Você está na página 1de 190

COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Compreensão e Interpretação de Textos

Compreensão e interpretação de textos é um tema que nos acompanha na vida escolar, nos
vestibulares, no Enem e em todos os concursos públicos. Comumente encontrarmos pessoas que se
queixam de que não sabem compreender e interpretar textos. Muitas pessoas se acham incapazes
de resolver questões sobre compreensão e interpretação de textos.

Nos concursos públicos, este tema está presente nas mais variadas formas. Nas provas, há sempre
vários textos, alguns bem grandes, sobre os quais há muitas perguntas com o objetivo de testar a
habilidade do concurseiro em leitura, compreensão e interpretação de textos. É preciso ler com
muita atenção, reler, e na hora de examinar cada alternativa, voltar aos trechos citados para
responder com muita confiança.

Entender as técnicas decompreensão e interpretação de textos, além de ser importante para


responder as questões específicas, é fundamental para que você compreenda o enunciado das
questões de atualidades, de matemática, de direito e de raciocínio lógico, por exemplo. Muitos
candidatos, embora tenham bastante conhecimentos das matérias que caem nas provas, erram nas
questões, simplesmente porque não entendem o que a banca examinadora está pedindo. Já pensou,
nadar, nadar, nadar... e morrer na praia? Então não deixe de estudar e preste atenção nas dicas que
vamos dar neste blog."As questões decompreensão e interpretação de textos vêm ganhando
espaço nos concursos públicos. Também é a partir de textos que as questões normalmente cobram
a aplicação das regras gramaticais nos grandes concursos de hoje em dia. Por isso é cada vez mais
importante observar os comandos das questões. Normalmente o candidato é convidado a:

• identificar: Reconhecer elementos fundamentais apresentados no texto.

• comparar: Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças entre situações apresentadas


no texto.

• comentar: Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

• resumir: Concentrar as ideias centrais em um só parágrafo.

• parafrasear: Reescrever o texto com outras palavras.

• continuar: Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a mesma linha temática.

Por isso, consideramos que são condições básicas para o candidato fazer uma correta interpretação
de textos: o conhecimento histórico (aí incluída a prática da leitura), o conhecimento gramatical e
semântico (significado das palavras, aí incluídos homônimos, parônimos, sinônimos, denotação,
conotação), e a capacidade de observação, de síntese e de raciocínio"¹.

Como Interpretar Textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de


textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante
em provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões
relacionadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-
se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto
original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores


através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a


identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou
fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões
apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo,


de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do


texto.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

Exemplo

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO


A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

Condições Básicas Para Interpretar

Fazem-se necessários:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;


OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos,
denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

c) Capacidade de observação e de síntese e

d) Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO


CONCLUSÕES, DEDUZIR. QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.
- TIPOS DE ENUNCIADOS - TIPOS DE ENUNCIADOS:
• Através do texto, INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
• É possível DEDUZIR que... • É SUGERIDO pelo autor que...
• O autor permite CONCLUIR que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar afirmação...
que... • O narrador AFIRMA...

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Erros De Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são:

a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um
conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, conseqüentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do
pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
adequado a cada circunstância, a saber:

QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS


CONDIÇÕES DA FRASE.

QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR.

QUEM (PESSOA)

CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO.

COMO (MODO)

ONDE (LUGAR)

QUANDO (TEMPO)

QUANTO (MONTANTE)

EXEMPLO:

Falou tudo QUANTO queria (correto)


Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO,


SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e,
por força desse hábito cometem-se erros graves como:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.


- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .
- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso

a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o
assunto, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com


informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a
informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer:
“Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das
palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de
compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada
então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo
texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um
dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a
pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado
da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao
dicionário toda hora.

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.

– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que


identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas
sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.

– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de


paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar
setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!

3) Leia no papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de
possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas
e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e,
portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude
por livros de papel ou imprima as explicações (claro, fazendo um uso sábio do papel, sem

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à
mão consegue lembrar melhor do que estuda.

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem
dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de
um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de
forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da
página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa
frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e
superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa
leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45
minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá
recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a
reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

Ensino de Estratégia de Leitura

Estratégias de leitura são técnicas ou métodos que os leitores usam para adquirir a informação, ou
ainda procedimentos ou atividades escolhidas para facilitar o processo de compreensão em leitura.
São planos flexíveis adaptados às diferentes situações que variam de acordo com o texto a ser lido e
a abordagem elaborada previamente pelo leitor para facilitar a sua compreensão (Duffy & cols., 1987;
Brown, 1994; Pellegrini, 1996; Kopke, 2001).

Duke e Pearson (2002) identificaram seis tipos de estratégias de leitura que as pesquisas realizadas
têm sugerido como auxiliares no processo de compreensão, a saber: predição, pensar em voz
alta, estrutura do texto, representação visual do texto, resumo e questionamento. A predição implica
em antecipar, prever fatos ou conteúdos do texto utilizando o conhecimento já existente para facilitar
a compreensão.

Pensar em voz alta é quando o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê. Tem sido demonstrado
melhora na compreensão dos alunos quando eles mesmos se dedicam a esta prática durante a
leitura e também quando professores usam rotineiramente esta mesma estratégia durante suas
aulas.

A análise da estrutura textual auxilia os alunos a aprenderem a usar as características dos textos,
como cenário, problema, meta, ação, resultados, resolução e tema, como um procedimento auxiliar
para compreensão e recordação do conteúdo lido. A representação visual do texto, por sua vez,
auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando
formam uma imagem mental do conteúdo.

Resumir as informações do texto facilita a compreensão global do texto, pois implica na seleção e
destaque das informações mais relevantes do texto. Questionar o texto auxilia no entendimento do
conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo. Pesquisas indicam também
que a compreensão global da leitura é melhor quando alunos aprendem a elaborar questões sobre o
texto.

Além disso, a utilização de estratégias de leitura compreende três momentos: o antes, o durante e o
após a leitura. Na pré-leitura, é feita uma análise global do texto (do título, dos tópicos e das
figuras/gráficos), predições e também o uso do conhecimento prévio. Durante a leitura é feita uma
compreensão da mensagem passada pelo texto, uma seleção das informações relevantes, uma
relação entre as informações apresentadas no texto e uma análise das predições feitas antes da
leitura, para confirmá-las ou refutá-las. Depois da leitura é feita uma análise com o objetivo de rever e
refletir sobre o conteúdo lido, ou seja, a importância da leitura, o significado da mensagem, a
aplicação para solucionar problemas e a verificação de diferentes perspectivas apresentadas para o
tema. Também é realizada uma discussão da leitura, com expressão e comunicação do conteúdo lido

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

após análise e reflexão, seguida de um resumo e de uma releitura do texto ( Kopke, 1997 ; Duke &
Pearson, 2002).

É importante lembrar que as estratégias de leitura também auxiliam no estudo, favorecendo a


obtenção de um nível de compreensão melhor. Exigem participação ativa do leitor, podendo ser
aplicadas a qualquer tipo de texto e em qualquer momento da leitura, com ou sem ajuda externa
Oakhill e Garnham (1988).

Considerando-se esses aspectos, o ensino de estratégias de leitura abre novas perspectivas para
uma potencialização da leitura, possibilitando aos alunos ultrapassarem dificuldades pessoais e
ambientais de forma a conseguir obter um maior sucesso escolar. Essas podem e devem ser
ensinadas nas séries iniciais do ensino fundamental.

O professor exerce um papel de grande importância ao propiciar não somente a aprendizagem em


leitura, mas também ao propor modelos técnicos e procedimentos que proporcionem a compreensão
em leitura. O processo de ensinar seria uma forma de possibilitar ao estudante desenvolver
estruturas conceituais e procedimentais que implementem seu desempenho.

Dentre as estratégias de leitura que professores podem ensinar está focar a atenção dos alunos nas
idéias principais; perguntar aos alunos questões sobre seu entendimento para ajudá-lo a monitorar
sua compreensão; relacionar o conhecimento prévio dos alunos com nova informação; professores
podem questionar e designar feedback para ajudar os alunos a aplicarem técnicas e estratégias de
estudo apropriadas; podem treinar os alunos a usarem essas estratégias e técnicas de maneira mais
efetiva; utilizar reforços positivos verbais e de escrita com os alunos que apresentam baixa
compreensão; pode-se fazer questões aos alunos para ajudar a reconhecer a contradição entre o que
ele realmente conhece e o que ele pensou conhecer, mas não conhece; além de considerarem a
variedade dos textos estruturados na preparação dos textos para alunos e plano de aula.

Como exemplo de um modelo de instrução que consiste em 4 etapas. Na primeira - O quê - o


professor informa os tipos de estratégia de leitura que podem ser usadas. Na segunda etapa - Por
quê - o professor diz ao aluno porquê a estratégia de compreensão é importante e como a aquisição
pode ajudar a tornar-se um leitor melhor. A terceira etapa - Como - envolve a instrução direta da
estratégia. Ela pode envolver explanação verbal, modelo ou pensar em voz alta. E a quarta etapa -
Quando - envolve a comunicação de quando a estratégia deve ser usada ou não, e como evoluir e
corrigir seu uso.

Outra forma é ensinar estratégias específicas, como fez Song (1998) em seu estudo. O professor de
uma classe de leitura de língua estrangeira de uma universidade ensinava a resumir, questionar,
esclarecer e predizer. Os estudantes, por sua vez, recebiam um guia prático no qual pontuavam
quando eram capazes de utilizá-las sozinhos. O resultado desse trabalho indicou que o treino de
estratégias foi eficaz para o aprimoramento da leitura, e que a eficácia variou com a proficiência em
leitura inicial do sujeito. Além disso, foi possível identificar melhora no desempenho geral em leitura
dos alunos.

Várias pesquisas sobre o ensino das estratégias de leitura têm constatado que essa é uma ação
eficaz para não somente para alunos com dificuldade em compreensão, mas também para os leitores
hábeis (Song, 1998; Magliano, Trabasso & Graesser,1999; Rhoder, 2002; Ferreira & Dias; 2002).
Cabe destacar que o psicólogo escolar pode ser responsável por avaliar e assessorar os professores
para a realização dessa atividade de ensino.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Tipologias E Generos Textuais

1. Narração

Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.

