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SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático tem sua origem embrionária no mesoderma,


desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos, tornando-se uma via auxiliar ao
sistema circulatório sanguíneo. Sua função é drenar o Liquido intersticial que
não retornou aos capilares sanguíneos, remover resíduos celulares, proteínas
maiores nas quais o sistema sanguíneo não consegue coletar e executar um
processo de filtragem dos líquidos reconduzindo-o ao sistema circulatório
sanguíneo (YAMATO, 2007). O papel das funções ganglionares nas reações
imunológicas é pouco elucidado. Conhecer o sistema linfático, sua função,
características e estrutura, torna-se importante, para compressão dos efeitos e
benefícios que a drenagem linfática traz para o nosso corpo. O sistema linfático
possui um sistema de vasos que desembocam no interior de grandes veias do
sistema circulatório: na veia subclávia esquerda, que se abre no canal torácico,
e a outra é a grande veia linfática, que termina na veia subclávia direita. O SL é
constituído por capilares, pré-coletores, coletores, canal ou ducto torácico
esquerdo e canal ou ducto linfático direito, linfonodos, válvulas linfáticas e linfa
(YAMATO, 2007).

ESTRUTURA DO SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático é estruturado por uma rede complexa de órgãos


linfoides (Baço, timo, tonsilhas) e linfonodos. O Baço é o maior órgão do
sistema linfoide e está situado na região do hipocôndrio esquerdo e sua
extremidade cranial se estende na região epigástrica. Está situado entre o
fundo do estômago e o diafragma. É um órgão linfático rico em linfonodos e
sua função é destruir os eritrócitos “velhos”, participar da resposta imune, atuar
como um reservatório de sangue e filtrar o sangue (VARIAL, 2008). O timo é
um órgão linfoide que apresenta dois lobos. Sua função é produzir linfócitos.
Esta situado no pescoço e tórax e se estende desde a parte inferior da tireoide
ate a quarta cartilagem costal. Cresce ate o período da puberdade e depois
involui sendo substituído por tecido adiposo (FILHO; PEREIRA, 2015).
As tonsilas formam um anel de tecido linfóide que protegem a entrada dos
tractos alimentar e respiratório contra microrganismos. As tonsilas que
compõem esse anel são formadas por três pares: Palatinas, Faríngeas e
Linguais. As Palatinas (amígdalas) encontram-se na parede lateral da parte
oral da faringe, entre os dois arcos palatinos e produzem linfócitos (VARIAL,
2008). As Faríngeas (adenóide) encontram-se na parede posterior da parte
nasal da faringe. Durante a infância, se hipertrofia em uma massa conhecida
como adenóide. As tonsilas linguais estão localizadas na face dorsal da língua,
próxima a sua base. Compostas por tecido linfoide e circundando a união das
vias bucal e nasal, as tonsilas desempenham papel adicional contra invasão
bacteriana (YAMATO, 2007).

LINFONODOS

São estruturas ovais pequenas que estão localizadas interpostas no trajeto dos
vasos linfáticos em grupos ou em séries. Sua função é produzir linfócitos, filtrar
a linfa e criar uma barreira ou filtro contra a penetração, na corrente sanguínea,
de microrganismos, toxinas ou substâncias estranhas e/ou nocivas ao
organismo (YAMATO, 2007). Os principais linfonodos estão nas axilas, região
inguinal e no pescoço. São depuradores capazes de absorver, metabolizar e
destruir alguns elementos provenientes da circulação linfática. Como resposta
a uma inflamação, o linfonodo pode aumentar de tamanho e tornar-se dolorido
(VARIAL, 2008).

O GÂNGLIO LINFÁTICO

O Gânglio é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao


tecido adiposo. Os vasos aferentes penetram no gânglio pelo lado convexo,
recuperam a linfa e deixam o gânglio no nível do hilo. Os coletores linfáticos
transportam a linfa em direção às cadeias ganglionares (LEDUC; LEDUC,
2006). Existem dois tipos de células que constituem o gânglio linfático: Células
reticulares e Células linfoides. A atividade primordial das células reticulares é a
fagocitose e a pinocitose (absorção de substâncias líquidas). As linfoides são
células especializadas que contêm memória imunológica e podem reagir
através de anticorpos. A função essencial do gânglio linfático é a preservação
do organismo contra qualquer agressão (LEDUC; LEDUC, 2007).

