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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Polo de Itaquaquecetuba

Curso: HISTÓRIA

A homenagem paulista para a Independência do Brasil:

O processo legislativo para construção de um monumento no Ipiranga

Grazieli Barbosa Bergamini de MELO


Grazieli Barbosa Bergamini de Melo

A homenagem paulista para a Independência do Brasil:

O processo legislativo para construção de um monumento no Ipiranga

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade Paulista como requisito à
obtenção do título de Licenciatura em História.

Orientador: Profª. Camila C. Souza Lima.

Itaquaquecetuba

2019

1
SUMÁRIO

Resumo........................................................................................................................3

Introdução….................................................................................................................4

1. Capítulo I - Percurso para Independência..............................................................5

1.1. Proposta para um Monumento.........................................................................7

1.2. Obtenção de recursos.....................................................................................9

2. Capítulo II - O edifício-monumento.......................................................................11

2.1. Centenário da Independência........................................................................12

3. Capítulo III - O concurso.......................................................................................13

3.1. Ettore Ximenes...............................................................................................15

3.2. O monumento.................................................................................................17

Considerações finais..................................................................................................19

Referências bibliográficas..........................................................................................21

2
Resumo

A organização do processo da homenagem qu e a província de São Paulo promoveu,


para comemorar a independência do Brasil, aponta um contexto político dentro desta
sociedade. Este trabalho propõe apresentar o desenvolvimento dos acontecimentos
após o “grito”, às margens do rio Ipiranga, e em especial a construção de um
monumento em homenagem ao ato de D. Pedro I. Ao analisarmos as fontes
bibliográficas, teremos uma visão do comportamento político da época, explorar
como o processo de independência ocorreu e as manobras políticas, para a
concretização do projeto. Com os dados, veremos uma construção ideológica para a
emancipação do Brasil, no primeiro momento, relembraremos os motivos que
antecederam a independência, como o contexto político da chegada da família real
portuguesa. Após essa análise, faremos um recorte para a província de São Paulo.
Nessa delimitação, tomaremos como partida as discussões na Assembleia
Provincial, as tramitações de leis, projetos de leis, o edital para o concurso e su a
repercussão. No fim, teremos uma visão das teias que se formaram para a
concretização do projeto com a sua inauguração no centenário da independência e a
interpretação contemporânea.

Palavra-chave: Independência do Brasil, Monumento do Ipiranga, Província de São


Paulo

3
Introdução

Iniciaremos lembramos da pressão que as tropas napoleônicas, infligiram


invadir para invadir Portugal e conquistar seu território, e isso levou a família real
e toda a corte para a colônia mais próspera, o Brasil. A transferência do governo
português, mostrou uma engenhosidade nunca vista. Porém, os desdobramentos da
política comercial, com a abertura dos portos para as nações amigas e a elevação
do Brasil à vice-reino, contribuíram para certa autonomia dos comerciantes
brasileiros.

Contudo, com o fim do perigo da França, tomar o poder na Europa, é exigido


à volta da família real portuguesa e de toda a corte, para Lisboa. A manobra política
encontrada por D. João foi deixar seu filho, D. Pedro, como príncipe regente do
Brasil, seu objetivo era manter o controle português nos assuntos do Brasil,
principalmente, porque ao longo de aproximadamente treze anos, esta colônia se
desenvolveu de forma notável.

Em Portugal, a Revolução do Porto, exigia uma nova Constituição que, dentre


outros pedidos, o Brasil deveria ser “recolonizado”. Este ato, não foi bem aceito
pelos brasileiros e ingleses, pois afetava ambos economicamente. Sendo assim,
começou no Brasil, uma campanha para que D. Pedro não aceitasse os decretos e
leis impostas ao Brasil.

Sondaremos as cartas de D. Pedro I ao Rei D. João VI, a partir de 1821,


identificando as intenções que levaram à independência. Mostraremos as
consequências na província de São Paulo, após o início do império do Brasil, pois no
meio político, os pronunciamentos na Assembleia Provincial se davam em manter o
“grito da independência”, efetuado no solo paulista, vivo na memória popular. Vamos
analisar os motivos que os levaram a querer que, a colina do Ipiranga se tornasse
um “lugar de memória” e fazer com que o senso de continuidade histórica fosse
assegurado.

