PROTOCOLO CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE DE PACIENTE CRÍTICO
POP Elaborado por: Paulo Cesar Gottardo/ Elaborado em:
Terapia Fabiana Fernandes de Araújo 12/04/2018
Intensiva 1ª Revisão: André Macedo Revisado em 04/02/2021
nº Por Fabiana Araújo
01/2021
OBJETIVO:
✓ O objetivo básico do Protocolo de Admissão em Unidade de Terapia Intensiva é
definir um fluxo básico para o processo de entrada do paciente, definindo as
prioridades de atendimento e as condutas mínimas e básicas para o atendimento
desses pacientes.
CONCEITOS:
Paciente crítico ou gravemente enfermo:
✓ Define-se como paciente crítico ou gravemente enfermo aquele que apresenta
instabilidade ou risco de instabilidade de sistema vital com risco de morte. Esses
pacientes podem sofrer deterioração de uma ou mais funções dos órgãos vitais,
como instabilidade cardiovascular, respiratória, neurológica, renal, metabólica, ou
apresentar patologias que possam levar à instabilidade desses sistemas.
Público Alvo:
• A UTI Adulto devem assistir pacientes graves ou potencialmente graves com idade
igual ou superior a 18 (dezoito) anos.
• Em caso de indisponibilidade de leitos de UTI Pediátrica, a UTI Adulto, deverá admitir
pacientes com mais de 12 anos. A delimitação por idade é essencial para garantir
equipe multidisciplinar adequadamente especializada para a assistência desses
pacientes.
• O atendimento em terapia intensiva de pacientes entre 12 e 18 anos deve ser
realizado preferencialmente por pediatras.
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04 Esses pacientes devem ter uma prioridade intermediária, sempre sendo admitidos
quando houver vaga disponível, sem que pacientes com maior prioridade estejam
competindo pelo mesmo leito e não houver outro disponível. Nos casos que não houver
disponibilidade de leitos deve ser encaminhado para Regulação de leitos.
05 Deveriam ser encaminhados para Unidades de Cuidados Paliativos. Sempre deve
ser abordado previamente ao encaminhamento para UTI por equipe multidisciplinar,
incluindo Assistência Social e Psicologia, sobretudo, sempre e quando possível por médico
Paliativista (ou geriatra na falta deste).
o Sempre deve ser evitado o encaminhamento desse paciente para UTI, a não
ser que não haja pacientes com maior prioridade, onde as vagas de UTI sejam
mais efetivas em melhorar e ampliar a vida. Portanto, caso seja possível
otimizar tratamento em enfermaria, com medidas individualizadas, essas
podem ser uma alternativa (quando não houver vagas em UTI ou obtidas
pela regulação de leitos, o que é o mais propício para esses pacientes).
Condições que contra-indicam a admissão em UTI:
✓ Dano cerebral irreversível;
✓ Doença cardíaca, respiratória ou hepática terminal sem indicação para transplante;
✓ Neoplasia metastática não responsiva à quimioterapia, radioterapia ou ambas;
✓ Paciente com coma não traumático em estado vegetativo persistente;
✓ Incapacidade grave com baixa qualidade de vida.
• As decisões sobre admissão e alta em UTI devem ser feitas de forma explícita, sem
discriminação por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação
sexual, idade, condição social, opinião política, deficiência, ou quaisquer outras formas
de discriminação.
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Fluxos de admissão:
✓ Os pacientes sempre que possível devem ser levados para UTI após estabilização
hemodinâmica e ventilatória (ao menos até o máximo de otimização possível que
garanta segurança para o transporte intra-hospitalar). O paciente sempre deve ser
acompanhado por médico, que deve passar o caso para o médico plantonista da
UTI.
Exames complementares:
✓ devem ser individualizados, porém, alguns são básicos e devem ser realizados em
todos pacientes ao menos na internação, a seguir descritos:
i) Hemograma
ii) Coagulograma
iii) Creatinina
iv) Uréia
v) Eletrólitos: sódio, potássio, magnésio, cálcio, fósforo
vi) Gasometria (dependendo da circunstância pode ser venosa, ou ambas em pacientes
com choque circulatório)
vii) Lactato
viii) Transaminaases (ALT e AST)
ix) Bilirrubina Total e Frações
x) Proteínas totais e frações
xi) Glicemia
Referência bibliográfica:
American College of Critical Care Medicine, Society of Critical Care Medicine. Crit
Care Med. 1999. 27(3):633-8
6. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 895, de 31 de março de 2017. Institui o
cuidado progressivo ao paciente crítico ou grave com os critérios de elegibilidade
para admissão e alta, de classificação e de habilitação de leitos de Terapia Intensiva
Adulto, Pediátrico, Unidade Coronariana, Queimados e Cuidados Intermediários
Adulto e Pediátrico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da
União. 3 abr. 2017;1(64):78.
7. NAICU/ Management Protocol/ Admission Discharge and Triage /August 2006
8. Protocolo de Admissão e Alta do Hospital Sírio Libanês, revisado 20/01/2017
9. SIAARTI guidelines for admission to and discharge from Intensive Care Units and for
the limitation of treatment in intensive care. Minerva Anestesiol 2003;69:101-18
10. Society of Critical Care Medicine Ethics Committee: Consensus Statement on the
Triage of Critically Ill Patients. JAMA 1994; 271(15):1200-1203
11. Sprung CL, Geber D, Eidelman LA et al: Evaluation of triage decisions for
intensive care admission. Crit Care Med 1999; 27(6):1073-1079
12. Truog RD, Brook DW, Cook DJ et al: Rationing in the intensive care unit. Crit Care Med
2006; 34(4):958-963