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Aula do dia 28/10/2021

CAP. XII, XIII, XIV e XV – ESTRUTURA DO PODER


JUDICIÁRIO/INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO/ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIA/STF E STJ

76. Poder judiciário - conceito

Embora a doutrina tradicional se refira ao Poder Judiciário como o


terceiro dos Poderes do Estado segundo a clássica teoria de Montesquieu, o
Judiciário brasileiro vem ganhando nas últimas décadas um relevantes status
político, na medida em que interfere com muita frequência nas atividades dos
demais poderes. A Constituição brasileira dedica-lhe o capítulo III de seu tít. IV
(arts.92 e ss.) e inscreve entre os direitos e garantias individuais o principio da
inafastabilidade da apreciação jurisdicional, segundo o qual “a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.

O Poder Judiciário é uno, assim como una é a sua função precípua


(a jurisdição), por apresentar sempre o mesmo conteúdo e a mesma
formalidade. É tradicional a assertiva na doutrina pátria de que o Poder
Judiciário não é federal nem estadual, mas nacional. É um único e mesmo
Poder que se positiva através de vários órgãos estatais – estes, sim, federais e
estaduais.

77. Funções do poder judiciário e função jurisdicional

Existem, apesar disso restrições à unidade funcional do Judiciário.


Nem toda a atividade jurisdicional está confiada ao Poder Judiciário, e,
diversamente, nem toda a atividade desenvolvida pelo Judiciário se qualifica
como jurisdicional.
A Constituição brasileira atribui expressamente a função jurisdicional
a certos órgãos alheios ao Poder Judiciário, estabelecendo as competências
para a Câmara dos Deputados (art. 51, I, CF), para o Senado Federal (art. 52, I
e II, CF) e da Câmara dos Deputados juntamente com o Senado Federal (art.
54 e 55, § 2º da CF).

Assim como outros Poderes podem ser investidos de função


jurisdicional, o judiciário não se limita ao exercício da jurisdição, que é sua
função precípua, mas exerce também funções legislativas e administrativas.
Funções normativas são exercidas pelos tribunais na elaboração de seus
regimentos internos, o que constitui aspecto do seu poder de auto-governo (art.
96, I, “a”, CF).

78. Órgãos da jurisdição

Nos expressos termos do disposto no artigo 92 da CF, o poder


judiciário é composto pelos seguintes órgãos:

1) Supremo Tribunal Federal;


2) Conselho Nacional de Justiça;
3) Superior Tribunal de Justiça;
4) Tribunal Superior do Trabalho;
5) Tribunais Regionais Federais e juízes federais;
6) Tribunais e juízes do trabalho;
7) Tribunais e juízes eleitorais;
8) Tribunais e juízes militares; e
9) Tribunais e juízes dos EstadosO, Distrito Federal e Territórios.

Entre os órgãos de primeiro grau das Justiças estaduais inclui a CF


os juizados de pequenas causas, hoje, juizados especiais cíveis e criminais –
art. 24, X, CF).

79. Jurisdição una – inexistente no Brasil o contencioso administrativo


Vige tradicionalmente no Brasil o sistema da jurisdição uma, pelo
qual toda a jurisdição estatal é exercida exclusivamente pelos órgãos e
organismos do Poder Judiciário, inexistindo aqui o contencioso administrativo,
caracterizado como um sistema de órgãos verdadeiramente jurisdicionais e
integrados na Administração Pública e encarregados dos processos em que
esta seja parte.

Aqui a jurisdição estatal é exercida por juízes de todos os níveis,


mas todos integrantes do poder judiciário, conforme especificação taxativa
contida no art. 92 da CF – não ostentando qualquer outro órgão ou qualquer
outro organismo, estatal ou não, a condição de juiz natural detentor dos
poderes inerentes a essa jurisdição (art. 5º, XXXVII e LIII). Ninguém mais
exerce a jurisdição estatal neste país, além dos magistrados. Jurisdição una, e,
portanto, não dúplice.

80. Os órgãos não jurisdicionais do Poder Judiciário – O Conselho


Nacional de Justiça, as Ouvidorias de Justiça e as Escolas da
Magistratura

Por expressa disposição constitucional integram também o Poder


Judiciário o Conselho Nacional de Justiça, as Ouvidorias de Justiça e as
Escolas da Magistratura – órgãos que, embora não sejam dotados de qualquer
competência jurisdicional, são, rigorosamente, órgãos judiciários.

O Conselho Nacional de Justiça é o mais elevado órgão, no cenário


judicial brasileiro, encarregado do Controle do Poder Judiciário e de seus
integrantes. Ele tem competência administrativa, não jurisdicional, ligada à
defesa da autonomia do Poder Judiciário, às suas finanças, zelo pela
observância do Estatuto da Magistratura, às normas disciplinares e
correcionais referentes a juízes e auxiliares.