A linfa
O papel da linfa no organismo é de extrema importância no transporte de
substâncias, eliminação a excessiva de líquidos e produtos que deixaram a
corrente sanguínea. A linfa possui ação imunológica, pois ela é rica em
anticorpos. O corpo sobrecarrega com excesso de líquido que não consegue
absorver se traduz por sintomas como celulite, retenção de líquidos, peso nas
pernas e aparecimento de linfedema conhecido como edema. (CUNHA;
BORDINHON, 2004).
Segundo Yamato (2007) a linfa é Composta em 96%de água, encontrada
dentro dos vasos linfáticos fechados. Sua coloração pode ser esbranquiçada
amarelo - limão, incolor ou se parecer com o plasma sanguíneo. Conforme sua
composição, opaca e leitosa durante a digestão na região do quilo. Na linfa são
encontrados leucócitos e é considerado o líquido mais nobre do organismo.
Fisiologicamente distingue-se uma istolinfa ou linfa intersticial da linfa
propriamente dita ou linfa vascular. Ou seja, o líquido intersticial, apesar de
muitas vezes ser chamado erroneamente de linfa, é apenas parte desta. A linfa
é composta por uma parte líquida e uma carga linfática obrigatória
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
Apenas três litros da linfa são transportados em 24 horas devidos possuir um
fluxo e ritmo lento. O sistema linfático depender de forças externas e internas
do organismo como contração muscular, pulsação das artérias próximas aos
vasos, movimentos passivos, massagem, dentre outros. (GUIRRO; GUIRRO,
2004). A linfa reabsorvida pelos vasos linfáticos iniciais é redistribuída em todo
o corpo novamente. Ela possui uma particularidade de grande importância, não
coagula como o sangue, o que faz com que a lesão de seus vasos coletores
maiores espolie o indivíduo rapidamente (RODRIGUES, 2003).

Transporte da linfa

A linfa percorre o sistema linfático devido as contrações dos músculos,


pulsação das artérias e do movimento das extremidades. O aumento da
pressão força a quantidade de líquido para dentro dos capilares linfáticos que
modifica a pressão interna do capilar, levando assim, uma sequencia de
contrações que são transmitidas para segmentos seguintes. A intensa atividade
muscular eleva a temperatura da região ocasionando a elevação das
contrações da musculatura lisa dos capilares linfáticos (YAMATO, 2007). A linfa
é transportada dos capilares linfáticos, para os canais pré-coletores, coletores e
coletores principais da onde irá desembocar nas veias subclávia e jugular onde
se misturarão com o sangue novamente. Devolvendo desta maneira as
proteínas plasmáticas do líquido intersticial de volta ao sangue (MASINA,
2011).

Componentes do sistema linfático

O sistema linfático é composto por Capilares linfáticos, Vasos linfáticos; Ductos


linfáticos e Linfonodos.
Capilares Linfáticos - É uma rede muito fina que se inicia no espaço
intersticial. Possui paredes permeáveis que promove a entrada de
macromoléculas de proteínas e minerais que não absorvidos pelo sistema
venoso e corresponde a primeira estrutura do sistema linfático (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2004). Os vasos linfáticos originam-se como capilares linfáticos.
Eles podem ser encontrados em todo o corpo e são microscópicos nos
espaços intercelulares (DEITOS, 2005). Os capilares linfáticos acompanham os
capilares venosos, exceto no sistema nervoso central, na cartilagem, nos
ossos, na medula óssea, na placenta e no globo ocular.

Os vasos linfáticos – são originados dos capilares, possuem paredes de três


camadas, semelhantes as das veias, e um número maior de valvas que dão
aos vasos uma característica de colar de contas, permitindo a linfa fluir numa
única direção (VARIAL, 2008). Os vasos são subdivididos em linfáticos iniciais,
pré-coletores, coletores e ducto torácico. Os linfáticos iniciais se iniciam como
tubos pequenos em forma de dedo ou laço e aparecem fechados para o
interstício. Não possuem válvulas, somente pregas endoteliais salientes no
lúmem capilar. compostos por um cilindro de células endoteliais (túnica intima),
se diferenciam por um lúmem maior, mais regular, endotélio dotado de
citoplasma pouco espesso (exceto na região perinuclear), membrana basal
interrompida e grande número de conexões celulares endoteliais.

