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MT/DNIT/DPP/IPR
Manual de Estudos de Tráfego 199
Normalmente as pesquisas de origem e destino são realizadas por uma equipe fixa, que
entrevista, em diferentes dias, o mesmo número médio de veículos por hora,
independentemente do volume de veículos da hora. Paralelamente são sempre feitas
contagens classificatórias de 24 horas, nos dias em que são feitas as entrevistas. Uma
vez que os volumes por hora variam durante o dia, os volumes diários variam com o dia
da semana e os volumes semanais variam com o período do ano, é necessário que se
considere a influência que têm as informações coletadas em cada hora, em função dos
períodos em que foram levantadas e do volume nessa hora. Procede-se assim à
expansão das entrevistas realizadas, da forma que é descrita a seguir.
Essa operação deve ser repetida para cada uma das 24 horas do dia, para que
represente o conjunto de carros desse dia: fP1 para o período de uma hora 0 – 1, fP2 para
o período 1-2 e assim por diante até fP24 para o período 23-24 horas. As informações
colhidas em cada hora “i” são então multiplicadas pelos respectivos fatores de expansão
horária, para representar todos os veículos entrevistados no dia.
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Manual de Estudos de Tráfego 200
Se a pesquisa for feita apenas em um período de “h” horas do dia, deve-se calcular o fator
de expansão diário pela expressão:
VP24
f Pd =
VPh
onde:
VPs
f Ps =
VPd
onde:
Se a pesquisa for feita durante uma semana deve-se calcular a média diária dessa
semana, somando os números de informações de cada tipo de veículo, para cada dia da
semana e dividindo por 7. Esse número médio de informações de cada tipo de veículo
será considerado representativo do mês em que situa a semana.
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Manual de Estudos de Tráfego 201
semana. As médias dos valores obtidos para VMD semanais representarão os VMD
mensais, que serão então utilizados na expansão sazonal.
O tráfego varia durante todos os dias do ano, o que torna necessário expandir os
levantamentos efetuados em determinada época. Para obter a expansão anual é
necessário analisar as pesquisas existentes realizadas ao longo do ano. Para isso são
utilizados postos que tenham sido efetivamente contados ao longo do ano. Definidos os
postos que devem ser considerados como representativos por zona de tráfego, são
calculadas as relações do tráfego em cada mês com o tráfego médio diário do ano. A
seguir os demais postos são relacionados com estes postos representativos e expandidos
para se obter o tráfego médio diário em cada trecho. Os fatores de expansão anual, se
possível, devem ser determinados por zona de tráfego, uma vez que dependem da
atividade econômica, que é variável por região.
A expansão anual é feita usando os fatores de ajustamento sazonal, obtidos para cada
tipo de veículo pela fórmula:
VMDa
fa =
VMD m
onde:
Considerando que os Volumes Médios Diários Anuais de viagens entre duas zonas
devem ser iguais para fins práticos, constrói-se uma matriz na qual cada valor
representa por zona o total de viagens bidirecionais entre a zona específica e as
demais. Sob essa forma, a soma dos valores por zona representa o número total de
viagens iniciadas e terminadas na respectiva zona.
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Manual de Estudos de Tráfego 202
Essas matriz servirá de base, através de sua projeção, para o prognóstico do tráfego
futuro ano a ano e por tipo de veículo.
Admite-se que todas as viagens usam a malha viária existente e que o número total de
veículos que realizarão essas viagens durante o ano será obtido pela multiplicação do
resultado das entrevistas por fatores apropriados de ajustamento.
Convém ressaltar que os estudos de O/D servem como ponto inicial para o prognóstico do
tráfego, mas não resolvem por si só o problema, pois dão exclusivamente dados sobre
condições atuais.
Após a compatibilização das matrizes atuais de origem e destino por tipo de veículo, será
realizado o carregamento da rede básica atual com essas matrizes, para verificar a
adequação do procedimento de alocação do tráfego no que concerne à reprodução dos
padrões de viagens existentes.
