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FALA SOBRE A CARIDADE

LEITURA PÁGINA DO LIVRO OPINIÃO ESPÍRITA

PELOS ESPÍRITOS DE EMMANUEL E ANDRE LUIZ

PSICOGRAFADO POR WALDO VIEIRA E CHICO XAVIER

46 - NA TRILHA DA CARIDADE

E - Cap. XV - Item 10 (FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO)

Se já podes sentir a felicidade de auxiliar, imagina-te no lugar de quem pede.

Provavelmente, jamais precisaste recorrer à mesa do próximo, para alimentar um filho estremecido e nem saibas
quanto dói a inquietação, nas salas de longa espera, quando se trata de mendigar singelo favor.

Quantos nos dirigem o olhar molhado, suplicando socorro, são nossos irmãos...

Talvez nunca examinaste os prodígios de resistência dos pequeninos sem prato certo que te abordam na rua e
nunca mediste a solidão dos que atravessam moléstia grave, sem braço amigo que os assista, no sofrimento, a se
arrastarem nas vias públicas, na expectativa de encontrarem alguém que lhes estenda leve apoio contra o assédio
da morte.

Muitos dizem que há entre eles viciações e mentiras, que nos compete evitar em louvor da justiça e ninguém pode
contrariar a justiça e ninguém pode contrariar a justiça, chamada a reger a ordem.

Será justo, no entanto, verificar até que ponto somos culpados pelo desespero que os fizeram cair em semelhantes
desequilíbrios e até onde somos também passiveis de censura por altas equivalentes. °°°

Deus nos dá para que aprendemos também a distribuir. Assegura a disciplina, mas lembra-te de que o Senhor te
agradece a bagatela de bondade que possas entregar, em favor dos que sofrem, e a palavra de reconforto que
graves no coração torturado que te pede esperança. Trabalha contra o mal, no entanto, recorda que as leis da vida
assinalam a alegria da criança desditosa a quem deste um sinal de bondade e respondem as orações do velhinho
que te recolhe os testemunhos de afeto, exclamando: "Deus te abençoe". A caridade em cada gesto e em cada frase
acende o clarão de uma bênção. Será talvez por isso que a Sabedoria ergueu o cérebro, acima do tronco, por
almenara de luz, como a dizer-nos que ninguém deve agir sem pensar, mas entre a cabeça que reflete e as mãos que
auxiliam, situou o coração por fiel sublime.

Prece: DEUS PAI DE INFINITO AMOR E MISERICORDIA, SOBERANAMENTE BOM E JUSTO, JESUS, NOSSO MODELO E
GUIA, ESPÍRITO MAIS PERFEITO A ESTAR CONOSCO, MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DOS AFLITOS E DOS QUE CAUSAM
AFLIÇÕES, YVONNE DO AMARAL PEREIRA, NOSSA MENTORA E TODOS OS ESPÍRITOS AMIGOS QUE NOS ASSISTEM
EM NOSSA CAMINHADA, AGRADECIDOS ESTAMOS POR MAIS ESTA OPORTUNIDADE DE PARTICIPARMOS DA SEARA
DO MESTRE. COMO ETERNOS PEDINTES QUE SOMOS, PERMITA QUE TENHAMOS OLHOS DE VER, ALÉM DAS
APARÊNCIAS, QUE CONSIGAMOS ENXERGAR AS NECESSIDADES DOS NOSSOS IRMÃOS, SEJAM ELAS MATERIAIS OU
NÃO, QUE OS NOSSOS OUVIDOS POSSAM ESCUTAR AS DORES DE NOSSOS IRMÃOS SEM JULGAMENTOS E RECEITAS,
MAS COM COMPAIXÃO E AMOROSIDADE, FAZEI COM QUE CONSIGAMOS DESPERTAR A NOSSA SENSIBILIDADE CADA
VEZ MAIS, E ESTEJAM CONOSCO HOJE E SEMPRE QUE NOS CONECTARMOS À ESSA ESPIRITUALIDADE DE LUZ. QUE
ASSIM SEJA….
MONTE CASTELO

https://www.youtube.com/watch?v=ctAWPmcHoF8 4’

Como todos já devem supor, vamos falar um pouquinho dessa virtude, que no dizer da Doutrina Espírita, é o divisor
de águas para o nosso aprimoramento enquanto espíritos imortais.

Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a
expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo.(…) A
prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para
base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a
paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão somente, união, concórdia e benevolência
mútua. (E.S.E. Cap. XI –AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO – Item 4)

Eu fico imaginando quando procuro me colocar no lugar dos mais necessitados em geral (seja de bens
materiais, seja de compreensão etc) o quanto já é difícil aceitar ajuda… por conta do nosso orgulho, quanto
mais pedir…. Por isso, sempre peço que eu possa ter a sensibilidade de perceber a necessidade do meu irão
sem que ele tenha que se expor pedindo… Não é fácil, como tudo na vida é exercício, afinal o exercício
antecede a espontaneidade, não e?

