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1
8.1.2.Identificar oportunidades .................................................................................. 60
8.1.3.Conhecimento ................................................................................................... 60
8.1.4.Organização ...................................................................................................... 60
8.1.5,Tomar decisões ................................................................................................. 61
8.1.6.Liderança .......................................................................................................... 61
8.1.7.Dinamismo ....................................................................................................... 61
8.1.8.Independência ................................................................................................... 61
8.1.9.Optimismo ........................................................................................................ 61
8.1.10.Habilidade empresarial.................................................................................... 61
UNIDADE IX: MODELOS DE FINANCAS PARA NOVOS EMPREENDIMENTOS 62
9.1.Fontes de Capital ..................................................................................................... 62
UNIDADE X: FINANCIAMENTO DIRIGIDO AO EMPREE ..................................... 64
10.1.Necessidades de financiamento do negócio ............................................................ 64
10.2.Fontes de Capital ................................................................................................... 65
10.3.Formas de financiamento tradicionais .................................................................... 66
10.4.Capital de Risco ..................................................................................................... 67
UNIDADE XI: QUESTÕES LEGAIS DE CONSTIUTUIÇÃO DE EMPRESA ............ 68
11.1.Criação da empresa ................................................................................................ 68
11.2.Os passos para constituição legal de uma empresa ................................................. 68
11.3.Marcas e patentes .................................................................................................. 69
UNIDADE XII: ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DO FUTURO NEGÓCIO .... 69
12.1.Plano de Negócios ................................................................................................. 69
12.2.A Importância do Plano de Negócios ..................................................................... 71
12.3.Etapas que antecedem a elaboração de um plano de negócio .................................. 73
12.4. Cuidados importantes ao redigir um plano de negócios................................ 74
12.5.Estrutura do plano de negócio ................................................................................ 75
UNIDADE XIII: OS NOVE PECADOS CAPITAIS QUE O EMPREENDEDORISMO
NÃO PODE COMETER ............................................................................................... 90
UNIDADE XIV: EMPREENDEDORISMO E RESPONSABILIDADE SOCIAL......... 95
14.1.O que é responsabilidade social? ............................................................................ 95
14.2.As sete directrizes da responsabilidade social................................................. 96
UNIDADE XV: ESTRATÉGIAS DE VALORIZAÇÃO DO POTÊNCIAL
EMPREENDEDOR DE UMA SOCIEDADE ................................................................ 99
15.1.A educação e o domínio escolar ........................................................................... 101
15.2.Os sistema de apoio (incubadoras e centros de empreendedorismo) ........... 102
15.3.Promoção do spin off ........................................................................................... 104
15.4.Organizações de forças empresariais .................................................................... 107
15.5.Um papel renovado para os líderes políticos ........................................................ 109
15.6.As agências especializadas................................................................................... 110
UNIDADE XVI: OS OITO CAMINHOS DO EMPREENDEDOR ............................. 112
16.1.Desenvolver o conceito de si................................................................................ 112
16.2.Perfil do empreendedor ........................................................................................ 114
16.3.Aumento da criatividade ...................................................................................... 114
UNIDADE XVII: O EMPREENDEDOR E O MERCADO ......................................... 128
17.1.Conceito de Mercado ........................................................................................... 128
2
UNIDADE XVIII: UMA FERRAMENTA DE TRABALHO CHAMADA
MARKETING............................................................................................................. 133
18.1.O conceito de marketing ...................................................................................... 133
18.2.Plano de Marketing .............................................................................................. 133
UNIDADE XIX: O CRÉDITO EMPREENDEDOR .................................................... 137
19.1.Conceito do crédito .............................................................................................. 137
19.2.Como se conquista crédito ................................................................................... 138
19.2.1.Os 4 ``C`` do crédito ......................................................................................... 138
UNDADE XX: EMPREENDEDORISMO E GERENCIAMENTO ............................. 144
20.1.Algumas diferenças entre empreendedorismo e gerenciamento ............................ 144
20.2.Formação empreendedora e gerencial .................................................................. 146
UNIDADE XXI: O EMPREENDEDOR ENQUANTO MOTOR DA MUDANÇA ..... 147
21.1.Porquê a mudança? .............................................................................................. 147
21.2.A inteligência emocional como ferramenta da mudança ....................................... 154
BIBLIOGRAFIA
3
1. PRESSUPOSTO
4
2. INTRODUÇÃO
Esta disciplina abordara a importância do empreendedorismo e dos problemas
enfrentados pelos empreendedores durante o processo de abertura de uma empresa. A
disciplina visa, desenvolver as capacidades empreendedoras dos alunos, estimulando e
dando ferramentas necessárias para abertura de uma empresa. Ensinar os alunos a serem
empreendedores ou mesmo consultores.
5
OBJECTIVO DO MÓDULO
Ao final deste curso os estudantes deverão ser capazes de:
· Definir o empreendedorismo;
6
3. CONTEÚDO
1.1.Definição
A utilização do termo “empreendedorismo” é atribuída a Richard Cantillon (1755) e a
Jean-Baptiste Say (1800). Ambos definiam os empreendedores como pessoas que correm
riscos porque investem o seu próprio dinheiro em empreendimentos.
Segundo David McClelland, as pessoas podem ser divididas em dois grandes grupos:
uma minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está disposta a trabalhar com
determinação e afinco para conseguir o que quer, e uma grande maioria que não se
importa tanto assim. McClelland afirma que as pessoas que têm necessidade de realizar
7
se destacam porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as coisas
aconteçam.
O empreendedor, com sua aguçada percepção, está sempre observando recursos escassos
na região onde atua, recursos que não estejam sendo devidamente explorados ou até
mesmo que não tenham sido alvo da atenção de ninguém, sendo, no entanto, uma boa
fonte de oportunidade de negócio.
1.2.Importância
Em todo o mundo, um em cada cinco habitantes com idade entre 15 e 24 anos está
desempregado. São 88 milhões de pessoas, representando 40% do total dos que buscam
um emprego. Estes dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são coerentes
com a realidade do Brasil, onde há 3,5 milhões de desempregados na faixa etária de 16 a
24 anos. Ou seja, é preciso multiplicar empresas, transformando jovens em empresários
capazes de criar negócios de sucesso e, portanto, de contribuir para ampliar as
oportunidades das novas gerações. Afinal, ao empreender, o jovem deixa de figurar nas
estatísticas do desemprego e abre postos de trabalho para outros.
8
Durante a década de 1990, as pequenas empresas contribuíram de forma considerável
para a criação de empregos1.
Das unidades criadas, 96,36% eram microempresas, 3,4% pequenas, 0,2% médias e
apenas 0,04% grandes. Atualmente, as empresas de pequeno porte empregam cerca de
67% do total de trabalhadores com carteira assinada.
Um estudo britânico mostrou que, além das motivações materiais (dinheiro e status
social), as pessoas escolhem ser empreendedoras como meio de satisfação pessoal
(liberdade, independência e desafio).
Tornar-se empreendedor, do ponto de vista social, pode ser um meio para atingir uma
posição melhor para si mesmo.
1
Dados referente ao Brasil
9
A capacidade empreendedora e os interesses da sociedade
1.3.Empreendedorismo X Empreendedor
Empreendedorismo é a arte de fazer acontecer com motivação e criatividade.
das pessoas” sendo necessário esclarecer que o seu objeto de estudo não é a empresa, e
10
Enquanto que o "empreendedor" é a expressão de um conjunto de comportamentos que
potencializa a condição deste empresário direcionando-o com mais eficiência rumo aos
seus objetivos.
Apesar de ninguém poder “adivinhar” se uma empresa vai ou não dar certo, o sucesso
empresarial não é um jogo de azar, que depende do acaso. Se fossemos compará-lo com
um jogo, seria como um jogo de xadrez. Neste caso, a vitória dependerá da sua habilidade
de planejar e utilizar estratégias.
Por sua vez, as estratégias serão resultado do seu conhecimento sobre o jogo, sobre o seu
adversário e, é claro, sobre você mesmo.
O Empreendedor é alguém que sabe onde, quando e como chegar na busca da sua
realização pessoal, de sua família, empresa ou comunidade e, uma vez definidos os seus
sonhos, ele os projeta com um horizonte futuro de aproximadamente 15 anos. Mas o
Empreendedor não é um sonhador inconseqüente. A partir da sua visão de futuro ele
elabora todo um planejamento que permita criar as condições necessárias à efetiva
realização dos seus projetos de vida, seja no aspecto pessoal, familiar, profissional,
acadêmico ou empresarial. Neste momento são estabelecidas as metas a serem
alcançadas para daqui a dez anos, cinco anos, um ano, seis meses, um mês e... para o dia
seguinte.
a) iniciativa;
b) visão;
c) coragem;
d) firmeza;
11
e) decisão;
Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?
Bernard Shaw
12
1.4.Desenvolvimento do empreendedorismo
O empreendedorismo tem transformado o cenário brasileiro, trazendo mudanças sócio
econômicas. Neste contexto discute-se a função das Instituições de Ensino Superior que
buscam cumprir seu papel na sociedade, proporcionando aos estudantes condições de
aprenderem na prática seus conhecimentos obtidos em sala de aula. Este trabalho tem
como objetivo realizar uma análise sobre o desenvolvimento do empreendedorismo nas
Instituições de Ensino Superior e em especial na Universidade Federal da Paraíba bem
como das práticas empreendedoras no âmbito acadêmico relacionada com a
comunicação. Ressaltando também a importância da comunicação nesse trajeto, como ela
é capaz de inserir todos os indivíduos em todas as áreas interligando cada setor,
melhorando o entendimento e o crescimento individual de cada pessoa. O trabalho que
está em andamento, com conclusão prevista para Dezembro de 2009, está realizando
pesquisas e entrevistas com estudantes do curso de Comunicação nas habilitações de
Jornalismo, Relações Públicas, Rádio e TV, professores e a coordenadora para conhecer
o ensino do empreendedorismo nestes cursos.
.
Com os avanços tecnológicos, sociais, políticos e econômicos ocorridos nos últimos
tempos, as Instituições vem mudando seus comportamentos diante dos diversos papéis
que assumem na sociedade. Com a Universidade federal da Paraíba não acontece
diferente, visando adaptar-se ás mudanças cada vez mais intensas e velozes do mundo
globalizado, essa universidade vem buscando alternativas, uma delas é a implementação
de uma cultura empreendedora no âmbito acadêmico.
Promovendo reflexões a universidade por meio de seus segmentos de ensino, pesquisa e
extensão promove a construção de um futuro melhor, aliando produção e disseminação
do conhecimento ao desenvolvimento da cidadania e melhoria de vida da sociedade.
Neste aspecto esse trabalho tem o objetivo de analisar à princípio como é praticado o
empreendedorismo nas disciplinas dos cursos de comunicação social da UFPB e pretende
mostrar o que se é aprendido, se há realmente a troca de conhecimentos e integração
como é visto no processo de empreendedorismo. Detectar as formas adotadas pelos
professores e alunos que fazem o empreendedorismo dentro e fora da Universidade.
13
O resultado será realizado no final do período pelo fato de ser uma pesquisa quantitativa
através de questionários,que será avaliada dentre o cursos mencionados e exposta
contendo os dados obtidos.
Ser empreendedor é muito mais do que ser um idealizador que acredite no seu sonho, é
aquele que mergulha de cabeça sem medo de errar, apostando nas idéias afim de realizar
seus propósitos. Possui características marcantes que o leva ao reconhecimento dos
demais por sua forma de atuar e por sua motivação que transmite por onde passa.
Segundo Filion (1999,p 19) o empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela
capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do
ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. Um
empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios
e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a
desempenhar um papel empreendedor.
14
aspectos que, combinamos adequadamente, o habitam a transformar uma idéia simples e
mal e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. Com tantas
características motivadoras, o empreendedor usa de suas habilidades para proporcionar
mudanças positivas seja no mercado, seja na sociedade, em qualquer área que ele estiver
atuando, o crescimento e melhoramento serão suas armas definidoras no processo.
Segundo Dolabela (2009, p.1) muitos pensam que o conhecimento transferido da
universidade para a empresa já traz embutida (embeded, para usar o jargão da área) a
inovação tecnológica. Não é assim, o personagem que transforma o conhecimento em
produto ou serviço é o empreendedor. Certamente a universidade passa aos alunos
conhecimentos para mais tarde lidarem com o mercado de trabalho, mas isso só não
basta, não se deve esperar pela a universidade, é preciso que haja um esforço e uma
vontade de crescer e obter mais conhecimentos além do que é visto na universidade.
Quando se está na empresa é preciso ser empreendedor, mostrar além do que se aprendeu
na academia e ser diferente.
Dolabela (1999) e Vésper (1987 apud RAMOS E FERREIRA, 2004) sinalizam que o
papel do professor deve mudar, abandonando suas antigas funções de mediador do
conhecimento. Ele deve, agora, criar um ambiente favorável para que o aluno venha a se
tornar um futuro empreendedor.
Existe uma barreira entre o que é praticado nas empresas e o que é ensinado nas
Instituições de Ensino Superior. O que deveria facilitar a aprendizagem dos alunos acaba
tornando-se um obstáculo. Os professores são “acostumados” a ensinar teorias, que é uma
forma correta, é claro, mas que não se resume a isso. O ensino hoje, adotou diversas
maneiras para atrair a atenção dos alunos, que não se prendem as aulas teóricas e
monótonas, por isso, muitos mestres mudaram o seu jeito de ensinar, levando para a sala
de aula vários instrumentos que melhoram o aprendizado.
Dolabela (1999) e Vésper (1987 apud RAMOS E FERREIRA, 2004) sinalizam que:
O papel do professor deve mudar, abandonando suas antigas funções de mediador do
conhecimento. Ele deve, agora, criar um ambiente favorável para que o aluno venha a se
15
tornar um futuro empreendedor.
Como exemplo de aulas expositivas com vídeos, painéis, slides, e outros. Essas práticas
ocorrem dentro da sala de aula, mas isso só não basta, os alunos precisam de
conhecimentos reais, saber como lidar com as situações no mercado de trabalho. É
através dessa necessidade que surgem as ações empreendedoras, os projetos oferecidos
nas Instituições que fazem com que os alunos possam desempenhar seus potenciais,
tornando-se capacitados e ao mesmo tempo ajudando no crescimento não só da
Instituição como da sociedade.
O ensino universitário brasileiro sempre foi voltado para a formação de empregados. Em
todos os cursos universitários a “cultura” do ensino pressupõe que o aluno esteja a busca
de uma qualificação que lhe garanta um emprego, afirma Dolabela ( 1999, p.2 ). O ensino
brasileiro, na verdade ainda está em transformação quando o assunto é
empreendedorismo, pois ainda faltam vencer muitos obstáculos presentes na inserção do
empreendedorismo, há muitas universidades que não enxergam a importância desse novo
conceito que está presente no dia a dia de todos que fazem parte da sociedade, e
principalmente aqui no Brasil, que cresce a cada ano.
As universidades responsáveis pela formação de todos que a compõe, vem participando
das mudanças ocorridas causada pelo empreendedorismo. Cabe as empresas entenderem
que manter laços com as universidades só levará ao seu crescimento e da universidade e
ambas construirão uma sociedade mais justa.
A UFPB é exemplo de universidade empreendedora, em seu programa acadêmico
existem várias ações que tornam os alunos em empreendedores e capazes de vivenciarem
atividades em seus cursos voltados para o mercado. Tais atividades são: Projeto de
Monitoria, Probex, Pibic, Empresa Junior, Prolicen, Pet, Prodocência e outros.
