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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

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Breves Comentários sobre o Pregão Presencial


Francisco Damasceno Ferreira Neto

Sessão do Pregão, habilitação, fase recursal, adjudicação e homologação da licitação

1) Quais os atos que compõem a sessão do pregão e em que ordem cronológica eles são realizados?

Após o credenciamento daqueles que representarão os licitantes, tem início a sessão do pregão.

Jorge Ulisses Jacoby Fernandes1 considera que, à luz da legislação vigente, o procedimento da sessão do
pregão encontra-se  assim estruturado:

• abertura;

• coleta de declaração de habilitação;

• entrega de envelopes, proposta e habilitação;

• abertura e verificação da conformidade das propostas;

• seleção dos lançadores;

• fase de lances;

• julgamento e classificação das propostas;

• decisão sobre a aceitabilidade da proposta;

• abertura do envelope de habilitação;

• julgamento da habilitação;

• declaração do vencedor.

2) Deve o pregoeiro promover reunião prévia com sua equipe de apoio antes de ser dado início à sessão do
pregão?

Nada obsta que tal medida seja tomada, pois nenhum mal fará. Pelo contrário, vez que a aludida reunião, em
sendo realizada, poderá definir, de antemão, a organização dos trabalhos, que, assim, ganharão em
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celeridade.

Jacoby Fernandes2 mostra-se amplamente favorável à realização dessa reunião e chega até a propor um
roteiro para o seu escorreito desenvolvimento, verbis: “O seguinte roteiro facilita o desenvolvimento da
reunião: a) reunião com a presença do pregoeiro e da equipe de apoio; b) distribuição das tarefas da equipe
de apoio; c) convite a servidores requisitantes do objeto da licitação; d) convite a servidores do órgão
jurídico e do controle interno; e) definição dos procedimentos de autenticação de documentos com as cópias
que os licitantes vierem a oferecer; f) verificação dos equipamentos de iluminação, som e terminal para
conferência da habilitação no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores ou sistemas similares; g)
se for o caso, verificação do projetor de imagens, sistema power-point, e filmadora; h) crachás para entregar
aos licitantes credenciados; i) papel em branco, caneta, lápis, borracha, máquina de calcular, tesoura, abridor
de envelope e água; j) listagem para preenchimento pelos presentes indicando o número do pregão, com
linhas para identificar o nome legível e qualificação simplificada de cada um dos presentes, – licitante,
servidor, interessado,…, e espaço para assinatura; k) listagem para assinalar a outorga de poderes com linhas
para preencher os nomes dos licitantes, se apresentarem credenciados ou representantes, indicando o nome
dos credenciados, e duas colunas, uma para fazer lance e outra para recorrer; l) mapas de propostas, com
linhas para itens, já preenchidas com o respectivo objeto e colunas para preencher com o nome dos licitantes
que se apresentarem ao certame; m) listagem de lances, sendo uma listagem para cada item, com linhas para
o nome dos licitantes e colunas para o 1º, 2º, 3º,… lances; n) modelo de declaração de que o licitante
preenche os requisitos para a habilitação; o) ata simplificada com os campos já predefinidos. Esse
documento deve ser assinado, no final, pelo menos pelo pregoeiro e pelo responsável pela sua elaboração,
sendo facultativa a assinatura da equipe de apoio e dos licitantes presentes”.

Registre-se que a ocorrência da reunião em apreço não é obrigatória, pois não está prevista na legislação que
disciplina o pregão. Trata-se de medida facultativa, que tem por finalidade a produtividade na condução dos
trabalhos, com economia de tempo na realização da sessão do pregão.

Temos apenas uma sugestão a fazer: em caso de realização de tal reunião prévia, que a mesma seja realizada
com, no mínimo, de 3 a 5 horas de antecedência em relação ao horário marcado para a abertura da sessão do
pregão. O ideal é que tal reunião seja feita no dia imediatamente anterior àquele marcado para a sessão.

Assim nos posicionamos porque, ao ato de credenciamento daqueles que irão representar os licitantes, deve
ser imediatamente aberta a sessão do pregão, e a reunião prévia realizada em horário próximo ao horário
marcado para abertura desta última pode gerar um indesejável atraso, que deixará, por certo, os licitantes
impacientes e indóceis. A reunião prévia, nesse caso, surtirá efeito diametralmente oposto àquele visado, vez
que posteriores e sucessivos atrasos serão mais do que previsíveis, pois a condução da sessão será,
evidentemente, mais difícil e, por conseguinte, mais lenta.