2. Descrição

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora.
Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação
de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que
se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.

3. Dissertação

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.

3.1 Dissertação-Exposição

Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre


assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe
ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos
científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.

3.1 Dissertação-Argumentação

Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto,


além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se
pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em:
sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e
revistas.

4. Injunção / Instrucional

Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do
presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para
montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de
orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal,
aniversário, etc.).

OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.

5. Predição

Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas,
previsões escatológicas/apocalípticas.

OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada
mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve
personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um
enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Dialogal / Conversacional

Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,
conversa telefônica, chat, etc.

Gêneros Textuais

Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com
características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em
situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam
em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio,
podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:

Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente
necessidade de o exporao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais
utilizados.

Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações


sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes,
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.

Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo einjuntivo que tem
por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.

Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no
imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.

Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.

Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa


sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.

Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em
um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens.
Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes,
minuciosamente descritos.

Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem,


por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.

Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas


ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do
entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-
expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas
pode também envolver aspectosnarrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos,
como na entrevista médica.

História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos


quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.

Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.

Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,
poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o
conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e
comove pode ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero
<poema>, resulta-se em um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa
poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados).

Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as
rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se
repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A
tipologia narrativa tem prevalêncianeste caso.

Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.

Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para
publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada
ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.

Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e dalinguagem, consegue utilizar todas
as tipologias textuais com facilidade.

Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de um
indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um traz.

Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no
futuro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos
tipos narrativo e descritivo.

Gêneros Literários:

Gênero Narrativo:

Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o


dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante
do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características
diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras
narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a
questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:

Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam
um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os
Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais
verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o
casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É
o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a
reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto
surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade;
contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um
contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o
suspense e a solução de um mistério.

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV..

Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos


descritivos.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:Ensaio sobre a
tolerância, de John Locke.

Gênero Dramático:

Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles


afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa,
em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e
Julieta, de Shakespeare.

Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.

Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente,


significava a mistura do real com o imaginário.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.

Gênero Lírico:

É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.

Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto
máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um
poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.

Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus
símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma
ode com acompanhamento musical;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às
belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de
desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a
paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.

Acalanto: ou canção de ninar;

Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;

Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;

Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;

Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;

Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°
verso 5 sílabas;

Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.

Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas,
portanto.

Diferenças Entre Gêneros E Tipos Textuais

Gêneros e tipos textuais são dois conceitos distintos, embora ainda seja bastante comum a confusão
entre esses elementos.

A compreensão e identificação dos gêneros textuais é um tema recorrente em concursos e


vestibulares. Entretanto, existem também os chamados “tipos textuais”, que são comumente
confundidos com os gêneros, induzindo inúmeros candidatos ao erro. As diferenças entre gêneros e
tipos textuaisexistem e são bem importantes!

Gêneros e tipos texuais são elementos distintos, observe:

Tipos Textuais
Gêneros textuais

Os tipos textuais são caracterizados por propriedades Possuem função comunicativa e estão
linguísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos inseridos em um contexto cultural.
verbais, construções frasais etc.

São eles: narração, Possuem um conjunto ilimitado de


argumentação, descrição, injunção (ordem) e exposição características, que são determinadas
(que é o texto informativo). de acordo com o estilo do autor,
conteúdo, composição e função.

Geralmente variam entre 5 e 9 tipos. São infinitos os exemplos de gêneros:


receita culinária, blog, e-mail, lista de
compras, bula de remédios, telefonema,
carta comercial, carta
argumentativa etc.

Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto apresenta-se e
é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. O gênero textual exerce

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

funções sociais específicas, que são pressentidas e vivienciadas pelos usuários da língua. Mas você
deve estar perguntando-se: “por que é importante saber a diferença entre gêneros e tipos textuais?”.

Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta distinção entre gêneros
e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um desses elementos, fica
muito mais fácil interpretar um texto. A interpretação está relacionada não apenas com a construção
de sentidos, mas também com os diversos fatores inerentes à estruturação textual.

Você Sabe O Que São Tipos Textuais?

Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem
definida e facilmente identificada por suas características predominantes. O termo tipologia
textual (outra nomenclatura possível) designa uma sequência definida pela natureza linguística de
sua composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por
aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Objetivamente, dizemos que o tipo
textual é a forma como o texto apresenta-se.

Podem variar entre cinco e nove tipos, contudo, os mais estudados e exigidos nas diferentes provas
de vestibular e concursos no Brasil são a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a
exposição. Veja as principais características de cada um deles:

► Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em
um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os
gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias
etc.

► Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias
argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos apresentados.
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação,
editorial etc.

► Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações.
Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc.
Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.

► Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos no
imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os gêneros que
se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas,
regulamentos, editais, códigos, leis etc.

► Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato
específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros
que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico,
seminário etc.

Para que você conheça com detalhes cada um dos tipos textuais citados, o sítio de Português
preparou uma seção sobre tipologia textual. Nela você encontrará vários artigos que têm como
objetivo discutir as características que compõem a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e
a exposição, bem como apresentar as diferenças entre tipos e gêneros textuais. Esperamos que você
aproveite o conteúdo disponibilizado e, principalmente, desejamos que todas as informações aqui
encontradas possam transformar-se em conhecimento. Boa leitura e bons estudos!

Gêneros Textuais

Os Gêneros Textuais São Um Modo De Classificar Os Textos. Veja A Diferença Entre Gênero
Textual, Literário E Tipos De Textos.

Os textos, sejam eles escritos ou orais, embora sejam diferentes entre si, podem apresentar diversos
pontos em comum. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, podem ser
classificados em determinado gênero textual.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Dessa maneira, os gêneros textuais podem ser compreendidos como as diferentes formas de
linguagem empregadas nos textos, configurando-se como manifestações socialmente reconhecidas
que procuram alcançar intenções comunicativas semelhantes, exercendo funções sociais específicas.

Cada gênero textual tem o seu próprio estilo e pode ser diferenciado dos demais por meio das suas
características. Algumas das características que determinam o gênero textual são o assunto, o papel
dos interlocutores e a situação. Graças à sua natureza, torna-se impossível definir a quantidade de
gêneros textuais existentes na língua portuguesa.

Gênero Textual, Tipo Textual E Gênero Literário

Antes de vermos mais detalhadamente alguns exemplos de gêneros textuais, é necessário abordar
alguns conceitos a fim de evitar possíveis confusões. Vejamos a seguir:

Gênero literário – Os gêneros textuais abrangem todos os tipos de texto, ao contrário dos gêneros
literários que, como o próprio nome já indica, aborda apenas os literários. O gênero literário é
classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero dramático, lírico, épico, narrativo etc.

Tipo textual – É a forma como um texto se apresenta. Pode ser classificado como narrativo,
argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo.

Observe que, enquanto os tipos textuais variam entre 5 e 9 tipos, temos infinitos exemplos de
gêneros textuais.

Os Gêneros Textuais

Os gêneros textuais são inúmeros e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de
estrutura. Confira alguns deles a seguir:

• Conto maravilhoso;

• Conto de fadas;

• Fábula;

• Carta pessoal;

• Lenda;

• Telefonema;

• Poema;

• Narrativa de ficção científica;

• Romance;

• E-mail;

• Manual de instruções;

• Lista de compras;

• Edital;

• Conto;

• Piada;

• Relato;

• Relato de viagem;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

• Diário;

• Autobiografia;

• Curriculum vitae;

• Notícia;

• Biografia;

• Relato histórico;

• Texto de opinião;

• Carta de leitor;

• Carta de solicitação;

• Editorial;

• Ensaio;

• Resenhas críticas;

• Seminário;

• Conferência;

• Palestra;

• Texto explicativo;

• Relatório científico;

• Receita culinária;

• Regulamento;

Vejamos alguns exemplos de gêneros textuais mais detalhadamente:

Carta

Na carta pessoal, é comum encontrarmos uma linguagem pessoal e a presença de aspectos


narrativos ou descritivos. Já a carta aberta, destinada à sociedade, tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo.

Diário

É escrito em linguagem informal, consta a data e geralmente o destinatário é a própria pessoa que
está escrevendo.

Notícia

Apresenta linguagem narrativa e descritiva e o objetivo é informar algo que aconteceu.

Como já foi dito, os gêneros textuais são inúmeros e, por isso, seria impossível estudá-los ao mesmo
tempo. Para produzir um bom texto em determinado gênero textual, é importante estudar as suas
características e ler alguns exemplos.

Os gêneros e os tipos textuais estão intrinsecamente relacionados, o que torna difícil a dissociação
entre as duas noções

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Você já deve ter ouvido falar sobre gêneros e tipos textuais, certo? Mas será que você sabe como
diferenciar essas duas noções?

Diferenciar gêneros e tipologias textuais não é tarefa fácil, contudo é importante que saibamos alguns
aspectos que possam defini-los para, dessa forma, facilitar nossos estudos. Vamos então à análise:

Gêneros textuais

Os gêneros textuais são aqueles que encontramos em nossa vida diária, inclusive em nossos
momentos de interação verbal. Quando nos comunicamos verbalmente, fazemos, intuitivamente, uso
de algum gênero textual. Sendo assim, a língua, sob a perspectiva dos gêneros textuais, é
compreendida por seus aspectos discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais.
Os gêneros privilegiam a funcionalidade da língua, ou seja, a maneira como os falantes podem dela
dispor, e não seus aspectos estruturais. São inúmeros os gêneros textuais utilizados em nossas
ações sociocomunicativas:

Telefonema
Carta comercial
Carta pessoal
Poema
Cardápio de restaurante
Receita culinária
Bula de remédio
Bilhete
Notícia de jornal
Romance
Edital de concurso
Piada
Carta eletrônica
Formulário de inscrição
Inquérito policial
História em quadrinhos
Entrevista
Biografia
Monografia
Aviso
Conto
Obra teatral

É importante ressaltar que os gêneros textuais são passíveis de modificação, pois devem atender às
situações comunicativas do cotidiano. Podemos destacar também que os gêneros atendem a
necessidades específicas, que vão desde a elaboração do cardápio do restaurante à elaboração de
um e-mail. Novos gêneros podem surgir (ou desaparecer) de acordo com a demanda linguística dos
falantes.