Antes é preciso saber o que é comunicação e segundo Kotter e Cohen (2002, p.100),
citam que:
16
que faça sentido em nível mais profundo e que evoque fé na visão.
O ato de comunicar vai além da informação, é preciso manter uma troca de informações ,
um feedback (uma resposta). A comunicação é um meio de integração que mesmo sendo
tão importante é preciso ser usada de forma correta. Cabe explicar aqui a comunicação
presente nas universidades, que muitas vezes não a usam deixando um clima de
insatisfação em todos que nela circulam.
As universidades precisam dar mais valor a comunicação e investir mais nesse setor, pois
sem troca de informações não há conhecimentos, e se não houver conhecimentos não há
crescimento pessoal e da própria instituição.
Quando a palavra comunicação é posta para reflexão, muitos acham que sua única função
é informar, aí se encontra um grave erro, pois a comunicação vai muito além. Para uma
universidade trabalhar bem sua comunicação ela terá que começar pela parte interna, seus
funcionários, professores e alunos, isso é o primeiro passo, o relacionamento, que de fato
irá dizer como anda seu funcionamento.
Paulo Nassar e Suzel Figueiredo (2003,p.13) afirmam que a comunicação interna deixa,
neste momento de ser uma atividade secundária para se transformar numa importante
ferramenta de gestão, contribuindo para a formação da imagem, capacitação profissional
e integração.
A razão de se trabalhar o relacionamento interno é que através desse trabalho se obtêm as
respostas que são precisas para o bom funcionamento da instituição. Quais os problemas
enfrentados pelos alunos, professores e funcionários, suas necessidades e principalmente
suas opiniões, que ajudarão no melhoramento do clima e no crescimento da instituição.
Por isso deve-se estabelecer a comunicação em todos os setores da instituição, para que
todos fiquem sabendo o que se passa na instituição e poderem também divulgar suas
idéias e opiniões trocando experiências e agregando novos conhecimentos.
17
1.5.Mitos e Realidades em Empreendedorismo.
É interessante destacar alguns mitos sobre os empreendedores. Existem vários, mas três
em especial devem ser analisados com mais atenção.
Realidade:
· Criam times/equipes
18
UNIDADE II: CRIAÇÃO DE NOVOS NEGOCIOS- geração de idéias novas e
Análise de Oportunidades
19
que auxiliam o empreendedor nessa tarefa. Uma das mais conhecidas formas de se
estimular a criatividade e a geração de novas ideias é o método de brainstorming
(tradução literal: tempestade cerebral), que se baseia no fato de as pessoas serem
estimuladas a gerar novas ideias quando estão em grupo, reunidas com outras pessoas.
Para não se perder, o grupo define algumas regras básicas, mas sempre evitando ceifar a
criatividade dos demais. Ao final, muita coisa não é aproveitada, mas geralmente surgem
novas formas de se produzir um produto, soluções mais simples para um determinado
problema, concepções de novos produtos etc. Para se estruturar o brainstorming,
aconselham-se as seguintes regras:
1. Ninguém pode criticar outras pessoas do grupo e todos estão livres para expor as ideias
que vierem à cabeça, mesmo que aparentemente pareçam absurdas.
2. Quanto mais rodadas entre os participantes melhor, pois serão geradas mais idéias. E
sempre, em cada rodada, todos os participantes devem dar uma idéia a respeito do tópico
em discussão.
4. A sessão deve ser divertida, sem que haja uma ou outra pessoa dominando a mesma.
Apenas deve ser garantido que todos participem, sem restrições. Existem outras formas e
técnicas para gerar idéias, mas um requisito básico é que o empreendedor tenha sua
mente estimulada e esteja preparado e "antenado" para o que ocorre no ambiente onde
vive. Exemplos são apresentados a seguir.
Conversar com pessoas de todos os níveis sociais e idade (de adolescentes, mais velhos e
experientes), sobre os mais variados temas, também pode trazer novas ideias de produtos
e serviços em um determinado nicho de mercado.
20
Estar atento aos acontecimentos sociais de sua região, tendências, preferên cias da
população, mudanças no estilo e padrão de vida das pessoas e hábitos dos jovens (futuros
e até atuais consumidores para determinados produtos e serviços) e também dos mais
velhos (mercado promissor e em crescente ascensão em virtude do aumento da
expectativa de vida da população).
Organizações de ponta tem sete principais estratégias para fortalecer a geração de idéias:
21
É evidente que o cliente desempenha um papel importante nessas estratégias para reforçar
a idéia de organização de geração de idéias. Isso só faz sentido. O objetivo é criar idéias -
os blocos de construção de novos produtos, serviços, processos e estratégias - os usuários
que são clientes.
Bristol-Myers Squibb (BMS), uma empresa farmacêutica global, não restringe a sua
definição de inovação para as atividades relacionadas com a conclusão da descoberta de
uma nova droga. Em vez disso, ele vê a necessidade de novas idéias em termos muito
mais amplas e envolvem os colaboradores constantemente na busca. A BMS tem
desenvolvido uma série de campanhas de geração de idéias para clientes internos.
Quando a patente estava prestes a expirar em um medicamento oral para diabetes tipo 2,
MacArthur ajudou a coordenar uma campanha para solicitar idéias sobre como obter mais
pessoas para o uso da droga no mesmo período. Ao invés de classificar isso como um
problema de marketing e deixar responsáveis as pessoas que trabalham na sua área ele
criou uma campanha de geração de idéias onde convidou todos os colaboradores da
organização a apresentarem idéias.
A campanha foi divulgada por funcionários que andavam usando placas, que declaravam:
"Estamos travando uma guerra contra a diabetes e precisamos da sua ajuda!" reuniões da
Câmara Municipal foram criadas pela equipe para descrever o problema em maiores
detalhes.
Foram criadas na empresa BMS uma intranet para que os funcionários pudessem
apresentar suas idéias. Uma idéia era fazer uma campanha nacional, que declarava guerra
contra o diabetes. Outro, criar um museu para os diabéticos. Essa campanha de geração
22
de idéias única gerada através de 4.000 inclusões no sistema de controle geradas por 429
funcionários em todo o mundo.
Lição: As organizações podem ampliar seu leque de idéias incluindo mais empregados no
processo de geração de idéias de novos produtos e serviços e na solução dos complexos
problemas organizacionais. Comece por encorajá-los a ouvir os clientes.
Para manter seu posicionamento no mercado a BMW com sede em Munique procura
constantemente novas tecnologias e recursos de design para mantê-lo um pouco à frente
de seus competidores. Para atingir este objetivo, a BMW lançou o que ele chama de
Virtual Innovation Agency (VIA) para ouvir os clientes diretamente. Os clientes em todo
o mundo podem acessar o site da VIA e juntar-se as discussões online para compartilhar
suas idéias com outros entusiastas de todo o mundo - e com o Grupo BMW.
O processo de idéias geradas através da VIA permite que qualquer pessoa com acesso à
Internet possa apresentar as idéias e elas também são protegidas. Se a idéia tem potencial,
é encaminhada para o grupo de trabalho apropriado na BMW para o follow-up. Na
primeira semana após a criação da VIA lançada em Julho de 2001, 4.000 idéias foram
recebidas.
23
Lição: envolver clientes para servir como caixa de ressonância de idéias e identificar
clientes que tendem a comprar as versões mais recentes de seus produtos podem fornecer
insights sobre o que o mercado necessita e isso pode levar a um melhor posicionamento
no mercado.
Karatz percebeu que as pessoas estavam mais dispostas a cortar o preço em até 20%, não
necessitando assim casas com os porões. Em Phoenix, onde alpendres cobertos foram
construídos como sendo básico e obrigatório, menos da metade dos compradores
disseram que se preocupava com eles. Pela pesquisa de preferências, KB Home abriu seu
negócio aos compradores para um orçamento mais limitado.
Lição: Olha para fora de seu próprio negócio ou na geração de idéias sobre como obter a
entrada do cliente. Os fabricantes de automóveis, varejistas, fabricantes de
eletroeletrônicos, por exemplo, estão na vanguarda do mapeamento do cliente e são
muitas vezes considerados os pioneiros de técnicas de geração de idéias.
Geração de idéias Estratégicas 4: Focar nas necessidades que os clientes não expressam
Ter grupos de foco tradicional geradores de idéias é que eles fornecem feedback apenas
em idéias já existentes. Como você recebe feedback sobre idéias que não existem?
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Uma abordagem crescendo em popularidade é sondar as necessidades dos clientes,
pedindo-lhes que considerem protótipos e produtos hipotéticos para ver como eles
reagiriam.
Considere o forno de microondas. Perguntado por que eles gostam, a maioria das pessoas
diria que é porque aquece o alimento mais rápido do que os fornos convencionais.
Perguntado como elas realmente usá-lo, a maioria das pessoas poderia dizer "para
aquecer o meu café" ou "pipocas". Dificilmente é comentado que quando tentam usar seu
microondas para fazer uma refeição "de verdade", como um assado ou um bife, os
resultados são desastrosos.
GE sondada apenas tais necessidades não expressadas em 1999 e surgiu com Advantium,
um fogão a velocidade para assados, bifes e outros itens. Uma lâmpada alógena branca e
quente assava a parte externa da carne enquanto microonda cozinhava por dentro. O
resultado: Refeições que são rápidas e gostosas.
Lição: Aprenda com os clientes, observando o que eles não estão fazendo, ouvindo o que
eles não estão dizendo. Reconhecer as fontes de sua frustração e encontrar as possíveis
formas de eliminá-lo.
Geração de idéias Estratégicas 5: buscar idéias de novos grupos de clientes A maioria das
organizações devem ter uma boa idéia de quem são seus clientes. Mas se você expandir a
sua definição de cliente, você também pode expandir sua capacidade de gerar idéias
vencedoras.
25
nas ruas para as pessoas desabrigadas.
Lição: Olhe para os clientes de seus clientes e clientes de seus concorrentes. Em vez de
olhar só o presente, olhar também para o passado (ex-clientes) e o futuro. Pergunte como
você pode satisfazer as necessidades dos clientes.
O comprador chefe de uma empresa líder em produtos de consumo usado para visitar
fornecedores e tentar angariar idéias, dizendo: "Se você tem alguma idéia nova ou
tecnologias você acha que estaria interessado em compartilhá-la conosco?" Resultado:
zero idéia nova.
Agora quando ele traz os seus problemas aos seus fornecedores: "O que eu preciso saber,
por exemplo, é se você pode ter um adesivo que funciona bem na pele de idosos, pele
sensível, ferida de pele e cinco outros tipos de pele que nós identificamos. " Essa
abordagem incentivou os fornecedores a contribuírem para o processo de criação da
idéia, trazendo assim produtos e materiais que foram desenvolvidos em parceria.
Lição: Assim como você olha para os seus clientes para novas idéias (como, detectando
26
suas necessidades não expressadas), pense em sua empresa como cliente do seu
fornecedor. Você também tem necessidades não expressadas. Tente articular e obter a
capacidade de seu fornecedor de gerar idéias e de trabalhar em conjunto com o seu.
Geração de idéias requer especialista que pode ser chamado para ensinar novas técnicas,
agitar as coisas e injetar novas formas de pensar no processo. Um especialista em geração
de idéias de ponta é Doug Hall, ex-gerente de produto da Procter & Gamble.
Enquanto o mundo muda a um ritmo mais rápido, idéias e modos de funcionamento que
foram ontem adequadas não são suficientes. Dado o ritmo acelerado da mudança, a
rápida comoditização de produtos e a convergência de estratégias, as empresas que
dependem de idéias, produtos e suposições de ontem são claramente vulneráveis.
As organizações precisam de um fluxo constante de novas idéias para que possam criar
seus futuros. No entanto, na maioria das organizações existe alguma resistência à
27
mudança na abordagem da inovação quando isso de alguma forma perturba o status quo,
mas pode ser quebrado este obstáculo através da postura do líder incentivando aos seus
colaboradores nova forma de pensar e fazer. A maioria das empresas hoje tem
desenvolvido métodos de incentivar, fomentar e agir em novas idéias a resolver as
preocupações mais imediatas.
No entanto, devido ao clima econômico atual, as empresas estão cada vez mais dispostos
a repensar a sua mais central de processos: como realizar a inovação.
2.3.Análise de Oportunidades.
Analise a sua carteira de clientes, parceiros ou fornecedores face ao universo empresarial
português, relativamente a: sector de actividade, dimensão (empregados e vendas),
regiões económicas, nível de risco e antiguidade.
Principais Características:
28
· Desenvolvimento de programas de aquisição e retorno dos clientes.
3.1.Economia
As pessoas parecem cada vez mais cépticas às previsões dos economistas quanto às
consequências das políticas económicas. Em minha opinião isto acontece porque o
pensamento económico dominante está cada vez mais distante da realidade empresarial.
Note-se que as estratégias das empresas visam precisamente alterar as relações de poder
no mercado e fazer com que o preço não seja factor determinante de escolha do
consumidor. Além disso, a teoria económica moderna eliminou por completo o papel do
29
empresário, da inovação e da diferenciação de produtos, factores determinantes na
criação de vantagens competitivas e de valor nos dias de hoje. Já Schumpeter (1946) via
o empresário e a inovação como a fonte de mudança das estruturas de mercado, da
criação de riqueza e do desenvolvimento económico. Veja-se como inovações, como a
rádio, o automóvel, o telefone, a televisão, o computador, o telemóvel, a Internet, etc.,
criaram uma nova procura e riqueza em torno de novos produtos e serviços,
anteriormente inimagináveis.
Mas as notícias na comunicação social são dominadas por factos das grandes empresas e
multinacionais. Dá-se mesmo a impressão que elas dominam e ditam o crescimento
económico. Mas vários estudos empíricos evidenciam que são as PME que criam mais
emprego e desenvolvimento económico. Por isso, a política económica devia virar-se
mais para a realidade que é a microeconomia e os factores determinantes para a
dinamização empresarial.
Dentre os motivos externos abordados por Mattar (1988), destaca-se o chamado ‘efeito
sanduíche’, em que as pequenas empresas compram de grandes fornecedores e vendem
para grandes clientes, ficando na situação em que os preços de compra são impostos
pelos fornecedores e os preços de venda são impostos pelos clientes. O baixo volume de
crédito e financiamento disponível, e a mão-de-obra desqualificada também são fatores
determinantes para o fracasso da empresas (MATTAR, 1988). Em relação aos fatores
externos citados por Mattar (1988), Chér (1991) lembra que, é importante por parte do
30
empreendedor, demonstrar segurança e credibilidade juntos às instituições financeiras, a
fim de obter maior volume de recursos. Já dentre os fatores internos, Mattar (1988) lança
a idéia de Drucker das empresas ‘anãs’.
A empresa ‘anã’ é pequena porque sofreu alguma distorção estrutural durante sua
implantação ou durante o seu desenvolvimento, que em muitos casos é irreparável. Em
função disso, ela é ineficaz e tem propensão a minguar cada vez mais até desaparecer,
pois não reúne condições de enfrentar a concorrência com sucesso e muito menos de
permanecer sintonizada com as contínuas mudanças ambientais (MATTAR, 1988).
Os outros fatores internos são: o desencontro dos objetivos da empresa com os interesses
do empresário, e a falta de recursos financeiros para tocar o negócio. Finalmente, o
último fator interno, resultante segundo Mattar (1988), de um fator externo, remete-se à
inadequada formação e noção sobre o negócio, onde o empresário não sabe lidar com
determinadas situações e problemas. Para Pereira (1995), os fatores do fracasso são quase
uma imagem reversa dos fatores do sucesso, ele conclui que o empreendedor muitas
vezes deixa de utilizar suas características pessoais e os instrumentos que tem sob seu
controle para gerir de maneira correta.