Registre-se que o pregão é uma modalidade licitatória muito recente.

De fato, no âmbito da União, a experiência acumulada pelos administradores públicos é de pouco mais de 3
anos. Os Estados, os municípios e o Distrito Federal, por seu turno, somente puderam cogitar acerca da
aplicação da modalidade a partir do advento da Lei nº 10.5203, cuja vigência iniciou-se em 18.7.02.

Nesse contexto, urge que Estados, Municípios e Distrito Federal providenciem para os seus respectivos
servidores (aqueles que serão designados pregoeiros e membros das equipes de apoio) os chamados cursos
de formação de pregoeiros. Em sendo proporcionada a oportunidade de um treinamento qualificado, aqueles
que são responsáveis pela condução do pregão exercerão com segurança e celeridade as suas atribuições, e
com isso todos sairão ganhando, vale dizer, a Administração Pública e os licitantes.

Eis uma medida definitiva que assegurará a boa realização dos trabalhos do pregão e militará em prol da
celeridade do certame.

3) Em que consiste a declaração de habilitação?

É uma declaração formulada pelo licitante no sentido de que ele preenche os requisitos de habilitação.

A sobredita declaração figurou na edição da primeira medida provisória que instituiu o pregão no âmbito da
União. Sofreu forte crítica da doutrina, razão por que  foi suprimida das últimas reedições da supracitada MP.
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Todavia, quando da tramitação do Projeto de Lei de Conversão nº 19, a referida declaração voltou a figurar
no texto que foi aprovado pelos parlamentares, daí por que a expedição da referida declaração, por parte de
cada licitante, está inserta na redação da Lei do Pregão, mais precisamente em seu art. 4º, VII.

Conforme dito acima, a doutrina promoveu contundente crítica à declaração de habilitação. Poderíamos,
aqui, citar vários autores que a ela se opuseram. Mas, pela excelência dos seus fundamentos, vale a pena
reproduzir, nessa oportunidade, tão-somente os comentários formulados por Marçal Justen Filho4. Ei-los: “A
primeira crítica ao dispositivo reside no evidente equívoco: não se trata de uma “declaração de ciência”. Em
termos técnicos, essa expressão indica uma manifestação do declarante sobre seu conhecimento tendo por
objeto fatos ocorridos. É uma contradição em termos afirmar que um sujeito manifestou “declaração de
ciência” de que apresentará um envelope. Na verdade, a declaração exterioriza a manifestação de vontade do
interessado declarando que os envelopes que apresentará contêm os documentos exigidos pelo edital e
propostas conforme as exigências impostas. Mas a segunda crítica é muito mais séria: qual a utilidade
jurídica da declaração? Qual seu efeito? Não há resposta plausível, eis que o relevante é o conteúdo dos
envelopes, não a declaração sobre o dito cujo. É evidente que o defeito na documentação ou na proposta não
é suprida pela declaração. Ou seja, o sujeito pode apresentar dita declaração, mas isso não o dispensará de
cumprir fielmente as exigências do edital. Declaração perfeita e documentação defeituosa conduzem à
inabilitação do interessado”.

4) A posterior inabilitação do licitante que apresentou a declaração de habilitação imporá a este mesmo
licitante algum tipo de responsabilização?

O licitante poderá, dependendo dos fatos que nortearam o caso concreto, ser responsabilizado criminalmente.

Marçal Justen Filho5 formula caso hipotético de um licitante que firma a declaração de habilitação e nos
documentos de habilitação propriamente ditos junta, intencionalmente, um documento falso. Trata-se, sem
dúvida, de fato que merece punição severa, exemplar, com a correspondente apenação na seara criminal.

Jacoby Fernandes6, do alto de sua cátedra, profere, com o equilíbrio e bom senso que lhe são ínsitos,
judiciosas considerações a respeito do tema: “É uma declaração que além do forte conteúdo moral, ainda
submete o licitante, se inverídica, a tipificação de crime, além de poder ser punido com o impedimento de
participar de licitação e contrato com a Administração do respectivo ente federado, pelo prazo de até cinco
anos. O fato de o licitante, em fase posterior, vir a ser inabilitado não deve gerar a conseqüência imediata da
remessa de cópia dos autos do Ministério Público. A cautela e a parcimônia no exame do caso são
indispensáveis. É mesmo possível que um licitante se encontre inabilitado e disto não tenha ciência, como
ocorre até com qualquer cidadão, que delega a terceiro um pagamento na rede bancária, ou tem o valor
devolvido por qualquer motivo. Logo, somente diante da situação específica e até, diante da conduta pretérita
do licitante, é que deve o pregoeiro firmar juízo preliminar sobre a existência de indícios de reprovabilidade
da conduta ou não. Havendo indícios de dolo ou má-fé, cópia do processo deve ser remetida ao Ministério
Público para apuração, sendo recomendável que o pregoeiro o faça por intermédio da autoridade que o
nomeou para a função”.

