; b) -V3/2; e) -1.
3.4) a) 1r /6 e 51r /6; b) 31r / 4 e 51r / 4; e) 31r / 4 e 71r / 4; d) nenhum valor.
3.5) a) -1; b) V3/2; e) ( J5 - 1)/4; d) 1; e) -v3/2; f) -y6.
3.7) {2k1r ± 31r / 4 1 k E l}.
3.10) 1r/4, 71r/12 e ll1r/12.
3.11) {k1r/2 + 1r/6 1 k E l}.
3.12) 4.
3.13) 2k1r + 41r /5.
3.14) {k1r/2 +1r/6 I k E l}.
3.15) a) V; b) V; e) F; d) F; e) F; f) V; g) V.
3.16) f + 2k1r ,< x < 5{ + 2k1r.
3.21) a) (-oo, -1] U [1, oo ); b) (-oo, -1] U [1, oo); e) R.
3.23) senx = 2V2/3, cosx = -1/3, cosecx = -3V2/4, ctgx -
-VZ/4, sec x = -3.
3.24) x = k1r, x = k1r - 1r /3.
3.26) 5.
3.28) 5/13 e 12/13.
3.29) -1 ou -2.
3.30) {3m - m 3 )/2.
3.33) ab = 1.
3.34) {1 - v3) /2.
3.35) a 2 + b2 = 2.
3.38) a racional.
3.39) Há uma única solução para AC = a • sena e para AC > a.
Há duas soluções para a • sena < AC < a.
Não há solução para AC< a· sena.
Piratas ITA/IME
Respostas dos Exercícios 117
Capítulo 4
4.1) -16/65.
4.3) 24/25.
4.4) ±4V2/9 e 7/9.
4.5) 4/3 e 11/2.
4.7) a) 1/4; b) V2; c) y3.
4.8) sen(x/2) = ±yf,..,...(l_c_o_sx....,..)/2, cos(x/2) = ±J(l + cos x) /2.
4.9) Há 4 soluções para (sen(x/~), cos(x/2), tg(x/2));
(V2Llü, -7V2/10, -1/7), l-V2/10, 7V2/10, -1/7),
(7V2/10, V2/10, 7), (-7y2/10, -V2/10, 7).
4.10) O ou -4/3.
4.11) a) 1/4; b) 1/8.
4.13) 120°.
4.14) y'Í3 e y37.
4.15) b = 3V2, e= 3(v6 + V2)/2.
4.17) 1/3.
4.18) -1/3.
4.19) R · (l - senx)/(1 + senx).
4.22) O ou 2a/ (a2 + 1).
4.23) a 2 + b2 = 2(1 + e).
4.24) 4/5, -3/5, -4/5.
4.25) 4.
4.26) 3 sen x - 4 sen 3 x.
4.29) P(x) = 8x3 - 6x + l. As outras raízes são sen 50° e - sen 70°.
4.35) a) retângulo (Â = 90°); b) isósceles (Ê = ê); c) não existe tal
triângulo; d) isósceles (Ê = ê); e) isósceles (Ê = ê); f) isósceles
(Â = Ê); g) retângulo (Â = 90°); ou (Ê = 90°); ou (ê = 90°).
4.37) a) V2, b) 2 cos 1r /18.
4.41) Aproximadamente: 6676 m ou 2696 m.
4.42) Aproximadamente: 203,6 m.
Piratas ITA/IME
118 Respostas dos Exercícios
Capítulo 5
5.1) a) x = k1r/2; b) x = 1r/2+2k1r, ou x = 1r/6+2k1r/3; e) x = k1r/4, k
inteiro não congruo a 2 módulo 4; d) x = 1r /8 + k1r /4; e) x = 1r /2 + 2k1r
ou x = -57í /6 + 2k1r; f) x = 1r / 4 + 2k1r; g) x = 1r / 4 + k1r /2; h)
x = 1r + 2k1r ou x = -1r/2 + 2k1r; i) x = k1r ou x = 1r/6 + k1r;
j) x = 1r/2 + k1r ou x = 1r/l8 + 2k1r/3 ou x = 51r/l8 + 2k1r/3; k)
x = 1r/4 + k1r ou x = arctg 1/2 + k1r; 1) x = k1r/3; m) x = 1r/6 + k1r/3
ou x = 1r/4 + k1r/2 ou x = 1r/2 + k1r.
5.2) -J A 2 + B 2 < C < J A 2 + B 2 •
5.3) m < 1/25 ou m > 7/6.
5.4) a) 2xJ1 - x 2 ; b) x/vr-1---x-=2 ; e) --/2/2; d)1r/4; e) O.
5.6) a) x = J5 - 2y3/2yl3; b) x = ±l; e) x = o ou x = ±1/2.
5.7) a) x = 1r/4 + k1r/2 ou x = 21r/3 + 2k1r ou x = 41r/3 + 2k1r. b)
x = k1r /5.
5.9) 2 -y3.
5.10) a) 1/2; b) 1/4.
5.11) 30°, 30°, 120°.
5.12) a) -51r /6+2k1r < x < -1r /6+2k1r; b) 21r /3+2k1r < x < 21r+2k1r.
5.14) x = 2 cos(1rt - 31r /6); amplitude = 2 m, ângulo de fase = 2 s,
frequência= 1/2 ciclo por segundo.
Capítulo 6
6.2) a) 7 - 6i; b) 43 + 15i; e) 7 /41-19/41 i; d) (-1/2)i; e) -3 + 9i; f)
13i; g) 17i.