Aos percursos de um centróide para os demais na rede chama-se “Árvore”. Uma série de
algoritmos foi desenvolvida para investigar Árvores de caminho mínimo para centróides. O
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Manual de Estudos de Tráfego 203
Cabe observar que a alocação dos valores das matrizes de origem e destino não
caracteriza o tráfego local (com origem e destino em uma mesma zona de tráfego), que
terá que ser definido com base na diferença entre o tráfego alocado e o identificado pelos
levantamentos feitos.
A extrema complexidade dos cálculos a serem feitos para o processo de alocação, torna
imprescindível o uso de sistemas computadorizados, a não ser para os casos muito
simples, de comparação entre poucas rotas alternativas.
Após o carregamento do tráfego na rede existente, os valores obtidos para cada trecho
serão comparados com as informações disponíveis sobre volumes de tráfego. As rotas de
menor impedância determinadas através dos programas, serão analisadas com o objetivo
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Manual de Estudos de Tráfego 204
Para calibragem da rede seleciona-se uma zona significativa, base para a calibragem, e,
sobre um mapa esquemático das zonas de tráfego, traçam-se linhas unindo pontas de
igual impedância em relação à zona selecionada, de forma análoga ao processo do
traçado de “curvas de nível” em topografia. As linhas resultantes permitem uma visão de
conjunto da rede matemática, evidenciando possíveis erros de codificação. Para um
ajuste de rotas específicas, devem-se traçar as rotas selecionadas sobre o mapa
esquemático, analisando-se possíveis distorções na rota esperada para a identificação da
correção a ser realizada.
Uma vez calibrada a rede, passa-se à aferição do tráfego obtido através do carregamento
das matrizes de origem-destino sobre a rede atual. Trechos da malha viária devem ser
cuidadosamente selecionados, de forma a permitir a comparação dos resultados
fornecidos pela alocação com aqueles obtidos nas pesquisas. Uma determinada margem
de tolerância deve ser admitida. A partir do limite delineado por essa margem de
tolerância, as discrepâncias observadas na comparação devem merecer uma análise
detida para determinação de sua verdadeira causa.
Tais causas podem ocorrer por erro de velocidade, capacidade ou falta de detalhes da
rede. Recomenda-se averiguar a coerência das velocidades, que pode ser feita através
da obtenção de isócronas (linhas de igual tempo de viagem a partir de um ponto). Pelas
isócronas é possível verificar os corredores de transportes, bem como os tempos de
percurso, confrontando-os com aqueles obtidos nos levantamentos, principalmente nas
pesquisas de velocidade e retardamento.
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Manual de Estudos de Tráfego 205
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Manual de Estudos de Tráfego 207
As rodovias devem ser projetadas para que proporcionem um nível de serviço aceitável
durante sua vida útil, e para isso deve ser determinado com o maior grau de exatidão
possível qual será o volume e a distribuição do tráfego para aquele período.
Para fins de análise econômica é necessário que se faça distinção entre os vários tipos de
tráfego, uma vez que os benefícios resultantes da implantação do projeto serão diferentes
conforme a ocorrência de cada um deles.
Tem-se assim:
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Manual de Estudos de Tráfego 208
O período de análise é fixado tendo em vista os fins a que se destina: fornecer elementos
para o dimensionamento do projeto e para sua análise econômica. Para o
dimensionamento do projeto seria desejável considerar o seu período de vida útil.
Entretanto, isso não é possível, seja por causa da perda de precisão das projeções feitas
para períodos muito longos, seja pela diferença de vida útil apresentada por cada um dos
componentes do projeto (obras-de-arte, pavimentos, drenagem etc).
Considerando que o comportamento do tráfego em cada caso tenderá a ser distinto, a sua
projeção será feita segundo diversos modelos. Para fins de projeção, distingue-se: tráfego
local e tráfego de longa distância. O primeiro corresponde ao tráfego com origem e
destino dentro da mesma zona de tráfego e o segundo com origem e destino em zonas
diferentes.