Aliás, a Lei nº 8.666/93 tipifica, em seu art. 93, a conduta do agente que frauda a licitação. Com efeito, a
referida norma penal incriminadora possui três núcleos: 1) impedir; 2) perturbar; 3) fraudar. Logo, quem
impede, perturba ou frauda qualquer ato de procedimento licitatório pratica a infração penal deste art. 93, da
LLCA.

Não iremos, nesse curto espaço, discorrer os demais núcleos do art. 93 da Lei nº 8.666/93. Fixemo-nos,
portanto, apenas no tipo penal que versa sobre a prática de fraude em licitação. Trata-se, evidentemente, de
crime doloso e que não admite forma culposa.

Ora, é noção curial de Direito Penal que, se o crime não admite forma culposa e não há presença de dolo na
conduta do agente, este não perpetrou, concretamente, qualquer infração penal.

Logo, em não havendo intuito, por parte do agente, de fraudar a licitação, e se o tipo penal relativo à fraude
não admite forma culposa, não há que se falar em perpetração de crime, que de fato não houve.

Daí por que endossamos as sábias palavras de Jacoby Fernandes acima reproduzidas. Cautela é uma virtude
que todo ser humano deveria possuir e é uma qualidade que deve ser exercitada pelos indivíduos em todas as
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situações práticas da vida.

Eis por que razão até mesmo a conduta pregressa do licitante, em sede de licitações anteriores, aliada aos
fatos que nortearam a produção da inverídica declaração por ele apresentada, reclamam o prudente arbítrio
por parte do pregoeiro, que decidirá qual a atitude a ser tomada.

Por todo o exposto, recomenda-se aos licitantes todo o cuidado na confecção dos documentos de habilitação.

5) Como pode ser conceituado o exame de conformidade das propostas e qual a sua importância no pregão?

Exame de conformidade é a verificação efetuada pela Administração Pública, para que seja auferido se as
propostas de cada licitante estão, sob o prisma da qualidade e produtividade, de acordo com o edital.

Um exemplo prático ajudará a ter-se uma exata compreensão do conceito: aberto, pela entidade/órgão
público “y” pregão para aquisição de cartucho de tinta não remanufaturado (o exemplo é de Jacoby
Fernandes), para impressora modelo tal.

Suponha-se que cinco licitantes comparecem à sessão do pregão e dois apresentam proposta de preço para
cartucho remanufaturado. Ora, tais propostas estão desconformes com o instrumento convocatório da
licitação, cujo objeto é de cartuchos não remanufaturados.

A desconformidade das propostas com o edital implica cancelamento do certame licitatório.

No exemplo formulado, os dois licitantes que apresentaram propostas para cartuchos remanufaturados serão
excluídos do pregão.

6) Em qual fase do procedimento do pregão o exame de conformidade é efetuado?

No início da sessão, quando forem abertas as propostas com os preços ofertados pelos licitantes, é que dar-
se-á o exame de conformidade.

O art. 4º, VII, da Lei nº 10.520/02 é categórico: “Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a
convocação dos interessados e obedecerá as seguintes regras: VII – aberta a sessão, os interessados ou seus
representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de
habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à
sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no
instrumento convocatório;” (Grifei).

É verdade que o Regulamento do Pregão, em seu Anexo I, art. 11, incisos VI e XII, determinava
procedimento diverso, ou seja, quando da abertura das propostas procederia à imediata classificação do
licitante que apresentasse a proposta de menor preço (inciso VI). Já o exame de conformidade seria feito em
relação à pessoa do primeiro licitante classificado, após o encerramento da fase de lances (inciso XII).

Há uma aparente contradição entre os preceitos regulamentares e o dispositivo legal. A contradição, como
dito, é aparente, porque norma regulamentar não revoga prescrição emitida pela lei. O decreto, enquanto
norma regulamentar, não revoga lei. O regulamento esmiúça, aclara, complementa o dispositivo legal, não
emitindo comandos contrários à lei. Quando assim proceder, estará indo de encontro ao seu fundamento de
validade, qual seja, a norma legal, não podendo, portanto, prevalecer.