31
mercado - uma única empresa pode produzir o output total com menor custo que
um número maior de empresas;
· vantagens absolutas de custos: custos inferiores, resultantes por exemplo da
experiência de estar no mercado há mais tempo, ou de se utilizar uma tecnologia
mais eficiente ou de se ter acesso a preços dos factores produtivos mais baixos,
permite ao monopolista baixar o preço e ganhar guerras de preço. Uma empresa
que entre num mercado suporta custos de experiência (contrata trabalhadores
menos experientes e logo, menos eficientes) e custos de transacção (tem de
procurar fornecedores e clientes) mais elevados;
4.1.Histórico
A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que
assume riscos e começa algo novo. Antes de partir para definições mais utilizadas e
aceitas, é importante fazer uma análise histórica do desenvolvimento da teoria do
empreendedorismo (Hisrish, 1986).
32
Idade Média
Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava
grandes projetos de produção. Esse indivíduo não assumia grandes riscos, e apenas
gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do
governo do país.
Século XVII
Século XVIII
Séculos XIX e XX
33
diferenças e similaridades entre administradores e empreendedores, pois muito se discute
a respeito desse assunto.
4.2.Características
São visionários : tem a visão de como será o negócio no futuro e da sua vida, o mais
importante é que tem habilidade de implementar os seus sonhos.
Sabem tomar decisões: não se sentem inseguros, sabem tomar decisões correctas na
hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, constituindo um factor chave
para o seu sucesso. E mais, além de tomar decisões implementam as suas ações
rapidamente
São explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas as boas ideias
são daqueles que as vêem primeiro, por sorte ou acaso. Em contrapartida, para os
visionários (empreendedores), as boas ideias são geradas apartir de coisas que todos
conseguem ver, mas que não identificam nada de prático para transforma-las em
oportunidade, é curioso, criativo e atento as informações, pois sabe que as suas
34
alternativas melhoram quando o seu conhecimento aumenta, através da transformação de
ideias em conhecimento.
São bem relacionados (networking): sabem construir uma rede de contactos que os
auxiliam no ambiente interno e externo da empresa, junto de clientes, fornecedores e
entidades de classe.
Criar valor para a sociedade: os empreendedores utilizam o seu capital intelectual para
criar valor para a sociedade, através da criação de emprego, dinamizando a economia e
inovando, sempre utilizando a criatividade de busca de soluções para melhorar a vida das
pessoas.
4.3.Caráter de um Empreendedor
Busca de oportunidades e Iniciativa . Habituar-se a se antecipar aos fatos e criar novas
oportunidades de negócios, desenvolver novos produtos e serviços, propor soluções
inovadoras.
Persistência
Enfrentar os obstáculos decididamente, buscando ininterruptamente o sucesso, mantendo
ou mudando as estratégias, de acordo com as situações.
Comprometimento
35
Fazer sacrifícios pessoais despender esforços extras para completar uma tarefa; colaborar
com os subordinados e até mesmo assumir o lugar deles para terminar um trabalho;
esmerar-se para manter os clientes satisfeitos e colocar boa vontade a longo prazo, acima
de lucro a curto prazo.
Busca de Informações
Interessar-se pessoalmente por obter informações sobre clientes, fornecedores ou
concorrentes; investigar pessoalmente como fabricar um produto ou prestar um serviço;
consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
Estabelecimento de Metas
Assumir metas e objetivos que representem desafios e tenham significado pessoal; definir
com clareza e objetividade as metas de longo prazo; estabelecer metas de curto prazo
mensuráveis.
Independência e Autoconfiançao
Buscar autonomia em relação a normas e procedimentos; manter seus pontos de vista
mesmo diante da oposição ou de resultados desanimadores; expressar confiança na sua
própria capacidade de complementar tarefa difícil ou de enfrentar desafios.
36
4.4.Motivação
A diferenciação mais consensual é entre motivações internas e externas de criação da
própria empresa, levando a distinguir entre empreendedorismo de oportunidade (Pull) e
empreendedorismo de necessidade (Push).
FACTORES MOTIVACIONAIS
POR
“EMPURRÃO” (PUSH) EMPURRÃO (PUSH) ATRACÇÃO (PULL)
E “ATRACÇÃO”
(PULL) FACTOR
O QUE DESPOLETA A
INTENÇÃO Ambiente/Entorno Indivíduo
EMPREENDEDORA
Escapar à situação
OBJECTIVO PRINCIPAL Orientação para o future
actual
37
Reconhecimento, prestígio,
reputação
- Tempo livre
- Equilíbrio trabalho/vida pessoal
Desemprego - Atitude de decisão
- Evitar o desemprego - Ser o/a próprio/a patrão/oa
- Situação de - Assumir riscos, independência
emergência - Iniciativa
MOTIVAÇÕES - Insatisfação com a - Implementação de ideias
situação vocacional próprias
- Insatisfação com as - Bons rendimentos
condições, conteúdos e - Sucesso
horários laborais - Tarefas interessantes
- Realização e desenvolvimento
pessoal
- Oportunidade
- Exemplos positivos
38
que lhe forneça a dimensão do mercado se está em crescimento, estável ou estgnado.
Quem é a concorrência e quais são os seus pontos fortes e fracos, ameaças e
oportunidades.
No entanto, a gestão de uma empresa não é tão simples quanto parece. O empreendedor
deve reconhecer as suas limitações, recrutar uma excelente equipa de trabalho para o
ajudar na gestão da empresa, implementando ações que minimizem os problemas e
maximize os lucros, ou seja, produza mais, com o mínimo de recursos necessários,
conjugando o binómio eficiência e eficácia.
39
UNIDADE VI: MERCADO DE TRABALHO E COMPETIDORES
6.1.Analise de mercado
Analisar um mercado significa coletar dados e informações a respeito de um determinado
mercado, parte ou segmento deste com o intuito de embasar decisões que devam ser
tomadas.
Para isso, é necessário identificar as pessoas e organizações que constituem este mercado
e obter informações a seu respeito. Este passo é importante para que o empresário se
familiarize com o mercado que vai dimensionar. É preciso levantar o maior número de
informações possível para depois filtrá-las e condensar o que é importante.
Outra maneira possível é obter dados e informações diretamente junto ao público alvo do
empreendimento, através de pesquisa de mercado, pesquisa direta ou por observação, os
chamados dados primários. A pesquisa de mercado é um evento específico com um
determinado objetivo de coletar dados e informações específicas sobre um determinado
segmento – é feita sob medida para cada situação. Integra a análise de mercado e embasa
decisões.
40
Cinco forças competitivas: conceito formado por Michael Porter em seu livro Estratégia
Competitiva, que identifica cinco forças que influenciam o potencial de lucro num
determinado segmento;
Conhecimento a respeito dos clientes: deve-se conhecer muito bem os clientes existentes
no mercado em que se pretende atuar, sob risco de não se conseguir atendê-los;
Conhecimento a respeito dos concorrentes: já diz o velho ditado: “um olho no cliente e
outro no concorrente”. O conhecimento dos concorrentes pode identificar possíveis ações
que necessitam ser neutralizadas ou outras que podem ser boas idéias;
41
6.2.1.Análise Macroambiental
O resultado desta análise será uma relação inicial (que será complementada pela análise
do ambiente competitivo) das principais OPORTUNIDADES e AMEAÇAS relevantes
ao negócio e priorizadas conforme seu grau de impacto na organização. Estas
oportunidades e ameaças serão levadas em consideração na hora de dimensionar o
mercado, principalmente em função de suas tendências.
42
6.2.2.Analise da Concorrência
O ambiente competitivo já apresenta um certo grau de inter-relacionamento, maior ou
menor, entre seus atores, que são os clientes, os concorrentes e os fornecedores. Já pode
haver uma reação por parte dos clientes caso haja uma alteração nos preços dos produtos,
por exemplo.
43
Nível de rivalidade entre os concorrentes: quanto maior competitividade e disputa por
um mesmo mercado, maiores as concessões e benefícios dados aos clientes pelos
vendedores, reduzindo margens. Pode ser identificado através da análise dos seguintes
pontos:
Concorrentes numerosos ou bem equilibrados: quando as empresas são muitas, muitas
ações são realizadas por estas empresas em busca do mercado, e quando são equilibradas
há uma tendência a uma forte disputa por este mercado;
Custos fixos ou de armazenagem altos: a pressão pela cobertura destes custos pode
reduzir preços para que se atinja uma venda mínima necessária a esta cobertura;
44
Barreiras de saída elevadas: fazem com que as empresas permaneçam em determinados
mercados apesar da falta de interesse nestes mercado:
· Ativos especializados: podem ter baixo valor de venda por não serem versáteis;
· Custos fixos de saída: custos trabalhistas, por exemplo, podem dificultar a saída
de empresas de seu segmento;
· Barreiras emocionais: orgulho, relutância da administração, receio pela saída;
· Restrições governamentais e sociais: negativa ou desencorajamento por parte do
governo, em função de desemprego ou efeitos econômicos.
Poder de negociação dos compradores: quanto maior for a pressão dos compradores
sobre os vendedores, menores serão os ganhos dos vendedores. Os pontos a serem
analisados são:
· Concentração ou compra em grandes volumes: se o comprador adquire grandes
volumes, pressionará por preços menores;
· Baixos custos de mudança: mais poder tem o comprador se não se defrontar com
custos para mudar de fornecedor;
45
· Produto não é importante para a qualidade dos produtos do comprador:
modificações de produto ou fornecedor não afetam o produto do comprador;
O poder de negociação dos fornecedores: quanto maior for a pressão dos fornecedores
sobre os vendedores, menores serão os ganhos dos vendedores. Os pontos a serem
analisados são:
· Poucas empresas ou mais concentrado do que a indústria para a qual vende
· Fornecedores vendendo para compradores mais fragmentados tem maior poder de
negociação;
· Não está suscetível a produtos substitutos: sem ameaça de outros produtos,
fornecedores tem maior poder;
· A indústria para a qual vende não é um segmento importante para o vendedor:
caso haja pressão por parte dos compradores, o fornecedor pode deixar de vender
para o segmento sem maiores danos;
· O produto é um insumo importante para o comprador: maior poder de negociação
ao fornecedor quando o produto agrega valor ao produto do comprador;
· Os produtos são diferenciados ou o grupo desenvolveu custos de mudança: maior
poder tem o fornecedor caso seja confrontado com uma situação de negociação;
· Apresentam possibilidade de integração para a frente: caso haja possibilidade de
o fornecedor atuar no segmento do comprador, isto pode ser utilizado como trunfo
em negociações.
A facilidade de entrada no setor de novos concorrentes: quanto mais fácil for entrar num
determinado segmento, mais concorrentes haverá, gerando margens menores. Os pontos a
serem analisados são:
46
6.3.Barreiras de entrada
· Economias de escala: declínio dos custos unitários na medida em que aumenta o
volume por período. Caso seja necessário um alto volume, pode ser mais difícil
para novos atores entrarem num determinado setor;
47
6.4.Analise do ambiente de negocio
Uma ferramenta de análise do ambiente: As Cinco Forças de Porter. Segundo Porter, o
aspecto-chave da envolvente da empresa é o sector de actividade em que concorre. A
estrutura do sector tem uma forte influência, já que determina as bases da sua
competitividade e as possibilidades estratégicas que oferece à empresa.
O nível de competitividade de uma indústria depende de cinco forças básicas, que são
importantes principalmente num sentido relativo. As forças externas afectam todas as
empresas, a chave encontra-se na capacidade de cada empresa para as enfrentar.
48
• Política Governamental- Necessidade de licenças, normas de segurança, normas do
produto, normas ambientais.
Expectativas de retaliação:
•Os incumbentes possuem recursos substanciais para reagir (excesso de tesouraria ou
capacidade de endividamento não esgotada, capacidade produtiva adicional, bom
conhecimento dos canais de distribuição e dos clientes)
• Existe alta probabilidade de os incumbentes cortarem preços para manter quota de
mercado.
• O crescimento da indústria é lento, dificultando a capacidade de absorver uma nova
entrada, e como tal esta causará um declínio na rentabilidade de todas as partes.
49
· O produto adquirido à indústria representa uma fracção significativa do seu custo
o que conduz a uma preocupação adicional com o preço e a uma compra
selectiva;
· O produto adquirido à indústria não é relevante para a qualidade dos produtos ou
serviços do comprador (preço é a variável mais relevante);
· As suas margens são reduzidas (compradores de margens elevadas e alta
rentabilidade são menos sensíveis ao preço);
· Mudar de fornecedor implica custos baixos;
· O seu nível de informação sobre procura, preços, etc. for elevado, constituem
ameaça de integração a montante, entrando no negócio da indústria (produção
própria do produto da indústria)
5.Ameaça de Substitutos
Factores determinantes:
· Alta disponibilidade de produtos substitutos;
50
· Preço do produto substituto é atraente;
· Custo de mudança para um produto substituto é baixo e existe propensão elevada
à mudança;
· Lucro e agressividade elevados do produtor de substitutos
A sobrevivência das empresas existentes num determinado sector (ou mesmo o futuro de
uma indústria) podem ser postos em causa quando surge um novo produto ou tecnologia
que ofereça maior valor aos clientes, caso as empresas existentes não tenham acesso a
esse desenvolvimento.
6.5.Segmentação de Mercado
Dimensionar o mercado é estabelecer a dimensão, ou o tamanho, do mercado em que se
vai atuar. É estimar uma faixa de demanda para o mercado. É formar uma idéia,
embasada em dados e com procedimentos lógicos, do potencial de consumo dos produtos
e serviços que se vai oferecer ao mercado.
51
de grupos distintos de compradores que apresentem comportamentos de compra
relativamente semelhantes.
Psicográfica
· Estilo de vida: por características que definam suas atitudes e preferências em
relação ao estilo de vida – esportista, surfista, sedentários, conservador,
· Personalidade : impulsivo, compulsivo, sociável, introspectivo
· Benefícios procurados: economia, conveniência, prestígio
· Status de usuário: não-usuário, ex-usuário, principiante, usuário potencial,
usuário regular, esporádico
· Intensidade de uso: usuário pequeno, médio, grande
· Status de lealdade: nenhuma, média, forte
· Estágio de propensão: informado, alheio, interessado, intenção de comprar
· Sensibilidade ao fator de marketing: qualidade, preço, serviço, propaganda
52
As principais variáveis de segmentação para produtos industriais são:
Demográficos
· Setor de atividades industriais: metal-mecânico, coureiro-calçadista, bebidas,
massas e pães
· Tamanho da empresa: porte definido por faturamento, número de funcionários
· Localização: região de localização, central, sul, norte, serra
Operacionais
· Tecnologia utilizada: tipo de tecnologia – GSM, CDMA, contínua, batelada, lotes
· Status do comprador ou usuário: usuário potencial, usuário regular, esporádico
· Capacidade de compra ou de uso: alta, baixa ou média capacidade de compra ou
de utilização
Compra
· Organização das compras na empresa: compras centralizadas (poucos clientes) ou
descentralizadas (muitos clientes)
· Estrutura de poder: como se dá a decisão de compra, níveis decisórios
· Natureza dos relacionamentos: duradouros, esporádicos, eventuais
· Política geral de compras: licitação, convite, propostas
· Critérios de compras: em função de preço, qualidade, durabilidade
Situacionais
· Urgência pra o uso: de uso urgente, ou não
· Aplicação: única, várias utilizações
· Tamanho do pedido: pequeno, médio, grande
Vários dos critérios mencionados poderão ser utilizados para segmentar o público-alvo.