4
Procuraremos entender, o porquê um monumento, segundo a sociedade da
época, deveria a homenagem apropriada, e por que evidenciar a importância de ter
São Paulo como principal cenário deste acontecimento. Apesar dos esforços, o
governo estadual e municipal não dispunha de capital. Sendo assim, foi necessário a
arrecadação de recursos, e o meio encontrado foi o uso de loterias. Iremos entender
como se iniciou essa prática no Brasil e seu resultado, em relação ao projeto do
monumento. Analisaremos também o edital do concurso para centenário da
independência, algumas repercussões e críticas, a seu ganhador Ettore Ximenes, e
os percalços para sua inauguração. A finalidade é entender como o processo
legislativo se desenvolveu mediante a um pedido de personalidades notáveis da
sociedade paulista.

5
1 – Capítulo I - Percurso para Independência

A mudança da política comercial no Brasil em 1808, modificou a economia em


todo território colonial. A abertura dos portos para nações amigas foi uma das
medidas importantes para o Brasil. Após a chegada da família real portuguesa, o
comércio que até então, era exclusivo com a metrópole, ganha um entusiasmo.
Tudo isso, modificou a mentalidade da sociedade da época, outra mudança
significativa ocorreu em 1815, com a elevação para vice-reino, que se chamou Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Após a derrota da França, o território português não corria mais perigo,


consequentemente, foi solicitado pelos deputados portugueses, o retorno de D. João
VI e da corte para a capital, através de uma Assembleia Constituinte através da
Revolução do Porto. Foi solicitado também, através dessa Assembleia, a volta do
Brasil para uma colônia da metrópole. Porém, essa segunda solicitação não foi
atendida. D. Pedro, fica no Brasil como príncipe regente, cuidando dos interesses da
monarquia portuguesa. Ao chegar o decreto vindo de Portugal, solicitado o retorno
de D. Pedro, Ferreira e Berbel nos mostram que:

Nesse dia, após um motim de soldados, comerciantes,


pequenos proprietários e outros segmentos sociais, os
manif estantes exigiram uma série de providencias: a
suspensão dos decretos de 18 f evereiro em que se
determinada o retorno de D. Pedro a Lisboa e a criação de
uma comissão para elaborar uma constituição para o Brasil;
(Ferreira e Berbel, 2011, p. 79)

Contudo, em uma carta enviada à D. João em 4 de outubro de 1821, D. Pedro


dizia “...Juro ser sempre fiel à V. M., à nação e a constituição portuguesa...”1. Há
também uma proclamação de D. Pedro, pedindo aos fluminenses que sossegassem
que a sua honra estava atrelada a obedecer e respeitar as vontades do seu rei e pai,
e os chamou de “cabeças esquentadas”.

1 BRASIL, Pedro I Imperador do, 1916, p. 29


6
Com isso, nota-se a vontade de D. Pedro respeitar as leis que lhes eram
imputadas pela corte portuguesa, prendendo alguns que seriam “promotores da
conspiração”. Entretanto, com o passar dos meses as cartas tomaram outro rumo,
apesar de, continuar defendendo o pai e a coroa portuguesa, porém, a carta enviada
à D. João XI, datada de 19 de junho de 1822, faz lembrar as palavras do se pai a
ele:

“Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me has


de respeitado que para algum desses aventureiros.”
(BRASIL, Pedro I Imperador do, 1916, p.114)

D. Pedro narra às decisões, os decretos e às intempéries ao pai em cartas, o


desenvolvimento da ideia de independência nele, não ocorreu instantaneamente, foi
uma construção. Essa elaboração, fez com que as províncias e seus representantes
ganhassem notoriedade. Os interesses dos brasileiros e dos ingleses pesavam
contra a decisão de continuar aceitando as imposições de Portugal.

A independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, no entanto, indicou os


rumos políticos que estavam prestes a acontecer. O acontecimento da criação do
Império do Brasil às margens do riacho do Ipiranga, não foi grandioso como a
história remonta. Segundo Oliveira (2011) não teve repercussão no momento de su a
ocorrência. Além de não merecer acolhida especial da parte dos inúmeros e
atuantes jornais que circulavam na Corte do Rio de Janeiro e em várias outras
regiões do então Reino do Brasil.

