Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
Heloísa Perista
Ana Cardoso
Ana Brázia
Manuel Abrantes
Pedro Perista
Eudelina Quintal
Título
Os Usos do Tempo
de Homens e de Mulheres
em Portugal.
Policy Brief
Autoria
Heloísa Perista
Ana Cardoso
Ana Brázia
Manuel Abrantes
Pedro Perista
Eudelina Quintal
Edição
CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social
Av. 5 de Outubro, 12-4º Esq.
1150-056 Lisboa
Design e Paginação
Diagonal, Lda
ISBN
978-972-8399-69-6
Depósito Legal
412022/16
Tiragem
1000 exemplares
Índice
Introdução 2
01.
O tempo
de trabalho pago 3
Tempos e formas de organização do trabalho pago 3
A interpenetração entre trabalho pago
e vida familiar e pessoal 5
02.
A partilha das tarefas
domésticas e do trabalho
de cuidado 8
Tarefas domésticas e trabalho de cuidado – tempos
partilhados? 8
A externalização das tarefas domésticas 15
Perceção de justiça / injustiça em relação à partilha
das tarefas domésticas 16
03.
Maternidade
e paternidade 17
Quem cuida das crianças 17
O cuidado das crianças – tempos partilhados? 19
Responsabilidades parentais e trabalho pago 22
04.
Tempo
e território 25
Percursos casa-trabalho-casa 25
Atividades simultâneas em casa 27
Tempos que entram em ‘choque’? 29
Perceções sobre o tempo 31
Bibliografia (selecionada) 33
02 OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
Introdução
Apresenta-se neste Policy Brief um primeiro conjunto de resultados do
Projeto INUT - Inquérito Nacional aos Usos do Tempo de Homens e de
Mulheres, promovido pelo CESIS - Centro de Estudos para a Intervenção
Social em parceria com a CITE - Comissão para a Igualdade no Trabalho
e no Emprego.
01.
O tempo
de trabalho pago
Os padrões de participação de mulheres e de
homens no trabalho pago, apesar de terem vindo a
conhecer uma aproximação progressiva, evidenciam
ainda assimetrias significativas. Os resultados do
Inquérito Nacional aos Usos do Tempo de Homens
e de Mulheres (doravante designado, de forma
abreviada, por Inquérito Nacional aos Usos do
Tempo, 2015) confirmam a persistência destas
assimetrias e permitem a sua análise na perspetiva
do tempo.
O tempo afeto pelos homens ao seu principal Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
trabalho remunerado tende, portanto, a ser superior
ao das mulheres: em termos médios, os homens
afetam, por semana, 42 horas e 55 minutos à sua
atividade profissional principal e as mulheres 40 horas
e 47 minutos, ou seja menos 2 horas e 8 minutos.
O tempo total de trabalho pago não se esgota, Figura 3. Principais formas de organização do
porém, no tempo afeto ao principal trabalho tempo de trabalho, segundo o sexo (%)
remunerado: há que considerar, de forma agregada,
o tempo afeto à atividade profissional principal, à
atividade profissional secundária (caso esta exista) Trabalho
e à deslocação de casa para o trabalho e do por turnos 9,6
rotativos
trabalho para casa. A análise, quer por quartis quer 10,6
por durações médias, revela que o tempo afeto ao
Trabalho
trabalho pago pelos homens, embora mais elevado, por turnos 3,9
não é muito superior ao tempo que lhe é afeto pelas fixos
Figura 2. Tempo médio de trabalho pago, Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
por sexo (horas:minutos)
Mulheres Homens
O cansaço a partir de quarta-feira começa a sentir-se.
Às vezes sentamo-nos para jantar e eu já estou... já tenho
que fazer um esforço. [...] Só quem faz turnos é que tem
noção: deitarmo-nos à meia-noite porque acabámos de
deitar uma criança, ela não dorme rigorosamente nada,
08:35 09:02 e às cinco da manhã termos de estar a pé. Eu duvido
que as pessoas ao fim de algum tempo não comecem a
duvidar das suas capacidades, porque a mim própria isso
aconteceu. Chegamos ao trabalho e ‘Faz lá outra vez essa
conta, estás a fazer bem essa conta? Faz outra vez essa
conta...’ E a entidade patronal não quer saber disso para
nada. É muito complicado.
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
Marisa,
40 anos, biparental,
Particularmente relevante, em termos do seu impacto filha com 5 anos
nas formas de articulação do trabalho pago com
a vida familiar e pessoal, são as modalidades de
organização do tempo de trabalho remunerado. O
horário fixo é a forma predominante de organização
dos tempos de trabalho, tanto para os homens
(68,2%) como sobretudo para as mulheres (74,1%).