Tipos Textuais

Os tipos textuais diferem dos gêneros textuais por serem limitados, abrangendo categorias
conhecidas como:

Narração

Argumentação

Exposição

Descrição

Injunção (imposição)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

O termo Tipologia textual designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua
composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por
aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.

Apesar dessa tentativa arbitrária de diferenciação entre gêneros e tipos textuais – o tema costuma
provocar polêmica até mesmo entre linguistas –, é importante observar que essas duas noções estão
intrinsecamente relacionadas. Um texto narrativo (tipo textual) poderá contar com elementos
descritivos (gênero textual), e, para classificá-lo, a predominância de um elemento sobre o outro deve
ser observada, pois um texto pode ser tipologicamente variado.

Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos apresentam
em relação à linguagem e ao conteúdo.

Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor
e receptor) de determinado discurso.

São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, bilhete
ou lista de supermercado.

É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de
um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de
ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).

Tipos De Gêneros Textuais

Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro
das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais
peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo
e injuntivo.

Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura


da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:

• Romance

• Novela

• Crônica

• Contos de Fada

• Fábula

• Lendas

Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento.
Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir
das percepções sensoriais do locutor (emissor).

São exemplos de gêneros textuais descritivos:

• Diário

• Relatos (viagens, históricos, etc.)

• Biografia e autobiografia

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

• Notícia

• Currículo

• Lista de compras

• Cardápio

• Anúncios de classificados

Texto Dissertativo-Argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese
(desenvolvimento), nova tese (conclusão).

Exemplos de gêneros textuais dissertativos:

• Editorial Jornalístico

• Carta de opinião

• Resenha

• Artigo

• Ensaio

• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.

Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:

• Seminários

• Palestras

• Conferências

• Entrevistas

• Trabalhos acadêmicos

• Enciclopédia

• Verbetes de dicionários

Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo
que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na
maioria dos casos, verbos no imperativo.

Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

• Propaganda

• Receita culinária

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

• Bula de remédio

• Manual de instruções

• Regulamento

• Textos prescritivos

Conheça mais gêneros textuais:

• Anedota

• Blog

• Reportagem

• Charge

• Carta

• E-mail

• Declaração

• Memorando

• Bilhete

• Relatório

• Requerimento

• ATA

• Cartaz

• Cartum

• Procuração

• Atestado

• Circular

• Contrato

Tipologia Textual

Quando falamos em tipos de textos, normalmente nos limitamos a tripartição, sob o enfoque
tradicional: Descrição, Narração e Dissertação. Vamos um pouco mais além no intuito de conhecer
um pouco mais sobre este assunto.

Texto Descritivo

A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, animal, objeto ou
lugar. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função
caracterizadora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes.

A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. È uma estrutura pictórica, em que os
aspectos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas
telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.

Quanto à descrição de pessoas, podemos atribuir-lhes características físicas ou psicológicas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Texto Narrativo

Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O
tempo verbal predominante é o passado.

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O narrar surge da busca de transmitir, de comunicar


qualquer acontecimento ou situação. A narração em primeira pessoa pressupõe a participação do
narrador ( narrador personagem) e em terceira pessoa mostra o que ele viu ou ouviu ( narrador
observador ).

Na narração encontramos ainda os personagens ( principais ou secundários ), o espaço ( cenário) e o


tempo da narrativa.

Texto Dissertativo

Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a
argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Assim, a
dissertação consiste na ordenação e exposição de um determinado assunto. É a nossa conhecida
“redação” de cada dia. É a modalidade mais exigida nos concursos, já que exige dos candidatos um
conhecimento de leitura do mundo, como também um bom domínio da norma culta.
Está estruturada basicamente assim:
1. Idéia principal ( introdução )
2. Desenvolvimento ( argumentos e aspectos que o tema envolve )
3. Conclusão ( síntese da posição assumida )

Texto Expositivo

Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo idéias, explicando e avaliando. Como
o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os livros e as fontes
de consulta, são exemplos maiores desta modalidade.

Texto Injuntivo

Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente pede, manda ou
aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados
no modo imperativo.
Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, receitas médicas, editais
, etc.

Gêneros Textuais

Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam como modos de
organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos materializados,encontrados em
nosso cotidiano. Eles são muitos, apresentando características sócio-comunicativas definidas por seu
estilo, função, composição conteúdo e canal.
Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou recebe um e-mail ou usamos
o Orkut ou MSN, estamos utilizando diversos gêneros textuais.

Tipos Textuais

Descrição
Narração
Dissertação
Exposição
Injunção

Gêneros Textuais

Bilhete
Carta pessoal, comercial

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Diário, agenda, anotações


Romance
Blog, e-mail,Orkut, MSN
Aulas
Reuniões
Entrevistas
Piadas
Cardápio
Horóscopo
Telegrama, telefonema
Lista de compras, etc.

Tipologia Textual: Conheça

Os 5 Tipos Textuais E As Principais Características E Regras Gramaticais De Cada Tipo

Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde
com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).

Querem dizer a mesma coisa?

Não.

Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.

Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.

Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os
gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário,
palestras, etc.

O Que É Tipologia Textual?

Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:

A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao todo


são 5 (cinco) tipos textuais.

Narração

Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros,
pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita
ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o
homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue A Seguinte Estrutura:

NARRAÇÃO/NARRAR Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários)


(CONTAR) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)
Espaço (onde? /quando? )

Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Minha Vida De Menina

Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha
e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua
avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela
e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.

Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então vá
se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

Descrição

a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A Enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.

B-) A Comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a
imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações
do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o cheiro parece
com ..., etc.

C-) Os Cinco Sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.

Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):

Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.

Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição não
há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto, em
detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem


descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.

Características Do Texto Descritivo

• - É um retrato verbal

• - Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

• - As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas

• - Como na narração há a utilização da enumeração e comparação

• - Presença de verbos de ligação

• - Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)

• - Emprego de orações coordenadas justapostas

A Estrutura Do Texto Descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1. 1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.

2. 2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.

3. 3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:

Alguns Dados Sobre Rudy Steiner

“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

Dissertação

Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do assunto/tema


tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura Da Dissertação

EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio da exposição, Predomínio do uso de argumentos, visando
explicação o convencimento, à adesão do leitor.

Introdução Apresentação do assunto sobre o Apresentação do assunto sobre o qual se


qual se escreve (Apresentação da escreve (apresentação da tese) e do ponto
tese). de vista assumido em relação a ele.

Desenvolvimento Exposição das informações e A fundamentação do ponto de vista e sua


conhecimentos a respeito do defesa com argumentos. (Defende-se a
assunto (é o momento da tese proposta)
discussão da tese)

Conclusão Finalização do texto, com o Retomada do ponto de vista para fechar o


encerramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo

Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Redução Da Maioridade Penal, Grande Falácia

O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.

Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e
228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas
logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para
14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade
menor de 18 anos como definição legal de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a
proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator
da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a
redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.

Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem
no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os
adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita,
transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do
Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com
muito mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do


disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º,
inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à
Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e


não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de
sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

Exposição

Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem
a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

Injunção

Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o
funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a
bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles textos
que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS

Coerência E Coesão Textuais

Coesão

Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição
quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados,
um dando continuidade ao outro.
Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos.

Observe A Coesão Presente No Texto A Seguir:

“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque consideram
injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura considerou a manifestação um
ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra.”

As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são
responsáveis pela coesão do texto.
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são:

- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-
relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns
advérbios e locuções adverbiais.

Veja Algumas Palavras E Expressões De Transição E Seus Respectivos Sentidos:

- inicialmente (começo, introdução)


- primeiramente (começo, introdução)
- primeiramente (começo, introdução)
- antes de tudo (começo, introdução)
- desde já (começo, introdução)
- além disso (continuação)
- do mesmo modo (continuação)
- acresce que (continuação)
- ainda por cima (continuação)
- bem como (continuação)
- outrossim (continuação)
- enfim (conclusão)
- dessa forma (conclusão)
- em suma (conclusão)
- nesse sentido (conclusão)
- portanto (conclusão)
- afinal (conclusão)
- logo após (tempo)
- ocasionalmente (tempo)
- posteriormente (tempo)
- atualmente (tempo)
- enquanto isso (tempo)
- imediatamente (tempo)
- não raro (tempo)
- concomitantemente (tempo)
- igualmente (semelhança, conformidade)
- segundo (semelhança, conformidade)
- conforme (semelhança, conformidade)
- assim também (semelhança, conformidade)
- de acordo com (semelhança, conformidade)
- daí (causa e consequência)
- por isso (causa e consequência)
- de fato (causa e consequência)
- em virtude de (causa e consequência)
- assim (causa e consequência)
- naturalmente (causa e consequência)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS

- então (exemplificação, esclarecimento)


- por exemplo (exemplificação, esclarecimento)
- isto é (exemplificação, esclarecimento)
- a saber (exemplificação, esclarecimento)
- em outras palavras (exemplificação, esclarecimento)
- ou seja (exemplificação, esclarecimento)
- quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
- rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).

Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui
uma melhor qualidade de vida.

- Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas:
- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
- pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
- pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
- pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
- pronomes relativos: que, o qual, onde...
- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...

Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se esforçou
bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava.

- Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou
trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no
corpo do texto.

Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;


Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;
João Paulo II: Sua Santidade;
Vênus: A Deusa da Beleza.

Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. Não é por acaso que o "Poeta dos
Escravos" é considerado o mais importante da geração a qual representou.

Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos.

Tipos De Coerência

São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica.
Conhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação.

Conhecer os tipos de coerência pode ajudar na construção da coerência global de um texto, seja ele
oral ou escrito.

Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto.
Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias
apresentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente
comprometida.

É importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a
construção da coerência global de um texto. São eles:

• Coerência sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos
elementos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas
ambíguas, bem como o uso inadequado dos conectivos.

• Coerência semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso,
antes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com
as relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS

• Coerência temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o
tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados,
impedindo assim o comprometimento da coerência temática.

• Coerência pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos,
orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a
sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma
afirmação ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado.
Quando essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.

• Coerência estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve
ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística
não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como
o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente
nos textos não literários.

• Coerência genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo
com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha
como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua
linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma
ruptura com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um
determinado gênero assumindo a forma de outro.

É importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma ruptura
com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a coerência
contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão
do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o conhecimento
linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade e a
intencionalidade.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ESTRUTURA DE TEXTO

1- Frase, Oração E Período

Frase

Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias,
podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita:

ideias emoções ordens apelos

A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbio
linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

Exemplos:

O Brasil possui um grande potencial turístico.


Espantoso!
Não vá embora.
Silêncio!
O telefone está tocando.

Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal.

Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. A
entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser
complementada pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que
frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe:

Rua!
Ai!

Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes
para satisfazer suas necessidades expressivas.

Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a
melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba
tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior
complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização
e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é
que:

As meninas estavam alegres.

constitui uma frase, enquanto:

Alegres meninas estavam as.

não é considerada uma frase da língua portuguesa.

Tipos De Frases

Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos
para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora
a ironia. Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com
seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que
aparentemente diz.

A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de
expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação,
dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir
como definidores do sentido das frases. Veja:

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ESTRUTURA DE TEXTO

Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com
o sentido que transmitem. São elas:

a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São
empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta.

Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)


Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)

b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz
um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.

Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)


Não faça isso. (Negativa)
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)

c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam
entoação ligeiramente prolongada.

Por Exemplo:

Que prova difícil!


É uma delícia esse bolo!

d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou
declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.

Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)


Ela não está em casa. (Negativa)

e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.

Por Exemplo:

Deus te acompanhe!
Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.

Exemplos:

Fogo!
Cuidado!
Belo serviço o seu!
Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ESTRUTURA DE TEXTO

O sol ilumina a cidade e aquece os dias.


Os casais saíram para jantar.
A bola rolou escada abaixo.

Estrutura Da Frase

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos
essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser formadas, no
mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do
verbo: nós.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser de
quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele se
refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante
analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo,
teremos um predicado verbal (ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum
nome, teremos um predicado nominal (ocorre nas frases nominais que possuem verbo de ligação).

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor", ou
seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o
nome "eterno". Já na frase:

Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa com o
verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos,
assim, um predicado verbal.

Oração

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:

Camila terminou a leitura do livro.

Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas
são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha
uma função sintática.

Atenção:

Nem toda frase é oração.

Por Exemplo:

Que dia lindo!

Esse enunciado é frase, pois tem sentido.

Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ESTRUTURA DE TEXTO

Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como:

Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante!

A frase pode conter uma ou mais orações. Veja:

Brinquei no parque. (uma oração)


Entrei na casa e sentei-me. (duas orações)
Cheguei, vi, venci. (três orações)

Período

Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O
período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração
absoluta.

Exemplos:

O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.
Quero aquelas rosas.
O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: É Aquele Constituído Por Duas Ou Mais Orações.

Exemplos:

Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.


Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer.
Cheguei, jantei e fui dormir.

Saiba que:

Como toda oração está centrada num verbo ou numa locução verbal, a maneira prática de saber
quantas orações existem num período é contar os verbos ou locuções verbais.

Objetivos da Análise Sintática

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que
compõem um período.

Estrutura De Um Período

Observe:

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais
pessoas e quando estamos viajando.

Termos Da Oração

No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma
delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é
chamada de termoda oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que
exerce na oração.

Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:

1) Essenciais

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
ESTRUTURA DE TEXTO

Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas
orações.

2) Integrantes

Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:

complemento verbal - objeto direto e indireto;


complemento nominal;
agente da passiva.

3) Acessórios

Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São


representados por:

adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.

Obs.:
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.

2- Termos Essenciais Da Oração

Sujeito e Predicado

Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A
oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.

Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Predicado

Posição do Sujeito na Oração

Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:

Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.

Por Exemplo:

As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
ESTRUTURA DE TEXTO

Brincavam despreocupadas as crianças.

Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:

Despreocupadas, as crianças brincavam.

Predicado Sujeito Predicado

Classificação Do Sujeito

O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda
as orações sem sujeito.

1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância
verbal. Pode ser:

a) Simples

Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.

Por Exemplo:

A rua estava deserta.

Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é
simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular
ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.

Por Exemplo:

Os meninos estão gripados.


Todos cantaram durante o passeio.

b) Composto

Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.

Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.

c) Implícito

Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado.

Por Exemplo:

Dispensamos todos os funcionários.

Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência verbal -mos.

Observação: o sujeito implícito também é chamado de sujeito elíptico, subentendido ou desinencial.


Antigamente era denominado sujeito oculto.

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo
contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de
indeterminar o sujeito de uma oração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:

O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado
anteriormente (nem em outra oração):

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
ESTRUTURA DE TEXTO

Por Exemplo:

Procuraram você por todos os lugares.


Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:

O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa
construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos,
transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)


Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)

Entendendo a Partícula Se

As construções em que ocorre a partícula se podem apresentar algumas dificuldades quanto à


classificação do sujeito.

Veja:

a) Aprovou-se o novo candidato.

Sujeito

Aprovaram-se os novos candidatos.

Sujeito

b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado)

Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado)

No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, concordando
com o sujeito. Observe a transformação das frases para a voz passiva analítica:

O novo candidato foi aprovado.

Sujeito

Os novos candidatos foram aprovados.

Sujeito

No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa. Nessas construções,
o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:

Por Exemplo:

Era penoso estudar todo aquele conteúdo.


É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em
orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.

Por Exemplo:

Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
ESTRUTURA DE TEXTO

Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo
impessoal. Observe a estrutura destas orações:

Sujeito Predicado

- Havia formigas na casa.

- Nevou muito este ano em Nova Iorque.

É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta
de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem
centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa
ocorrem com:

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:

Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.

Por Exemplo:

Choveu muito no inverno passado.


Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.

Por Exemplo:

Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)


Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos
meteorológicos:

Ser:

É noite. (Período do dia)


Eram duas horas da manhã. (Hora)

Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha.
(É uma hora/ São nove horas)

Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)

Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então
irá para o plural, concordando com o número de dias.

Estar:

Está tarde. (Tempo)


Está muito quente.(Temperatura)

Fazer:

Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)

Haver:

Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)


Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
ESTRUTURA DE TEXTO

Os Verbos No Predicado

Em todo predicado existe necessariamente um verbo ou uma locução verbal. Para analisar a
importância do verbo no predicado, devemos considerar dois grupos distintos: os verbos nocionais e
os não nocionais.

Os verbos nocionais são os que exprimem processos; em outras palavras, indicam ação,
acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental:

Acontecer – considerar – desejar – julgar – pensar – querer – suceder – chover – correr fazer –
nascer – pretender – raciocinar

Esses verbos são sempre núcleos dos predicados em que aparecem.

Os verbos não nocionais exprimem estado; são mais conhecidos como verbos de ligação.

Fazem parte desse grupo, entre outros:

Ser – estar – permanecer – continuar – andar – persistir – virar – ficar – achar-se - acabar – tornar-se
– passar (a)

Os verbos não nocionais sempre fazem parte do predicado, mas não atuam como núcleos.

Para perceber se um verbo é nocional ou não nocional, é necessário considerar o contexto em que é
usado. Assim, na oração:

Ela anda muito rápido.

O verbo andar exprime uma ação, atuando como um verbo nocional. Já na oração:

Ela anda triste.

O verbo exprime um estado, atuando como verbo não nocional.

Predicado

Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo
ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado.
Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu
predicado. Veja alguns exemplos:

Predicação Verbal

Chama-se predicação verbal o resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e
entre os verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem
ser intransitivos, transitivos ou de ligação.

1) Verbo Intransitivo

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para
completar o seu sentido. Sua ação não transita.

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
ESTRUTURA DE TEXTO

O avião caiu.

O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode
acrescentar outras informações, como:

local: O avião caiu sobre as casas da periferia.

modo: O avião caiu lentamente.

tempo: O avião caiu no mês passado.

Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se
compreenda a informação básica.

2) Verbo Transitivo

É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela
algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos
complementos, para adquirir sentido completo. Veja:

1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)

O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem preposição
obrigatória.

Por Exemplo:

2 = Verbo Transitivo Indireto

de= preposição

c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complemento direta e
indiretamente, ao mesmo tempo.

Por Exemplo:

3= Verbo Transitivo Direto e Indireto

a= preposição

3) Verbo de Ligação

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e
características) certos tipos de relações.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
ESTRUTURA DE TEXTO

O verbo de ligação pode expressar:

a) estado permanente: ser, viver.

Por Exemplo:

Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se

Por Exemplo:

Mamãe está bem.


Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se

Por Exemplo:

Júlia ficou brava.


Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer

Por Exemplo:

Renato continua mal.


Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer

Por Exemplo:

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e
não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:

1 - O jovem anda devagar.

anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.

2 - O jovem anda preocupado.

anda= verbo de ligação, expressa um estado.

Classificação do Predicado

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou
num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se
apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao
sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no
caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
ESTRUTURA DE TEXTO

No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo
agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palavra a ele relacionada. O núcleo do
predicado é bela. Veja o próximo exemplo:

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao
sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado
apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado.

Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de
predicado: verbal, nominal e verbo-nominal.

Predicado Verbal

Apresenta as seguintes características:

a) Tem um verbo como núcleo;

b) Não possui predicativo do sujeito;

c) Indica ação.

Por exemplo:

Eles revelaram toda a verdade para a filha.

Predicado Verbal

Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga
uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:

O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)

Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)

Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)

A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)

Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de
ser o núcleo do predicado.

Predicado Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;

b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;

c) Indica estado ou qualidade.

Por Exemplo:

Leonardo é competente.
Predicado Nominal

No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do


sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário
um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes
circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
ESTRUTURA DE TEXTO

Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)

A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)

O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)

Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)

Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de
ligação)

Predicativo do Sujeito

É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com
verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:

a) Adjetivo ou locução adjetiva:

Por Exemplo:

O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)


Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)

b) Substantivo ou palavra substantivada:

Por Exemplo:

Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)


Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)

c) Pronome Substantivo:

Por Exemplo:

Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)

d) Numeral:

Por Exemplo:

Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)

Predicado Verbo-Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;

b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;

c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.

Por Exemplo:

Os alunos saíram da aula alegres.