− Tráfego Local: é aquele formado pelo conjunto das viagens que ocorrem dentro de
uma zona de tráfego, isto é, com origem e destino na mesma zona, e que não serão
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Manual de Estudos de Tráfego 209
desviadas para outros trechos caso sejam feitas melhorias na rede. Trata-se de um
tráfego cativo a cada trecho, cujo crescimento depende do desenvolvimento da zona
em que se situa, constituindo um dado de entrada para os modelos de projeção;
− Tráfego de Longa Distância: é aquele que se desenvolve entre pares distintos de
zonas de tráfego, que podem ser ligadas por rotas alternativas. Na medida em que
existam essas alternativas, os usuários têm possibilidade de escolher a mais
conveniente e deslocar-se na rede segundo essa escolha. O tráfego de longa
distância que percorre determinado trecho é pois sensível tanto às características do
trecho considerado, quanto ao restante da rede rodoviária.
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Manual de Estudos de Tráfego 210
8.4.2 TRÁFEGO DE CARGA DE LONGA DISTÂNCIA (COM ORIGEM E DESTINO EXTERNOS À ÁREA
DE INFLUÊNCIA)
a) Renda interna das zonas externas ou variáveis indicativas dessa renda, conforme
indicado anteriormente;
b) Custo unitário de transporte segundo os modos de transporte existentes nas ligações
entre as zonas externas à área de influência do trecho.
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Manual de Estudos de Tráfego 211
deve também ser analisada. A fim de alimentar os modelos de projeção do tráfego gerado
e desviado, deve ainda ser estudado o custo unitário de transporte por modo de
transporte existente na área de influência do trecho.
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Manual de Estudos de Tráfego 212
Foi elaborada uma versão do UTPS para microcomputadores pela FHWA, conhecida
como Quick Response System (QRS). Posteriormente, com base no UTPS, vários
sistemas foram feitos com os mesmos objetivos, tais como: MINUTP, TRANPLAN,
MICROTRIPS, EMME/2, TMODEL2, TRANSCAD, e outros. O Center for Microcomputers
in Transportation, da Universidade da Flórida, Estados Unidos, mantém uma relação dos
sistemas disponíveis para estudos de transportes, vários deles tendo sido preparados
para uso com Windows, como QRSII e TRANSCAD.
As viagens podem ser classificadas por seu propósito ou pelo meio de transporte
utilizado. O propósito de uma viagem é definido pela razão que a motiva, tal como ir
trabalhar, fazer compras etc. ao passo que o meio de transporte é o carro de passeio,
veículo de carga, transporte coletivo etc.
É preciso distinguir nos estudos de geração a diferença entre geração de viagem que se
refere ao movimento de veículos e a geração de viagens que se refere a movimentação
de pessoas, dependendo a relação entre uma ou outra do meio de transporte em que se
realizam essas viagens e a sua extensão. As viagens que se fazem em automóveis
produzem mais tráfego na rodovia do que aquelas feitas em ônibus. Por outro lado, as
viagens longas criam mais tráfego que as curtas.
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Manual de Estudos de Tráfego 213
Para testar a validade do modelo de projeção formulado, devem ser realizados vários
testes concomitantemente com a análise de regressão.
Tf = Fc Ta
onde:
Tf = tráfego futuro
Fc = fator de crescimento
Ta = tráfego conhecido em um determinado ano
O fator de crescimento Fc pode ser calculado pela razão de dados referentes a duas
épocas distintas, que se considerem representativos da variação do tráfego. Esses
dados podem ser : a população, a renda, a taxa de motorização, a utilização de carros
(viagens de carro/número de carros), a área geradora do tráfego, a densidade de
construção e outros parâmetros associados ao tráfego. Esses dados podem ser
utilizados individualmente ou de forma combinada, relacionando vários fatores entre
si.
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Manual de Estudos de Tráfego 214
Por exemplo: Acredita-se que o tráfego futuro varie exatamente na proporção em que
variou a população entre os anos 2005 e 2015. Conhecendo-se os valores da
população nessas épocas, o fator de crescimento para o período de 10 anos será
então:
P2015
Fc =
P2005
T 2015 = Fc × T 2005
Este método é bastante rudimentar e sua aplicação deve ser restrita. Apresenta como
principal limitação ser feita através da simples extrapolação de tendências, não
considerando a evolução de outros fatores que são importantes na geração de
viagens.