Refira-se, contudo, que, apesar de ser bem menos
frequente, a segunda forma mais referida de
organização do tempo de trabalho, é o trabalho por
turnos: 13,5% das mulheres e 16,1% dos homens
declaram trabalhar por turnos, em particular por
turnos rotativos. Outras formas de organização do
tempo de trabalho, tidas como mais facilitadoras da
articulação com a vida familiar e pessoal, tais como
a jornada contínua ou a flexibilidade de horário,
têm uma expressão muito diminuta, tanto entre as
mulheres como entre os homens.
OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
05
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
SEXO
A minha mulher, às vezes, chateia-me um bocado porque
me dedico demais à minha vida profissional. Mas eu digo-
-lhe: não te esqueças de uma coisa, é dali que vem o nosso 49,0
Muito fácil /
vencimento, para a nossa casa. Ela respeita. Para além de Fácil
gostar de fazer muitas coisas em casa, eu dedico-me muito 51,4
ao trabalho. Muito, a cem por cento. De corpo e alma.
Gabriel, 46 48 50 52 54
28 anos, biparental, Mulheres Homens
filha com 6 anos
GRUPO
Todavia, quase quatro em cada dez pessoas, 38,5% ETÁRIO
das mulheres e 36,9% dos homens, consideram que
57,5
o seu horário de trabalho não se adapta muito bem
49,1
Muito fácil /
Fácil 47,2
ou mesmo nada bem aos compromissos familiares,
47,5
pessoais ou sociais que têm fora do seu trabalho.
52,9
Figura 4. Perceção sobre a adaptação do horário 44 48 52 56 60
de trabalho aos compromissos familiares, 55-64 45-54
pessoais ou sociais, segundo o sexo (%) 35-44 25-34
15-24
Figura 6. Frequência com que, nos últimos 12 Figura 7. Pessoas que, nos últimos 12 meses,
meses, as pessoas trabalharam durante o seu continuaram preocupadas com o seu trabalho
tempo livre para dar resposta a solicitações do pago quando não estavam a trabalhar,
trabalho pago, por sexo (%) por sexo (%)3
Todos
os dias
45%
46,8
30%
Várias
vezes por 40,6
semana
Nunca 15%
36 38 40 42 44 46 48
0% Mulheres Homens
Mulheres Homens
02. TRABALHO
NÃO PAGO
Refere-se às tarefas e
responsabilidades exercidas
A partilha das tarefas no contexto dos agregados
domésticos, sem qualquer
Figura 10.1. Tempo médio de trabalho não pago Uma análise por quartis confirma a disparidade de
no último dia útil, por sexo - Trabalho de cuidado género no tempo afeto a trabalho não pago, no que
(horas:minutos) respeita quer a trabalho de cuidado quer a tarefas
domésticas. Esta mesma análise permite, ainda,
Mulheres Homens
constatar que, nos dias úteis, 25% dos homens
dedicam pelo menos 3 horas e 45 minutos a trabalho
não pago, enquanto 25% das mulheres lhe dedicam
pelo menos 5 horas e 55 minutos.
Figura 10.2.Tempo médio de trabalho não pago Figura 11. Tempo médio de trabalho não pago no
no último dia útil, por sexo - Tarefas domésticas último dia útil, segundo o grupo etário, por sexo
(horas:minutos) (horas:minutos)
Mulheres Homens
65 anos 03:37
e mais
02:41
25-44 05:28
anos
03:06
15-24 03:01
Figura 10.3. Tempo médio de trabalho não pago anos
01:40
no último dia útil, por sexo - Total (horas:minutos)
0:00 1:12 2:24 3:36 4:48 6:00
Mulheres Homens
Mulheres Homens
02:38
Em todos os grupos etários são as mulheres que
04:23 mais tempo dedicam às tarefas inerentes ao trabalho
de cuidado e às lidas domésticas. Calculando o
número de horas despendidas a mais pelas mulheres,
por comparação com os homens, verifica-se que
as disparidades de género são mais acentuadas no
grupo dos 45 aos 64 anos.
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
10 OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
Figura 12. Disparidade de género no tempo médio Uma análise por quartis confirma, em relação a
de trabalho não pago no último dia útil, segundo mulheres e homens com atividade profissional, a
o grupo etário – Tempo despendido a mais pelas disparidade de género no tempo afeto a trabalho
mulheres (horas:minutos) não pago. Esta mesma análise permite, ainda,
constatar que, nos dias úteis, 25% dos homens com
atividade profissional dedicam pelo menos 3 horas e
65 anos
40 minutos a trabalho não pago, enquanto 25% das
e mais 00:56 mulheres com atividade profissional lhe dedicam pelo
menos 5 horas e 50 minutos.