Predicado Verbo-Nominal

O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que
indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do
sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado
dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
ESTRUTURA DE TEXTO

Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal

O predicado verbo-nominal pode ser formado de:

1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito

Por Exemplo:

2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto

Por Exemplo:

3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito

Por Exemplo:

Saiba que:

Uma maneira de reconhecer o predicativo do objeto numa oração é transformá-la na voz passiva. Na
permutação, o predicativo do objeto passa a ser predicativo do sujeito. Veja:

Voz Ativa:

As mulheres julgam os homens insensíveis.

Sujeito Verbo Significativo Objeto Direto Predicativo do Objeto

Voz Passiva:

Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres.

Verbo Significativo Predicativo do Sujeito

O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação se
evidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do


objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição.

Por Exemplo:

Todos o chamam de irresponsável.


Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

3 - Termos Integrantes Da Oração

Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua
significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
ESTRUTURA DE TEXTO

complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);

complemento nominal;

agente da passiva.

Complementos Verbais

Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:

1) Objeto Direto

É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário
da preposição.

Por Exemplo:

O objeto direto pode ser constituído:

a) Por um substantivo ou expressão substantivada.

Exemplos:

O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.

Exemplos:

Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

c) Por qualquer pronome substantivo.

Por Exemplo:

O menino que conheci está lá fora.

Atenção:

Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:

- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.

- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a
ele.

- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.

- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não
poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).

Saiba que:

Frequentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos.

Por Exemplo:

A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
ESTRUTURA DE TEXTO

Objeto Direto

2) Objeto Indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição
clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.

Exemplos:

Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre
quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte.

Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

Observações Gerais:

a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto
por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.

Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)


A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.

Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar
sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição
for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo:

Roberto me viu na escola.(OD)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o
amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo:

João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao
amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

3) Complemento Nominal

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
ESTRUTURA DE TEXTO

É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se
a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.

Exemplos:

Cecília tem orgulho da filha.


substantivo complemento nominal

Ricardo estava consciente de tudo.


adjetivo complemento nominal

A professora agiu favoravelmente aos alunos.


advérbio complemento nominal

Saiba que:

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um


nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.

4) Agente Da Passiva

É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva.
Vem regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".

Por Exemplo:

A vencedora foi escolhida pelos jurados.


Sujeito Verbo Agente da
Paciente Voz Passiva Passiva

Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito.
Veja:

Os jurados escolheram a vencedora.

Sujeito Verbo Objeto Direto

Voz Ativa

Outros exemplos:

Joana é amada de muitos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Essa situação já era conhecida de todos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Observações:

a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes.

Por Exemplo:

O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo)


Este livro foi escrito por mim. (pronome)

b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
ESTRUTURA DE TEXTO

O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)

4 - Termos Acessórios Da Oração

Sobre os Termos Acessórios

Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a
compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:

- caracterizam o ser;

- determinam os substantivos;

- exprimem circunstância.

São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.

Vamos observar o exemplo:

Anoiteceu.

No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se
de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem enunciada.
Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na cidade.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias,
circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde
anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo
verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.

Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido.
Trata-se de termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São
chamados adjuntos adnominais.

Por último, analise a frase abaixo:

Fernando Pessoa era português.

Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do


sujeito (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração
com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação.
Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo informativo. Veja:

Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.

Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse
núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado de aposto.

Adjunto Adverbial

É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa,
finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou
de um advérbio. Observe as frases abaixo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
ESTRUTURA DE TEXTO

Eles se respeitam muito.

Seu Projeto É Muito Interessante.

O time jogou muito mal.

Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a
forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica
o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica
o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.

Veja o exemplo abaixo:

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:

amanhã indica tempo;

de bicicleta indica meio;

àquela velha praça indica lugar.

Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa,
os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto
adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.

O adjunto adverbial pode ser expresso por:

1) Advérbio: O balão caiu longe.

2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.

3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.

Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto
adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações
sugestivas.

Por Exemplo:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade,


parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é
fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

Classificação do Adjunto Adverbial

Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de
observar os exemplos.

Acréscimo

Por Exemplo:

Além da tristeza, sentia profundo cansaço.

Afirmação

Por Exemplo:

Sim, realmente irei partir.


Ele irá com certeza.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
ESTRUTURA DE TEXTO

Assunto

Por Exemplo:

Falávamos sobre futebol. (ou de futebol, ou a respeito de futebol).

Causa

Por Exemplo:

Com o calor, o poço secou.


Não comentamos nada por discrição.
O menor trabalha por necessidade.

Companhia

Por Exemplo:

Fui ao cinema com sua prima.


Com quem você saiu?
Sempre contigo irei estar.

Concessão

Por Exemplo:

Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo.

Condição

Por Exemplo:

Sem minha autorização, você não irá.


Sem erros, não há acertos.

Conformidade

Por Exemplo:
Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o combinado)

Dúvida

Por Exemplo:

Talvez seja melhor irmos mais tarde.


Porventura, encontrariam a solução da crise?
Quiçá acertemos desta vez.

Fim, Finalidade

Por Exemplo:

Ela vive para o amor.


Daniel estudou para o exame.
Trabalho para o meu sustento.
Viajei a negócio.

Frequência

Por Exemplo:

Sempre aparecia por lá.


Havia reuniões todos os dias.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
ESTRUTURA DE TEXTO

Instrumento

Por Exemplo:

Rodrigo fez o corte com a faca.


O artista criava seus desenhos a lápis.

Intensidade

Por Exemplo:

A atleta corria bastante.


O remédio é muito caro.

Limite

Por Exemplo:

A menina andava correndo do quarto à sala.

Lugar

Por Exemplo:

Nasci em Porto Alegre.


Estou em casa.
Vive nas montanhas.
Viajou para o litoral.
"Há, em cada canto de minh’alma, um altar a um Deus diferente." (Álvaro de Campos)

Matéria

Por Exemplo:

Compunha-se de substâncias estranhas.


Era feito de aço.

Meio

Por Exemplo:

Fui de avião.
Viajei de trem.
Enriqueceram mediante fraude.

Modo

Por Exemplo:

Foram recrutados a dedo.


Fiquem à vontade.
Esperava tranquilamente o momento decisivo.

Negação

Por Exemplo:

Não há erros em seu trabalho.


Não aceitarei a proposta em hipótese alguma.

Preço

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
ESTRUTURA DE TEXTO

As casas estão sendo vendidas a preços muito altos.

Substituição Ou Troca

Por Exemplo:

Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.

Tempo

Por Exemplo:

O escritório permanece aberto das 8h às 18h.


Beto e Mara se casarão em junho.
Ontem à tarde encontrou um velho amigo.

Adjunto Adnominal

É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função
adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos,
pronomes adjetivos enumerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:

Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito
determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos
agrupam-se os adjuntos adnominais:

o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;

o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;

o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais
de amigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem,


sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo
por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de
acompanhá-lo nessa substituição.

Por Exemplo:

O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:

Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras o, notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de


adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a.
Veja:

O notável poeta português deixou-a.

Saiba que:

A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como
núcleo um substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do
objeto é um termo que se liga ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o
núcleo do objeto por um pronome, o predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
ESTRUTURA DE TEXTO

refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe:

Sua atitude deixou os amigos perplexos.

Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (os amigos). Se substituíssemos esse objeto
direto por um pronome pessoal, obteríamos:

Sua atitude deixou-os perplexos.

Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal

É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal.
Para evitar que isso ocorra, considere o seguinte:

a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos


nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado
por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não
houver preposição ligando os termos, será um adjunto adnominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação.
O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe os exemplos:

Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe.

A expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe
a ação de amar.

Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe.

A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a
ação de amar.

Aposto

Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou
especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou
travessão.

Por Exemplo:

Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente
equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.

Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo segunda-feira assume a função de adjunto adverbial
de tempo.

Veja outro exemplo:

Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
ESTRUTURA DE TEXTO

Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a
de aposto).

Por Exemplo:

Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.

Analisando a oração, temos:

pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.

menina levada = aposto de Marina.

Classificação do Aposto

De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado
em:

a) Explicativo:

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que
vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.

b) Enumerativo:

A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

c) Resumidor ou Recapitulativo:

Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor.

d) Comparativo:

Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

e) Distributivo:

Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.

f) Aposto de Oração:

Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de
pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido
genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na
entonação da frase:

Por Exemplo:

O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.


A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Atenção:

Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase:

A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa.

Nessa oração, o termo em destaque tem a função de adjetivo: a obra camoniana. É, portanto, um

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
ESTRUTURA DE TEXTO

adjunto adnominal.

Observações:

1) Os apostos, em geral, detacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou
travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgulas.

Por Exemplo:

Acabo de ler o romance A moreninha.

2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por
exemplo, etc.

Por Exemplo:

Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não entraram na sala de aula após o recreio.

3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere.

Por Exemplo:

Código universal, a música não tem fronteiras.

4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode
aparecer precedido de preposição.

Por Exemplo:

Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com as
felicitações.

Vocativo

Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence,
portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar
um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do
discurso. Veja os exemplos:

Não fale tão alto, Rita!


Vocativo

Senhor presidente, queremos nossos direitos!


Vocativo

A vida, minha amada, é feita de escolhas.


Vocativo

Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se
está dirigindo a palavra.

Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.

Por Exemplo:

Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.


Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.

Distinção entre Vocativo e Aposto

- O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
ESTRUTURA DE TEXTO

Por Exemplo:

Crianças, vamos entrar.


Vocativo

- O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.

Por Exemplo:

6 - Período Composto

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.

Por Exemplo:

A menina comprou chocolate.

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes,


coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.

Por Exemplo:

Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas
orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).

Por Exemplo:

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.

Por Exemplo:

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver outra
que dela dependa.

Por Exemplo:

Período Composto Por Coordenação

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e
sintaticamente equivalentes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
ESTRUTURA DE TEXTO

Observe:

As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.

O período é composto de três orações:

As luzes apagam-se;
abrem-se as cortinas;
e começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe
entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não
depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que
podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita
por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As orações
coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são
chamadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações
coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a
oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção
coordenativa "e".

Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva em conta fundamentalmente o aspecto lógico-
semântico da relação que se estabelece entre as orações.

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem
ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou


pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas
são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também),
tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o
conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação
social do país.

Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a
forma "e nem" para introduzir orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

b) Adversativas

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior,
estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela,
empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada
obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
ESTRUTURA DE TEXTO

Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

Saiba que:

- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente
em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes.