Exemplo: o foco de uma determinada empresa pode ser empresas do setor metal-
mecânico, localizadas na serra gaúcha, de faturamento acima de 10 milhões/ano, que
utiliza tecnologia de produção em batelada, utilização regular tendo como requisito
principal a qualidade, e não o preço.
53
Observar os não clientes
Interessante o enfoque dado por Bizzotto (2008) em relação aos não-clientes, no sentido
de se observar também o público que não está consumindo ou que não está satisfeito com
as soluções oferecidas atualmente, mas que apresenta uma relação com as necessidades
que serão atendidas pelo negócio.
Bizzotto (2008) menciona que Kim e Mauborgne classificam os não clientes em três
níveis:
Os não clientes de segundo nível são aqueles que não querem ou não podem consumir os
produtos e serviços atuais, sendo suas necessidades atendidas por uma solução alternativa
ou não atendidas.
Os não clientes de terceiro nível são os “inexplorados”, aqueles que não foram
considerados nem almejados por qualquer participante do mercado.
54
UNIDADE VII: ESPIRITO EMPREENDEDOR
7.1.Caracteristicas
São dedicados
Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio.
55
São otimistas e apaixonados pelo que fazem
Eles adoram o trabalho que fazem. E é esse amor ao que fazem o principal combustivel
que os mantêm cada vez mais animados e auto-determinados tornando-os os melhores
vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O
otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
São independentes
Eles querem estar afrente das mudanças e serem donos do próprio destino, querem ser
independentes, em vez de empregados querem algo novo e determinar os próprios passos,
abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregados.
São líderes
Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E sao respeitados e adorados
por seus funcionários, pois sabem valorizálos, estimulá-los e recompensá-los, formando
um time em torno de si, sabem que para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe
de profisionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessora-
los nos campos onde não detêm melhor conhecimento.
Planejam
Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio negócio, desde o
primeiro rascunho do plano de negócios, até a apre sentação do plano a investidores,
definição das estratégias de marke-ting do negócio etc,
Possuem conhecimento
São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, quanto maior o domínio sobre um
ramo de negócio, maior é sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da
experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos, ou
mesmo de conselhos de pessoas que montaram.
56
Assumem riscos calculados
Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro
empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando
as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E para o
empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.
Outra abordagem sobre o trabalho do administrador foi feita por Rosemary Stewart
(1982), do Oxford Center Management Studies, que acreditava que o trabalho dos
57
administradores é semelhante ao dos empreendedores, já que compartilham de três
características principais: demandas, restrições e alternativas.
Hampton (1991) diz ainda que os administradores diferem em dois aspectos: o nível que
eles ocupam na hierarquia, que define como os processos administrativos são alcançados,
e o conhecimento que detém, segundo o qual são funcionais ou gerais. Em relação aos
níveis, o trabalho administrativo pode ser identificado como: de supervisão, médio e alto.
Outra abordagem relevante refere-se ao estudo de Kotter (1982) das características dos
gerentes gerais, que procura mostrar o que os gerentes eficientes realmente fazem.
Segundo Kotter, esses administradores criam e modificam agendas, incluindo metas e
planos para sua organização e desenvolvem redes de relacionamentos cooperativos para
58
implementá-los. Em sua maioria, esses gerentes são ambiciosos, buscam o poder, são
especializados, têm temperamento imparcial e muito otimismo.
Mintzberg (1986) propôs uma abordagem que trata da atividade do trabalho gerencial,
focando os papéis dos gerentes: interpessoais (representante, líder e ligação),
informacionais (monitor, disseminador e interlocutor) e decisórios (empreendedor,1
solucionador de distúrbios, "alocador" de recursos e negociador).Mintzberg identifica o
empreendedor como um possível papel do administrador nesse caso. Neste livro, a
abordagem do empreendedorismo é mais ampla. Esses papéis dos gerentes podem variar
dependendo de seu nível na organização, sendo mais ou menos evidente um ou outro
papel. E mais: o administrador assume papéis em grupos sociais para efetivar as quatro
ações processuais da abordagem clássica dos processos.
É relevante ressaltar que o perfeito controle (hierarquia) nem sempre garante que as ações
planejadas sejam executadas conforme o planejado, pois outras variáveis interferem no
processo administrativo. E neste ponto que as várias abordagens se complementam para
explicar o trabalho do administrador.
8.1.Atitudes empreendedoras
Descobrindo e transformando oportunidades em produtos ou negócios inovadores.
59
8.1.1.Assumir riscos
É a característica mais conhecida dos empreendedores. O verdadeiro empreendedor é
aquele que assume riscos calculados e sabe gerir o risco, avaliando as oportunidades de
sucesso. Assumir riscos está directamente relacionado com desafios, que para o
empreendedor, quanto maior é o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.
8.1.2.Identificar oportunidades
O Empreendedor é alguém que identifica uma oportunidade e cria uma organização para
aproveitá-la. O Processo Empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações
associadas à identificação de oportunidades e a criação de organizações para aproveitálas
8.1.3.Conhecimento
Têm avidez pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o
domínio sobre o ramo de negócio, maior é a sua oportunidade de obter êxito, estão
predispostos à aprendizagem continua.
8.1.4.Organização
Sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos , e financeiros, de
forma racional, procurando o melhor para o negócio.
60
8.1.5,Tomar decisões
O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos quatro pilares da educação: aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e, aprender a ser, e com isso, ser capaz
de tomar a decisão certa frente à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo
exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a globalização com responsabilidade,
competência e autonomia.
8.1.6.Liderança
Desenvolva seu espírito de liderança, Forme redes de contatos. Desperte e conquiste
corações e mentes!
8.1.7.Dinamismo
Eles implementam as sua ações com total comprometimento. Atropelam adversidades,
ultrapassam obstáculos com uma vontade impar de “fazer acontecer. Cultivam um
inconformismo com a rotina.
8.1.8.Independência
São independentes e constroem o seu próprio destino, normalmente querem estar à frente
das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem criar algo de novo e determinar os
seus próprios passos, abrir os seus próprios caminhos.
8.1.9.Optimismo
Acredite em você. Errar faz parte da natureza de qualquer ser humano. Fazer dos erros
uma oportunidade para se tornar melhor, é da natureza do empreendedor.
8.1.10.Habilidade empresarial
Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções,
incorporar outros princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas
verdades, este é o perfil do profissional que, trocando informações, dados e
61
conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das organizações que aprendem, das
organizações do futuro.
9.1.Fontes de Capital
Autofinanciamento
O financiamento da empresa é feito pelos meios libertos pelo seu funcionamento. O
financiamento interno é sempre preciso, já que a sua presença é indicativa de fortaleza
financeira da empresa, e facilitará o recurso a outras fontes de financiamento
complementares.
Capital Social
Divida da sociedade perante os/as seus/suas sócios/as que tem origem nas entradas que
estes/as realizaram para a consecução das actividades do objecto social da empresa. O
capital social não pode normalmente ser inferior a determinado montante, e a sua
alteração pode ser feita com a incorporação de novos/as sócios/as, incorporação de
reservas ou pela fusão societária.
Empréstimos de Sócios/as(Suprimento)
Considera-se contrato de suprimento aquele pelo qual o/a sócio/a empresta à sociedade
dinheiro ou outra coisa fungível, ficando aquela obrigada a restituir outro tanto do mesmo
género e qualidade, ou pelo qual o/a sócio/a convenciona com a sociedade o diferimento
do vencimento de créditos seus sobre ela, desde que, em qualquer dos casos, o crédito
tenha um prazo de reembolso superior a um ano1.
62
Obrigações
Valores mobiliários emitidos pelas sociedades anónimas que conferem direitos de crédito
iguais. As obrigações podem conferir o direito a um juro ou a um prémio de reembolso e
podem apresentar um plano de reembolso, podendo estes elementos ser fixos ou depender
dos lucros da sociedade. Poderão ser convertíveis em acções.
Financiamento Bancário
Livrança:
Título à ordem (transmissível por endosso), através do qual uma pessoa se compromete
pura e simplesmente a pagar uma quantia determinada.
Empréstimo
Empréstimo ou Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes empresta a outra dinheiro ou
outra coisa tangível, ficando a segunda obrigada a restituir outro tanto do mesmo género
e qualidade.
63
Créditos a curto prazo, se não exceder um ano, créditos a médio prazo, se for superior a
um ano, mas não a sete e créditos a longo prazo, quando exceder sete anos.
Factoring:
Contrato de aquisição de créditos a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da
prestação de serviços, nos mercados interno e externo. Por isto o contrato consiste na
cedência a uma instituição financeira dos direitos a cobrar pelas nossas operações
comerciais, em troca de obter o abono das mesmas com antecipação.
Assim, de acordo com a fase em que se encontra a empresa existem formas e fontes
distintas de financiamento.
64
Capital Alheio
Bancos:
10.2.Fontes de Capital
Fundos próprios :
Provem de poupanças pessoais e de hipotecas, pode não ter custos associados, podem
permanecer na empresa por um longo período de tempo.
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Fundos provinientes de Familiares e Amigos:
Fonte frequente de financiamento, podem não ter custos associados, podem permanecer
na empresa por um longo período de tempo, deve ser tratado com o mesmo
profissionalismo que qualquer outro empréstimo, pelo que deverá ficar escrito o montante
emprestado, as condições, o direito e as responsabilidades do investidores.
66
Venture Capital – empresas de venture capital aplicam recursos em startups que já
tenham testado seus produtos e ideias de negócio e estejam prontas para crescer. Esse
investimento, comumente maior do que R$ 1 milhão, é feito de forma societária, em troca
de uma participação na empresa.
Estágio avançado – empresas que crescem bastante a partir do uso de venture capital
podem receber um tipo ainda mais sofi sticado e volumoso de investimento, chamado de
private equity, formado geralmente por investidores institucionais (empresas e holdings)
e utilizado para grandes expansões. Existe ainda a possibilidade de a empresa oferecer
ações nas Bolsas de Valores, no sistema de constante compra e venda de ações, que pode
fazer o valor das ações (e da empresa) variarem de acordo com as variações das outras
empresas. Investimento coletivo (crowdfunding) – sites em que pessoas e organizações
podem submeter descrições de projetos criativos – não especifi camente a criação de uma
empresa ou produto, a menos que tenham uma forte ligação com alguma causa ou
motivo que faça com que as pessoas doem quantias de dinheiro.
10.4.Capital de Risco
Sociedade de investimento dedicada a gestão profissional pelos financiadores através dos
seus investimentos em start-up; exigem taxas de rendibilidades muito elevadas, que
aumentam com o risco atribuído ao projecto; procuram financiar projectos em que existe
também investimentos de fundos próprios pelos fundadores e que existe viabilidade
tecnológica demonstrada por estádio avançado de desenvolvimento do produto(
Protótipo, testes e avaliação por especialistas).
67
UNIDADE XI: QUESTÕES LEGAIS DE CONSTIUTUIÇÃO DE EMPRESA
11.1.Criação da empresa
A escolha da forma jurídica da empresa vai determinar o modelo de funcionamento
desde o arranque, e tem implicações tanto para o empresário como para o futuro
empreendimento, devendo a opção por um determinado estatuto jurídico ser tomada de
modo a valorizar os pontos fortes da futura empresa tendo em atenção as características
que se melhor se adaptem às expectativas de desenvolvimentos.
Assim, a primeira decisão que o empresário deverá tomar prende-se com a opção:
68
· Requisição do registo comercial, publicidade e inscrição. Tem efeitos
constitutivos porque a sociedade só passa a existir juridicamente a partir daqui.
· Efectuação de 3 de Pagametos (3 cheques diferentes).
· Inscrição na segurança social
· Pedido de inscrição no cadastro comercial ou industrial
11.3.Marcas e patentes
Patente s e concessões: trata-se de uma protecção legal para uso exclusivo do produto
que a empresa desenvolveu, permitindo a recuperação dos investimentos assumidos e
fomentando a inovação (exemplo: indústria farmacêutica). Despesas expressivas em
investigação e desenvolvimento podem desincentivar a entrada no mercado, além de
permitirem às empresas existentes enfrentarem custos menores e, portanto, praticarem
preços inferiores;
12.1.Plano de Negócios
Por que é importante elaborar um Plano de Negócios?
As razões são inúmeras, mas pode-se ter uma idéia da sua relevância analisando os erros
mais comuns de novos exportadores (“The Twelve Most Common Mistakes of Potential
Exporters” em <http://www.smartbiz.com/sbs/books/book153.htm>).
69
Ao desenvolver seu Plano de Negócios, necessariamente a empresa deverá abordar todos
estes aspectos. O processo de elaboração do Plano de Negócios permitirá que se diminua
a probabilidade de erros no processo de exportação (ou na condução de qualquer novo
projeto).
Assim, se você está pretendendo exportar, prepare o seu Plano de Negócios e Boa Sorte!
O Plano de Negócios, ou Business Plan, é um documento especial, único e vivo que deve
refletir a realidade, as perspectivas e a estratégia da empresa, respondendo ao leitor as
perguntas:
· Quem sou?
· O que faço?
· Como faço?
70
Ser um instrumento vivo é a condição necessária para a sua efetividade: mudanças no
ambiente econômico, de mercado, tecnológico ou interno à empresa devem
estarpermanentemente refletidas no Plano de Negócios.
· A organização da própria empresa, seja dos números que a refletem, seja das
funções exercidas pelas pessoas;
71
elaboração de planos de contingência. Os planejamentos de marketing, operacional, de
crescimento, etc. estarão refletidos no plano financeiro da empresa, permitindo a
visualização dos recursos financeiros necessários à sua execução e possibilitando o
planejamento da sua captação.
Por outro lado, o Plano de Negócios é muito importante na medida em que serve como
um instrumento de apresentação da empresa para diferentes públicos. O Plano de
Negócios é a ferramenta que permite tanto o estabelecimento da visão, posicionamento da
empresa frente a visão e os objetivos estratégicos da empresa, quanto para delinear a
estratégia. O Plano de Negócios deve ser utilizado de maneira dinâmica, devendo ser
atualizado periodicamente de acordo com as mudanças no ambiente externo e nas
políticas internas da empresa.
72
Devido à natureza versátil do Plano de Negócios, não é possível estabelecer um modelo
padrão para a sua elaboração, sendo apenas possível sugerir a profundidade no uso das
informações, assim como alguns princípios básicos que norteiam seu conteúdo. Quanto à
profundidade, é importante fazer uso das informações contidas no Plano de Negócios, de
uma maneira discriminatória e orientada ao tipo de público com o qual se deseja
comunicar, dando maior ênfase naquela área que irá justificar o negócio pretendido. A
informação operacional serve para a comunicação interna, de maneira a focalizar
aspectos chaves do gerenciamento ressaltando a sua importância entre os executivos.
73
12.4. Cuidados importantes ao redigir um plano de negócios
As fontes de financiamento não vêem com bons olhos um plano de negócios que está
sendo “leiloado” por aí. É importante que o plano não seja visto como um projeto
qualquer e que você não pareça estar desesperado para obter recursos. Espere a resposta
de cada instituição antes de passar à seguinte. Alguns bancos somente emprestam para
determinadas áreas geográficas; alguns investidores só investem em determinados tipos
de empresas.
É importante fazer com que o plano chegue ao grupo certo e, melhor ainda, à pessoa
certa. Se houver dúvidas sobre o destino dado ao documento, solicite que o destinatário
assine um termo confidencial para minimizar as chances de que informações-chaves da
empresa ou da idéia sejam utilizadas ou divulgadas a terceiros.
Para ser levado a sério, o tom deve ser empresarial e sem exploração do sentimentalismo.