45-64
anos 02:56
O tempo médio diário de trabalho total, isto é
considerando conjuntamente trabalho pago
25-44
anos 02:22 (retomando os resultados apresentados na secção
anterior) e trabalho não pago no último dia útil, para
15-24
as pessoas que têm atividade profissional, é pois
anos 01:21 mais longo para as mulheres: se os homens dedicam
0:00 0:30 1:00 1:30 2:00 2:30 3:00
às diferentes formas de trabalho 11 horas e 39
minutos por dia, as mulheres dedicam-lhes 12 horas
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. e 52 minutos por dia; isto significa que a jornada de
trabalho total das mulheres é, em média, superior à
Restringindo a análise às pessoas que têm atividade dos homens em 1 hora e 13 minutos.
profissional, o tempo dedicado, em média, no último
dia útil, ao trabalho não pago é de 4 horas e 17
minutos para as mulheres, e de 2 horas e 37 minutos PESSOAS Pessoas exercendo um
para os homens. Regista-se, pois, uma redução, QUE TÊM trabalho ou uma profissão;
ainda que muito ligeira, do tempo de trabalho não ATIVIDADE pessoas realizando trabalho não
PROFISSIONAL remunerado para um negócio/
pago, em relação ao total das pessoas respondentes, empresa/exploração agrícola da
e em particular entre as mulheres com atividade família; e pessoas em estágio
profissional. A disparidade de género, em termos de remunerado.
tempo despendido a mais pelas mulheres também se
reduz ligeiramente, entre as pessoas com atividade
profissional, para 1 hora e 40 minutos.
Mulheres Homens
02:37
04:17
Figura 14.1. Tempo médio diário de trabalho e não pago). Esta mesma análise permite, ainda,
(pago e não pago) para os homens com atividade constatar que 25% dos homens têm uma jornada
profissional (horas:minutos) de trabalho total de pelo menos 13 horas, enquanto
25% das mulheres têm uma jornada de trabalho total
Trabalho não pago
de pelo menos 14 horas e 45 minutos.
Trabalho pago
Alguns traços mais detalhados do trabalho pago
foram analisados na secção anterior. Importa, agora,
02:37 ‘iluminar’ dimensões, por vezes ocultas, do tempo de
trabalho não pago e do modo como este é, ou não,
partilhado por mulheres e homens.
Cuidar 10,5
Mulheres Homens da roupa
1,4
Limpar 35,9
a casa
7,4
11:39
12:52 Preparar 74,3
refeições
22,8
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Mulheres Homens
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
Será ainda de salientar, em relação às atividades Figura 18. Pessoas que costumam partilhar a
associadas ao cuidado da roupa de modo particular, realização de tarefas domésticas rotineiras com
que os poucos homens que as executam, em outras pessoas, segundo a relação de parentesco
metade das situações, fazem-no apenas para si, ou dessa pessoa com o/a respondente, por sexo (%)
seja, apenas tratam da sua própria roupa, enquanto
74% das mulheres o fazem para si e para outras
PREPARAÇÃO 10,5
pessoas, assegurando pois o cuidado da roupa da
DE REFEIÇÕES 1 10,2
família. 16,5
2 15,8
Em relação à limpeza da casa e à preparação de 1,8
3 2,8
refeições, as diferenças de género são diminutas, entre 19,8
4
0,6 p.p. e 2,7 p.p. respetivamente, quando se considera 6,0
as pessoas que realizam estas tarefas apenas para si. 5
11,3
4,6
De qualquer modo, em ambas as situações são os 1,8
6
homens que mais realizam estas tarefas domésticas de 2,1
natureza rotineira apenas em seu próprio benefício. 7 55,3
72,8
0 10 20 30 40 50 60 70 80
De entre as tarefas domésticas rotineiras, o cuidado da
roupa é aquela que as pessoas respondentes tendem
menos a partilhar com outras pessoas. Em todas as LIMPAR 13,1
A CASA 1 12,0
tarefas são as mulheres que, em menor percentagem,
17,4
partilham com alguém os seus afazeres domésticos. 2 17,2
1,4
3 3,3
Figura 17. Pessoas que costumam partilhar
22,7
as tarefas domésticas rotineiras com outras 4 6,8
pessoas, segundo o tipo de tarefa, por sexo (%) 5
12,5
6,1
3,8
6
3,9
46,7
Cuidar 26,3 7
67,1
da roupa 0 10 20 30 40 50 60 70 80
44,1
Preparar 45,3 3