Por Exemplo:

Deus cura, e o médico manda a conta.

Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase
do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!"

- A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.

Por Exemplo:

Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

c) Alternativas

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além
dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as
orações coordenadas sindéticas alternativas.

Exemplos:

Diga agora ou cale-se para sempre.


Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade,
expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita,
estarei lá".

d) Conclusivas

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo,
portanto epois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo
que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.

Exemplos:

Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.


A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

e) Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As
conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo).
Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.

Exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
ESTRUTURA DE TEXTO

Vou embora, que cansei de esperá-lo.


Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:

Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas


adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:

- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração


anterior.

Por Exemplo:

A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de
sua doença.)

- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.

Por Exemplo:

Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de
Henrique.)

Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que
esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

Período Composto Por Subordinação

Classificação das Orações Subordinadas

As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função sintática que
desempenham e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas,
adjetivas ou adverbiais. Para notar as diferenças que existem entre esses três tipos de orações, tome
como base a análise do período abaixo:

Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação verbal da palavra "percebi". "A profundidade
das palavras dele" é objeto direto da forma verbal "percebi". O núcleo do objeto direto
é "profundidade". Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras
dele ". No adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o substantivo "palavras", ao qual se
prendem os adjuntos adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto adverbial de tempo.

É possível transformar a expressão "a profundidade das palavras dele", objeto direto, em oração.
Observe:

Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a oração "que as palavras dele
eram profundas". Ocorre aqui um período composto por subordinação, em que uma oração
desempenha a função de objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma função
substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e palavras de valor
substantivo. É por isso que a oração subordinada que desempenha esse papel é chamada de oração
subordinada substantiva.

Pode-se também modificar o período simples original transformando em oração o adjunto adnominal
do núcleo do objeto direto, "profundidade". Observe:

Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele continham.

Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" passa a ser a oração "que as palavras dele
continham". O adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é função exercida por

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
ESTRUTURA DE TEXTO

adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas
de subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos compostos por subordinação, atuam como
adjuntos adnominais de termos das orações principais.

Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a transformação do adjunto
adverbial de tempo em uma oração. Observe:

Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma oração que atua como adjunto adverbial de
tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função adverbial da oração, ou seja, é
função exercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas
adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam como adjuntos
adverbiais do verbo da oração principal.

Forma das Orações Subordinadas

Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:

Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira pessoa
do singular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer
dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas
de orações desenvolvidas ou explícitas.

Podemos modificar o período acima. Veja:

Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo
objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração
subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as
duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas.

Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem
ser, eventualmente, introduzidas por preposição.

1) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por
conjunção integrante (que, se).

Por Exemplo:

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas


substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 30
ESTRUTURA DE TEXTO

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:

a) Subjetiva

É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe:

Atenção:

Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome " isso". Assim,
temos um período simples:

É fundamental isso ou Isso é fundamental.

Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:

1- Verbos De Ligação + Predicativo, Em Construções Do Tipo:

É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado

Por Exemplo:

É bom que você compareça à minha festa.

2- Expressões Na Voz Passiva, Como:

Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado

Por Exemplo:

Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

3- Verbos Como:

convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer

Por Exemplo:

Convém que não se atrase na entrevista.

Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre
na 3ª. pessoa do singular.

b) Objetiva Direta

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 31
ESTRUTURA DE TEXTO

A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração
principal.

Por Exemplo:

Todos querem sua aprovação no vestibular.


Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:

1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se":

Por Exemplo:

A professora verificou se todos alunos estavam presentes.

2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas
interrogações indiretas:

Por Exemplo:

O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.

3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas:

Por Exemplo:

Eu não sei por que ela fez isso.

Orações Especiais

Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir,
perceber(chamados auxiliares sensitivos) ocorre um tipo interessante de oração subordinada
substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Observe:

Deixe-me repousar.

Mandei-os sair.

Ouvi-o gritar.

Nesses casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o que é
mais interessante, os pronomes oblíquos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais. Essa é a
única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para
perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em orações desenvolvidas:

Deixe que eu repouse.

Mandei que eles saíssem.

Ouvi que ele gritava.

Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblíquos foram substituídos pelas formas retas
correspondentes. É fácil compreender agora que se trata, efetivamente, dos sujeitos das formas
verbais das orações subordinadas.

c) Objetiva Indireta

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 32
ESTRUTURA DE TEXTO

A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da oração
principal. Vem precedida de preposição.

Por Exemplo:

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.

Por Exemplo:

Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

d) Completiva Nominal

A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração
principal e também vem marcada por preposição.

Por Exemplo:

Sentimos orgulho de seu comportamento.


Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Lembre-se:

Observe que as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de


um verbo, enquanto que orações subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido
de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado.
Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa
um verbo, o segundo, um nome.

e) Predicativa

A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da


oração principal e vem sempre depois do verbo ser.

Por Exemplo:

Nosso desejo era sua desistência.


Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce. Veja o exemplo:

A impressão é de que não fui bem na prova.

f) Apositiva

A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração
principal.

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 33
ESTRUTURA DE TEXTO

Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento.


Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse.


Oração Subordinada Substantiva Apositiva

Saiba mais:

Apesar de a NGB não fazer referência, podem ser incluídas como orações subordinadas
substantivas aquelas que funcionam como agente da passiva iniciadas por "de" ou "por" , + pronome
indefinido. Veja os exemplos:

O presente será dado por quem o comprou.

O espetáculo foi apreciado por quantos o assistiram .

2) Orações Subordinadas Adjetivas

Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele
equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
adnominal do antecedente. Observe o exemplo:

Esta foi uma redação bem-sucedida.


Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível
formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:

Esta foi uma redação que fez sucesso.


Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela
modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome
relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido
pelo termo que o antecede.

Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se o modo verbal da segunda
oração.

Atenção:

Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser
substituído por:

o qual - a qual - os quais -as quais

Por Exemplo:

Refiro-me ao aluno que é estudioso.

Essa oração é equivalente a:

Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Forma Das Orações Subordinadas Adjetivas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as
orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 34
ESTRUTURA DE TEXTO

Por Exemplo:

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.


Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo
pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo,
há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está
no infinitivo.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas
podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo
chamadas subordinadas adjetivasrestritivas. Existem também orações que realçam um detalhe
ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais
denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:

Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da


palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto
é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento.

Exemplo 2:

O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.


Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra "homem": na
verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
"homem".

Saiba que:

A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa, que, na
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma
de diferenciar as orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por
vírgulas; as restritivas, não.

Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as diferenças de
significado que as orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos casos, a oração
subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer.

Exemplo 1:

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.

No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem, no
mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra "irmão", no
caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se
uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Exemplo 2:

Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.

Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem
apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é uma

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 35
ESTRUTURA DE TEXTO

particularidade, ou seja, não é um elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer
realçar.

Observações:

As orações subordinadas adjetivas podem:

a) Vir coordenadas entre si;

Por Exemplo:

É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.

e = conjunção

b) Ter um pronome como antecedente.

Por Exemplo:

Não sei o que vou almoçar.

o = antecedente

que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Emprego E Função Dos Pronomes Relativos

O estudo das orações subordinadas adjetivas está profundamente ligado ao emprego dos pronomes
relativos. Por isso, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca desses pronomes.

1) Pronome Relativo Que

O pronome relativo "que" é chamado relativo universal, pois seu emprego é extremamente amplo.
Esse pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que estejam no singular ou no plural.
Sintaticamente, o relativo "que" pode desempenhar várias funções:

a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso país.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Eis os artistas.

• Os artistas (= que) representarão o nosso país.

Sujeito

b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Trouxe o documento

• Você pediu o documento (= que)

Objeto Direto

c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Eis o caderno.

• Preciso do caderno (= de que)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 36
ESTRUTURA DE TEXTO

Objeto Indireto

d) Complemento Nominal: Estas são as informações de que ele tem necessidade.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Estas são as informações.

• Ele tem necessidade das informações (= de que)

Complemento nominal

e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor que muitos querem ser.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Você é o professor.

• Muitos querem ser o professor (= que)

Predicativo do Sujeito

f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui atacado.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• Este é o animal.

• Fui atacado pelo animal (= por que)

Agente da Passiva

g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram. (adjunto adverbial de tempo).

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

• O acidente ocorreu no dia

• Eles chegaram no dia. (= em que)

Adjunto Adverbial de Tempo

Observação:

Pelos exemplos citados, percebe-se que o pronome relativo deve ser precedido
de preposiçãoapropriada de acordo com a função que exerce. Na língua escrita formal, é sempre
recomendável esse cuidado.

2) Pronome Relativo Quem

O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou coisas personificadas, no singular ou no plural. É


sempre precedido de preposição, podendo exercer diversas funções sintáticas. Observe os
exemplos:

a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro muito, influenciou-me profundamente.

b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro sempre.

c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem sempre faço referência.

d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos assistidos é um dos mais renomados especialistas.

e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 37
ESTRUTURA DE TEXTO

3) Pronome Relativo CUJO (S), CUJA (S)

"Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou suas flexões "da qual", "dos quais", "das
quais"), "de quem". Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo que
especificam, atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções
como complemento nominal. Veja:

a) Adjunto Adnominal:

Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais. (Não consigo
conviver com pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais).

b) Complemento Nominal:

O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da ditadura. (cuja leitura = a
leitura do livro)

Atenção:

Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. São erradas construções como:

"A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio é professor..."

Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio".

4) Pronome Relativo O Qual, Os Quais, A Qual, As Quais

"O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados com referência a pessoa ou coisa.
Desempenham as mesmas funções que o pronome "que"; seu uso, entretanto, é bem menos
frequente e tem se limitado aos casos em que é necessário para evitar ambiguidade.

Por Exemplo:

Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade.

O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às noites. Se usássemos a
que, não poderíamos impor essa restrição. Observe esses dois exemplos:

a) Sujeito:

Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha na Alemanha.

Nesse caso, o relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não seria
possível determinar quem trabalha na Alemanha.

b) Adjunto Adverbial:

Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom cochilo.

A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas " o / a qual", "os / as
quais", rejeitando a forma "que".