Logo, há predominância e conseqüente aplicação do art. 4º, VII, da Lei nº 10.520/02 e o exame de
conformidade será realizado quando forem abertos os envelopes que contém o objeto e os preços ofertados
pelos licitantes.

Diga-se, por oportuno, que a solução apontada pelo Decreto nº 3.555/00 era contrária ao interesse público.

Admita-se que, ao ser aberta a sessão, o pregoeiro proceda ao exame dos preços ofertados, sem que efetue o
exame de conformidade das propostas, e classifique o licitante que apresentou o menor preço. Todavia, tal
licitante apresentou proposta que se encontra, no tocante ao objeto do pregão, em desconformidade com o
edital.

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Ora, o licitante passou para a fase seguinte, qual seja, a etapa de lanços. Além do que, os demais licitantes a
serem admitidos na fase de lanços nela ingressaram com base no preço constante da proposta defeituosa.
Logo, toda a fase de lances estaria, irremediavelmente, contaminada pelo vício da nulidade absoluta e teria
que ser repetida.

Vamos mais longe: o licitante do nosso exemplo apresentou, também, na fase de lanços, ao final, a proposta
de menor valor. O pregoeiro, então, encerra a fase de lances e declara a segunda classificação provisória, na
qual o indigitado licitante figura como classificado. Ao passar para o exame de conformidade, verifica o
pregoeiro que a proposta não está conforme o edital, promovendo a desclassificação do licitante.

O exemplo em tela representa o caos! Percebe-se que todo o procedimento licitatório terá que ser repetido!
Houve flagrante desperdício de tempo e recursos públicos. O interesse público foi, in casu, prejudicado!

Por uma questão de lógica e bom senso, a fase procedimental em que o exame de conformidade deve ser
efetuado é o momento de abertura das propostas, quando do início da sessão do pregão.

Essa fundamentação soma-se àquela inicialmente expendida (norma regulamentar em descompasso com seu
fundamento de validade é fulminada, prevalecendo a norma legal) e que constitui lição curial de direito, pois
decreto não revoga lei, e sim o contrário.

7) Qual a estrutura procedimental da fase de lances do pregão?

Abertos os envelopes, que contêm as propostas relativas ao objeto licitado e os respectivos preços, é feito o
exame de conformidade. Após a (s) eventual (is) exclusão (ões) de licitante (s) do certame, a proposta de
menor valor será classificada. Todos os licitantes que apresentarem propostas em valor superior até o limite
de 10% da proposta de menor valor serão igualmente admitidas à fase de lanços.

Retornemos ao exemplo acima formulado. Em determinado pregão, cujo objeto é a aquisição de cartuchos
não remanufaturados para impressora “y”, compareceram 7 licitantes. Quando da realização, pelo pregoeiro,
do exame de conformidade, não houve exclusão de qualquer licitante. Os preços apresentados foram:

• licitante A: R$ 91,00;

• licitante B: R$ 93,00;

• licitante C: R$ 90,00;

• licitante D: R$ 95,00;

• licitante E: R$ 92,00;

• licitante F: R$ 100,00;

• licitante G: R$ 99,00.

Ora, apenas o licitante F não será admitido à fase de lanços, porque apresentou proposta em valor superior a
10% à proposta de menor valor. Já o licitante G apresentou proposta em valor superior até o limite de 10%
daquela que foi classificada, por ser de menor valor e por isso foi admitido à fase de lanços.

O procedimento operado pelo pregoeiro, em nosso exemplo, foi uma aplicação do art. 4º, VIII, da Lei nº
10.520/02.

Do exposto, exsurge que não apenas os três licitantes que tenham ofertado os menores preços é que
participam da fase de lanços. No caso hipotético acima descrito, o número de licitantes que passaram à etapa
competitiva foi de seis, e não três.

A regra que versa sobre a admissão de licitantes à fase de lanços, em número máximo de três, é a do inciso
IX, do art. 4º, da Lei do Pregão, que dispõe: “Art. 4º Omissis. IX – não havendo pelo menos três ofertas nas
condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três,
oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;” (Grifei).
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Com base em novo caso hipotético, suponha-se que sete licitantes apresentaram as seguintes propostas de
preços:

• licitante A: R$ 91,00;

• licitante B: R$ 100,00;

• licitante C: R$ 90,00;

• licitante D: R$ 101,00;

• licitante E: R$ 102,00;

• licitante F: R$ 105,00;

• licitante G: R$ 106,00.