1,0
1,6
refeições
66,6 4 8,1
27,3
0 10 20 30 40 50 60 70 80 7,1
5
4,1
Mulheres Homens
6,5
6
6,3
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
7 31,5
59,5
A pessoa com quem maioritariamente se partilha as 0 10 20 30 40 50 60 70 80
Considerando, agora, outras tarefas domésticas, Incluindo aqui uma breve referência ao trabalho de
constata-se que fazer compras é, também, uma cuidado, relativamente à prestação de cuidados a
tarefa realizada com mais frequência por mulheres; pessoas adultas que exigem cuidados especiais,
contudo, neste tipo de atividade, verifica-se uma por motivos de doença, incapacidade (associada
maior participação de homens: 74% das mulheres, e à idade) ou deficiência,9 no contexto do agregado
59% dos homens, dizem fazer compras pelo menos doméstico, importa fazer notar que a prestação deste
uma vez por semana. tipo de cuidados é assegurada apenas por uma parte
reduzida tanto das mulheres como, sobretudo, dos
Outro tipo de tarefas domésticas, de natureza mais homens: 96,7% dos homens e 93,8% das mulheres
esporádica, regista uma participação masculina mais dizem nunca o fazer.10 Contudo, entre as pessoas
elevada. Este é o caso de atividades associadas a que prestam cuidados a pessoas adultas que
tratar de serviços comerciais e/ou administrativos exigem cuidados especiais, por motivos de doença,
(pagar as contas, seguros, bancos, pagar a renda, incapacidade (associada à idade) ou deficiência, e
etc.), assumidas por 12% dos homens, face a 9,9% que com elas residem, são as mulheres que com
das mulheres, pelo menos uma vez por semana. mais frequência asseguram estas atividades: 4,3%
Por outro lado, é, como esperado, nas reparações das mulheres, face a 2% dos homens, dizem fazê-lo
em casa que a presença masculina continua a todos os dias pelo menos uma hora.11 Assiste-se,
predominar de forma clara; os valores relativos a pois, a uma significativa feminização do trabalho
quem diz nunca fazer reparações em casa são de cuidado, no que a pessoas adultas que exigem
particularmente ilustrativos, uma vez que 92% das cuidados especiais diz respeito.
mulheres dizem nunca o fazer, face a 50% dos
homens que dão a mesma resposta.
HOMENS
Tratar de serviços
12,0
55,2
31,1
comerciais e/ou
1,7
administrativos
11,3
36,2
49,9
Fazer reparações
2,6
0 20 40 60 80 100
MULHERES
Tratar de serviços
52,6
36,5
comerciais e/ou
9,9
1,0
administrativos
92,1
Fazer reparações
0,6
1,4
5,9
0 20 40 60 80 100
Pelo menos uma vez por semana 9 A prestação de cuidados a crianças será objeto de análise na secção
seguinte.
Uma ou duas vezes por mês 10 A prestação de cuidados a pessoas adultas em situação de dependência
Pelo menos uma vez por ano ou incapacidade será um aspeto a merecer desenvolvimento posterior
em termos de análise, atendendo nomeadamente ao envelhecimento da
Nunca sociedade portuguesa.
11 Esta análise reporta-se às pessoas respondentes que dizem realizar este
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. tipo de tarefa todos os dias durante uma hora ou mais, independentemente
do tempo efetivo que lhe dedicam.
OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
15
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
A externalização
das tarefas domésticas
Quem costuma cozinhar é o meu companheiro. Ele
A externalização das tarefas domésticas, através da gosta muito de cozinha e eu não gosto particularmente.
aquisição de serviços pagos prestados por alguém Portanto, a cozinha, na maior parte das vezes, é ele que
exterior ao agregado, é uma prática acessível apenas trata. Depois temos uma pessoa que vai lá a casa duas
a uma minoria dos agregados domésticos. Refira- vezes por semana para as limpezas maiores porque
se, porém, que a externalização destas tarefas não nós, simplesmente, não temos tempo para isso. A roupa,
resolve, antes por vezes acentua, as assimetrias de basicamente, sou eu e a minha mãe, o meu companheiro
género nas famílias. não interfere muito.