Dentre as funções que se revelaram de maior utilidade nos estudos de tráfego convém
relacionar (Figura 54):
− Função linear
y = a0 + a1 x
− Função do 2° grau
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Manual de Estudos de Tráfego 215
y = a0 + a1 x + a2 x 2
− Função potencial
y = ax b ( a 〉 0 )
− Função exponencial
y = ab x (a 〉 0 ) ou y = ae bx
− Função logarítmica
y = a + b ln x ou y = a + b log 10 x
− Função logística
c
y=
1 + ae −bx
onde:
O método com base em análise de regressão procura estabelecer uma relação funcional
entre os volumes de viagens geradas pelas zonas de tráfego e as características
socioeconômicas das zonas. A função linear múltipla tem-se revelado como adequada
para esse fim. Para determinação dos parâmetros desta função utiliza-se uma regressão
linear múltipla, com base em análises estatísticas envolvendo variáveis socioeconômicas
que efetivamente contribuem para a geração de viagens. A variável dependente é o
volume de viagens, e as independentes, aquelas identificadas nos estudos
socioeconômicos.
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Manual de Estudos de Tráfego 216
Figura 54 - Funções
xy = a + bx
x x
Função Potência
P
Função Logarítmica
y
y
y = ax b
y = a + b lnx
Função Logística
y
C
y = -----------
-x
1+ ae
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Manual de Estudos de Tráfego 217
Existem basicamente duas linhas de modelos para efeito de distribuição das viagens. A
primeira relacionada com taxas de crescimento, as quais são aplicadas ao movimento
atual entre pares de zonas. A segunda relacionada com “modelos sintéticos”, onde se
procura detectar certas leis na distribuição de viagens. Na primeira linha os modelos mais
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Manual de Estudos de Tráfego 218
Tij = t ij ⋅ Fc
onde:
a) Método de Fratar
A previsão das viagens futuras, entre cada par de zonas, é obtida pela multiplicação
das viagens atuais pelo produto dos fatores de crescimento para as duas zonas, e um
ajuste para a atratividade relativa de outras zonas competitivas.
Tij ⋅ G j
Tij = (Ti ⋅ Gi ) n
∑t
x =1
ix ⋅ Gx
onde:
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Manual de Estudos de Tráfego 219
Este método é iterativo, alternando-se ajustes de linhas e colunas até que novos
fatores de crescimento se aproximem do valor 1,00.
b) Método de Detroit
Assim:
Gi ⋅ G j
Tij = t ij
G
onde:
Do mesmo modo que no método de Fratar, as viagens calculadas para cada zona
geralmente não se igualam às viagens previstas. É necessário, portanto, que se use
iterações para que os resultados fiquem em equilíbrio.
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Manual de Estudos de Tráfego 220
• as causas dos movimentos devem ser entendidas para que possam ser determinados
os padrões de viagens futuras.
• as relações causais que explicam os movimentos entre pares de zonas podem ser
entendidos se associados a certas leis.
− Modelo gravitacional;
− Modelo de regressão múltipla;
− Modelo de oportunidades.
a) Modelo Gravitacional
A j Fij K ij
Tij = Pi −
∑ (A Fij K ij )
n
j
j =1
onde:
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Manual de Estudos de Tráfego 221
Tij = a0 + a1 x1 + a2 x 2 + ......... + an x n
onde:
c) Modelo de Oportunidades
Tij = t i × Pi
onde:
A diferença entre os dois métodos diz respeito à forma de cálculo da probabilidade Pj.
Numa comparação mais global dos diversos modelos apresentados, verifica-se que:
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Manual de Estudos de Tráfego 222
A análise de divisão modal visa identificar as frações das viagens entre um par de zonas
que serão atendidas por cada um dos diferentes modos ou meios de transportes
alternativos.
Dependendo do nível de detalhe requerido para o estudo da divisão modal, quatro tipos
básicos de modelos podem ser utilizados:
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Manual de Estudos de Tráfego 223
Esses modelos efetuam a divisão modal das viagens em consonância com os estudos
de geração, ou seja, a geração já é feita por modalidade de transporte. Assim,
procede-se como foi visto no item geração de viagens, sendo os modelos derivados
separadamente para cada modo de transporte.