1.1 - Proposta para um monumento à independência

O deputado Antônio da Silva Prado propôs ao governo provisório da província


de São Paulo, a construção de um monumento à independência, em 1823, esse
monumento deveria destacar a importância do episódio e se tornasse
comemorativo2. A intenção era colocar a província de São Paulo em evidência. De

2 CAVALLI, 2010, p. 3.
7
acordo com Oliveira (2011) a pretensão paulista, portanto, era erguer na cidade de
São Paulo o maior e mais conhecido monumento escultórico brasileiro em
comemoração à independência do Brasil. Porém. Mas, apenas em 1855, foi
decretado a Lei n°26 da Assembleia Provincial que, concretizava o desejo dos
paulistas. A lei contém os seguintes artigos:

Art. 1.° - Levantar-se-ha na colina do Ypiranga, onde o


Senhor D. Pedro I Proclamou a Independencia do Brazil, um
monumento de memoria d'esse grandioso acto segundo o
plano que f ôr dado pelo Governo Imperial á sollicitação do
Presidente da Provincia.
Art. 2.° - Na realização da obra-se executará o seguinte:
§ 1.° - O monumento será collocado em uma vasta praça, e
d'ella partirá uma rua em linha recta ao ponto mais proximo
da capital.
§ 2.° - Os terrenos lateraes da dita praça, e rua serão
concedidos pelo Governo Provincial gratuitamente, e sómente
a pessoas que se obriguem a edif icar n'elles prédios
conf orme o plano que f ôr designado pelo mesmo governo.
§ 3.° - Ficam por utilidade publica decretadas as
desapropriações que o cumprimento da presente lei exigir.
§ 4.° - Para occorrer as despezas abrir-se-ha uma
subscripção n'esta provincia para a qual serão convidados a
concorrer voluntariamente todos os cidadãos com o donativo
que lhes aprouver sendo o producto recolhido a Fazenda
Provincial.
§ 5.° - Serão tambem convidados a subscrever o municipio
neutro, e todas as outras povoações do Imperio, entendend o -
se para esse f im o Presidente da Provincia com o Governo
Imperial e Presidentes das demais Provincias.
§ 6.° - Haverá n´esta capital uma commissão de nove
membros, nomeados pelo Governo Provincial, logo qne se
publique esta lei.
§ 7.° - Essa commisão f ica encarregada de promover as
subscripções na Provincia, e de nomear, e demittir os
adminidradores, engenheiros, e outros quaesquer
empregados, e curar de tudo quanto f ôr concernente a
realisação da obra.
§ 8.° - A conslrucção do monumento terá principio no dia s et e
de Setembro do corrente anno em que se lançará a primeira
pedra.
§ 9.° - Se depois de concluida a obra se verif icar a existencia
de sobras das quantias subscriptas serão ellas destinadas
pelo Governo de intelligencia com o Prelado da Diocese na
edif icação d'um Templo na praça do Ypiranga.

8
Art. 3.° - Ficam revogadas as disposições em contrario. 3
(SÃO PAULO, 1912, p.156)

O projeto da homenagem era ambicioso. Não apenas o monumento seria


construído, mas também uma praça, e se restasse alguma quantia da arrecadação,
futuramente uma igreja, que não conseguiu ser implantada. A localização de onde
foi dado o “brado” designou-se para este fim, também incluiu alguns terrenos
particulares adjacentes.

O artigo sete, fala da abertura de uma comissão, que seria auxiliada pela
câmara municipal da cidade de São Paulo, dando-a certa autonomia para a
execução do projeto. Nesta comissão, surgiu a ideia de que não apenas uma obra
escultural deveria ser construída, mas também a criação de um aparato que
abarcasse uma proposta cultural e educacional4.

Sendo assim, o projeto do monumento ramifica-se entre o edifício-monumento


(hoje o Museu Paulista), o parque da independência (inaugurado em 1909) e o
monumento do Ipiranga (construção para comemorar o centenário da
independência). Entretanto, os recursos eram escassos, então as loterias tiveram
um papel fundamental na construção do plano paulista.

1.2 - Obtenção de recursos

Segundo Loner (2014) o uso de loterias no Brasil começou em 1784, na


capitania de Minas Gerais, pelo governador Luiz da Costa Menezes. Seu objetivo
era financiar a construção de um prédio público em Vila Rica. Essa prática se
difundiu pelas províncias e foi regulamentada por D. Pedro II somente em 1844.