As Ouvidorias de Justiça têm competência para “receber


reclamações e denuncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos
do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
As Escolas da Magistratura conterão a previsão de cursos oficiais de
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados.

81. A independência do Poder Judiciário

A posição do Poder Judiciário, como guardião das liberdades e


direitos individuais só pode ser preservada através de sua independência e
imparcialidade. Essas garantias correspondem à denominada independência
política do Poder Judiciário e de seus órgãos, a qual se manifesta no
autogoverno na Magistratura, nas garantias da vitaliciedade, da inamovibilidade
e irredutibilidade de vencimentos e na vedação do exercício de determinadas
atividades, as quais são estabelecidas com vista a assegurar a imparcialidade
do juiz.

Além dessa independência política e estribada nela, existe ainda a


denominada independência jurídica dos juízes, a qual retira o magistrado de
qualquer subordinação hierárquica no desempenho de suas atividades
funcionais.

82. As garantias do Poder Judiciário como um todo

Ao Poder Judiciário a Constituição assegura a prerrogativa do


autogoverno, que se realiza mediante o exercício de atividades normativas e
administrativas de auto-organização e de auto-regulamentação. Na ordem
constitucional brasileira a garantia do autogoverno compreende a autonomia
administrativa e financeira – consistente esta na prerrogativa de elaboração de
proposta orçamentária e na gestão das dotações pelos próprios tribunais.

As garantias do art. 96 da CF visam essencialmente a estabelecer a


independência do Poder Judiciário em relação aos demais Poderes. Mas, se
essa independência é absoluta no que respeita ao desempenho de suas
funções, não se pode dizer o mesmo no tocante à organização do Poder
Judiciário, a qual depende frequentemente do Poder Executivo ou do
Legislativo, quando não de ambos.

83. As garantias e impedimentos dos magistrados

As garantias políticas dos magistrados complementam as garantias


políticas do Poder Judiciário entendido como um todo.

Com vista a propiciar a imparcialidade dos juízes e de sua


independência, inclusive em face de outros órgãos judiciários, a Constituição e
a lei lhes oferecem certas garantias e lhes impõem outros tantos impedimentos,
todos destinados a complementar as garantias políticas do Poder Judiciário
como um todo. As garantias pessoais dos juízes são a vitaliciedade, a
inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos (art. 95, CF); os
impedimentos estão arrolados no art. 95, § único da CF.

84. Garantias de independência

A vitaliciedade consiste em não poder o magistrado perder o cargo


senão por sentença judiciária. Aí reside a diferença entre a vitaliciedade e a
estabilidade dos demais funcionários públicos, que consiste em não poderem
eles perder o cargo senão por sentença judiciária ou por procedimento
administrativo.

A inamovibilidade consiste em não se permitir, sem seu


consentimento, a remoção de um juiz de um cargo a outro e nem mesmo a sua
promoção a um cargo superior na organização da Magistratura. Abrangem-se
na inamovibilidade o grau, a sede, a comarca, a subseção judiciária, o cargo, o
tribunal e a câmara.

85. Os impedimentos como garantia de imparcialidade


Os impedimentos constitucionais dos juízes consistem em vedações
destinadas a dar-lhes melhores condições de imparcialidade, representando,
assim, uma garantia para os litigantes.

O art. 95, § único da CF, impede o juiz de exercer, ainda que em


disponibilidade, outro cargo ou função, salvo o de magistério, receber a
qualquer titulo ou pretexto, custas ou participação em processo, dedicar-se a
atividade político-partidária, receber a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, salvo
exceções previstas em lei e exercer a advocacia no juízo ou tribunal o qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
aposentadoria ou exoneração (essa é a regra da chamada “quarentena”).

86. Organização judiciária – conceito

As normas sobre a organização judiciária cuidam de tudo que se


refira aos aspectos orgânicos da Justiça, indicando quais e quantos são os
órgãos jurisdicionais, dispondo sobre a superposição de uns a outros e sobre a
estrutura de cada um, fixando requisitos para a investidura e dizendo sobre
carreira judiciária, determinando épocas para o trabalho forense, dividindo o
território nacional em circunscrições para o efeito do exercício da função
jurisdicional. Poder-se-á dizer então, que a organização judiciária é o regime
legal da constituição orgânica do Poder Judiciário.