5) Pronome Relativo Onde

O pronome relativo "onde" aparece apenas no período composto, para substituir um termo da oração
principal numa oração subordinada. Por essa razão, em um período como "Onde você nasceu?", por
exemplo, não é possível pensar em pronome relativo: o período é simples, e nesse caso, "onde" é
advérbio interrogativo.

Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que há indicação
de lugar físico, espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o uso de em que, no
qual (e suas flexões na qual, nos quais, nas quais) e nos casos da ideia de causa / efeito ou de
conclusão.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 38
ESTRUTURA DE TEXTO

Por Exemplo:

Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.
Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita impera.

6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO

a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos que seguem os pronomes indefinidos "tudo",
"todos" ou "todas". Atuam principalmente como sujeito e objeto direto. Veja os exemplos:

Tente examinar todos quantos comparecerem ao consultório. (Sujeito)


Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto)

b) Como e quando: exprimem noções de modo e tempo, respectivamente. Atuam, portanto, como
adjuntos adverbiais de modo e de tempo. Exemplos:

É estranho o modo como ele me trata.


É a hora quando o sol começa a deitar-se.

3) Orações Subordinadas Adverbiais

Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da
oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância
de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma
das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a
conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Observe os exemplos abaixo:

Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.


Adjunto Adverbial

Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.


Oração Subordinada Adverbial

No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma
verbal "senti". No segundo período, esse papel é exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é,
portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida
por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se:

Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.

A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no
infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição
("a", combinada com o artigo "o").

Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do mesmo modo que a
classificação dos adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.

Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais

a) Causa

A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que
se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento".

Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE

Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração
principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.

Exemplos:

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 39
ESTRUTURA DE TEXTO

Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (Oração
Reduzida de Infinitivo)

b) Consequência

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito
do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma
que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que.

Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão,


tamanho)

Exemplos:

É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)


Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo)
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

c) Condição

Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações
subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou
deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.

Principal conjunção subordinativa condicional: SE

Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a
menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).

Exemplos:

Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (Oração
Reduzida de Gerúndio)

d) Concessão

As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração


principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está
diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa.

Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA

Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se
bem que, posto que, apesar de que.

Observe este exemplo:

Só irei se ele for.

A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for
satisfeita.

Compare agora com:

Irei mesmo que ele não vá.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 40
ESTRUTURA DE TEXTO

A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de
sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.

Observe outros exemplos:

Embora fizesse calor, levei agasalho.


Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do
mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparação

As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada
pelo verbo da oração principal.

Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO

Por Exemplo:

Ele dorme como um urso.

Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos
e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos:

Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.

O orador foi mais brilhante do que profundo.

Saiba que:

É comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas.

Por exemplo:

Agem como crianças. (agem)


Oração Subordinada Adverbial Comparativa

No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não ocorre.

Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do verbo falar e do verbo fazer).

f) Conformidade

As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem


uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal.

Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME

Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor
de conforme).

Exemplos:

Fiz o bolo conforme ensina a receita.


Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição
de renda.

g) Finalidade

As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na
oração principal.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 41
ESTRUTURA DE TEXTO

Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE

Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.

Por Exemplo:

Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.


Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.

h) Proporção

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato


simultâneo ao expresso na oração principal.

Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE

Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as


estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto
menor... (menor), quanto mais... (mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos).

Exemplos:

À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.

Visito meus amigos à medida que eles me convidam.

Quanto maior for a altura, maior será o tombo.

Lembre-se:

À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à
proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido
deve ser usada.

Por Exemplo:
Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.
Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”.

i) Tempo

As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na
oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO

Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo
que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.

Exemplos:

Quando você foi embora, chegaram outros convidados.


Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)

Período Composto Por Coordenação E Subordinação

Num período podem aparecer orações que se relacionam pela coordenação e pela subordinação.
Assim, tem-se um período misto.

Por Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 42
ESTRUTURA DE TEXTO

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem.


1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração

1ª Oração: Oração Coordenada Assindética

2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª oração) e Oração Principal (em
relação à 3ª oração).

3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em relação à 2ª Oração).

Observe outro exemplo:

Eram alunas que tiravam boas notas, mas não estudavam.


1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração

1ª Oração: Oração Principal

2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa (em relação à 2ª oração) e Oração


Subordinada Adjetiva Restritiva (em relação à 1ª oração).

Orações Reduzidas

Sobre as Orações Reduzidas

Observe as frases abaixo:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.

Ouvimos uma criança chorando na praça.

Comprada a casa, a família mudou-se.

Veja que as orações em destaque não são introduzidas por conjunção. Além disso, os verbos estão
em suas formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que apresentam essa forma
recebem o nome deOrações Reduzidas.

Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida, podemos
desenvolvê-la da seguinte maneira:

1) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo;

2) Inicia-se a oração com um conectivo adequado (conjunção ou pronome relativo), de modo que
apenas a forma da frase seja alterada, e não o seu sentido.

Observe agora como seria o desenvolvimento das orações já vistas:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.

Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo candidato deve aguardar.

Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo.

Ouvimos uma criança chorando na praça.

Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava na praça.

Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio.

Comprada a casa, a família mudou-se.

Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a família mudou-se.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 43
ESTRUTURA DE TEXTO

Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.

Obs.: dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de


desenvolvimento.

Orações Reduzidas Fixas

Esteja atento às orações reduzidas fixas, pois não são passíveis de desdobramento.

Exemplos:

Tenho muita vontade de comprar este vestido.


Este homem enriqueceu vendendo pastéis.

Orações Reduzidas De Infinitivo

Podem ser:

1 -Subordinadas Substantivas

a) Subjetivas: Não é conveniente comprar todos estes materiais.

b) Objetivas Diretas: Quanto ao José, dizem ter viajado para a Europa.

c) Objetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira depende de teres dedicação.

d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no exterior.

e) Completivas Nominais: Jorge tinha grande necessidade de passar no concurso.

f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma saída: ficarmos calados.

2 -Subordinadas Adjetivas

Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no meio da rua.

3 -Subordinadas Adverbiais

a) Causais: Não te procurei novamente por encontrar-me doente.

b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos os convidados.

c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto de não termos aula naquele período.

d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa sem almoçar direito.

e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa festa.

f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo abraço.

Orações Reduzidas De Gerúndio

Podem ser:

1- Subordinadas Adjetivas

Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo centro da cidade.

2 -Subordinadas Adverbiais

a) Temporais: Retornando ao museu, avise-me.

b) Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra hipótese.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 44
ESTRUTURA DE TEXTO

c) Concessivas: Mesmo cozinhando diariamente, o almoço não ficou bom.

d) Condicionais: Querendo uma amiga para conversar, conte comigo.

3 -Coordenadas Aditivas

Organizou os presentes, entregando-os às crianças carentes.

Orações Reduzidas De Particípio

Podem ser:

1 -Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas podem ser consideradas simples adjuntos adnominais. Veja o
exemplo:

Os documentos trazidos pela secretária serão arquivados.

2 -Subordinadas Adverbiais

a) Causais: Assustado com a situação, liguei para a polícia.

b) Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os compromissos.

c) Condicionais: Desvendado este mistério, o problema será resolvido.

d)Temporais: Terminada a palestra, alunos e professores aplaudiram.

Observação: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem
parte de uma locução verbal.

Exemplos:

Preciso estudar mais este semestre.


Os palhaços estão divertindo as crianças.
A viagem foi cancelada pela agência.

Estudo Complementar Do Período Composto

Sobre o Período Composto

No período composto, podemos encontrar:

a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo):

Por Exemplo:

Ana e Gustavo já se conheciam, mostravam-se muito amigos.

b) Orações cujo verbo encontra-se elíptico (subentendido):

Por Exemplo:

O candidato promete que, se eleito, transformará o país.

c) Orações intercaladas ou interferentes:

São sintaticamente independentes, se interpõem a outras orações expressando uma ressalva, um


comentário ou uma opinião. Podem vir de forma intercalada em apenas uma oração ou ainda no meio
de outras.

Exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 45
ESTRUTURA DE TEXTO

No dia da nossa formatura - como me lembro bem! - todos estavam deslumbrantes.

Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil!

Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar autógrafos.

Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado aproximadamente dez já) estaria muito
chateada.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 46
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

Estrutura E Formação De Palavras

Conceitos Básicos:

Observe as seguintes palavras:


escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso,
em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento
destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos
depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores
é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o
nome de morfema.

Classificação Dos Morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema
comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de
significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização.
Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome
de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos.
Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em
número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses
morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à
ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares;
revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos cant-á-sse-is

cant: radical cant:

radical

-á-: vogal temática -á-: vogal temática

-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o


pretérito imperfeito do indicativo) pretérito imperfeito do subjuntivo)

-mos:desinência número-pessoal (caracteriza a -is: desinência número-pessoal (caracteriza a


primeira pessoa do plural) segunda pessoa do plural)

Vogal Temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se
ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca,
perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações
são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de
flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s,
perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não
apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação;
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -
i pertencem à terceira conjugação.

primeira conjugação segunda conjugação terceira conjugação

govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra

atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse

realiz-a-sse mex-e-rá ag-i-mos

Vogal ou Consoante de Ligação

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para
facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de
ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra.
Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.

Estrutura Das Palavras

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos


melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

art-ista brinc-a-mos cha-l-eira cachorr-inh-a-s

A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a
que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.

Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":

Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:

cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado.

inh - indica que a palavra é um diminutivo

a - indica que a palavra é feminina

s - indica que a palavra se encontra no plural

Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua,
etc.

São Elementos Mórficos:

1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos
primeiros

3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

Semântica

Semântica (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é
o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.

A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através
da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de
programação, lógica formal, e semiótica.

A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que
algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como
esse algo é expresso (por exemplo, as relações entre predicados e seus argumentos). Dependendo
da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a
semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, descrevem o mesmo fenômeno,
mas com conceitos e enfoques diferentes.

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil /
Distante - afastado, remoto.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos. Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados
diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos.

As Homônimas Podem Ser:

• Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) -


gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / concerto (substantivo) - conserto (1ª
pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

• Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) -


sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

• Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) /
verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

• Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados
diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos:
cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea
(dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar
(desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as
folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada
(duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que
percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

• Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os
convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

• Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos.


Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)

• Hiperônimo: é uma palavra que pertence ao mesmo campo semântico de outra mas com o sentido
mais abrangente, podendo ter várias possibilidades para um único hipônimo.