Nesse caso, apenas três licitantes passarão à fase de lanços, que são, pela ordem, os licitantes C (ofertou a
proposta com menor preço), A (que apresentou a proposta com segundo menor preço) e o licitante B (R$
100,00 foi o terceiro melhor preço). E assim se deu porque não havia um número mínimo de três licitantes
aptos a passar à fase de lanços, pois em nosso exemplo a proposta de menor preço é de R$ 90,00, formulada
pelo licitante C, e apenas o licitante A apresentou proposta de valor superior até o limite de 10% à proposta
de menor preço (ofereceu R$ 91,00).

Marçal Justen Filho7 obtempera que mesmo na hipótese de aplicação do inciso IX, do art. 4º, da Lei do
Pregão, poderão ser admitidas à fase de lanços mais de três propostas.

Com a palavra, o insígne jurista: “Nesta última hipótese, poderiam ser admitidas mais de três propostas? A
hipótese é verdadeiramente excepcional, mas pode ocorrer. Suponha-se que existem, empatadas, duas
propostas de valor idêntico. Ambas as duas deverão ser selecionadas para participar da etapa subseqüente.”

Definidos quais os licitantes passarão à fase de lanços, esta terá início.

Dentre os licitantes admitidos à fase de lanços, aquele que ofertou a proposta escrita de maior preço será o
que formulará o primeiro lanço verbal. Assim, a primeira rodada de lanços será iniciada por este licitante. O
licitante que ofereceu o segundo maior preço, quando da apresentação das propostas escritas, proferirá,
verbalmente e em segundo lugar, o seu lanço, e assim sucessivamente, até que o licitante que apresentou a
proposta escrita de menor preço, efetive, por último, o seu lanço verbal.

Após, ocorrerá, na mesma ordem, a segunda rodada de lanço, a terceira rodada e assim sucessivamente, até
que seja efetuado um lanço que nenhum outro licitante queira cobrir. Nesse instante estará encerrada a fase
de lanços.

A primazia para formulação de lanços pelos licitantes (vale dizer, a ordem de preferência para sua
apresentação) é disciplinada pelo art. 11, IX, do Anexo I, do Decreto nº 3.555/00, cuja redação se encontra
assim vazada: “Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e
observará as seguintes regras: IX – o pregoeiro convidará individualmente os licitantes classificados, de
forma seqüencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior preço e os
demais, em ordem decrescente de valor;” (Grifei).

Marçal Justen Filho8 observa, com razão, que “Na Lei nº 10.520/02 não havia explícita identificação acerca
da ordem de prioridade para formular lances. Daí a interpretação anteriormente adotada, no sentido de que o
primeiro lance seria formulado pelo licitante que apresentara a menor proposta. Isso significaria uma espécie
de prêmio ao sujeito. Optou-se por solução distinta no regulamento federal, cujo art. 11, inciso IX, determina
que o primeiro lance será ofertado pelo licitante que apresentara a proposta de maior valor, entre os
admitidos a participar da etapa de lances. Essa solução não configura qualquer vício ou defeito, ainda que se
possa representar uma espécie de vantagem para quem não a merecia”.

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Esse é, em síntese, o procedimento da fase de lanços. Passaremos, agora, a elaborar questionamentos (e


respondê-los) que dizem respeito a situações especiais que surgem ou poderão surgir durante a fase de
lanços, pois em se configurando tais hipóteses o pregoeiro tem que estar devidamente orientado sobre como
agir, ou melhor, como decidir tais questões.

Na hipótese de o edital nada estabelecer em sentido contrário, pode o licitante efetuar lanço verbal em
valor igual ao formulado pelo licitante que o antecedeu e que, até então, tinha apresentado o menor preço?

Essa conduta não se afigura possível, vez que é vedada. Com efeito, o inciso VIII, do art. 11, do Anexo I, do
Decreto nº 3.555/00 estatuiu que os lanços “deverão ser formulados de forma sucessiva, em valores distintos
e decrescentes”.

Marçal Justen Filho9, do alto de sua cátedra, esclarece a questão: “Não se admite empate no certame, o que
significa a inadmissibilidade de lances de valor idêntico ao já formulado por outro licitante. Ou seja, se um
licitante oferece certo valor, somente serão considerados válidos lances sucessivos se o valor for mais
reduzido. Nem o sujeito pode argumentar que se dispõe a formular lance idêntico. Prevalece o princípio da
preferência cronológica. Quem formulou certo lance com anterioridade, tem preferência, a qual apenas
desaparece em face de lance posterior de valor inferior.”