Patrícia,
Uma ampla maioria das pessoas declara que, no 39 anos, biparental,
respetivo agregado, nunca recorrem a qualquer 1 filho com 3 anos
serviço externo de apoio às tarefas domésticas. Entre
aqueles que o fazem, a situação mais frequente é o
recurso à compra de comida confecionada pronta a
comer. As outras situações mais frequentes dizem
respeito à lavagem de roupa e à passagem de roupa Temos ajuda externa. Já houve momentos em que não
a ferro; porém, apenas cerca de 4% das pessoas tivemos, e tínhamos a casa muito suja. Porque o critério
inquiridas afirmam recorrer com frequência a estes e o nível da exigência de limpeza de um e de outro não
serviços externos. coincidia... e para o meu marido não era preciso limpar
a banca, não era preciso varrer… e eu não gostava de
Figura 20. Agregados que recorrem a serviços ser sempre eu a varrer. Por isso felizmente podemos ter
externos de apoio às tarefas domésticas, uma empregada e assim temos essa ajuda e dá-nos muita
segundo o tipo de serviço (%) tranquilidade também ao casal, poupa-nos muita discussão.
Ilda,
46 anos, biparental,
Serviço de limpeza filhas com 13 e 12 anos,
96,7
0,8
1,3
1,2
de compras
21,9
57,6
4,0
de roupa a ferro
0% 20% 40% 60% 80% 100%
ganha relevância a resposta de que quem determina
e supervisiona as tarefas desempenhadas pela/o
Com frequência
empregada/o doméstica/o é a respetiva cônjuge ou
Algumas vezes
companheira12 – 28%, face a 6,9% das mulheres que
Raramente
Nunca
dizem ser o seu cônjuge ou companheiro a fazê-lo.
Menos do 7,4
que é justo
19,6 Deve, ainda, ser notado o facto de as mulheres
0% 20% 40% 60% 80%
integradas em agregados com crianças com menos
de 15 anos considerarem, muito mais do que as
Mulheres Homens
restantes (27,2% face a 19,5%, respetivamente),
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. fazer mais do que é justo (oscilação que não se
regista entre os homens). O sentimento de injustiça
face à partilha das tarefas domésticas expresso pelas
mulheres parece pois ser potenciado pela existência
de crianças.
OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
17
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
03.
Maternidade
e paternidade
Nas condições e práticas de exercício da
maternidade e da paternidade reside uma das
dimensões chave de uma efetiva igualdade entre
mulheres e homens.
Figura 22. Agregados domésticos com crianças, Figura 23. Principais formas de prestação de cuidados
segundo o tipo de família (%) às crianças, segundo a idade da criança (%)
3 69,6
0 20 40 60 80 100
Figura 26. Pessoas que prestam cuidados físicos Uma análise por quartis confirma a disparidade de
(dar de comer, dar banho, etc.) a crianças15 género no tempo afeto a prestação de cuidados
todos os dias durante uma hora ou mais, por a crianças. Esta mesma análise permite, ainda,
sexo (população total e pessoas com atividade constatar que, nos dias úteis, 25% dos homens
profissional) (%) dedicam pelo menos 3 horas a cuidados a crianças,
enquanto 25% das mulheres lhes dedicam pelo
menos 4 horas.
16,9
4
7,6
0 5 10 15 20
02:14
Mulheres Homens
03:06
1 – ‘Acompanhar a atividades diárias ou não: ginástica, música,
escuteiros, cinemas, festas, consultas médicas, etc.’
2 – ‘Ler, brincar, conversar’
3 – Acompanhamento escolar: ‘ajudar nos trabalhos de casa,
dar apoio nos estudos, ajudar a fazer outras tarefas escolares’
4 – ‘Cuidar: dar de comer, dar banho, etc.’
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
30,8
Nunca
42,2
Quando o bebé está a dormir faço sempre a sopa, assim o
mais urgente mesmo... não quero que eles estejam sempre
Raramente
34,1
a ver-me a limpar, a fazer coisas da casa, e fiquem a 32,0
pensar: “Quando é que ela vai interagir connosco?” [Antes
de nascer o bebé] tinha tempo de brincar com a minha Algumas 26,4
vezes
filha mais velha... mesmo que estivesse a fazer o jantar, o 19,8
jantar estava a fazer e eu estava a brincar um bocadinho
A maior parte 6,7
com ela e a falar da escola. Já não tenho esse tempo, é das vezes
muito curto esse tempo. Agora estou a mudar a fralda ao 4,4
mano enquanto lhe pergunto como correu a escola... 2,0
Sempre
Palmira, 1,6
38 anos, monoparental, 0 10 20 30 40 50
filha com 5 anos,
filho com 11 meses Mulheres Homens
04.