Como gostamos muito de histórias, e todos já conhecem a PARABOLA DO BOM SAMARITANO Vamos nos
utilizar do nosso querido Irmã X, que pelas mãos abençoadas do médium Chico Xavier nos trouxe A Parabola
Moderna (cap. 47 do livro Lázaro Redivivo

47 - PARÁBOLA MODERNA

E eis que, em plena assembléia de espiritualidade, se levantou um certo companheiro intelectualista e dirigiu-se ao
Amigo Sábio e Benevolente, que se comunicava através da organização mediúnica, perguntando para tentá-lo:

– Benfeitor da Humanidade, que devo fazer para alcançar a vida eterna? como agir para entrar na posse da
verdadeira luz?

Respondeu-lhe o orientador:

– Que te aconselha a doutrina? como lês o ensinamento do Cristo?

O consulente pensou um minuto e replicou:

– Amarás o Senhor teu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças, com todo o entendimento,
e a teu próximo como a ti mesmo.

O Sábio Espiritual sorriu e observou:

– Respondeste bem. Faze isso e alcançarás a vida eterna.

Contudo, o intelectualista, apresentando justificativa e desejando destacar-se no circulo dos irmãos, interrogou
ainda:

– Como reconhecerei o meu próximo?

O comunicante assumiu atitude paternal e narrou:

– Um “espiritista” convencido quanto à sobrevivência da alma, mas não convertido ainda ao Evangelho de Jesus,
seguia de Madureira para a Gávea, quando encontrou, em certa rua, determinada reunião de pessoas bem
intencionadas, mas ignorantes das letras do mundo, tentando a prática do amor aos semelhantes, possuídas de
sincera e profunda, boa vontade. Porque viviam distanciadas da ciência da expressão, suas palavras evidenciavam
muita imperfeição de gramática, embora a excelente disposição que revelavam mo exercício de virtudes
santificantes. Os desencarnados que cooperavam na obra, observando que se aproximava um irmão detentor de
elevados conhecimentos, indicaram-lhe o nome para que se lhe rogasse a valiosa colaboração. Instado pelos
trabalhadores daquele piedoso núcleo do bem, o cavalheiro aproximou-se, sondou o ambiente e negou-se,
acrescentando:

– Não, não posso cooperar! Isto não é Espiritismo.

E passou apressado, em busca de seus interesses.

No entanto, um materialista, de bom coração e reta consciência, que vinha pelas mesmas ruas, encontrou a
pequena assembléia e, observando-lhe a determinação na prática ao bem, distribuiu palavras de conforto e
encorajamento entre aquelas criaturas de aprimoradas qualidades morais, deixando, ali, as bases de uma escola que
funcionaria, em breve, aperfeiçoando valores e melhorando conhecimentos.

Seguia o mencionado “adepto” do Espiritismo, estrada afora, quando se lhe deparou um quadro doloroso. Miserável
mulher, exibindo terríveis sinais de sífilis, caíra nas vizinhanças de soberbo jardim, cercada por duas companheiras
de infortúnio, necessitadas do braço de um homem caridoso que auxiliasse o transporte da enferma. Sentindo a
aproximação do crente, sob nosso exame, acorreram, pressurosas, ambas as infelizes que ainda podiam andar,
suplicando-lhe socorro em palavras da gíria, a evidenciarem, porém, justificada aflição e ardente desejo de ser úteis.
O “espiritista” reparou que se encontrava nas adjacências de uma grande casa, dedicada a prazeres menos dignos e,
receando o falso julgamento de sua conduta, negou-se, exclamando

– Não, não posso ajudar! Isto não é Espiritismo.

E afastou-se, sem mais delongas.

Entretanto, o ateu, que lhe vinha nas pisadas, ouviu o clamor das mulheres e, longe de qualquer pensamento
malicioso alusivo ao local, amparou a pobre criatura, providenciando, imediatamente, para que fosse asilada em
hospital próximo e colaborou no pagamento das despesas, alheio a qualquer idéia de compensação

Mais adiante, seguindo o “espiritista” o seu caminho, encontrou um grupo de trabalhadores, filiados às igrejas
evangélicas do protestantismo, angariando auxílios para um serviço de assistência a meninos desamparados. Moças
e velhos, rapazes e anciãos, cantavam na via pública, enternecendo corações com as reminiscências de Jesus. Findo
o número musical, algumas jovens distribuíam flores naturais, em troca de insignificantes donativos, destinados ao
socorro de criancinhas órfãs e desvalidas. Uma das graciosas meninas aproximou-se e ofereceu-lhe uma rosa,
acrescentando: “Amigo, cooperai conosco na assistência aos pequeninos abandonados!” O interpelado, porém, viu
que o agrupamento trazia numerosos exemplares de jornais e revistas com interpretações religiosas diferentes
daquelas que o seu raciocínio aceitava, e, colocando-se em posição contrária à cooperação cristã, respondeu
rudemente :

– Não, não posso atender! Isto não é Espiritismo...

E prosseguiu, rua afora, apressadamente.