Os potenciais investidores reagirão bem a uma apresentação positiva e interessante, mas
reagirão com indiferença diante de uma apresentação vaga, prolongada, ou que não tenha
sido bem ponderada e organizada.
74
12.5.Estrutura do plano de negócio
Uma estrutura de Plano de Negócios que pode ser desenvolvida é:
1. Resumo Executivo
2. Visão e Missão
3. Descrição Geral da Empresa
4. Análise Estratégica
5. Plano de Marketing e Vendas
6. Plano Financeiro
1. O Resumo Executivo
Resumo executivo é a parte mais importante do Plano de Negócios, pois é o resumo do
Plano e os leitores se interessarão em avançar para o restante do documento se esta parte
for suficientemente interessante e fizer sentido. Por ser um resumo, será a última parte a
ser escrita e deverá mostrar o que é mais importante para a empresa. Nele você deverá
colocar um estrato dos demais capítulos do Plano de Negócios e dizer claramente o que
você deseja do leitor:
· Você quer um cliente? Mostre o seu produto/serviço e que benefícios ele irá trazer
ao cliente.
· Você quer um investidor? Mostre que o seu negócio tem consistência, que faz
sentido e que ele será remunerado adequadamente.
· Você está contratando uma pessoa chave para o seu negócio? As pessoas cada vez
mais estão interessadas em projetos/empresas que fazem sentido, que têm uma
estratégia de crescimento. Mostre como esta pessoa se encaixa neste projeto.
É importante que todos saibam o papel que irão cumprir na empresa, como suas acções
interferem no andamento do projeto e da empresa. Saberão, também, quais os papéis dos
demais agentes. Como a visão, a missão, os objetivos/metas e estratégia estão claramente
definidos, a comunicação interna e externa passa a ser definida por este documento.
75
2. Visão e Missão
A visão é o que o empresário visualiza como o futuro para o seu setor, segmento ou
projeta dentro naquela visão de mundo e qual o papel, enquanto empresa e empresário,
que se vê exercendo.
· A história da empresa e sua expertise. Não faz sentido para uma empresa como a
IBM declarar em sua missão a entrada no ramo de fast food;
· Recursos. A empresa não pode crescer além dos seus recursos humanos,
financeiros, de canal de distribuição, e outros
Neste capítulo, você irá descrever a sua empresa. Deverá conter um breve histórico da
empresa, onde você irá colocar os fatos mais relevantes e marcantes. Tente explicar de
forma sucinta saltos de faturamento, lançamento de produtos novos, montagem da
estrutura de distribuição, decisão de abertura de filiais.
76
Não esqueça:
· Dos produtos/serviços,
· Da composição da diretoria,
Faça uma análise das competências específicas dos empreendedores, staff e dos
profissionais contratados para levar adiante o projeto que consta no Plano de Negócios.
Caso sejam necessárias novas contratações para a realização do projeto, o perfil destes
profissionais e as habilidades necessárias devem estar descritas nesta parte. Se
anecessidade for de estabelecimento de parcerias estratégicas, admissão de novo sócio,
contratação de consultorias ou assessorias, é importante que esclareça o perfil necessário
destes novos agentes.
4. Análise Estratégica
Neste capítulo é importante que a empresa mostre como irá competir no mercado, quais
os seus objetivos e metas; e qual a sua política para atingir os objetivos e as metas
estabelecidas.
77
originem os meios, ou seja, que a definição de uma meta dê origem a ação, e não o
contrário.
Ao estabelecer uma estratégia, você deverá fazer uma análise de pontos fortes e pontos
fracos (internos à empresa) e de ameaças e oportunidades (proporcionadas pelo ambiente
externo). Também não se esqueça de fazer uma análise das barreiras de entrada que você
criou (ou que já existem por quaisquer outras razões) ou que você irá encontrar quando
for executar o seu plano.
Neste capítulo, você deverá detalhar o seu plano de marketing e vendas. O Plano de
marketing é uma maneira estruturada da empresa ofertar os seus produtos no mercado.
78
Conheça o seu cliente: hábitos de compra, faixa de renda, nível cultural, hábitos de
leitura, lazer, etc. Se o seu cliente é uma empresa, como e quem decide as compras? Qual
a liberdade de decisão que cada pessoa detém ao longo da cadeia de decisão de compras?
Este conhecimento vai ser fundamental para o estabelecimento dos canais de distribuição,
política de promoção, planos de comunicação e na política de preços que você irá adotar.
Produto- analise o seu produto do ponto de vista dos benefícios percebidos pelo seu
cliente e não pela tecnologia que você utiliza para produzi-lo. Não se esqueça de analisar
a sua carteira de produtos utilizando a abordagem do ciclo de vida de produtos (fases:
introdução no mercado, crescimento, maturidade ou morte).
Distribuição- qual é o seu mercado? Qual o segmento de mercado em que você está ou
pretende atuar? Qual o tamanho dele? Qual o comportamento do consumidor e aonde ele
está? Como você vai fazer o seu produto chegar até ele? As vendas serão diretas ou
utilizando um canal? Você vai utilizar um canal de distribuição já existente ou terá que
criar um?
79
utilizadas em promoção são: propaganda, promoção de vendas, relações públicas e venda
pessoal.
Por fim, não se esqueça que a receita da sua empresa será dada pela quantidade vendida
multiplicada pelo preço que você estabeleceu. Ou seja, o lucro ou prejuízo da sua
empresa pode ser resultado da sua política de preços.
6. Plano Financeiro
80
O plano financeiro é o resultado e reflexo do Plano de Negócios. Quanto dinheiro você
vai precisar para realizar o seu projeto e de onde virá este dinheiro?
Para que você saiba qual o montante de recursos necessários, você deverá montar alguns
quadros financeiros:
81
Cada fonte de financiamento olha diferentes áreas da informação financeira e enfatiza
umas mais que outras. Estar preparado para explicar o Plano de Negócios com essa ótica
é recomendável.
As empresas de capital de risco, por outro lado, são criadas especificamente para esse
propósito: bancar com recursos próprios ou de terceiros uma empresa que tenha um
projeto inovador, uma idéia, um serviço ou um produto. Em geral participam do capital
da empresa enquanto sócios temporários.
Os bancos emprestam dinheiro de terceiros para ganhar juros, tentando minimizar o risco
percebido. Antes de conceder crédito é feita uma exaustiva análise de crédito onde
82
geralmente é estudado com atenção e detalhe o Cash Flow da empresa com e sem o
produto e as garantias reais que a empresa tem para garantir o empréstimo. O banco
analisa o desempenho da empresa nos três últimos anos e o Cash Flow para os cinco anos
futuros, de maneira que é importante demonstrar um crescimento sustentável e coerente.
De preferência os bancos analisam a capacidade de endividamento em relação ao
Patrimônio da empresa.
Uma empresa em geral possui vários sócios e, apesar de parecer que todos têm os
mesmos objetivos e estratégia para a empresa, isto nem sempre é verdade. A elaboração
do Plano de Negócios da empresa é um processo conjunto das principais pessoas
envolvidas na operação da empresa. Antes do início da sua elaboração é importante que
todos tenham concordado com as principais linhas de ação da empresa e do caminho que
ela irá trilhar.
Antes de escrever um bom Plano de Negócios, é importante determinar quem irá lê-lo, o
que eles sabem sobre sua empresa, o que precisam saber e de que maneira irão usar a
83
informação ali contida. As necessidades de informação do seu público devem estar
relacionadas com a mensagem que você deseja comunicar. Uma vez que o trade-off entre
o que você deseja comunicar e o que o público alvo de audiência precisa saber esteja
claro, você está pronto para começar.
Agora que já sabe quem irá ler o Plano de Negócios, é mais fácil saber quais áreas
enfatizar. Com essa base, prepare um esquema geral do conteúdo do Plano de Negócios.
5. Revise o rascunho
· Relevantes
· Coerentes
· Actualizadas
· Profundas
· Confiáveis
· Objectivas
O que garante que seu plano tenha todas essas características é a seleção dos dados a
serem utilizados através do estabelecimento de critérios que avaliem o tipo de informação
a ser gerada.
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A pesquisa permite que os dados sejam provenientes de fontes confiáveis. Gaste tempo
na montagem da base de dados da sua empresa. Esta base será fundamental para garantir
a você e aos leitores segurança na estratégia que será montada. A análise e a seleção
desses dados possibilita a inclusão de informações relevantes e objetivas que se ajustam
aos objetivos do Plano de Negócios. O que menos quer a pessoa que lê o plano é perder
tempo com a falta de clareza no conteúdo e a irrelevância das informações.
Uma vez que o plano esteja pronto, revise-o junto a pessoas de confiança que façam parte
da empresa, de maneira a verificar sua apresentação, clareza, lógica, conteúdo,
objetividade. A finalidade é que seja efetivo como instrumento de comunicação.
Verifique que, para cada informação ali contida, você dispõe de recursos para justificar as
afirmações, caso seja questionado.
O Plano de Negócios para se tornar efetivo deve respeitar algumas regras básicas a saber:
1. O Plano de Negócios é uma peça que nasce de uma discussão interna à empresa.
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4. As premissas de crescimento de mercado devem estar apoiadas, sempre que possível,
em análises quantitativas sólidas.
5. O Plano de Negócios deve mostrar com clareza o impacto do Projeto sobre o valor da
empresa. Deve também o empreendedor/empresário ter consciência do timing adequado
para admissão de novos sócios. Não se deve esquecer que uma admissão de sócios mal
negociada implicará em diluição do valor do negócio e uma conseqüente transferência de
valor dos atuais acionistas para os novos sócios.
CHECK LIST
As questões a seguir são o check list final do seu Plano de Negócios. Após a finalização
do documento, verifique se todas as questões foram respondidas no seu trabalho.
Sumário Executivo
O que a empresa pode fazer agora que não podia ser feita antes?
De que maneira a empresa pode atender o consumidor melhor que o concorrente (mais
rápido, mais barato)?
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Como o sumário executivo será a parte lida do Plano de Negócios convém uma grande
concentração de esforços em sua preparação
Organização
O que eles já fizeram que possa sugerir que eles serão bem sucedidos na empresa?
Como sua empresa está estruturada para levar adiante sua estratégia?
Produtos e serviços
Oportunidade de Mercado
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Quais são os clientes que a empresa espera atender?
Que valor pode ser agregado por servir as necessidades dos clientes?
Se o produto da empresa faz as coisas mais rapidamente, qual o valor do tempo para os
clientes?
Por que?
Competição e Estratégia
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Serão eles de melhor qualidade, menor custo, ou terão eles alguma outra vantagem?
Riscos
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Agora, você já consegue responder porque é importante elaborar um Plano de Negócios!
Para que sua empresa realize uma exportação com sucesso, ela precisa, antes de tudo,
estar estruturada internamente e mostrar que aprendeu uma lição básica: como redijir um
bom Plano de Negócios.
Sabemos que iniciar um negócio próprio é, sem dúvida, um momento mágico na vida dos
empreendedores e também que esse momento inicial é repleto de novidades e surpresas
no processo de empreender um novo negócio.
Nesse sentido, relacionamos neste capítulo o que chamamos de os 8 pecados capitais que
os empreendedores não podem cair na tentação de cometer.
Como já dissemos, não basta ter uma boa idéia. Para dar certo, essa idéia precisa ser bem
planejada e, melhor ainda, executada. É nesse momento, o da execução, que as tentações
costumam aparecer; elas poderão deixá-lo a ponto de enlouquecer.
Por essa razão, elegemos os 8 pecados capitais que podem ser cometidos no início de um
novo negócio para que você, jovem empreendedor, possa refletir sobre eles. Não deixe
que isso atrapalhe o caminho traçado para o seu projeto.
Roosevelt
90
1.Falta de atenção na obtenção de Licenças de funcionamento e pagamento de
tributos
A falta de conhecimento das rotinas administrativas dos órgãos públicos quanto ao tempo
de concessões de licenças, aprovações e sistemática de apuração de impostos pode gerar
grandes transtornos e perdas financeiras para o seu negócio
Para evitar esse pecado capital, defina para a sua empresa uma estrutura administrativa
com papéis e responsabilidades claras antes de optar por uma contratação.
Definir preço de venda com base em intuição pura é um dos grandes pecados capitais dos
empreendedores iniciantes.
91
A definição de preços é um problema tanto para os novos empreendedores quanto para os
já estabelecidos. No entanto, para o novo empreendedor esta tarefa é, normalmente, mais
difícil devido à falta de experiência e segurança para determinar o preço de forma correta.
É importante lembrar que a definição de preços faz parte de seu planejamento estratégico.
Não caia na tentação de achar que basta fixar um bom preço no produto e/ou serviço, que
tudo dará certo!
Não ter fluxo de caixa é um pecado que leva muitos empreendedores a fechar a sua
empresa.
Acreditam que podem administrar suas empresas sem a necessidade de ter um controle de
fluxo de caixa, ou seja, sem saber o quanto e quando têm para pagar e receber. As
estatísticas de mortalidade de empresa mostram o quanto isso é importante para a
sobrevivência dos negócios.
Lembre-se de que você não deve retirar da empresa o que você precisa para viver, mas o
que ela pode pagar a você.
92
Evite a tentação de confundir o dinheiro de sua empresa com o seu dinheiro.
Há um ditado popular que diz: “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
Nesse caso, o pecado capital que o empreendedor não pode cometer é ignorar as vendas
da empresa.
Vender ou não vender é a causa “mãe” de muitos problemas que os novos negócios – ou
os já estabelecidos – enfrentam. A maioria dos empreendedores tende a ter mais interesse
pelo desenvolvimento dos produtos do que pelas vendas. Consideram que as vendas são
problemas de outras pessoas e não deles.
7.Financiamento
A falta de capital é, sem dúvida, um grande problema para quem inicia um novo negócio.
Na maioria das vezes, os novos negócios estão descapitalizados e, geralmente, com
pouco ou nenhum capital de giro. Portanto, tome muito cuidado com a aplicação de seus
recursos. Evite gastos desnecessários. Concentre-se no mais importante para empresa.
Não caia na tentação de contrair um empréstimo/financiamento se não for para expandir
os negócios.
8.Falta de planejamento
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do dia-a-dia; acabam por não planejar e por não antecipar o futuro de sua empresa
deixando de tomar as decisões adequadas e necessárias.
Não se deixe levar pela excessiva confiança de que você dá conta do recado. Escreva o
seu planejamento. Pare e pense no seu negócio. Defina ou corrija rumos para atingir suas
metas. Corra da tentação de não planejar as suas atividades.
Sociedade é como casamento: pode dar certo ou errado. Em ambos os casos depende do
esforço dos dois para que a sociedade seja sempre um motivo de grandes alegrias.
Quando a sociedade não dá certo, é comum ouvirmos as pessoas dizerem: “eu nunca mais
quero ter um sócio”
Oprimeiro grande erro dos empreendedores iniciantes é achar que a sociedade vai ser
bem-sucedida só pelo fato de seu sócio ser um grande amigo ou colega de trabalho. Uma
sociedade, para dar certo, precisa, em primeiro lugar, que as partes tenham os mesmos
objetivos quanto ao futuro do negócio e quais serão os seus papéis dentro da empresa.
Além disso, a escolha do sócio deve sempre se dar levando em conta as suas
características profissionais, as quais devem ser sempre complementares ao outro sócio,
para que não haja choque de personalidades.
Portanto, tome muito cuidado ao escolher quem vai acompanhá-lo rumo à realização de
seus sonhos.
Dave Weinbaum
94
UNIDADE XIV: EMPREENDEDORISMO E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Os preços e a qualidade dos produtos são condições básicas para qualquer atividade
empresarial sobreviver. Porém, além dessas condições básicas, ela precisa fabricar
produtos ou prestar serviços que não degradem o meio ambiente, promovam a inclusão
social e gerem o desenvolvimento da comunidade da qual faz parte. Iniciativas que, entre
outras, até então não constavam no rol de preocupações de inúmeras empresas.