Tempo
e território
Os usos do tempo de mulheres e de homens têm
de ser pensados à luz dos respetivos contextos
territoriais de residência. Viver numa área
metropolitana, em particular, impõe constrangimentos
específicos, desde logo ao nível da distância
geográfica e/ou dos tempos de deslocação entre os
diferentes espaços em torno dos quais se estruturam
as vidas quotidianas.
Percursos
casa-trabalho-casa
O tempo que se demora habitualmente no percurso Mais para as mulheres (12,3%) do que para os
de casa para o trabalho e do trabalho para casa homens (7,9%), os percursos entre a casa e o
(considerando, naturalmente, apenas as pessoas trabalho e, no regresso, entre o trabalho e a casa
que têm uma atividade profissional) varia, como seria são habitualmente aproveitados para a realização
esperado, de acordo com a área territorial. de outras tarefas. São as mulheres não residentes
em contextos metropolitanos as que mais referem
O tempo de deslocação casa-trabalho-casa é aproveitar o percurso casa-trabalho-casa para fazer
particularmente elevado na Área Metropolitana de outras coisas (13,3%).
Lisboa (AML), tanto para mulheres como, sobretudo,
para homens. Nesta região, uma análise por quartis
revela que 25% das pessoas demora mais de 45
minutos a fazer este percurso; o tempo médio de
deslocação é de 39 minutos para os homens e de
37 minutos para as mulheres. Já no quotidiano da
Área Metropolitana do Porto (AMP) os tempos de
deslocação casa-trabalho-casa são menores, em
média, na ordem dos 25 minutos para os homens
e dos 24 minutos para as mulheres. As diferenças
de género em termos de tempos de deslocação
mantêm-se, de forma ligeiramente acentuada, quando
se considera outras regiões do país onde, em média,
os homens gastam 23 minutos e as mulheres 20
minutos no trajeto casa-trabalho-casa. Considerando
o país no seu conjunto, em média, os homens gastam
28 minutos e as mulheres gastam 26 minutos na
deslocação casa-trabalho-casa.
26 OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
Figura 33. Principais atividades realizadas no Para quem rentabiliza o trajeto casa-trabalho-casa,
percurso casa-trabalho-casa, segundo o sexo, no as atividades realizadas com maior frequência
total do país, na AML, na AMP e noutras regiões são, sobretudo, ir levar/buscar crianças (filho/a(s),
do país (%) neto/a(s) ou outras crianças) à creche/infantário/
escola (atividade em relação à qual a disparidade de
género é particularmente evidente) e ir às compras.
TOTAL
DO PAÍS Considerando as áreas territoriais em análise, verifica-
55,1 -se que na AMP assume uma maior importância
Fazer
compras ir levar/buscar crianças à creche/infantário/escola,
50,7 enquanto na AML e nas restantes regiões do país é
mais frequente a ida às compras. Com exceção da
Ir levar/buscar 52,3 ida às compras fora das áreas metropolitanas, mais
as crianças à escola
34,5 mulheres do que homens aproveitam o percurso
0 20 40 60 80 casa-trabalho-casa tanto para ir levar/buscar crianças
à creche, ao infantário ou à escola como para ir às
ÁREA compras.
METROPOLITANA
DE LISBOA
Fazer 57,5
compras
38,5
Ir levar/buscar 44,3
as crianças à escola
34,7
0 20 40 60 80
ÁREA
METROPOLITANA
DO PORTO
Fazer 30,4
compras
20,0
Ir levar/buscar 75,0
as crianças à escola
53,3
0 20 40 60 80
OUTRAS
REGIÕES
DO PAÍS
Fazer 57,4
compras
63,6
Ir levar/buscar 52,8
as crianças à escola
31,2
0 20 40 60 80
Mulheres Homens
TOTAL ÁREA
DO PAÍS 1 15,5 METROPOLITANA 1 11,1
ÁREA 15,3 11,1 14,5
METROPOLITANA 1 DO PORTO
DO PORTO 14,5
30,9 22,1
2 2
22,131,3 28,2
2
28,2 80,5 81,9
3 3
65,9 81,9 63,4
3
35,1 63,4 33,2
4 4
20,1 33,2 19,5
4
19,5 53,7 56,0
5 35,7 5
56,0 41,0
5
41,047,6 41,8
6 28,0 41,8 6 28,6
6 28,6
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
ÁREA OUTRAS
METROPOLITANA 1 32,9 REGIÕES 1 11,6
OUTRAS 31,4 10,5
DE LISBOA
REGIÕES 1 11,6 DO PAÍS
DO PAÍS 10,5 43,2 28,0
2 2
2
28,0 41,9 27,4
27,4 82,9 78,9
3 3