A divisão das viagens por modos é feita após os estudos de geração, antes da etapa
de distribuição. As viagens produzidas ou atraídas por zona, são divididas geralmente
na proporção fornecida pelo modelo, para o transporte particular e para o coletivo.
Conhecido o número de viagens por transporte particular, divide-se este número pelo
fator de ocupação de automóveis para determinar o total de viagens de automóveis.
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Manual de Estudos de Tráfego 224
Viagens (de Pessoas) por Coletivo e por Carro Particular e os Totais de Viagens de
Coletivos e de Carros Particulares, admitindo uma taxa de ocupação de 25
passageiros por ônibus e 1,8 pessoas por carro.
– Modelo de Desutilidades
x3 – tarifa
x5 – número de transferências
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Manual de Estudos de Tráfego 225
x9 –tempo de viagem
DTC = x1 + x2 + x3 + x4 + x5 + x6 + x7
DTP = x8 + x9 + x10 + x11 + x12
onde:
DM = DTC – DTP
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Manual de Estudos de Tráfego 226
– Modelo QRS
I ijt− b I ijtb
MS a = × 100 ou MS a = × 100
I ijt− b + I ija− b I ijtb + I ija
b
onde:
MSt = proporção de viagens entre a zona “i” e a zona “j” usando transporte
coletivo
MSa = proporção de viagens entre a zona “i” e a zona “j” usando automóveis
Iijm = impedância da viagem do modo “m”, entre “i” e “j”, custo total da
viagem.
[Impedância = (tempo no veículo em min) + (2,5 x tempo a pé em min) + (3 x
custo da viagem em salário/min)]
b = expoente dependente do objetivo da viagem
m = “t” para transporte coletivo; “a” para automóveis.
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Manual de Estudos de Tráfego 227
d) Modelos Comportamentais
– Modelo Logit
onde:
Ux = utilidade do modo x
n = número de atributos
Xi = valor do atributo (tempo, custo, etc)
ai = valor do coeficiente para o atributo i (negativo, já que os valores
desestimulam a procura do modo)
e Ua
P( A ) =
e Ua + e U0
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Manual de Estudos de Tráfego 228
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Manual de Estudos de Tráfego 229
Para qualquer viagem de uma zona a outra há, usualmente, várias rotas alternativas que
podem ser escolhidas pela pessoa que faz a viagem. Conforme já visto, cada rota tem
uma resistência à viagem – ou impedância – própria, resultante de características tais
como distância, tempo de viagem, custo, velocidade e grau de saturação. Estas
características são avaliadas ou não pelo motorista, antes de uma determinada rota ser
escolhida. Deste modo, uma rota com uma resistência à viagem muito alta, isto é, uma via
muito movimentada com paradas de ônibus, estacionamentos de carros, numerosas
interseções e pedestres, não será usada por tantos motoristas quanto uma rota que tenha
uma resistência à viagem menor. Este conceito de resistência à viagem ou impedância, é
usado na alocação de tráfego.
a) Curvas de Desvio
A alocação do tráfego pode ser feita em uma rede completa ou em ligações simples
quando se tem apenas dois percursos diferentes para se atingir o destino. Neste caso
curvas de desvio são produzidas a partir de estudos empíricos, examinando-se a
relação entre a impedância e o uso de duas rotas alternativas, para mostrar a
proporção do tráfego atraído para uma via e a remanescente na outra.
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Manual de Estudos de Tráfego 230
Há curvas que indicam a percentagem que utiliza uma nova via, em função das
diferentes distâncias e tempos de viagem economizados. Essas curvas de desvio
constituem uma família de hipérboles usando-se os resultados e observações
realizados em vias americanas.
Fornecem a relação entre os fluxos que utilizarão as duas alternativas em função dos
tempos e distâncias correspondentes e são expressas pela equação:
50(d + 0,8t )
p = 50 + , para 0 ≤ p ≤ 100
((d − 0,8)
2
+ 11,6 )
onde:
Tanto d como t podem ser negativos, se a via nova/melhorada for mais longa ou exigir
mais tempo que a melhor rota existente. Se p > 50% para viagens curtas, um fator de
correção deve ser aplicado (ver Moskowitz, Karl., California Method of Assigning
Diverted Traffic to Proposed Freeways, Highway Research Board, Bulletin 130, 1956).