Para você, jovem empreendedor que está criando uma nova empresa, é importante
perceber que a sua iniciativa terá impacto direto em todas as partes interessadas em seu
negócio, tais como: clientes, fornecedores, empregados, parceiros e colaboradores. É na
construção de uma relação (com as partes interessadas) pautada por valores e
transparência que você poderá não só realizar o seu sonho de abrir uma empresa, mas
também contribuir para a construção de uma sociedade mais rica e solidária.
95
definem as suas prioridades e os relacionamentos com todos os públicos com os quais
interagem.
Condutas e decisões cotidianas são resultados de valores e princípios que uma empresa
deve adotar. Ser socialmente responsável é atender às expectativas sociais, com
transparência, mantendo coerência entre o discurso e a prática.
Para pensar: o que você pode fazer a partir de hoje para eleger e respeitar valores e
agir com transparência?
Não abra mão de um contato direto com as pessoas que irão fazer a sua empresa: ouvi-
las, atendê-las na medida do possível, e incentivar a sua participação irá acelerar o
processo de qualificação de sua empresa.
Para pensar: o que você pode fazer de agora em diante pelo público interno de sua
empresa?
96
de outro, dependem de insumos do meio ambiente para realizar as suas atividades. É
parte de sua responsabilidade social evitar o desperdício de tais insumos (energia,
matérias-primas em geral e água).
Para pensar: como deve ser o meu relacionamento com a rede de fornecedores e
parceiros?
As empresas que adotam uma atitude responsável oferecem qualidade não apenas no
processo de venda, mas em toda a sua rotina de trabalho. Faz parte de suas atribuições
observar padrões técnicos cabíveis como, por exemplo, as regras da Associação
Brasileira de Normas Técnicas, as prescrições da Vigilância Sanitária e o Código de
Defesa do Consumidor.
Para pensar: o que fazer, desde já, para garantir a confiança de clientes e
consumidores?
A relação que uma empresa tem com a comunidade em que está inserida é um dos
principais exemplos de valores com os quais está comprometida. Respeito aos costumes e
à cultura local, contribuição em projetos sociais, destinação de valores a instituições
97
sociais e a divulgação de princípios são algumas das ações que demonstram o valor dado
por sua empresa à comunidade.
Orelacionamento ético com o poder público, assim como o cumprimento das leis, faz
parte da gestão de uma empresa socialmente responsável. Ser ético, neste caso, significa
cumprir as obrigações de recolhimento de impostos e tributos, alinhar os interesses da
empresa com a sociedade, comprometer-se formalmente com o combate da corrupção,
contribuir com projetos e ações governamentais voltadas para o aperfeiçoamento de
políticas públicas na área social.
Para pensar: como adotar uma postura positiva em seu relacionamento com o
governo e a sociedade a partir de agora?
98
UNIDADE XV: ESTRATÉGIAS DE VALORIZAÇÃO DO POTÊNCIAL
EMPREENDEDOR DE UMA SOCIEDADE
Um país deve, entretanto, além de investir toda sua energia e recursos, começar uma
reflexão no sentido de melhor planificar o seu desenvolvimento empreendedor. O
objetivo aqui exposto consiste em elaborar um caminho empreendedor.
A partir do princípio de que o spin off é propulsor de empresas e de empregos com riscos
menos elevados, recomendamos a instauração de um programa capaz de difundir a
informação sobre o spin off, e mais particularmente sobre o spin off tecnológico,
promovendo e apoiando a sua adoção na empresa privada e pública. A partir do princípio
de que todas as categorias empresariais têm necessidade de solidariedade empreendedora
e deveriam ser representadas no seu entorno, recomendamos que se facilite a criação de
99
organismos representativos de pequenas empresas no setor de serviços e de trabalhadores
autónomos.
A partir do princípio de que o quadro legal em torno da criação de empresas deva ser
estimulante, mostrando uma atitude governamental favorável à criação de empresas,
recomendamos a promulgação de uma legislação que favoreça a criação de empresas com
isenção de taxa de abertura de até três anos.
A partir do princípio de que muito esforço deva ser realizado para que o
empreendedorismo faça parte da filosofia de vida das pessoas - seja no que diz respeito
ao exercício de sua atividade profissional, seja no que diz respeito aos seus projetos de
futuro - e para que se desmistifique o empreendedorismo tornando-opsicologicamente
acessível a todos através de atititudes mais positivas, recomendamos a realização de uma
"Semana do Empreendedorismo" e "Jornadas Empreendedoras" em torno de temáticas
específicas, capazes de atrair maior número possível de segmentos da população.
A partir do princípio de que, para construir uma sociedade empreendedora, o papel dos
líderes políticos é de fundamental importância, recomendamos um compromisso oficial
de todos os líderes e governantes, em todos os níveis, criando-se, inclusive, um Comitê
Consultivo Superior Empreendedor Nacional e outros comitês regionais.
100
A partir do princípio de que é necessário coordenar melhor o conjunto das atividades
ligadas ao sucesso empreendedor, recomendamos a criação de duas agências
especializadas - uma que coordene o conjunto de apoio aos empreendedores e outra que
coordene a investigação científica sobre a temática e a transmissão dos seus resultados
aos grupos potencialmente capazes de sua utilização.
Não é mais possível se pensar, nas grandes empresas, em ter pessoas que se limitam a
ouvir passivamente as diretrizes, agindo sempre de uma forma repetitiva. Uma das
grandes críticas que podemos fazer em relação aos atuais sistemas de educação é que
estes foram concebidos e que continuam sendo concebidos para formar pessoas que
ocuparão um emprego numa grande empresa. Ora, durante os últimos 30 anos, mais de
101
80% dos empregos foram criados por PME em quase todos os países. Passamos de
economias onde o produto interno bruto realizado pelas PME era de 30% para quase 50%
durante os últimos 20 anos e onde as PME ocupam quase 50% do mercado de trabalho.
102
Vamos dar um exemplo. É necessário uma atenção especial para com o perfil das pessoas
que serão engajadas nessas estruturas. Preferencialmente, deveria-se privilegiar aquelas
pessoas com experiência prévia na área de apoio ao empreendedorismo. O apoio ao
empreendedorismo implica tanto transferências de saber ser quanto de saber-fazer,
incluindo também transferências de saber na área de organização para a ação.
103
nestes colóquios que poderia servir como uma importante fonte de apoio ao
empreendedorismo.
Uma das melhores maneiras de gerir o risco numa atividade profissional e/ou
organizacional reside na capacidade de adequação empreendedora oriunda de pessoas
com experiência no ramo. Que se pense nesse sentido, na importância da aprendizagem
por parceria ou associação, fato que, há séculos, se constitui como uma das principais
razões da estabilidade das práticas organizacionais na Europa.
104
O spin off constitui uma das melhores maneiras de se adequar a organização
empreendedora e de diminuir o risco num processo de criação de empresas. É também o
meio mais eficaz de se apoiar a consolidação de fontes de empregos relativamente mais
estáveis nas regiões ou localidades mais vulneráveis.
Em obra recente (Filion, Luc, Fortin, 2003), mostrou-se a importância que pode assumir
o spin off para a sobrevivência e para o desenvolvimento de muitas empresas. Supõe-se,
entretanto, que o spin off implique freqüentemente em terceirização. Neste sentido, é
importante que a flexibilidade esteja presente no Código do trabalho como também é
importante a iniciativa dos líderes políticos no sentido de mudar a concepção que certos
grupos mantêm sobre o spin off, especialmente os trabalhadores sindicalizados. Com
efeito, o spin off freqüentemente é assimilado como sinônimo de terceirização e, como a
terceirização é percebida como prejudicial aos trabalhadores, o spin off passa a ser
identificado da mesma forma.
Os dois conceitos devem se tornar práticas aceitáveis. Uma das preocupações consiste
em saber se é possível evitar os abusos ligados à certas práticas de terceirização. Muito
sucintamente, é possível dizer, contudo, que existem diferenças fundamentais entre os
dois conceitos. Primeiro, a prática da terceirização não implica sempre a geração de uma
nova empresa. Uma empresa pode decidir subcontratar uma ou várias operações, seja por
meio de concursos regulares ou por meio de concursos pontuais, com contratos de
duração determinada. Em contrapartida, pode estimular os seus próprios empregados,
afetados por esse procedimento, a começarem sua própria empresa e a entregarlhe, com
exclusividade ou não, o serviço ou o produto em questão. Esta segunda opção constitui o
spin off.
A terceirização que conduz ao spin off permite a muitas empresas se tornarem mais
flexíveis em contexto de concorrência internacional, conservando os empregos que, de
outro modo, poderiam ter sido perdidos. Muitas investigações mostraram que o spin off
não diminui os empregos, mas, ao contrário, aumenta-os: para cada emprego criado por
105
uma nova PME manufatureira “spin off”, temos um novo emprego criado na empresa
mãe. O spin off pode também decorrer da vontade de empregados em deixar a sua
organização com o objetivo de começar a sua própria empresa a partir de uma idéia nova
requerida pelo mercado, ou de uma nova maneira de fazer, ou de uma descoberta
científica, ou ainda pela eliminação de uma atividade que a empresa realizava.
Estas novas empresas, criadas pelo spin off, apresentam freqüentemente um potencial de
crescimento e criação de empregos muito interessante. Se as empresas não puderem fazer
spin off no próprio país irão fazê-lo em outro e, com isso, os trabalhadores perderão a
possibilidade de novos empregos. Isso pode ser a conseqüência da rigidez das leis de
trabalho. Ademais, essa maneira de proceder retira a possibilidade da terceirização como
peça de engrenagem do spin off e, por conseguinte, da criação de novas empresas.
É necessário levar em conta que a legislação relativa ao trabalho deve ser muito flexível
para permitir a criação de novas empresas. É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos
onde, nos estudos comparativos, um dos fatores freqüentemente associados ao número
elevado de criação de novas empresas diz respeito a flexibilidade das leis do trabalho
(Stevenson et Lundström, 2001, Vol.3).
A prática de spin off precisa alastrar-se durante as próximas décadas. Faz-se necessário
pensar em abordagens diversas para promover o spin off, tanto pelo lado das PME em
forte crescimento, como pelo lado das grandes empresas. A natureza, as culturas, a
estrutura destas organizações são muito diferentes.
Mais de 90% das terceirizações realizadas pelas grandes empresas na França são
terceirizações personalizadas, enquanto mais de 90% das terceirizações realizadas pelas
106
médias empresas em forte crescimento no Canadá são terceirizações estratégicas. Isto
significa maneiras de fazer as coisas muito diferentes.
Recomendações
O mesmo fenômeno pode ser constatado entre os trabalhadores autônomos que também
constituem uma parte cada vez mais importante do tecido empreendedor da maior parte
dos países. Aí estão incluídos não somente os agricultores, mas todas as categorias
profissionais que oferecem serviços às empresas: tradutores, analistas de sistema,
consultores de gestão e conselheiros dentre um número crescente de especializações.
107
organizados. Realidade que não é partilhada na maior parte dos sistemas políticos onde os
sindicatos e o patronato das grandes empresas enfrentam-se continuamente. Estas
associações de trabalhadores sindicalizados e do grande patronato são poderosas e
numerosas e geralmente são bem organizadas e estruturadas, englobando centros de
investigação e equipes que trabalham na articulação das tomadas de decisão.
Cerca de 50% da força de trabalho da maior parte dos países situam-se agora em PME e
compreendem também numerosos trabalhadores autônomos que constituem entre 10% e
20% da força de trabalho. Estes dois grupos são pouco representados na configuração dos
organismos e nas associações que desempenham um papel de defesa dos seus interesses.
Recomendações
· Criar e manter organismos representativos dos interesses das pequenas empresas
do setor dos serviços;
108
· Criar e manter organismos representativos dos interesses dos trabalhadores
autónomos;
· Instituir mecanismos de consulta aos trabalhadores autônomos de acordo com a
fórmula FOTA.
A Sra. Thatcher, por exemplo, pediu às grandes empresas na Grã-Bretanha que fizessem
como nos Estados Unidos, isto é, que investissem 5% dos seus lucros para o
desenvolvimento do seu meio, o que deu origem a um programa chamado « Business in
the Community ». Este programa foi financiado em 50% pelas empresas e 50% pelo
governo em cada região ou bairro da grande cidade. O referido programa oferecia uma
fórmula que permitia adotar-se organismos de apoio ao desenvolvimento empreendedor,
implicando, ao mesmo tempo, na contribuição das empresas numa proporção de até 50%
dos projectos submetidos pelos municípios. Esta contribuição era revertida diretamente
ao organismo de apoio ao desenvolvimento comunitário e empreendedor. Este programa
teve uma duração de três anos, tendo sido substituído gradualmente por outros
programas, mas a contribuição das empresas ao desenvolvimento do meio permaneceu
através de outros programas.
109
Tony Blair multiplicou o apoio à criação de empresas e aos trabalhadores autônomos.
Paradoxalmente, a maior parte das políticas de apoio à criação de empresas na Europa foi
implementada por governos de esquerda. É preciso mencionar o caso do SEBRAE, um
organismo brasileiro, onde as empresas contribuem com 0,6% da sua massa salarial para
a sua formação na área do empreendedorismo e PME.
Esses serviços, embora ativos durante alguns anos, desaparecem em seguida, impedindo,
de tal modo, que com tão pouco tempo de existência e pouca aprendizagem, que se crie,
no sistema público, as modalidades de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo.
Em contrapartida, certos países desenvolveram muita constância e muita avaliação nesta
110
matéria. A Suécia, por exemplo, conta com quatro agências de apoio ao desenvolvimento
do empreendedorismo e a inovação.
Assim, parece primordial que se crie no país pelo menos duas agências capazes de se
encarregar dos acompanhamentos voltados ao empreendedorismo. Isto permite que se
reduza os custos, que se racionalize as atividades e se criem lugares que permitam formas
de apoio ao empreendedorismo.
Em primeiro lugar, é preciso considerar como referência uma agência de apoio à criação
de empresas a semelhança modelo de NUTEK (Suécia) e mais particularmente do
modelo APCE, na França. Este procedimento não dependeria, necessariamente, da
instalação de uma rede de espaços de intervenção sob o modelo das Lojas de Gestão,
como é o caso da França. Uma tal agência poderia trabalhar e coordenar as atividades do
conjunto dos parceiros implicados no apoio ao empreendedorismo os quais já nos
referimos:
111
sucesso realizadas pelo mundo em termos de apoio ao empreendedorismo. Esta segunda
agência, de menor porte, concebida sob inspiração do modelo da Fundação sueca de
pesquisa sobre a PME (Swedish Foundation for Small Business Research) agruparia
algumas pessoas, coordenaria as investigações sobre empreendedorismo realizadas no
conjunto das instituições universitárias e serviria de elo de transmissão destes
conhecimentos entre os organismos em causa.
16.1.Desenvolver o conceito de si
Conhecer a si mesmo com o objectivo de empreender.
H.M.TOMLISON
112
Meta:
Gatilho motivador:
Sugestão do brainstorming:
Comentar: É uma grande dádiva de Deus podermos nos ver como os outros nos vêem.
113
16.2.Perfil do empreendedor
Conhecer características do empreendedor de sucesso e compará-los com as suas
características pessoais.
é a febre empreendedora.
Meta:
Gailho motivador:
Sugestão de brainstorming:
16.3.Aumento da criatividade
Dominar processos internos que levam à criatividade.