3 https://www.al.sp.gov.br/norma/139869
4 https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=312863
9
Apesar disso, em 1880, foi aprovada a Lei n°495 que, concedia três loterias
para a construção do monumento do “Ypiranga”. Esses bilhetes, também foram
vendidos em outros estados. Apesar de, a finalidade ser a construção do
monumento para uma homenagem nacional à independência, pessoas de várias
classes sociais compravam os títulos, e enxergavam a chance de ganhar uma alta
soma, os escravos eram consumidores também dos bilhetes, e alguns ganharam o
prêmio da loteria do Ipiranga.

O f ato é que alguns desses trabalhadores escravizados


terminavam conseguindo comprar sua liberdade com
recursos ganhos na loteria, individualmente ou em sociedade
com outros. A própria Loteria do Ipiranga não contemplou
escravizados apenas em Pelotas, mas também em outras
províncias . (LONNER, 2014, p. 19)

Houve discussões entre os deputados sobre a aplicabilidade do recurso, pois


foi arrecado uma grande soma, por isso, em 1885 a Lei n°636, que regulamentava a
aplicação da lei n° 10 de 1881, que incluiu a instalação de um estabelecimento de
ensino científico com o recurso das loterias.

Art. 1.° - A lei n. 10, de 13 de Fevereiro de 1881 será


executada da seguinte f órma:
Art. 2.° - Os dinheiros resultantes do benef icio das loterias do
Ypiranga, concedidas pela lei n. 49, de 6 de Abril de 1880
para construcção de um monumento no Ypiranga, serão
applicados pelo presidente da provincia, de accôrdo com a
respectiva commissão, a f undação de um estabelecimento de
ensino scientif ico.
Art. 3.° - O ensino comprehenderá todas as disciplinas
ordinariamente designadas sob o titulo de-sciencias physicas
e mathematicas e sciencias naturaes, e será distribuido em
duas categorias: uma imminentemente theorica e outra
essencialmente pratica com applicação ás industrias, ás artes
e á agricultura.
Art. 4.° - Com a construcção do edif icio não se dispenderá
quantia superior a mil contos de réis, nem mais de
quatrocentos com a installação dos gabinetes, laboratorios,
collecções e bibliothecas.
Art. 5.º - Fica o presidente da provincia autorisado a nomear
uma commissão que elabore o plano de ensino que tem de

5 https://www.al.sp.gov.br/norma/138762
6 https://www.al.sp.gov.br/norma/138982
10
ser dado nesse instituto.
Art. 6.º - Na distribuição do ensino pratico seguir-se-ha, tanto
quanto f ôr applicavel ás condições do paiz, o plano dos
institutos technicos da Inglaterra, França, Allemanha e
Estados-Unidos.
Art. 7.º - Para o provimento das diversas cadeiras f ica o
presidente da provincia autorisado a contractar no paiz ou no
estrangeiro, prof essores com as habilitações reconhecidas. O
contracto não poderá exceder o prazo de dez annos.
Art. 8.º - Elaborado o plano de ensino e approvado pelo
presidente da provincia, só poderá ser alterado depois de
constituida a directoria do estabelecimento scientif ico sob
proposta desta e ouvido o conselho administrativo.
Art. 9.º - Construido o edif icio e installados os cursos, se
constituirá com o restante do producto d as loterias um
patrimonio em apolices da divida publica.
Art. 10. - A administração technica do estabelecimento
compete ao director e prof eesores, de conf ormidade com o
regulamento que será proposto por elles e approvado pelo
conselho administrativo composto de vinte membros
nomeados pelo presidente da provincia, logo que começar a
f unccionar o instituto:
§ 1.º - Quando se der alguma vaga no conselho
administrativo, ao mesmo conselho compete preenchel-a.
§ 2.º - As attribuições deste conselho serão f ixadas em
regulamento especial dado pelo presidente da provincia.
Art. 11. - Se f orem concedidos mais amplos auxilios a esta
instituição de ensino, aos cursos creados se annexarão uma
escola de medicina e uma de engenharia.
Art. 12. - Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o
conhecimento e execução da ref erida aí pertencer, que a
cumpram e f açam cumprir tão inteiramente como nella se,
contém.

Após dois dias da promulgação da lei, iniciou-se a construção do edifício.