87. Competência legislativa

É na CF que se encontram as regras básicas sobre a organização


judiciária. No cap. III do seu tít. IV, estabelece normas referentes ao STF e
todos os demais órgãos e organismos judiciários nacionais. Eventuais conflitos
entre leis federais e estaduais em uma organização judiciária são resolvidos
não com atenção à hierarquia das leis, mas com base na discriminação de
competências legislativas, impostas pela Constituição. Quando se trata de
organização da Justiça local é só o Estado quem legisla e qualquer norma
federal que invada essa competência será violadora do art. 125 da CF.
88. O objeto da organização judiciária

Os problemas referentes à administração da justiça podem ser


distribuídos sistematicamente em alguns grupos fundamentais, que são os
seguintes:

a) A Magistratura;
b) Duplo grau de jurisdição;
c) Composição dos juízos (inclusive tribunais);
d) Divisão judiciária;
e) Estrutura judiciária nacional; e
f) Épocas para o trabalho forense.

89. Magistratura

Magistratura é o conjunto de juízes que integram o Poder Judiciário


de um país, ou conforme o caso de um Estado. Fala-se, assim, em
Magistratura estadual ou federal, em Magistratura trabalhista, e etc.

São magistrados apenas os juízes togados, ou sejam os juízes de


direito. Excluem-se os juízes de fato (jurados), os juízes de paz, os árbitros, os
conciliadores e os juízes leigos. A Magistratura é, por dispositivo constitucional,
organizada em carreira (art. 93, I-III, CF), isso significa que os juízes se
indiciam nos cargos inferiores (nas Justiças dos Estados, nos cargos de juiz
substituto), com a possibilidade de acesso a cargos mais elevados, e assim
sucessivamente, segundo determinados critérios de promoção.

90. A estrutura judiciária nacional

No cap. III de seu tít. IV (arts.92/126) cuida a CF do Poder Judiciário,


ditando normas gerais, fixando garantias e impondo impedimentos aos
Magistrados e também desenhando desde logo a estrutura judiciária do país.

Fala depois a Constituição das diversas justiças, através das quais o


Estado exerce a função jurisdicional. A jurisdição é uma só, ela não é nem
federal nem estadual: como expressão do poder estatal, que é uno, ele é
eminentemente nacional e também não comporta divisões. No entanto, para a
divisão racional do trabalho é conveniente que se instituam organismos
distintos, outorgando-se a cada um deles um setor da grande massa de causas
que devem ser processadas no país.

São estes os organismos, ou justiças, que compõem a estrutura


judiciária brasileira:

a) Justiça Federal;
b) Justiça do Trabalho;
c) FUNJustiça Eleitoral;
d) Justiça Militar;
e) Justiças estaduais ordinárias; e
f) Justiças militares estaduais.

Entre elas, só a Justiça do Trabalho não tem competência penal


alguma e só as Justiças Militares não exercem competência civil. Fora disso,
as Justiças exercem igualmente competência civil e criminal.

91. Os juízes de primeiro grau de jurisdição

No Brasil os juízes de primeiro grau da Justiça comum são


monocráticos – isto é, a condução do processo e o julgamento da causa são
feitos por um só juiz e não por um colegiado, a não ser o tribunal do júri, nas
juntas eleitorais e nos conselhos da Justiça Militar, todos eles atuando
colegialmente.

92. Os órgãos de segundo grau das diversas justiças

Além de seus juízos de primeiro grau jurisdicional (varas), cada uma


das Justiças tem seus tribunais, que são órgãos superiores destinados
principalmente a funcionar como instância de segundo grau, julgando recursos
interpostos contra decisões inferiores (sempre da mesma justiça à qual o
tribunal pertença) – e dispondo também de competência para processa desde
o inicio e julgar em primeiro lugar certas causas muito específicas indicadas
pela lei (competência originária). Os tribunais das diversas justiças são:

a) Na Justiça Federal, os Tribunais Regionais Federais;


b) Na Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho e os
Tribunais Regionais do Trabalho;
c) Na Justiça Eleitoral, o Superior Tribunal Eleitoral e os Tribunais
Regionais Eleitorais;
d) Na Justiça Militar da União, o Superior Tribunal Militar;
e) Na Justiça do Distrito Federal e na de cada Estado, os Tribunais
de Justiça.

93. Divisão judiciária

Dada a circunstancia de que conflitos interindividuais surgem em


todo o território nacional e de que também os sujeitos em conflito têm sede nos
mais diversos pontos deste, e considerando que seria sumamente embaraçosa
para as partes a existência de juízos e tribunais em um só ponto do país, ou
em poucos, surge a necessidade de dividi-lo da melhor forma possível para
que as causas sejam conhecidas e solucionadas pelo Poder Judiciário em local
próximo à sua própria sede.

Vê-se, portanto que, dado o chamado princípio da aderência ao


território, segundo o qual o juiz só é autorizado a exercer a jurisdição nos
limites territoriais que lhe são traçados por lei, as leis estaduais de organização
judiciária acabam por influir decisivamente na competência.

A comarca e a subseção judiciária constituem o foro confiado aos


juízes de primeiro grau de jurisdição, ou primeira instância – ou seja, as
comarcas e as subseções são o território em que o juiz exerce a jurisdição. Em
um só foro pode haver um ou mais juízos.