114
mas em vê-las com novos olhos.
MARCEL PROUST
MARK TWAIN
Meta:
Aprender como estimular a própria criatividade, inovar no seu próprio negócio, criando
uma vantagem competitiva para o seu produto/serviço.
Gatilho motivador:
2
Qual será a natureza das midias: televisão, rádio, cinema, jornal, livros, redes de computador?
115
já existente. O produto/serviço deve apresentar atrativos que o diferenciem da
concorrência, que motivem o cliente a adquiri-lo. Tais atrativos podem estar na qualidade
dos processos de produçao, na forma de distribuição, na assistência ao cliente, no preço,
na embalagem, etc. Portanto, a criatividade tem papel essêncial na atividade
empreendedora.
Processo visionário
WILLIAM BURROUGHS
JOHN UPDIKE
Meta:
Saber desenvolver uma visão para estar apto a gerar a idéia completa do próprio negócio.
Estar preparado para ler o ambiente com o objectivo de identificar oportunidades.
116
Diga-me com quem andas
FILION
Meta:
Planejar e iniciar a criação da própria rede de relações para dar suporte ao processo
visionário e ao negócio.
Gatilho motivador:
Uma forma de construir relações no modo disperso é dispor-se a trocar informações com
quem, independentemente de qualquer outro requisito, esteja interessado em conhecer a
117
sua visão, o negócio. Exemplo: um dos empreeendedores ( atua no sector de softwares
administrativos) que frequentemente convido para dar depoimentos nos workshops que
ofereço para professores, percebeu que estes últimos, apesar de não serem clientes dos
seus produtos e não estarem no seu sector de atuação, compõem um importante elo em
seu sistema de relações, e se ofereceu para dar depoimentos em todo o Brasil,
assumuindo as despesas.
Como a construção de uma rede de relações demanda muita energia e tempo, são
necessárias prioridades, foco e controle.
118
Caminho 6
ABRAHAM LINCOLN
Meta:
Gatilho Motivador:
Caminhos anteriores.
119
Caminho 7
Meta:
Gaatilho Motivador
Esta é uma pergunta comum, feita por empreendedores, leigos, acadêmicos, porque o
Plano de Negócios não é ainda uma ferramenta muito difundida no Brasil. Mas começa a
ser. Na área o software,pelo fato de o Programa Softex ter difundido esta metodologia,
existem cerca de oitocentas empresas no país com Planos de Negócios feitos. Nas
disciplinas que utilizam metodologia Oficina do Empreendedor, oferecida por mais de
duzentas instituições de ensino espalhadas por 24 estados do Brasil, milhares de novos
alunos, a cada ano, elaboram Planos de Negócios em sala de aula. Estima-se que em
pouco tempo o Plano de Negócios será uma metodologia altamente difundida e aplicada
no Brasil, nas empresas e fora delas.
120
quantos são os clientes, qual é o processo tecnológico de produção e vendas, qual a
estrutura de gerenciamento, quais as projeções financeiras: fluxo de caixa, receitas,
despesas, custos, lucros etc. Na elaboração do seu Plano, o empreendedor poderá
descobrir que o empreendimento é irreal, que existem obstáculos jurídicos ou legais
intransponíveis, que os riscos são incontroláveis ou que a rentabilidade é aleatória ou
insuficiente para garantir a sobrevivência do novo negócio.
121
Portanto, antes de abrir uma empresa, é conviniente elaborar um Plano de Negócos. Este
instrumento facilitará o planejamento, ao mesmo tempo, evitará que o pré-empreendedor
abra uma empresa alimentado apenas por seu entusiasmo, sem qualquer estudo prévio.
A taxa de mortalidade de novas empresas é bastante elevada nos três anos seguintes à sua
criação – cerca de 90% no Brasil. As causas deste desaparecimento precoce podem ser
atribuidas, em grande parte, ao lançamento prematuro do novo produto ou serviço,
colocando seus idealizadores em situações financeiras indesejaveis e neles gerando o
sentimento de fracasso pessoal como empreendedores. Entre estes, existem bons técnicos,
bons comerciais, mas alguns não conhecem bem o mercado, não estão familiriazados
com a gestão financeira ou administrativa, não estão acostumados a decifrar o ambiente
sócio-económico ou não estão afeitos às nuanças legais e fiscais. Muitos não fizeram uma
análise de viabilidade de seus negócios, enquanto outros não reuniram as condições
prévias indispensaveis ao sucesso do empreendimento.
122
Tais modelos e experiências, decorrentes de negligência ou armadilhas, devem ser
evitados. O novo empreendedor deve almejar o crescimento e a sobrevivência do seu
negócio. Para isto, é preciso estar consciente de que o tempo gasto em planejamento
representa tempo economizado, diminuindo riscos e problemas futuros.
Indica, sobre o futuro do negócio: onde ir, como ir rapidamente, o que fazer durante o
caminho para diminuir incertezas e riscos.
123
É um documento que descreve a oportunidade de um negócio: porque a oportunidade
existe e porque o empreendedor e sua equipe têm condições de aproveitá-la, como o
empreendedor e sua equipe pretendem em fazê-lo.
O aluno deve começar a fazer o Plano de Negócios desde o seu primeiro dia na Oficina.
Os subsídios para a realização do Plano de Negócios, devem ser buscados na Oficina e
também fora dele. Consultas livres a bibliografia, documentos, revistas etc.,bem como
visitas e contatos: empreendedores, associações de classe, pessoas e organismos
envolvidos, serão provavelmente indispensáveis à realização do planejamento.
1. Deve ser completo, bastante claro, ter linguamgem simples ( evitar, sempre que
possível, termos técnicos, siglas, etc);
3. O sumário executivo deve ser excelente e não ultrapassar duas páginas: ele
indicará se o Plano de Negócios merece ser analisado ou abandonado;
5. O tom será sempre afirmativo, não se deve usar o tempo de verbo no condicional,
jamais deixar dúvidas.
124
O MakeMoney é uma ferramenta concebida especialmente para facilitar a construção de
Planos de Negócios.
Caminho 8
PROVÉRBI CHINÉS
Meta:
Saber estruturar a apresentação de uma ideia, saber vender uma ideia, sbaer apresentar o
próprio Plano de Negócios.
Gatilho Motivador
125
da ideia, do produto, das visões emergente e central. Enfim, ele precisa verificar se está
preparado para fazer o Plano de Negócios.
ABRAHAM LINCOLN
Merta:
Informações de apoio:
Meta:
Informações de apoio:
· Software Makemoney
127
não balança quando ele ri
PROVÉRBIO CHINÉS
17.1.Conceito de Mercado
Mercado é a relação entre a oferta, pessoas ou empresas que desejam vender bens e
serviços e a procura ,pessoas ou empresas que querem comprar bens ou serviços. Neste
sentido, quando alguém decide abrir um negócio, para atuar nesta relação (oferta e
procura), significa dizer que se dispõe a desempenhar um novo papel no mercado, ou
seja, deixar de ser consumidor (procura) para atuar do lado da oferta.
Assim, neste novo papel, o empresário precisa prestar atenção a componentes de mercado
que são fundamentais para manter a empresa sempre em sintonia e atenta às mudanças
mais significativas que possam ocorrer no mercado. Para tanto, o empresário deverá
buscar informações que lhe ajudem a enxergar e a entender o melhor possível os
seguintes mercados:
1. Mercado Consumidor;
2. Mercado Concorrente;
3. Mercado Fornecedor.
Mercado consumidor
128
determinação permitirá identificar segmentos de mercado específicos que desejam ser
conquistados e, também, mostrará os caminhos para alcançá-los.
Para que possamos realizar a definição dos clientes (mercado-alvo), devemos levar em
consideração os seguintes pontos:
Descrição demográfica
Auxilia na definição do perfil estatístico do público . alvo:
a) Pessoa física: faixa etária, faixa de renda, sexo, profissão, estado civil, tamanho da
família, grupo étnico, nível de escolaridade, se tem casa própria etc.
b) Pessoa jurídica: setor, ramo de atividade, número de anos em operação, faturamento,
número de empregados, número de filiais etc.
Descrição geográfica
A região que se pretende atender (área específica de uma cidade, a cidade inteira, uma
região do Estado, todo uma região do país, todo o País ou parte do mercado
internacional).
Descrição psicológica
As atividades: o que os indivíduos fazem e como usufruem do tempo livre;
Os interesses: o que é importante;
129
Descrição dos fatores decisivos para a compra. Quais fatores que levam o cliente a tomar
decisão? Preço? Prazo de pagamento? Descontos? Qualidade? Marca? Embalagem?
Local da compra? Garantia?
Mercado concorrente
Posição Competitiva
Os concorrentes podem ser avaliados apenas pelo fato de que seu produto ou serviço é
melhor. Contudo, outros fatores interferem na sua competitividade frente à concorrência.
130
Talvez eles tenham capacidade de conseguir melhores preços junto aos fornecedores em
função do volume de compras, ou a marca deles é mais antiga e / ou conhecida e os
clientes optem pela credibilidade em vez do preço.
Fatores estratégicos
a) Metas do concorrente: O concorrente está satisfeito com a sua posição atual? Possui
metas bem definidas? Nossas ações interferirão no alcance destas metas levando os
concorrentes a tomar atitudes defensivas ou retaliações?
b) Recursos financeiros: Capacidade dos concorrentes em conseguir recursos junto a
instituições financeiras.
c) Poder de barganha: Qual a capacidade de nossos principais concorrentes de conseguir
condições mais favoráveis nas negociações junto a fornecedores e clientes?
d) Parcerias estratégicas: As empresas instaladas atualmente no mercado alvo apresentam
uma convivência pacífica entre elas, regulamentada por acordos (formais e informais),
ou, ao contrário, há uma disputa entre elas visando melhorar o seu posicionamento
estratégico? Como poderá tirar proveito dessas disputas entre as empresas líderes? Você
representará uma ameaça (novo entrante) para as empresas instaladas? Existe
131
possibilidade de eles fazerem acordos estratégicos (parcerias) para barrar a sua entrada no
mercado?
e) Posição no mercado: O principal concorrente é um líder consolidado que procura
manter sua posição? É uma empresa agressiva que deseja aumentar sua participação no
mercado? Em que se baseia a liderança desse concorrente?
Mercado fornecedor
Passo 1:
Fazer uma lista dos produtos mais importantes que serão comprados pela empresa.
Passo 2:
Definir de quem serão compradas mercadorias ou matérias-primas.
Passo 3:
Saber quais são as condições básicas de negociações impostas por ele (quantidade
mínima de compra, prazo de entrega, prazo de pagamento,preço).
Passo 4:
Encontrar formas de se tornar menos vulnerável em termos estratégicos (parcerias, busca
de produtos substitutos, acesso a novos fornecedores em outros mercados etc.).
132
UNIDADE XVIII: UMA FERRAMENTA DE TRABALHO CHAMADA
MARKETING
18.2.Plano de Marketing
Toda empresa deve transmitir uma mensagem com o .Marketing. O tipo de mensagem
transmitida ao consumidor para motivá-lo a comprar o seu produto ou serviço deve
abranger alguns aspectos que são determinantes na decisão de compra do cliente.
Os consumidores têm-se tornado cada vez mais seletivos ao longo destes anos e
procuram aquilo que satisfaça não apenas uma necessidade imediata, mas que contribua
para uma sensação global e duradoura de bem-estar. Para definir a linha a ser utilizada na
mensagem que deverá comunicar ao público, bem como as ações de Marketing que lhe
garantam atingir o seu mercado, existem fatores importantes que os clientes levam em
consideração na escolha de um produto ou serviço. Desta forma, os clientes é que
deverão nortear a estratégia de Marketing.
Preço: Deve estar de acordo com o mercado e com o valor que o consumidor está
disposto a pagar. Exemplos de itens que podem ser avaliados:
· Nível de preço praticado;
· Reação dos clientes em função do preço;
· Política de Descontos e Promoções;
133
· Política de preços em relação à concorrência e
· Redução de custos para diminuir preço.
Produto: É aquilo que temos para vender, produto ou serviço. Quando nos referimos ao
produto, devemos levar em conta o seu aspecto (embalagem), sua qualidade e seus
benefícios. Exemplos de itens que podem ser avaliados:
· Razão pela qual esse produto / serviço é consumido e
· Tipos de produtos que concorrem em vendas.
Ponto: O produto deve ser convenientemente distribuído para que possa estar disponível
quando o consumidor resolver adquirí-lo. Entre vários aspectos a serem analisados,
sugerimos alguns abaixo:
1. O cliente sentirá a sensação de estar pagando um preço justo pelo produto ou serviço?
134
2. Existe uma necessidade real do cliente e a mensagem transmitir a ele a sensação de que
esta necessidade será satisfeita ao adquirir o produto / serviço?
3. Ele sente que está recebendo um benefício perceptível significativamente maior que
aquele oferecido por formas concorrentes de satisfazer à mesma necessidade básica?
4. Houve o cuidado para oferecer ao cliente a localização, conforto e decoração
adequados ou houve a criação de estratégias de distribuição que permitirão a chegada do
produto até o cliente?
5. Houve a identificação do tipo de veículo (rádio, jornal, revista e outros) e a forma de
utilização para tornar todas estas mensagens de domínio público?
Determinação de preços
A determinação do preço de venda deve ser feita levando-se em conta muitos fatores,
dentre eles:
· Custo: Deve-se conhecer bem os custos da sua empresa para que não se
acabe vendendo com prejuízo.
· Percepção dos consumidores: As opiniões de valor dos clientes podem ter
pouca ou nenhuma relação com o custo da mercadoria ou com o preço
cobrado pela concorrência. Um preço maior pode ser percebido como
qualidade, ser utilizado para obter lucros adicionais com clientes
inovadores da classe A ou simplesmente selecionar o tipo de cliente que
frequenta seu estabelecimento (caso de bares e restaurantes);
135
É necessário saber por que a concorrência está praticando determinada política de preços
e se os preços definidos são fruto de uma estrutura de custos menor ou de uma estratégia
deliberada frente ao mercado.
Projeção de vendas
Esta não é uma tarefa fácil, principalmente se o negócio que se está montando é novo e
não há um histórico a se basear. Deve-se lembrar que é preciso prever o faturamento
inicial do empreendimento para atestar a sua viabilidade. Se o negócio for Indústria, deve
ser calculada a capacidade de produção, caso haja mercado para consumir tudo o que
puder produzir.
Uma empresa comercial e de serviços também deverá estimar o volume de vendas ideal
para a consecução de metas. Fica então, a pergunta: que volume de vendas a empresa irá
atingir na fase inicial?
Não existe uma fórmula mágica que se possa usar para projetar vendas. No entanto, pode-
se utilizar alguns métodos que o ajudarão a chegar a uma estimativa razoável:
Caso haja capital para isto, pode-se encomendar uma pesquisa de mercado que dará base
à sua previsão de vendas. Ao optar por esta alternativa, o empreendedor deverá ter
bastante cuidado na escolha do fornecedor deste serviço.
136
períodos anteriores e projetar a expansão de vendas que se queira atingir.
Ao fazer essas projeções é importante avaliar o estágio em que se encontra
o mercado para o seu ramo. É um mercado em expansão, encontra-se
estável ou está em declínio?
19.1.Conceito do crédito
Crédito é uma percepção externa que as pessoas têm das outras baseada em
comportamentos passados e em perspectivas de comportamento no futuro, cujo objetivo é
facilitar processos e/ou relacionamentos.