2 – Capítulo II - O Edifício-Monumento

Apesar de ter sido aberto dois concursos para ampla concorrência de


projetos, o arquiteto e engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, foi contratado

11
pela comissão de obras do monumento para fazê-lo em 1884. Seu projeto inicial era
um retângulo alongado com dois braços nas extremidades, porém, foram retiradas
do projeto as laterais, por falta de recurso, mesmo assim, as suas dimensões são
caracterizadas, segundo Guilhotti, Lima e Menezes (1990, p.14) o prédio não era
como um monumento qualquer, mas como “um palácio.”

A construção do edifício iniciou -se em 1885 e o seu considerado término foi


em 1890, no dia 15 de novembro, ou seja, há uma ultrapassagem de eras, e o
destino que os republicanos tinham para o monumento não era de caráter apenas
contemplativo, era necessário também ter funcionalidade, apesar de ficar
desocupado por algum tempo, o edifício passou a ser propriedade do estado em
1892, e assim foi designado para abrigar o museu do Estado de São Paulo,
chamado de Museu Paulista, inaugurado em 1895, seu propósito previa ser também
uma instituição científica de acordo com a lei, voltada para pesquisa, ciências
naturais e instrução pública.

As instalações aumentaram em 1909, quando foi inaugurado o parque da


independência, assim chamado o jardim frontal do museu, entretanto, não era o
único elemento que faltava para completar o cenário na colina do Ipiranga.

2.1 - Centenário da Independência

A preparação das comemorações do centenário da independência iniciou-se


com uma carta de solicitação do presidente do estado de São Paulo, Francisco de
Paula Rodrigues Alves, ao Congresso Estadual em 1912, solicitando autorização
para a construção do monumento no Ipiranga.

“Srs. membros do Congresso Legislativo do Estado S. Paulo. O


governo do Estado vem solicitar do Congresso Legislativo do E s t ad o
de S. Paulo a necessária autorização para erguer, no Ipiranga,
justamente no lugar em que se deu o grito de – Independência ou
Morte! – um monumento que perpetue, no bronze no granito, não só a
memória de D. Pedro I, mas também a dos patriotas que o auxiliaram
na f undação da nacionalidade brasileira. (...) Se desde já se
12
começarem os trabalhos necessários, as despesas consequentes
poderão ser repartidas por alguns exercícios. E quando se f estejar o
primeiro centenário da nossa independência, já o Brasil e São Paulo
terão prestado a devida homenagem aos f undadores d a nossa
nacionalidade”. (SÃO PAULO, 1912, p.155)

Mais uma vez, São Paulo quis relembrar da sua importância, em relação à
independência. Mesmo na república, revela-se um anseio de apresentar onde se
iniciou o conceito da nação brasileira. E, mesmo após um edifício-monumento
construído, o quadro que foi encomendado para pintor Pedro Américo,
“Independência ou Morte”, a proposta do projeto de Lei n° 34/1912, era ter outra
obra de característica comemorativa.

Porém, desta vez, o projeto era especificamente escultural. A Lei 1.324/19127,


com base nesse projeto, foi promulgada e a intenção é que este monumento tivesse
visibilidade nacional e internacional, pois o edital foi traduzido em quatro idiomas,
segundo Monteiro, (2017, p. 231) para obter a difusão do concurso em tantas
revistas e jornais estrangeiros era uma maneira de divulgar a cidade de São Paul o.
Dessa forma, os preparativos para o centenário da independência, iniciaram com
antecedência, mas, os planos não ocorreram como previsto.

3 Capítulo III - O Concurso

O edital do concurso foi publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 1917,


e em jornais internacionais. Foram 27 projetos apresentados, sendo 21 de artistas
estrangeiros, 5 artistas paulistas e 1 pernambucano. Porém, conforme Monteiro,
(2017) alguns projetos foram desclassificados, pois não atingiram as exigências do
edital.

Entre esses artistas, havia alguns conceituados e conhecidos do público


brasileiros por projetos em países vizinhos e na Europa, como: Luigi Brizzolara,

7 https://www.al.sp.gov.br/norma/65515
13
Nicola Rollo e Ettore Ximenes. As maquetes dos projetos ficaram expostas no
Palácio das Indústrias, e aberta para visitação do público. Por isso, a i mprensa
participou ativamente, lançando enquetes para saber a opinião das pessoas sobre a
melhor maquete:

“... a grande participação da população, f osse


visitando a exposição, como constantemente se
indicava na imprensa, f osse enviando as suas
opiniões, lendo as críticas e, assim, participando dos
debates do concurso. (Monteiro, 2017, p. 216)

Apesar de não terem influência na decisão final, houve discussões entre os


cidadãos defendendo seu candidato, criticando outros e até acusando. Porém, o que
mais se destaca é o “patriotismo” entre os paulistas, foi levantada a questão por um
leitor que o governo deveria oferecer um valor maior para produzir o monumento 8, o
valor disposto no edital era de mil contos de réis.