Ductos Linfáticos - São os maiores vasos linfáticos do corpo. Recebem todo


fluxo de linfa vindo dos capilares e dos vasos Linfáticos. Existem dois grandes
ductos linfáticos: O ducto torácico e o ducto linfático direito (FILHO; PEREIRA,
2015). O ducto torácico Conduz a maior parte da linfa para o sangue. É comum
a todos os vasos linfáticos, exceto ao ducto linfático direito. Estende-se da
segunda vértebra lombar para a base do pescoço. Ele se origina no abdome
por uma dilatação, a cisterna do quilo, entra no tórax através do hiato aórtico do
diafragma e sobe entre a aorta e a veia áziga. Termina no ângulo formado pela
junção da veia subclávia esquerda com a veia jugular interna esquerda (FILHO;
PEREIRA, 2015). Ducto linfático direito possui aproximadamente quatro cm de
comprimento e recebe a linfa do lado direito dos membros superior direito, lado
da cabeça, pescoço tórax e acaba na anastomose da veia subclávia direita
com a veia jugular interna direita (FILHO; PEREIRA, 2015).

Pré-Coletores:

Intermediam os capilares e coletores e são formados por tecidos endoteliais. O


endotélio interno e coberto de tecido conjuntivo e fibras elásticas e musculares.
Possuem válvulas na membrana interna, que fazem com que o fluxo da linfa
seja unidirecional. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). O diâmetro de seus
vasos são maiores que os capilares linfáticos e repletos de válvulas que
asseguram o fluxo da linfa em uma só direção, separados por um espaço
chamado linfangion (BORGES, 2006).
.
Coletores: vasos de maior calibre, formado por fibras musculares lisas e
válvulas que conduzem a linfa no sentido centrípeto. Este vasos são a
continuação dos vasos pré-coletores (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). São
compostos de três camadas diferentes: túnica íntima, túnica média e túnica
adventícia. A túnica íntima é a mais interna e apresenta revestimento endotelial
de fibras elásticas dispostas longitudinalmente, cúbicas quando contraído e
achatadas quando relaxado. A túnica média é formada por fibras musculares
lisas cilíndricas que compõe a maior parte da parede do vaso e a túnica
adventícia é a mais espessa e externa de todas. Formada por fibras
colagenosas que estão dispostas longitudinalmente, entre as fibras elásticas e
feixes de musculatura longitudinal (Guirro; Guirro, 2002).

BORGES; Fábio dos Santos. Modalidades Terapêuticas Nas Disfunções Estéticas.


Livro Dermato Funcional.1 ed. São Paulo: Phorte.  2006. p. 217. 

CUNHA, N. D.; BORDINHON, M. T. Efeitos da Massagem de Drenagem


Linfática Manual em diversas patologias. Monografia apresentada ao Curso
de Fisioterapia das Faculdades Adamantinenses Integradas-FAI.
Adamantina, 2004

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10. Ed. São Paulo:


Guanabara Koogan, 2004.

RIBEIRO, D. R. Drenagem linfática manual da face. 6. Ed. São Paulo: SENAC,


2004. 76 p.

RODRIGUES, C.. Anatomia aplicada ao sistema linfático. 2003. Disponível


em: <http://www.lava.med.br/livro/pdf/celio_anatomia.PDF
Apostila de Anatomia e Fisiologia Humana – Prof. Raphael Garcia CREF1
24109 G/RJ

YAMATO, Ana Paula do Carmo Nantes. Sistema Linfático: Revisão de Literatu


ra. Interbio v.1 n.2. 2007- ISSN1981-3775

VARIAL; Raphael Garcia. Sistema Linfático. Apostila de Anatomia e Fisiologia

MASINA, Roberta Merino. Drenagem Linfática Manual. Controle Hídrico do


organismo. Revisão Anatomia e Fisiologia. 2011. Disponível em:
<http://www .sogab.com.br/apostdl2012.pdf>

Humana. 2008. CREF1 24109 G/RJ. Disponível em: <http://raphaelvarial.


weebly.com /uploads/5/2/8/1/5281369/sistema_linftico.pdf>

FILHO, Eládio Pessoa de Andrade; PEREIRA, Francisco Carlos Ferreira.


Sistema Linfático. Anatomia Geral. 1. Ed. Sobral. 2015. 364 p.

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