Todavia, o materialista bondoso, que o seguia acidentalmente, foi colhido pela solicitação das jovens e, sentindo-se
feliz, pela expressão de humanidade que a reunião apresentava, conversou alegremente com as meninas,
encorajando o serviço de confraternização e benemerência que se levava a efeito, e, depois de anotar o endereço
da instituição, a fim de acompanhar o trabalho de mais perto, valeu-se da bolsa que trazia e adquiriu muitas flores
de auxílio, com o espírito amigo das boas obras e não com a disposição agressiva dos combatentes, despreocupado
de qualquer recompensa.

E o “espiritista” seguiu seu caminho para a Gávea e o materialista continuou na estrada de bondade espontânea.

O mentor fez longo intervalo e, em seguida, perguntou ao consulente:

– Qual dos dois, a seu ver, aprendeu a reconhecer o próximo, prestando-lhe a atenção que devia?
– Ah! certamente – replicou o interlocutor, sensibilizado – foi o materialista, que sentia prazer em servir,
trabalhando por um mundo melhor.

O Sábio Espiritual sorriu e falou-lhe, antes de despedir-se:

– Então, vai, e faze tu o mesmo...

Quantas vezes nós nos colocamos na posição desse espiritista, com desculpas, esquecendo que necessitamos
exercitar o amor e a caridade é o amor em ação.

Não é fácil, mas somos capazes ainda que de início, tenhamos as nossas dificuldades, às quais necessitamos
acolher, para que conhecedores das nossas dificuldades, possamos trabalhá-las. Talvez o maior problema
nosso, seja a dificuldade de enxergar as nossas próprias mazelas para então podermos modificá-las, não é?
Essa é a maior caridade para conosco. Dessa forma seremos capazer de nos doar ao próximo, sempre
lembrando que aquele em nosso caminho, pode ser um estropiado, um mendigo, um irmão necessitado, pode
em vidas anteriores ter sido alguém muito próximo de nós.

Vamos fazer o bem sem olhar a quem!

E para finalizar, outra histórinha:

Do Livro Contos Desta e Doutra Vida – também de Irmão X por Chico Xacier, mas, uma histórinha bem leve…

24 - O ANJO, O SANTO E O PECADOR

O Pecador escutava a orientação de um Santo, que vivia, genuflexo, à porta de templo antigo, quando, junto aos
dois, um Anjo surgiu na forma de homem, travando-se breve conversação entre eles.

O ANJO – Amigos, Deus seja louvado!

O SANTO – Louvado seja Deus!

O PECADOR – Louvado seja!

O ANJO (Dirigindo-se ao Santo) – Vejo que permaneceis em oração e animo-me a solicitarvos apoio fraternal.

O SANTO – Espero o Altíssimo em adoração, dia e noite.

O ANJO – Em nome d’Ele, rogo o socorro de alguém para uma criança que agoniza num lupanar.

O SANTO – Não posso abeirar-me de lugares impuros...

O PECADOR – Sou um pobre penitente e posso ajudar-vos, senhor.

O ANJO – Igualmente, agora, desencarnou infortunado homicida, entre as paredes do cárcere... Quem me
emprestará mãos amigas para dar-lhe sepulcro?

O SANTO – Tenho horror aos criminosos...

O PECADOR – Senhor, disponde de mim.

O ANJO – Infeliz mulher embriagou–se num bar próximo. Precisamos removê-la, antes que a morte prematura lhe
arrebate o tesouro da existência.

O SANTO – Altos princípios não me permitem respirar no clima das prostitutas...

O PECADOR – Dai vossas ordens, senhor!


O ANJO – Não longe daqui, triste menina, abandonada pelo companheiro a quem se confiou, pretende afogar-se... É
imperioso lhe estenda alguém braços fortes para que se recupere, salvando-se-lhe também o pequenino em vias de
nascer.

O SANTO – Não me compete buscar os delinqüentes senão para corrigi-los.

O PECADOR – Determinai, senhor, como devo fazer.

O ANJO – Um irmão nosso, viciado no furto, planeja assaltar, na presente semana, o lar de viúva indefesa...
Necessitamos do concurso de quem o dissuada de semelhante, propósito aconselhando-o com amor.

O SANTO – Como descer ao nível de um ladrão?

O PECADOR – Ensinai-me como devo falar com ele.

Sem vacilar, o Anjo tomou o braço do Pecador prestativo e ambos se afastaram, deixando o Santo em meditação,
chumbado ao solo.

Enovelaram-se anos e anos na roca do tempo, que tudo alterara. O átrio mostrava-se diferente. O santuário perdera
o aspecto primitivo e a morte despojara o Santo de seu corpo macerado por cilício e jejum, mas o crente imaculado
aí se mantinha em Espírito, na postura de reverência.

Certo dia, sensibilizando mais intensamente as antenas da prece, viu que alguém descia da Altura, a estender-lhe o
coração em brando sorriso.

O Santo reconheceu-o.

Era o Pecador, nimbado de luz.

- Que fizeste para adquirir tanta glória? – perguntou-lhe, assombrado.

O ressurgido, afagando-lhe a cabeça, afirmou simplesmente:

- Caminhei.

Muita Paz.

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