O concurso foi duramente criticado pela Sociedade das Belas Artes do Rio de
Janeiro, Monteiro (2017, p.142) nos informa que, havia acusação em relação os
organizadores de terem escolhido um vencedor, mesmo antes de apresentarem as
maquetes, alguns intelectuais da época, também não ficaram completamente
satisfeitos com o edital e a forma que o concurso foi desenvolvido.

Entre os Jurados do concurso estavam: Ramos de Azevedo, diretor da Escola


Politécnica, Affonso Taunay que era historiador e Diretor do Museu Paulista,
deputado Oscar Rodrigues Alves, deputado Carlos de Campo e Firmino Pinto, o
prefeito de São Paulo. Tal comissão foi responsável por apontar o vencedor com a
melhor representação da independência do Brasil. Ximenes foi o vencedor e
Brizzolara ficou em segundo, porém, esta comissão também decidiu conceder um
prêmio a outros dois artistas que segundo os jurados foram dignos de serem
honrados.

Uma coisa, porém, ela f ez muito justa e digna de


aplausos: conseguiu o Governo, contra a letra
expressa do edital de concorrência, mais dois

8 MONTEIRO, 2017, p. 255


14
prêmios, para conf eri-los aos Srs. Rollo e Etzel-
Contratti, merecedores, pelo esf orço e pela
capacidade revelados, dessa dif erença.

E esses aplausos são, sem f avor, extensivos ao


Governo por ter, pressurosamente, acedido ao apelo
da comissão, estimulando desse modo dois jovens
artistas, destinados a um grande f uturo.
(MONTEIRO, 2017, p.250)

Apesar do anúncio do vencedor na imprensa, ainda havia muito


descontentamento, em relação à escolha feita. Acusações de fraudes no concurso, e
até mesmo compra dos jurados, circulavam nos jornais da época 9. Acerca disso, foi
concedida uma entrevista para Ximenes se defender, no Jornal Correio Paulistano,
que diz o seguinte:

(...) é um grande prazer para mim ter um monumento


cuja ideação me coube e que irá ilustrar o maior f ato
da história do vosso país. Admiro, sinceramente, o
povo brasileiro, cujo espírito de hospitalidade e de
cavalheirismo serei sempre reconhecido. Essa vitória,
no entanto, assinala, ao mesmo tempo que uma
grande satisf ação para mim, o desprazer de ter sido,
por alguns, mal interpretado e até insultado em meu
decoro de artista. Consola-me, contudo, saber que
tais ataques não merecerão a solidariedade desse
povo em cujo seio me encontro e cujas qualidades d e
polidez e de boa educação aprendi, de há muito, a
conhecer e apreciar10

Sendo assim, no ano de 1920, Ettore Ximenes inicia a construção da


escultura que São Paulo, ansiou apresentar como, a mais importante homenagem
nacional que já fizeram à independência do Brasil.

9 MONTEIRO, 2017, p. 259.


10 Ibidem, p. 263.
15
3.1 - Ettore Ximenes

Ettore era um artista siciliano, já conhecido no mundo das artes, fizera outras
esculturas ao redor do mundo e até mesmo na América do Sul. Conhecido e
aclamado pelos críticos de arte da época, chega ao Brasil para participar do
concurso paulista. Já em São Paulo, fez aparições em Jornais que, expunham suas
obras anteriores, fazendo conhecido entre a sociedade paulista. Ettore foi
considerado um concorrente implacável mesmo antes do início da exposição das
maquetes no Palácio das Indústrias11.

Consequentemente foi o campeão dessa disputa. O comitê avaliador


descreveu seu projeto como o mais próximo da verdade que ocorrera na colina do
Ipiranga.12 Entretanto, eles sugeriram alterações no projeto, para inclusões de
alguns relevos, sendo elas da Revolução Pernambucana e da Inconfidência Mineira.

