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6ª Aula – Grelha de Ponte

TC 071 – PONTES E ESTRUTURAS ESPECIAIS II


6ª AULA (26/08/2.010)

GRELHA DE PONTE

Para facilitar o entendimento as próximas explicações serão dadas


utilizando um exemplo numérico.
Considere a ponte em grelha da figura, onde as longarinas têm L = 20 m,
seção transversal com 40 cm x 120 cm e espaçamento entre elas a = 4 m e
a seção da transversina do meio do vão com 25 cm x 80 cm. Concreto C30
(fck = 30 MPa; Ecs = 2.600 MPa).

a
a V4
Transversina
a V3
V2
V1 P

L/2

L
L/2

a) Apoios elásticos proporcionados pelas longarinas na transversina

a.1) Cálculo da rigidez a flexão das longarinas


Para a carga concentrada (P = 1 tf) aplicada no meio do vão de uma
longarina considerada isolada, o deslocamento no meio do vão resulta:

P=1 tf (E.I)L
Do FTOOL
δV1 = f = 0,1113 cm/tf
A f B

L/2 L/2
E para a rigidez resulta:
1 1
κV1 = =
δV1 0,1113

κ V 1 = 8,985tf / cm

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- Esquema de cálculo da transversina com os apoios elásticos

V1 V2 V3 V4
k=

a.2) Comportamento da transversina sob a ação de uma carga aplicada


sobre a transversina

a.2.1) Carga concentrada P=1,0 tf aplicada no cruzamento com a viga V1

- Reações de apoio

R1 = 0,821 tf, R2 = 0,270 tf, R3 = -0,002 tf e R4 = -0,089 tf


ΣRi = 1,0 tf

- Linha elástica da transversina

δ11= 0,0913 cm, δ21= 0,0300 cm, δ31= 0,0002 cm, δ41= -0,0099cm

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- Diagrama de momentos fletores

- Diagrama de forças cortantes

a.2.2) Carga concentrada P=1,0 tf aplicada no cruzamento com a viga V2

- Reações de apoio

- Linha elástica da transversina

δ1 = +0,0301 cm, δ2 = +0,0510 cm, δ 3 = +0,0305cm, δ4 = -0,0002 cm

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- Diagrama de momentos fletores

M22 = 1,08 tf.m

- Diagrama de forças cortantes

a.2.3) Carga concentrada P=1,0 tf aplicada num ponto intermediário da


transversina

- Reações de apoio

- Linha elástica da transversina

δ1 = +0,0581 cm, δ2 = +0,0444 cm, δ 3 = +0,0151cm, δ4 = -0,0063 cm

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- Diagrama de momentos fletores

M2 = +0,09 tf.m

- Diagrama de forças cortantes

b) Rigidez dos apoios elásticos produzidas pela transversina nas


longarinas

b.1) Para a longarina V1


Considerando a transversina sem o apoio da V1, aplica-se uma carga
unitária (P = 1 tf) no ponto de cruzamento da V1 com a transversina e
calcula-se (p. ex., través do programa FTOOL) o deslocamento nesse
ponto.
Não se considera aqui o apoio elástico da V1 para se obter a rigidez
proporcionada apenas pela transversina e pelas longarinas V2, V3 e
V4.

δ11=0,509 cm

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A rigidez é o inverso da flexibilidade (deslocamento para uma carga


unitária):
1 1
κ T1 = = = 1,965tf / cm
δ 11 0,509
Essa rigidez representa a força necessária para produzir um
deslocamento unitário (δ = 1 cm) na extremidade 1 (sem apoio) da
transversina.

No meio do vão da longarina V1 se tem um apoio elástico com rigidez κ


= κT1 = 1,965 tf/cm. Apoio este proporcionado pela rigidez da
transversina mais as longarinas V2, V3 e V4. O esquema de cálculo da
longarina V1, fica então:

Qual a força a ser aplicada no meio do vão da V1 para produzir um


abaixamento de 1 cm?
Essa força é a soma da rigidez da própria V1 com a rigidez do apoio
que a transversina e as outras longarinas oferecem no meio do vão,
assim:
F = κV1 + κT1 = 8,985 tf/cm + 1,965 tf/cm F = 10,95 tf/cm

δ1 = 1,0 cm

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b.1) Para a longarina V2


Considerando a transversina sem o apoio da V2, aplica-se uma carga
unitária (P = 1 tf) no ponto de cruzamento da V2 com a transversina e
calcula-se (p. ex., través do programa FTOOL) o deslocamento nesse
ponto.
Não se considera aqui o apoio elástico da V2 para se obter a rigidez
proporcionada apenas pela transversina e pelas longarinas V1, V3 e
V4.

δ22=0,0941 cm

1 1
κT 2 = = = 10,627tf / cm
δ 22 0,0941

Essa rigidez representa a força necessária para produzir um


deslocamento unitário no ponto 2 (sem apoio) da transversina.

-No meio do vão da longarina V2 se tem um apoio elástico com rigidez


κ = κT2 = 10,627 tf/cm. Apoio este proporcionado pela rigidez da
transversina mais as longarinas V1, V3 e V4.

Qual a força a ser aplicada no meio do vão da V2 para produzir um


abaixamento de 1 cm?

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Essa força é a soma da rigidez da própria V2, com a rigidez do apoio


que a transversina e as outras longarinas oferecem no meio do vão,
assim:
F = κV2 + κT2 = 8,985 tf/cm + 10,627 tf/cm F = 19,612 tf/cm

δ2 = 1,00 cm

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