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Manual de Estudos de Tráfego 231
Assim sendo, as atribuições por meio de curvas de desvio não são ideais para os
estudos de transporte de uma grande área, onde mudanças a longo prazo são
propostas para o sistema de transportes. Entretanto, para pequenas cidades onde
pequenas extensões e melhoramentos da rede são previstos, as curvas de desvio
podem ser usadas de forma efetiva e econômica.
Cabe ressaltar, ainda, que estas curvas foram calibradas em função de dados
próprios de rodovias norte-americanas e, portanto, para sua utilização, há
necessidade de fatores de correção.
Este modelo admite que todas as viagens entre um par de zonas são feitas pelo
caminho de menor impedância, desprezando assim outros caminhos alternativos.
Embora o método de alocação tudo ou nada seja de fácil aplicação, existem algumas
desvantagens associadas ao seu uso. Uma grande desvantagem desta técnica é que
ela não leva em conta os acréscimos de tempo de viagem que ocorrem devido ao
aumento de volume de tráfego. Além disso, pequenas diferenças nos tempos de
viagem nas diferentes rotas entre a mesma origem e destino podem provocar
caminhos irreais.
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Manual de Estudos de Tráfego 232
C = capacidade da ligação
⎡ ⎛V ⎞ ⎤
4
T = T0 ⎢1 + 0,15 ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ C ⎠ ⎦⎥
onde:
A experiência mostra que a aplicação direta deste tempo conduz a grandes oscilações
nos volumes das ligações. Para minimizar este efeito, adota-se a equação:
Ta = 0,75 × Tb 0,25T
onde:
Este processo é iterativo, até que a relação V/C para cada ligação seja
aproximadamente igual a 1.
d) Modelo Probabilístico
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Manual de Estudos de Tráfego 233
a) Projeção Linear
A Projeção Linear admite que o volume de tráfego cresce segundo uma progressão
aritmética, em que o primeiro termo é o volume inicial e a razão é o número de
veículos que cresce por ano.
Vn = V0 ( 1 + na )
onde:
Vn = V0 r n
onde:
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Manual de Estudos de Tráfego 234
Vn = V0 (1 + a )
n
Onde se substitui a razão “r” por uma taxa de crescimento anual “a”, geralmente
expressa em percentagem.
Estes dois métodos são rotineiramente empregados, constando das três opções
programadas para aplicação nas projeções de tráfego constantes do sistema HDM-4.
A terceira opção se resume em permitir informar o volume de tráfego ano a ano.
C
Vn =
1 + ke −b (n −n0 )
onde:
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Manual de Estudos de Tráfego 235
Tem-se então:
C
Vn =
(1 + z )
Logo:
C
z= −1
Vn
Exemplo de Aplicação
No exemplo que se segue são conhecidos para os anos 1992 a 1998 os volumes do
VMD em unidades de carros de passeio (Tabela 38) e a capacidade C = 5.000
ucp/dia. Deseja-se construir uma curva representativa da variação do tráfego,
considerando que VMD nunca ultrapassará 5.000.
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Manual de Estudos de Tráfego 236
Regression Output:
Constant 378,48591
Std Err of Y Est 0,0828794
R Squared 0,9677599
No. of Observations 7
Degrees of Freedom 5
X Coefficient(s) -0,1918837
Std Err of Coef. 0,0156627
Assim:
n = 1992 z = 7,4637
n = 1998 z = 2,3602
z = k = 7,4637 e
2,3602 = 7,4637e-6b
Tem-se então:
2,3602/7,4637 = e-6b
ln (2,3602/7,4637) = - 6b
- 1,1513 = - 6 b
b = 0,1919
C 5.000
VMD = , VMD =
(1 + z ) 1 + 7,4637 e −0 ,1919( n −1992 )
Com esta fórmula obtém-se os valores calculados dos VMD (Tabela 40), com os quais
foi construída a curva da Figura 58.
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Manual de Estudos de Tráfego 237
t VMD calc
1992 591
1995 962
2000 1917
2005 3094
2010 4045
2015 4585
2020 4833
2025 4935
2030 4975
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