Na imprensa brasileira seu maior crítico foi Monteiro Lobato, conhecido


escritor e crítico de arte, através do seu espaço no jornal O Estado de S. Paulo,
publicou insinuações e o censurou intensamente, seus artigos eram referências para
outros jornalistas. Uma de suas “denúncias” foi publicada no artigo “Royal-Flush
Arquitetônico”, publicado no dia 31 de março de 1920:

E tal certeza tem ele de levar avante a empreitada que


apresentou ao lado da sua maquete uma f risa em tamanho
natural, obra def initiva, pronta para ser incorporada ao
monumento. Essa f risa, que vale ou custou uma f ortuna, jogá-
la-ia ele no pano verde dum concurso se não estivesse
convencido de ter um royal-street-f lush na mão .
(MONTEIRO, 2017, p. 252)

O escritor Monteiro Lobato fazia essas acusações com base nos


relacionamentos que Ettore Ximenes tinha, ele conhecia alguns políticos paulistas,
embaixadores e fez trabalhos para alguns destes. Apesar disso, a autora nos mostra
que:

11 MONTEIRO, 2017, p. 199.


12 Ibidem, p. 243.
16
(...) percorrer a trajetória de Ettore Ximenes permite perceber,
portanto, o prestígio e reconhecimento que o escultor tinha no
meio artístico internacional. A organização do concurso havia
realizado um grande esf orço para que artistas de grande
f ama participassem do concurso brasileiro. Assim, escolher
um escultor da notoriedade de Ximenes poderia garantir uma
repercussão internacional do Monumento à Independência do
Brasil. (MONTEIRO, 2017, p. 301)

Mesmo com as críticas, houve também quem defendesse seu trabalho.


Taunay foi maior apoiador, embora fora um do quais sugerisse alterações no projeto.

3.2 - O Monumento

O modelo do projeto de Ettore Ximenes, exposto no Palácio das Indústrias, foi


fotografado e os jornais publicaram. Segundo Monteiro (2017, p. 200-203) a
proposta do escultor conforme foi descrita pelos periódicos, consistia em um
grandioso alto relevo, onde havia sido “cristalizado” o “memorável episódio” do grito
de independência. Além dele, quatro estátuas simbolizavam “o pensamento e ação”:
José Bonifácio, Diogo Feijó, Tiradentes e Ledo Gonçalves. Dois conjuntos
escultóricos laterais representavam o “Jugo e a escravidão” No cimo do monumento,
haveria um o grupo triunfal constituído por um “colossal plinto retangular”, em cujos
lados seriam ornados com altos relevos. No carro triunfal, estaria em pose majestosa
uma figura representando a Independência, a empunhar, “com a mão direita, o
pendão da liberdade, e com a esquerda, uma espada embainhada, como
significação do fato consumado”. Junto dela, nessa “Marcha do Triunfo”, estariam
um atleta, um trabalhador, a Agricultura, a Felicidade e o Amor “que unem as raças,
criando progresso da nação”. Além deles, haveria um “Indígena operoso”, a Arte, a
Poesia, a Música, a História, o Pensamento e a Ciência.
A maquete chamou a atenção, porém, para especialistas havia muita
representação, os simbolismos eram destoantes da história da independência. Entre
as alterações sugeridas, a remoção das figuras de alegorias. Propuseram a inclusão
da representação dos bandeirantes, por figuras que “repeliram” os estrangeiros do
17
território do Brasil. Como Mem de Sá, Marcos Teixeira, Matias de Albuquerque,
também a inclusão de uma referência à catequese quinhentista (literatura jesuíta),
inclusão da representação da inconfidência mineira, com Tiradentes como
personagem principal e da revolução pernambucana.
Nem todas as mudanças foram aceitas pelo artista, mas as alterações que
houve no projeto necessitaram de verba além do estipulado no edital. No entanto,
seis meses antes das comemorações do centenário, a solicitação de mais recursos
alegando aumentos dos preços dos materiais13, causou indignação entre os críticos
de Ximenes, e levantou a questão que a construção foi iniciada tardiamente e que
provavelmente não estaria concluída para 7 de setembro de 1922.
Apesar de Ettore afirmar que o monumento estaria pronto, a comemoração do
centenário da independência em São Paulo foi incompleta, pois, o monumento que
era o elemento central não estava concluído. O monumento estava inacabado, não
tinha portas o janelas, todavia, a festa não foi cancelada.