94. Épocas para o trabalho forense

Com vista a implantar a continuidade dos serviços judiciários, os


quais devem ser ininterruptos para que a tutela jurisdicional não seja tão
demorada, foi regulamentado que a atividade jurisdicional será ininterrupta,
sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
funcionando nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
plantão permanente. Isso significa que poderá haver férias forenses no STF e
nos Tribunais Superiores da União.

95. Órgãos de superposição

Entre os Tribunais da União, dois existem que não pertencem a


qualquer das Justiças. Trata-se do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça, os quais não são órgãos destinados a julgar recursos
ordinários de qualquer delas. Além da competência originária de que dispõem e
da competência para julgar em grau de recurso ordinário (casos excepcionais),
eles funcionam como órgãos de superposição, isto é, julgam recursos
interpostos em causa que já tenham exaurido todos os graus das Justiças
comuns e especiais. Em outras palavras, eles se sobrepõem a elas.

96. STF: funções institucionais

O STF represente o ápice da estrutura judiciária nacional e articula-


se tanto com a Justiça comum quanto com as especiais. Sua função básica é a
de manter o respeito à CF e sua unidade substancial em todo o país, o que faz
através de uma série de mecanismos diferenciados – além de ter competência
para o exercício da jurisdição em certas causas sem conotação constitucional.

Aqui existe:

a) Controle difuso de constitucionalidade; e


b) Controle concentrado de constitucionalidade

Com essas competências o STF constitui-se, no sistema brasileiro,


na corte constitucional por excelência, embora configurada segundo um
modelo muito diferente das cortes constitucionais europeias. Ele é, em outras
palavras, o guarda da Constituição e nessa condição sua competência inclui:
a) Ação declaratória de inconstitucionalidade ou de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual
perante a CF;
b) Arguição de descumprimento de preceito fundamental;
c) Recurso extraordinário interposto contra decisões que contrariem
dispositivo constitucional, declarem a inconstitucionalidade de
tratado ou lei federal ou julgarem válida lei ou ato do governo
local contestado em face da CF ou de lei federal; e
d) Mandado de injunção para a efetividade dos direitos e liberdades
constitucionais.

Outra importante competência tem também o STF, de caráter


abertamente normativo, que é a competência para editar súmulas vinculantes.

97. Graus de jurisdição do STF

Mesmo sendo institucionalmente um tribunal de superposição, nem


sempre funciona o STF em grau de recurso. Justamente em face de seu
relevante papel de cabeça do Poder Judiciário, atribui-lhe a CF uma
competência originária bastante ampla, como verdadeiro Tribunal especial para
o processo e julgamento de determinadas causas que perante ele se iniciam,
transformando-o em órgão especial de primeiro e único grau.

O Supremo funciona também como órgão de segundo grau nos


casos de recurso ordinário instituído pela CF em seu art. 102, II. Trata-se da
competência estabelecida segundo critérios políticos, seja para evitar que
fiquem privados de toda e qualquer instância recursal os habeas corpus,
habeas data, mandados de segurança ou de injunção impetrados diretamente
perante os Tribunais Superiores.

98. Ingresso, composição e funcionamento (STF)

O ingresso no STF não se faz por carreira, mas por nomeação do


Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal.
Os Ministros devem estar no gozo dos direitos políticos, ter mais de 35 e
menos de 75 anos de idade, notável saber jurídico e reputação ilibada. Devem
ainda ser brasileiros natos.

99. STJ: funções institucionais e competência

Pela competência que lhe dá, a CF apresenta o STJ como defensor


e unificador do direito infraconstitucional nacional. Como defensor da lei federal
compete-lhe julgar recursos interpostos contra decisões dos Tribunais de
Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais acoimadas de haverem
contrariado ou negado vigência a tratado ou lei federal.

Em certa simetria com o STF, o STJ tem competência originaria para


certas causas indicadas no art.105 da CF. Apesar de ser um órgão de
superposição (nessa condição, ao lado do Supremo), rigorosamente o STJ não
diz a última palavra sobre as causas que chegam ao seu conhecimento, pois
pode caber recurso ao STF de suas decisões.

100. Ainda o STJ – ingresso, composição e funcionamento

A composição do STJ é heterogênea, incluindo uma terça parte de


Ministros nomeados entre juízes dos TRF, uma terça parte entre os
desembargadores e uma terça parte entre advogados e membros do MP. A
escolha é feita pelo Presidente da República a partir de listas elaboradas de
forma constitucional (art. 94, CF), sendo a nomeação feita depois da aprovação
pelo Senado Federal.

Tanto quanto os do STF, os Ministros do STJ, qualquer que seja sua


origem, uma vez empossados ficam sob as garantias e vedações
constitucionais destinadas aos juízes togados.

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