66,5 78,9 66,1
3
50,5 66,1 30,4
4 4
34,3
30,4 16,2
4
16,2 70,7 47,1
5 48,4 5 30,8
47,1
5 30,8 72,3 40,6
6 46,6 6 22,6
40,6
6 22,620
0 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Mulheres Homens
ÁREAMulheres Homens
METROPOLITANA 1 11,1 1 – ‘Estudar e/ou telefonar / tratar de assuntos relacionados
DO
1 PORTO e/ou telefonar / tratar
– ‘Estudar 14,5
de assuntos relacionados com o estudo’
com o estudo’ 22,1 2 – ‘Fazer telefonemas de trabalho e/ou tratar
2 – ‘Fazer telefonemas2de trabalho de assuntos profissionais’
28,2 e/ou tratar
de assuntos profissionais’ 3 – ‘Ler, ouvir música, ver TV’
3 – ‘Ler, ouvir música,3ver TV’ 81,9 4 – ‘Acompanhar os trabalhos de casa de filho/a(s),
63,4
4 – ‘Acompanhar os trabalhos de casa de filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s)’
neto/a(s) ou outra(s) criança(s)’
33,2 Se
5 – o‘Ler,
meubrincar,
marido estivercom
conversar de serviço,
filho/a(s),normalmente
neto/a(s) começo
5 – ‘Ler, brincar, conversar
4 com filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s)’
ou outra(s) criança(s)’ 19,5
a6 –adiantar o jantar. Enquanto o jantar está ao
‘Cuidar de filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s) lume, pego
6 – ‘Cuidar de filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s)
56,0 nas(dar-lhes
minhasde comer,
duas dar-lhes
filhas banho,
e espeto cometc.)’
elas na banheira, a
(dar-lhes de comer, 5 dar-lhes banho, etc.)’
41,0 tomar banho. Trabalho de casa é fazer a seguir enquanto
6
41,8 eu acabo de fazer o resto do jantar. Se o outro filho tiver
28,6
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015. alguma dúvida, também terei de dar assistência. Se o meu
0 20 40 60 80 100
marido estiver em casa, ele já me apoia nesse sentido: fica
ele a fazer o jantar, eu pego nelas e dou-lhes banho. Estou
OUTRAS na calma a fazer os trabalhos de casa da do meio, ajudo
REGIÕES 1 11,6
DO PAÍS 10,5 o mais velho também. Arrumo qualquer coisa que tenha
2
28,0 para arrumar. Trato da roupa. Ponho uma máquina a
27,4
lavar. Ou se tiver que recolher alguma que tenha na corda.
78,9
3
66,1
Depois vamos jantar.
30,4 Filipa,
4
16,2 32 anos, biparental,
47,1 filho com 14 anos,
5 30,8 filhas com 5 e 1 anos
40,6
6 22,6
0 20 40 60 80 100
Mulheres Homens
OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
29
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
ÁREA
17,7
30 OS USOS
ÁREA
DO TEMPO
METROPOLITANA
DE HOMENS 1
17,7
METROPOLITANA
DE LISBOA
1
21,0
E DE MULHERES
DEPORTUGAL
LISBOA 21,0 9,7
EM 2
9,7 13,7
Policy Brief 2
13,7 13,4
3
13,4 16,5
3
16,5 31,3
4
Figura 35. Pessoas
4
que consideram que, num
31,3 36,8
dia normal, as suas ocupações diárias36,8
entram 5
32,3
36,0
32,3
‘em choque’ com5 o horário do/a cônjuge/a
36,0 / 30,8
6
companheiro/a e/ou
6
o horário de serviços
30,8 vários, 31,4
31,4AML, na
segundo o sexo, no total do país, na 49,6
7
49,6 45,0
AMP e noutras regiões
7 do país (%) 45,0 0 10 20 30 40 50
0 10 20 30 40 50
TOTAL ÁREA
DO PAÍS 14,5 METROPOLITANA 11,9
ÁREA 1 1
11,915,5 DO PORTO 13,2
METROPOLITANA 1
DO PORTO 13,2
11,5 8,7
2 2
11,9
8,7 6,6
2
6,6 14,0 9,9
3 3
9,9 15,0 11,0
3
11,0 24,2 17,9
4 4
17,9 27,4 21,3
4
5
16,3 21,3 5
11,4
11,4 18,2 18,0
5
6
13,818,0 6
11,4
13,6
11,4 10,8
6
10,8 25,5 12,3
7 7
12,3 27,9 18,2
7
0 10 18,2 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 10 20 30 40 50
ÁREA OUTRAS
METROPOLITANA 17,7 REGIÕES 13,4
OUTRAS 1 1
DE LISBOA 13,4 21,0 DO PAÍS 13,1
REGIÕES 1
DO PAÍS 13,1
9,7 13,5
2 2
13,7
13,5 12,5
2
12,5
13,4 15,6
3 3
16,5
15,6 15,4
3
15,4 31,3 22,6
4 4
22,6 36,8 24,4
4
24,4 32,3 12,4
5 5
12,4 36,0 13,1
5
13,1 30,8 10,2
6 6
10,2 31,4 10,5
6
10,5 49,6 19,6
7 7
19,6 45,0 23,1
7
0 10 23,1
20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
0 10 20 30 40 50
Mulheres Homens
ÁREAMulheres Homens
METROPOLITANA 1 11,9 1 – ‘Horário de funcionamento de serviços de lazer e cultura
DO PORTO 13,2 (piscina, biblioteca, ginásio, etc.)’