137
Exemplos de crédito:
Alguém assumir um compromisso de entregar algo a outrem baseado na promessa de
receber parte ou total deste algo de outra fonte. Como exemplo, temos aquele
comerciante que, embora cumpra seus compromissos financeiros em dia, o mercado não
gosta de fazer negócios com ele, pois costuma não honrar datas pactuadas ou não
entregar a qualidade acertada, etc.
Aquele Chopinho amigo do marido após a pelada de futebol e que se estende até tarde e a
esposa não se importa com o fato. Ele tem crédito com ela.
O funcionário que não conseguiu entregar o trabalho solici-tado pelo chefe no prazo
combinado e recebe como resposta que pode entregá-lo mais tarde pois tem crédito.
138
A análise do caráter do tomador de crédito é o que denominamos de RISCO TÉCNICO.
É vista como técnica, pois, esta análise é objetiva e é possível a verificação de
informações junto ao mercado, em relação ao tomador de crédito.
Esta análise é considerada subjetiva devido o seu resultado estar muito mais relacionado
a percepção de quem analisa do que com os dados e informações propriamente ditas. A
base desta análise é feita a partir da visita à empresa. Esta visita tem como objetivo
constatar in loco as condições de operação e de funcionamento da empresa.
139
3. Condições
A análise das C condições trabalha com informações externas à empresa. Refere-se ao
macroambiente econômico em que ela atua e sobre o qual não tem condições de controle.
Assim, medidas de política econômica (restrições ao crédito, política cambial e de juros,
abertura do mercado mediante alteração nas alíquotas de importações etc.), fenômenos
naturais e imprevisíveis (ligados ao clima, por exemplo) e riscos de mercado são os
principais aspectos que a análise das C condições terá como parâmetro. Esta análise,
também, integra o RISCO SUBJETIVO.
4. Capital
A análise do C capital, assim como vimos no C caráter, é técnica. A sua base é a análise
econômico - financeira da empresa. Esta avaliação é feita com base no Balanços
Patrimoniais fornecidos pelas empresas. Nas micros e em boa parte das pequenas
empresas, estes relatórios contábeis não estão em completo acordo com a respectiva
realidade. Normalmente, estes relatórios são elaborados por escritórios de contabilidade
externos a empresa e cumprem, basicamente, finalidades fiscais. Assim, a análise de
concessão de crédito, nestes casos, baseia-se muito mais nos números referentes ao
patrimônio e renda dos proprietários do que nos relatórios contábeis fornecidos.
140
Dois são os instrumentos básicos de avaliação de riscos sob a ótica do Cvcapital:
· Análise de balanço;
· Análise do projeto viabilidade econômica . financeira;
· Parecer técnico.
Antes de mais nada, é preciso conhecer perfeitamente todas as condições exigidas pelo
financiador, de modo a termos previamente a certeza de que este não será um fator de
ruído na negociação dos recursos necessários a financiar o empreendimento. Outra
condição básica: o empreendedor deve ter não só uma idéia muito clara a respeito do que
pretende fazer, mas também saber transmitir essa idéia de forma competente e objetiva. O
instrumento adequado para isso é um bom Projeto de Investimento.
Financiamento
Quantia de dinheiro obtida com o objetivo de suprir determinada necessidade, cuja
liquidação dar-se-a ao longo do prazo e com encargos financeiros pactuados entre credor
e devedor. São três os tipos de financiamento: os destinados a financiar a actividade
operacional da empresa, conhecidos como capital de giro, os destinados a aquisição de
ativo fixo, conhecidos como investimento fixo, e o investimento misto.
Capital de Giro
Recurso destinado à compra de mercadorias, reposição de estoques, despesas
administrativas, etc.
141
Investimento Fixo
Recurso destinado a aquisição de bens m6veis e imóveis, destinados a gerar o resultado
operacional da empresa. Consideram-se ativo fixo máquinas e equipamentos de
construção civil indispensáveis ao funcionamento ou ampliação da empresa, aquisição de
veículos utilitários, etc.
Investimento Misto
Associa financiamento para aquisição de ativo fixo com financiamento para capital de
giro.
Encargos Financeiros
Toda fonte de financiamento possui dois componentes: um de actualização monetária e
outro de remuneração do capital, denominados encargos financeiros. Podem ser
apresentadas sob a forma unitária, denominada apenas de taxa de juros ou,
separadamente, expressos mediante uma taxa de juros associada a um indexador
econômico.
Existem hoje diversos tipos de indexadores. Os mais utilizados actualmente pelo mercado
financeiro são a Taxa Referencial (TR) para os financiamentos de curto prazo, com
atualização diária, ou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para os financiamentos de
longo prazo, com atualiza- ção trimestral.
142
Os financiamentos oriundos do Programa Brasil Empreendedor, tanto para capital de giro
como para investimento fixo, serão pós-fixados e utilizarão os indexadores TR e TJLP.
Fiança
Contrato acessório pelo qual o fiador garante o cumprimento da obrigação principal pelo
afiançado, se este não vier a cumpri-la. Normalmente, o fiador só é executado após a
constatação de que o devedor não honrara seu compromisso.
Alienação Fiduciária
Negócio jurídico pelo qual uma das partes, chamada fiduciário, adquire, em confiança, a
propriedade de um bem móvel, obrigando-se a devolvé-lo quando verificado o
acontecimento a que se tenha subordinado tal obrigação. Geralmente, é o tipo de garantia
exigida no financiamento de veículos automotores.
Garantia Real
Geralmente, o mercado financeiro exige como garantia a hipoteca. Hipoteca é o direito
real de garantia que incide sobre imóvel, permanecendo este na posse de seu proprietário.
Penhor Mercantil
Contrato acessório pelo qual o devedor ou um terceiro entrega ao credor, ou a quem lhe
represente, uma coisa móvel, que é por ele retida com o fim de assegurar
preferencialmente o cumprimento do contrato.
143
UNDADE XX: EMPREENDEDORISMO E GERENCIAMENTO
Mintzberg (1975), Boyatzis (1982), Kotter (1982) e Hill (1992) examinaram o trabalho
dos gerentes. Esses estudos revelam consideráveis diferenças nos métodos operacionais
de gerentes e empreendedores.
Os gerentes perseguem os objectivos fazendo uso efetivo e eficiente dos recursos. Eles
normalmente trabalham dentro de estruturas previamente definidas por outra pessoa. As
organizações criadas por empreendedores, no entanto, são, na realidade, uma
extrapolação de seus mundos subjetivos.
144
O que os empreendedores fazem está intimamente ligado à maneira como interpretam o
que está ocorrendo em um setor em particular do meio. Seu conhecimento de um
mercado específico ou do desenvolvimento de um novo produto ou de um novo processo
fabril irá levá-los a ter uma visão de alguma coisa diferente e a comercializá-la. Definem
maneiras de fazer as coisas que reflectem o que eles próprios são, e o sucesso deles
depende do quanto aquilo que foi definido é adequado e diferente e, o quanto isso satisfaz
as necessidades variáveis das pessoas.
Os empreendedores não apenas definem situações, mas também imaginam visões sobre o
que desejam alcançar. Sua tarefa principal parece ser a de imaginar e definir o que
querem fazer e, quase sempre, como irão fazê-lo. De uma maneira geral, o gerenciamento
é associado à racionalidade e o empreendedorismo, à intuição, embora, em ambos os
casos, esses atributos devam ser considerados predominantes, em vez de exclusivos.
Quanto a know-how, os gerentes devem usar abordagens racionais, porém dentro de uma
estrutura de trabalho predefinida. Empreendedores, por outro lado, devem ter uma
abordagem imaginativa e definir sua pró- pria estrutura de trabalho. Devem identificar
um nicho e, então, ter uma visão de alguma coisa ou algum lugar a ser ocupado no
mercado e saber qual é o tipo de organização necessária para tornar isso realidade.
145
Pesquisas sobre sistemas de actividades empreendedoras mostram que o trabalho do
empreendedor consiste principalmente em definir contextos e estruturas de trabalho
(Filion, 1990).
146
UNIDADE XXI: O EMPREENDEDOR ENQUANTO MOTOR DA MUDANÇA
Objectivos
21.1.Porquê a mudança?
Esta realidade exige uma nova mentalidade empresarial, um novo paradigma que
responda de forma adequada aos desafios dos nossos dias. A sociedade do conhecimento
147
pressupõe uma nova forma de estar, seja na sociedade em geral seja nas organizações em
particular, que passa por libertar e aplicar o talento humano numa medida bem diferente
do que sucedia durante a economia industrial. No sistema clássico de gestão
(hierarquizado, planeado, maquinal, estável), o saber útil centrava-se na alta direcção,
enquanto que hoje se aceita que, tal como é observável nas empresas mais competitivas, o
conhecimento está disseminado por todos os empregados. Longe de travar estes
processos, a gestão actual deve estimular o desenvolvimento de redes que potenciem a
partilha de conhecimentos, como caminho necessário para a criação e utilização de novo
conhecimento.
Mas nem todas as empresas compreenderam o alcance prático desta realidade e actuaram
em conformidade. Ainda prevalece, sobretudo em empresas de pequena dimensão, a ideia
de que todo este movimento não é mais do que uma “moda” e que não lhes diz respeito.
Com frequência se ouvem expressões como “o nosso sector é diferente”, ou “somos
muito pequenos para pensar nessas coisas”. Para compreender que este ponto de vista põe
em causa o futuro de qualquer empresa, basta reflectir um pouco no fenómeno da
globalização e observar que todas as empresas, independentemente do sector onde
operam ou da sua dimensão, são de alguma maneira afectada por ele.
O grande repto dos gestores dos nossos dias é, então, serem capazes de gerir a mudança
na empresa no sentido de a adaptar às exigências dinâmicas do ambiente que a rodeia;
torná-la mais capaz de aproveitar as oportunidades e fazer frente às ameaças que se
apresentam nesta nova ordem económica e social. Em suma, levar a empresa desde “o
que é” até “o que queremos que seja”, de acordo com a visão do gestor e do empresário.
Mudar sustentadamente impõe, antes de mais, saber para onde se caminha de forma a
poder modificar competências, estruturas, procedimentos e tecnologias em função duma
estratégia, a promover a mudança motivando as pessoas para as mudanças subsequentes.
Cabe aos gestores perscrutar oportunidades de mudança face à visão do negócio e à
estratégia da organização, e implementá-las na empresa de forma eficaz.
148
Qualquer que seja o nível de competitividade actual da empresa e qualquer que seja a
forma como é dirigida, a empresa deve estar sempre orientada para a mudança contínua.
Perante esta realidade, que tem sido abordada com maior ênfase nos últimos anos, a
Gestão da Mudança converteu-se num dos temas favoritos dos autores da área da Gestão
e Direcção de Empresas. Mas não existe ainda unanimidade na delimitação deste
conceito. Para alguns, a necessidade de mudança justifica-se a partir de uma massa crítica
de descontentamento com a situação actual. Para outros, e este parece ser o ponto de vista
com número crescente de seguidores, gerir a mudança não deve ser algo esporádico, mas
sim uma função habitual nas empresas modernas.
Há ainda que ter presente que a gestão da mudança não pode ser encarada apenas como
um processo eminentemente planeado, controlado, que segue um plano preestabelecido; a
gestão da mudança deve ser entendida também como um processo emergente, isto é, que
surge de forma não prevista, em resposta a problemas e especificidades pontuais e
149
inesperados. As mudanças “improvisadas” assumem também um papel central na
renovação organizacional.
José Carlos Alvarez propõe que o processo de mudança estratégica seja conduzido em
seis fases:
150
Alternativas:
151
· Agrupamento das acções de melhoria propostas na concepção prévia, para
criar os Programas Estratégicos provisórios (desenvolvidos por Equipas de
Desenvolvimento Operacional - EDO) e
· Ampliação dos Programas com novas acções estratégicas de acordo com a
Visão – ter em conta o gap de competências e a tipologia das acções de
melhoria propostas.
6. Implementação e acompanhamento
152
montante, menos tempo se consome nas fases posteriores dos processos de
gestão da mudança, com a consequente diminuição de custos;
· A definição da estratégia da gestão da mudança pode não ser bem sucedida
caso não se identifiquem de forma inequívoca as áreas prioritárias;
· Outro dos erros frequentes é não documentar no plano estratégico da gestão
da mudança todas as acções e métricas a adoptar, bem como produtos
resultantes de cada acção;
· Outro erro frequente é dar por assumido o processo após validação pela
gestão de topo do documento de planeamento estratégico da gestão da
mudança. Tão importante como esta validação é a validação do planeamento
operacional por toda a organização e do orçamento da gestão da mudança
pela gestão de topo;
· Défice no timing e nos conteúdos a comunicar à organização;
· Ausência de “festejos” dos casos de sucesso no tempo imediatamente
posterior às evidências;
· Omissão de situações de insucesso;
· Ausência de partilha adequada de feedback nas equipas de coordenação da
gestão da mudança;
· Ênfase nos indicadores quantitativos, quer de sucesso, quer de insucesso, em
detrimento de indicadores qualitativos muitas vezes tradutores de grandes
oportunidades de melhoria;
· Não auscultação da organização ao longo do processo;
· Não dar o exemplo de comprometimento ao longo de todo o processo
(sponsor / gestão de topo, coordenador global da mudança, equipa de gestão
da mudança) – este é um dos factos mais comprometedores do sucesso dos
projectos / processos de gestão da mudança;
· Não comunicação a toda a organização dos resultados e conclusões de todo o
processo;
· Não recompensar, por parte da gestão de topo, os sucessos e a concretização
de objectivos;
153
· Não reconhecer, por parte da gestão de topo, os erros cometidos e a
aprendizagem possível com os mesmos.
A maioria das empresas, de forma muito conveniente, ignora as emoções. E no pior dos
casos, considera as emoções negativas, irracionais e prejudiciais à empresa. Todavia, o
trabalho é uma experiência inerentemente emocional. As emoções são um factor
intrínseco da natureza humana e não podem ser artificialmente segregadas entre a vida
pessoal - em que os sentimentos são permitidos - e a actividade profissional - em que a
lógica racional é preferida.
Então, o que devem as empresas fazer? Expor os gestores às "vibrações" dos respectivos
negócios: as opiniões, os sentimentos, as emoções, os ressentimentos e não as teorias
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abstractas de organização e gestão. Durante períodos traumáticos de transformação, as
empresas deviam aceitar todas as emoções no local de trabalho. A maneira como quem
lidera a mudança lida com as emoções é mais importante do que o conteúdo da mudança
em si (emoções positivas "versus" emoções negativas). Os trabalhadores devem ser
encorajados a exprimir toda a sua gama de emoções sem medo de represálias. À medida
que as pessoas sujeitas à mudança perdem a capacidade de raciocinar coerentemente, por
causa da pressão provocada pela transformação, a expressão do desencantamento e da dor
deve ser permitida e os gestores devem lidar com isso de uma forma aberta, honesta e
interessada.
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existência de sistemas de gestão da aprendizagem, que propiciem que a maior autonomia
seja exercida com base em conhecimento adequado e seja orientada no sentido da
estratégia da empresa. A integração da componente técnica com a componente humana
assume assim um papel determinante na gestão da mudança.
Esta realidade exige uma nova mentalidade empresarial, um novo paradigma que
responda de forma adequada aos desafios dos nossos dias. O grande repto dos gestores
dos nossos dias é o de serem capazes de gerir a mudança na empresa, no sentido de a
adaptar às exigências dinâmicas do ambiente que a rodeia. Qualquer que seja o nível de
competitividade actual da empresa e qualquer que seja a forma como é dirigida, a
empresa deve estar sempre orientada para a mudança contínua.
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BIBLIOGRAFIA
6. Schaper, Michael and Volery, Thierry. Entrepreneurship and Small Business. 2th
Edition. Wiley, 2007.
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