Possivelmente, as elites dirigentes paulistas tenham evitado


que a notícia se dif undisse para poupar novas críticas, tendo
em vista os esf orços e os gastos que haviam sido
dispendidos para a realização do monumento que, inacabado,
poderia ameaçar as comemorações paulistas para o
centenário. Diante disso, decidiram inaugurar o monumento a
despeito de sua incompletude. (MONTEIRO, 2017, p.393)

Segundo Monteiro (2017, p.395), nos jornais não houve destaque em relação
ao monumento do Ipiranga, no centenário houve a uma inauguração apenas do
painel de Bronze “Independência ou Morte”. Apesar do Museu Paulista ter uma
programação para a comemoração divulgada, na programação da cidade o
monumento estava ausente.

A divulgação oficial da inauguração, ocorreu em 1926, no jornal Correio


Paulistano14 mesmo ano que morreu o seu idealizador.

13 MONTEIRO, 2017, p.382.


14 Ibidem, p. 416
18
Sendo assim, mesmo com o intuito da elite paulista ter um monumento
nacional para comemorar a independência do Brasil, e popularizar São Paulo como
“berço da nação”15, seus esforços encontraram percalços que, não foram possíveis
dar a visibilidade desejada. Não obstante, um dos benefícios adquiridos com esse
processo foram: às linhas férreas, a ligação da parte leste da cidade de São Paulo
com o centro, as ruas e avenidas que foram construídas, o processo pluvial e de
esgoto também receberam atenção.

Considerações finais

A movimentação do legislativo paulista, para erguer um monumento à


independência na colina do Ipiranga, revela um anseio em atestar a pátria, a
importância de um Estado em ascensão: São Paulo. Esse processo teve início como
uma forma de demonstrar poder e prestígio. Uma das maneiras encontrada foi a
perpetuação da memória por meio de uma escultura. O monumento deveria mostrar
a evolução da mentalidade paulista, e a arte era forma de se evidenciar isso. A
competitividade entre cariocas e paulistas, também pode ser apontada como dos
motivos que levaram o requerimento de uma obra tão grande, pois, o Rio de Janeiro
estava investindo em monumentos memoriais aos pais da nação.

Este trabalho teve como intuito, mostrar os caminhos da independência do


Brasil, e como a província de São Paulo se entendia nesse processo, colocando-se
em destaque, como palco da mudança política do Brasil em 1822. A colina do
Ipiranga deveria ser um lugar de memória. E, para fixar tal evento, e dar importância
ao Estado, a indicação de um monumento foi proposta. A aceitação não causa
espanto, pois, a elite paulista aspirava um lugar na memória nacional.

No entanto, a mudança que houve em 1889 com o advento da república,


alteraram-se os planos iniciais, mas, não os eliminaram. Dando ao monumento,
características republicanas. Nota-se também a influência da mídia impressa da
15 MONTEIRO, 2017, p. 31
19
época e dos grandes intelectuais. O questionamento referente ao concurso se deve
aos justadores do governo.
Apesar de, o monumento ter a intenção de fixar na memória nacional a
participação paulista, à inauguração agendada para o centenário da independência,
não sucedeu como esperado, e a repercussão foi de alguma maneira negativa para
o governo. De tal modo foi o desgosto que, após a conclusão do projeto, tardia, não
obteve espaço na mídia paulistana. Isso revela que, a motivação para tal obra foi
deliberadamente adquirir vantagem nas comemorações do centenário em relação a
outros estados.
Hoje, o monumento abriga o corpo do primeiro imperador do Brasil e suas
respectivas esposas. A memória atual dos que visitam o monumento, não permite
que vejam todos os desdobramentos ocorridos. Porém, vê-se a opulência de um
prédio, feito nos moldes de palácios imperiais e uma área vasta com jardins. Apesar
de nem todos terem conhecimento histórico do processo da sua construção, notam
uma dramaticidade mediante a um espaço dedicado, a lembrança da independência
desta nação.

Ao se deparar com o monumento, não se pode ver a competição entre


artistas estrangeiros que vinham da Europa para participar de concursos. Mas vê-se,
um aparato escultural daquilo que, intencionaram ser a representação digna da
Independência do Brasil. Apesar, da vontade de valorizar São Paulo como cenário
principal do ato de D. Pedro I, observa-se apenas representações de um passado
não muito distante, e é necessário questionar para entender utilizando as imagens
preconcebidas como ponto de partida para interpretar o desenvolvimentos destes
símbolos.

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