1 – ‘Horário de funcionamento de serviços de lazer e cultura
8,7
(piscina, biblioteca,2 ginásio, etc.)’ 2 – ‘Horário dos transportes públicos’
2 – ‘Horário dos transportes 6,6 públicos’ 3 – ‘Horário de funcionamento das lojas’
3 – ‘Horário de funcionamento 9,9das lojas’ 4 – ‘Horário de funcionamento dos serviços administrativos
3 (correios, finanças, bancos, etc.)’
4 – ‘Horário de funcionamento 11,0dos serviços administrativos
(correios, finanças, bancos, etc.)’
17,9 5 – ‘Horário da escola do/a(s) filho/a(s), neto/a(s)
5 – ‘Horário da escola 4do/a(s) filho/a(s), neto/a(s)
21,3 ou outra(s) criança(s) a cargo’
ou outra(s) criança(s) a cargo’ 6 – ‘Horário do jardim de infância, da creche,
11,4 da ama do/a(s) filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s) a cargo’
6 – ‘Horário do jardim 5de infância, 18,0
da creche,
da ama do/a(s) filho/a(s), neto/a(s) ou outra(s) criança(s) a cargo’ 7 – ‘Horário de trabalho do/a cônjuge / companheiro/a’
7 – ‘Horário de trabalho 11,4
6 do/a cônjuge / companheiro/a’
10,8
7
12,3
18,2
Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
0 10 20 30 40 50
OUTRAS
REGIÕES 13,4
1
DO PAÍS 13,1
2
13,5
12,5
3
15,6
15,4
4
22,6
24,4
5
12,4
13,1
6
10,2
10,5
7
19,6
23,1
OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
31
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
39,4
37,7 Outras regiões 47,1
Total do país
do país 40,4
30,2
28,0 0 20 40 60
A noção de, durante os dias de semana, o tempo não Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
chegar para fazerem tudo o que queriam é expressa
por cerca de 43% das mulheres residentes na AMP
e 47% das mulheres nas outras regiões do país; na
AML são cerca de 57% as mulheres, face a 45% dos
homens, que exprimem esta perceção. Considerando
o país, no seu conjunto, quase metade das mulheres
(48,9%) e 42% dos homens consideram não ter
tempo suficiente para fazer tudo o que queriam nos
dias de semana.
26 Ou dias de descanso.
25 Estas percentagens resultam da agregação de dois níveis da escala: 27 Estas percentagens resultam da agregação de três níveis da escala: ‘sim,
‘concordo totalmente’ e ‘concordo’. todos os dias’, sim, com frequência’ e ‘sim, algumas vezes’.
32 OS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES
EM PORTUGAL
Policy Brief
Seja durante a semana, seja ao fim de semana, Figura 38. Pessoas que sentem que andam
as mulheres com atividade profissional são o apressadas todos os dias ou com frequência,
grupo que em maior proporção expressou estes segundo o sexo, no total do país, na AML, na
constrangimentos de tempo. AMP e noutras regiões do país (%)28
televisão – tudo isso ficou para trás. Fonte: Inquérito Nacional aos Usos do Tempo, 2015.
Ilda,
46 anos, biparental,
filhas com 13 e 12 anos,
filho com 9 anos
Perista, Heloísa (2013), Living with Science: Time for Care and Career
Progression. A Gendered Balance?. Saarbrücken: Lambert Academic
Publishing.
Wall, Karin; Aboim, Sofia; Cunha, Vanessa (orgs.) (2010), A Vida Familiar
no Masculino: Negociando Velhas e Novas Masculinidades. Lisboa:
Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.
INQUÉRITO
NACIONAL
AOS USOS
DO TEMPO
DE HOMENS
E DE MULHERES