Por exemplo, a palavra flor está associada a todos os tipos de flores: rosa, dália, violeta, etc.

• Hipônimo: têm sentido mais restrito que os hiperônimos, ou seja, hipônimo é um vocábulo mais
específico. Por exemplo: Observar, examinar, olhar, enxergar são hipônimos de ver.

Hiperônimo e hipônimo são dois termos usados pela semântica moderna. São elementos importantes
na coesão do texto evitando repetições através da retomada de ideias anteriores.

Conotação E Denotação:

• Conotação: é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.
Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação: é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e
sólido, da natureza das rochas. A construção de um muro de pedras.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
Significação das Palavras

Significação Das Palavras

Parônimos E Homônimos

Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes, são caracterizadas
como parônimos e homônimos.

Parônimos e homônimos apresentam semelhanças gráficas e sonoras

Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se
constituem de significados diferentes. E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um
fator preponderante na construção de nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita.

Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial
dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante
da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para
o aprimoramento da competência linguística.

Nesse sentido, levando-se em consideração algumas particularidades que imperam no processo de


significação das palavras, passemos a partir de agora a estabelecer familiaridade com alguns
aspectos relacionados à homonímia e à paronímia.

Homônimos

São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade
gráfica (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os
homônimos se subdividem em três grupos.

Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado.
Vejamos alguns exemplos:

almoço → substantivo / almoço → verbo


colher → substantivo / colher → verbo
começo → substantivo / começo → verbo
jogo → substantivo / jogo → verbo
sede → substantivo (vontade de beber) / sede → localidade

Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São
exemplos:

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
Significação das Palavras

Palavras Homófonas São Iguais Na Pronúncia E Diferentes No Significado E Na Escrita

Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no
significado. Observemos alguns exemplos:

cedo → verbo / cedo → advérbio


caminho → substantivo / caminho → verbo
livre → adjetivo / livre → verbo

Parônimos

São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns
casos:

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
Significação das Palavras

Homônimos são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da
mesma forma, como cem e sem.

Parônimos são também palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas
da forma parecida, como comprimento e cumprimento.

Palavras Homônimas

As palavras homônimas subdividem-se em:

• homônimos perfeitos;

• homônimos homófonos;

• homônimos homógrafos.

Homônimos perfeitos

Grafia (escrita): igual


Fonética (som): igual
Significado: diferente

Exemplos De Homônimos Perfeitos:

• caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar);

• cedo (com antecedência) e cedo (verbo ceder);

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
Significação das Palavras

• leve (com pouco peso) e leve (verbo levar);

• morro (monte) e morro (verbo morrer);

• rio (curso de água) e rio (verbo rir);

• são (saudável) e são (verbo ser);

• verão (estação do ano) e verão (verbo ver);

Homônimos Homófonos

Grafia (escrita): diferente


Fonética (som): igual
Significado: diferente

Exemplos De Homófonos:

• acento e assento;

• alto e auto;

• caçar e cassar;

• cela e sela;

• cinto e sinto;

• cocha e coxa;

• concerto e conserto;

• conselho e concelho;

• houve e ouve;

• mau e mal;

• noz e nós;

• remissão e remição;

• seção e sessão;

• senso e censo;

• trás e traz;

• voz e vós;

Homônimos Homógrafos

Grafia (escrita): igual


Fonética (som): diferente
Significado: diferente

Exemplos De Homógrafos:

• acerto (correção) e acerto (verbo acertar);

• acordo (combinação) e acordo (verbo acordar);

• apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
Significação das Palavras

• choro (pranto) e choro (verbo chorar);

• colher (talher) e colher (apanhar);

• começo (princípio) e começo (verbo começar);

• cor (coloração) e cor (memória);

• dúvida (incerteza) e duvida (verbo duvidar);

• gosto (sabor) e gosto (verbo gostar);

• hábito (costume) e habito (verbo habitar);

• jogo (entretenimento) e jogo (verbo jogar);

• molho (caldo) e molho (verbo molhar);

• sábia (sabedora) e sabia (verbo saber);

• sede (vontade de beber) e sede (matriz);

• sobre (acerca de) e sobre (verbo sobrar);

Veja também: Exemplos de uso de homônimos.

Palavras Parônimas

Grafia (escrita): parecida


Fonética (som): parecida
Significado: diferente

Exemplos De Parônimos:

• absorver e absolver;

• aferir e auferir;

• apóstrofe e apóstrofo;

• cavaleiro e cavalheiro;

• conjuntura e conjectura;

• deferir e diferir;

• descrição e discrição;

• dirigente e diligente;

• discriminar e descriminar;

• dispensa e despensa;

• emigrante e imigrante;

• eminente e iminente;

• estofar e estufar;

• flagrante e fragrante;

• fluir e fruir;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
Significação das Palavras

• fluvial e pluvial;

• imergir e emergir;

• implícito e explícito;

• infligir e infringir;

• influxo e efluxo;

• mandado e mandato;

• místico e mítico;

• preceder e proceder;

• ratificar e retificar;

• revezar e revisar;

• soar e suar;

• tráfego e tráfico;

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE PALAVRAS

Relações Semânticas Entre Palavras

Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou seja, transmita a mensagem
pretendida, é necessário que esteja coerente e coeso. Para compreender um pouco melhor os
conceitos de Coerência textual e de Coesão textual, e também para distingui-los, vejamos:

O Que É Coesão Textual?

Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem
uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos,
etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:

A. as referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a
outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída
por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser
compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e da
catáfora.

B. as substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de


coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele
uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da
mesma unidade lexical (mesma palavra).

C. os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos coesivos


estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja,
são conjunções, preposições e advérbios conectivos.

D. a correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta utilização


dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que
irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.

São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas
diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias.

O Que É Coerência Textual?

Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto, e não mais dos
elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso,
porém incoerente. É o caso do exemplo abaixo:

"As ruas estão molhadas porque não choveu"

Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim, do
ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o texto,
percebemos facilmente que há uma incoerência, pois se as ruas estão molhadas, é porque
alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro evento. Não ter chovido não é o motivo de as ruas
estarem molhadas. O texto está incoerente.

Podemos entender melhor a coerência compreendendo os seus três princípios básicos:

1. Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.

2. Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste n a repetição de


alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa transmitir alguma informação,
mas quando hárepetição excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco de não conseguir
transmitir a informação. Caso ele não construa uma informação ou mensagem completa, então ele
será incoerente

3. Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se
relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE PALAVRAS

coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou fatos não relacionados entre si, fere
o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto.

Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE
TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA.

Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes do
texto (quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem avisar ao
leitor.

Já a quebra da progressão semântica acontece quando não há a introdução de novas informações


para dar sequência a um todo significativo (que é o texto). A sensação do leitor é que o
texto é demasiadamente prolixo, e que não chega ao ponto que interessa, ao objetivo final da
mensagem.

Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do texto, do
parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que um
dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias, fazendo
com que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo significativo que é o
texto.

Vale salientar também que há muito para se estudar sobre coerência e coesão textuais, e que cada
um dos conceitos apresentados acima podem e devem ser melhor investigados para serem melhor
compreendidos.

Sinonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados iguais ou
semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – afastado; cômico –
engraçado.

Antonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam significados diferentes, contrários,
ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso – maldoso; bom – ruim; economizar – gastar.

Homonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam significados diferentes,
apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em
palavras homógrafas, homófonas e perfeitas:

Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto
(substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / conserto (substantivo) –
conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo);

Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita.

Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão (substantivo);

Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita.

Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio).

Paronímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém são
muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar;
cavaleiro – cavalheiro; comprimento – cumprimento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE PALAVRAS

Polissemia

A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de apresentar vários
significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo humano) – Ele abriu mão dos seus
direitos (desistir).

Hiperônimo

É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o sentido mais
abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de flores, como rosa,
violeta etc.

Hipônimo

O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os hiperônimos.
Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.

Conotação E Denotação

Na conotação, a palavra é empregada com um significado diferente do original, criado pelo contexto,
diferente do que está no dicionário da língua, utilizado no sentido figurado. Exemplo: Ela tem um
coração de pedra! Já na denotação, a palavra é empregada em seu sentido original, com o
significado que encontramos quando consultamos o dicionário, o sentido literal. Exemplo: O voo dos
pássaros é admirável.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DAS EXPRESSÕES

Significação Contextual Das Expressões

Sentido Literal E Sentido Figurado

Gramática

Sentido literal é aquele sentido usual, denotativo da palavra. Já sentido figura é o sentido alterado,
sugere outras ideias, a palavra ou expressão passam a ser conotativas.

Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão,
esse pode ser compreendido sem ajuda do contexto.
Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo.

Sentido figurado é o que as palavras ou expressões adquirem em situações particulares de uso. A


palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é
empregada, sugerindo idéias que vão além de seu sentido mais usual.

A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso porque
ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas as formas de
relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira oral (fala), seja na
forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma língua, os quais atuam em
dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal da palavra, expressão ou
enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou enunciado.

Vejamos Mais Detalhadamente Cada Um Deles:

Denotação

Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados de
uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras.

De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função
referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos
assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo
científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros.
Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos,
fatos, ações em seu sentido literal.

Exemplos:

• A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.

• A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu.

• O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a
fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores.

• Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.

Conotação

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido
figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em
situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal)
das palavras e expressões, ressignificando-as.

De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos
textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos
secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem
conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DAS EXPRESSÕES

discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às palavras,
enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.

Exemplo:

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a
maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor É Fogo Que Arde Sem Se Ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

Estrutura E Formação De Palavras

Conceitos Básicos:

Observe as seguintes palavras:


escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização

Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso,
em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento
destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos
depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores
é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o
nome de morfema.

Classificação Dos Morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema
comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de
significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização.
Esses morfemas recebem o nome de afixos.

Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome
de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos.
Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em
número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses
morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à
ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
menina/meninas.

No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares;
revólver/revólveres; cruz/cruzes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ESTRUTURA LINGUISTICA E SEMÂNTICA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há
aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos cant-á-sse-is

cant: radical cant:

radical

-á-: vogal temática -á-: vogal temática

-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o


pretérito imperfeito