6.3) a) 1; b) 1; e) i; d) -64; e) -1; f) 1.
6.4) a) -23 + 18i; b) 122 + 597i; e) 29 + 278i;
6.5) o, 2 ou -2.
6.6) ±1;
Piratas ITA/IME
Respostas dos Exercícios 119
6.7) 2;
6.8) 03, V17, ./7/2, 1, Jii.
6.10) a) ±3i; b) -1 ± ySi; c) (-3 ± 30 i) /2; d) (3 ± ./7i) /2.
6.11) a) ±2i; b) ±(2 - i); c) ±( -/2,/2 + -/2,/2 i).
6.13) 1.
6.14) 1.
6.17) z1 = O, z2 = 1, z3 4 = -1/2 ± V3/2i.
1
6.18) -1 - i.
6.19) a) z = l + i, w = i; b) z = i, w = l - i.
6.21) 2 - 3i.
6.22) 1 ± i, 2 ± JJ.
6.24) a) a reta x = 2;
b) a reta y = x;
c) a região entre as retas y = l e y = 4,inclusive;
d) o círculo de centro (O, O) e raio 1;
e) o círculo de centro (-1, O) e raio 1;
f) o círculo de centro z0 e raio a;
g) a união do círculo de centro (O, O) e raio 1 com
o eixo das abscissas, excluída a origem;
h) a hipérbole x 2 - y 2 = 1;
i) o segmento (fechado) de extremidades i e -i;
j) vazio;
k) o círculo de centro (1/2, -1/2) e raio -/2,/2, excluído o ponto (1, O);
1) o círculo de centrQ_(1/3, O) e raio 2/3;
m) o semi-plano x < O)
6.25) 1/2 ± vf3/2 i;
6.26) 4 e 2.
6.27) Js ± 1;
6.29) a) Os vetores que representam z1 e z2 devem ter a mesma direção
e o mesmo sentido;
b) Os vetores que representam z 1 e z 2 devem ter a mesma direção e
sentidos opostos.
6.30) 1 < lz + w 1< 1.
6.31) Os vetores que representam z e w devem ser ortogonais.
Piratas ITA/IME
120 Respostas dos Exercícios
Capítulo 7
7. 1) a) 2(cos60° + isen60º);
b) VZ(cos 135° + i sen 135°);
e) 8( cos 180° + i sen 180°);
d) 2(cos 210° + i sen 210°);
e) 2( cos 0° + i sen 0°).
7.3) f)i - 02 = 1r + 2k1r.
7.4) a) cos(-0) + isen(-0); b) cos(O + 1r) + isen(0 + 1r); e) cos(0 +
31r /2) + i sen( 0 + 31r /2); d) 2 cos 0 /2( cos () /2 + i sen( 0/2).
7 .5) n múltiplo de 4.
7.7) a) -16/65; b) 56/65; e) 63/65; d) -33/65; e) -63/16; f) -33/56.
7.10) 1r/9.
7.11) x = k1r ou x = 1r /8 + k1r /2.
7.17) o, ±1, ±i.
7.18) a) 1; b) O.
7.19) a) z = ±../3/2 + 1/2 i ou z = -i; b) z = ±J2 ± yl2i; e) z = O,
ou_z = -1 ou_z = ±1/~ ± ../3/2i: d) z = l ou z = -1/2 ± v1°3/2i ou
z - -2 ou z -1 ± v1°3i, e) z - -ictgk1r/n, k E {1,2, ... ,n-1}.
7.20) z = (-1 + ~)/2 + (-1 + ~)/2i ou z = (-1- ~)/2 + (-1-
v'3)/2i.
7.21) cos 0 + i sen 8.
7.23) C1 = (O, 7), D1l = (-2,4) ou C2 = (6,3), D2 = (4,0).
7.24) (4 + 2V2, V2 + 1) ou (-2V2, -vz - 1) .
7.25) a) z real e diferente de -1. b) lzl = 1, z -:/- -1.
7.26) Se pedra= (o, o) e caverna= (d, O) o tesouro está em (d/2, -d/2).
7.27) a) f(A) = {x+yi I y = -x}, J(B) = {x+yi I x 2 +y 2 = 1 e y <
O};
b) f(A) = {x+yi I y = x-l}, f(B) = {x+yi 1 (x-2) 2 + (y-1) 2 =
1 e y > 1};
e) f(A) = {x + yi I y = x}, J(B) = {x + yi I x 2 + y 2 = 4 e y > O} ;
d) f(A) = {x+yi I y = -x}, f(B) = {x+yi I x 2 +y 2 = 1 e x < O};
e) f(A) = {x + yi I x = O}, J(B) = {x + yi I x 2 + y 2 = 2 e y > x};
f) / (A) = {x + yi I x = O e y > O}, J(B) = {x + yi I x 2 + y 2 = 1};
Piratas ITA/IME
Respostas dos Exercícios 121
Piratas ITA/IME
Referências
Piratas ITA/IME
Este livro é um dos textos utilizados nos Cursos de
Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do
Segundo Grau, um programa organizado pelo IMPA,
Instituto de Matemática Pura e Aplicada, com o patrocínio
de VITAE, Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.
O livro apresenta elementos de Trigonometria e de números
complexos, dando destaque às relações naturais entre est~s
dois tópicos. Não obstante este destaque, a Trigonometria
é tratada de maneira independente de modo a adequar
o texto aos programas atuais de ensino médio. O livro
inclui um capítulo sobre tipos mais simples de equações
trigonométricas.
~
VITAE
Piratas ITA/IME