9) O edital pode estabelecer limite mínimo entre o lanço superveniente e o que lhe for imediatamente
anterior, e bem assim para todos os lanços que forem sucessivamente apresentados?

Sim. Não só pode, como é recomendável que o faça. Tal medida trará racionalização e celeridade à fase de
lances.

É inadmissível que um licitante ofereça lance de, verbi gratia, R$ 1.000,00 e o licitante seguinte apresente
lance de R$ 999,00.

Marçal Justen Filho10 defende a inclusão, no edital, de limites mínimos para os lances, vez que “O pregão
envolve uma sucessão de lances, cada qual de valor mais reduzido do que o anterior. Não seria adequado o
edital omitir disciplina da dimensão da redução trazida pelo lance superveniente. Isso autorizaria lances cuja
redução seria irrisória, com dimensão de poucos centavos ou reais a menos do que o anterior. Isso acarretaria
desgaste e desperdício de tempo, sem obtenção de maiores vantagens. Por isso, o ato convocatório deve
dispor sobre a matéria, estabelecendo o valor mínimo a menor admissível para o lance superveniente”.

Jacoby Fernandes11, por seu turno, vai mais longe e admite que definição de limites mínimos entre os lanços
seja efetuada pelo pregoeiro, mesmo que o edital nada tenha disciplinado nesse sentido.

Com a palavra, o estimado mestre: “Antes de passar aos lances, propriamente ditos, o pregoeiro pode,
havendo ou não previsão no edital, estabelecer um intervalo mínimo entre os lances com a finalidade de
otimizar o tempo da sessão do pregão”.

Defendemos, no tocante a este tópico, uma posição intermediária.

Em nosso sentir, o ato convocatório do certame deve fixar, a priori, a definição de limites mínimos entre os
lanços, estabelecendo, portanto, a redução mínima admissível entre o lance superveniente e aquele que lhe é
imediatamente anterior, e assim sucessivamente. Referida providência reveste-se de inegável segurança
jurídica, pois as partes já conhecerão, de antemão, as regras do jogo e deverão direcionar a sua atuação com
base nelas.

Todavia, caso o edital nada disponha a respeito, o interesse público impõe que o pregoeiro fixe, antes do
início da fase de lanços, os supramencionados limites mínimos, pois deve ser evitado, a todo custo, que seja
conferida aos licitantes a oportunidade de oferecerem lanços com diferenças irrisórias entre uns e outros
(lanços de, por exemplo, R$ 1.000,00, R$ 999,00, R$ 998,00 e assim por diante), pois sendo permitida esse
tipo de conduta a celeridade do pregão será, irremediavelmente, prejudicada.

O pregoeiro, em assim agindo, estará resguardando o bom andamento do pregão e, conseqüentemente, o


interesse público visado pela licitação. Logo, se o ato convocatório não previu o estabelecimento de limites

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mínimos entre os lanços, o pregoeiro não pode ficar inerte, sob o argumento de que não pode suprir as
omissões do edital.

Mas, repita-se, deve o edital, aprioristicamente, regular a matéria, pois essa é a solução ideal a ser adotada.

10) Caso um determinado licitante desista de formular lanços operar-se-á a sua automática exclusão do
pregão?

Não. Na hipótese aplicar-se-á o Decreto nº 3.555/0012, Anexo I, art. 11, X, que é enfático ao emitir preceito
no sentido de que a sobredita desistência implicará na exclusão do licitante da etapa de lanços verbais, bem
como na manutenção do último preço por ele apresentado, para efeito de ordenação das propostas, ou seja,
de classificação.

Ora, se o último preço apresentado pelo licitante é manutenido, para efeito de ordenação dos lanços verbais,
é evidente que o mesmo não foi excluído do certame. O que ocorreu, tão-somente, foi a exclusão do licitante
da etapa de lanços.

Concluindo: Marçal Justen Filho13 assevera que “a recusa a formular novos lances não acarreta a
desclassificação do sujeito. Ele não é excluído do certame. Todos os atos que ele praticou até aquele
momento são válidos e vinculantes. A única conseqüência é a supressão da faculdade de formular outros
lances posteriores.”

11) Uma vez encerrada a fase de lanços, quais são os atos procedimentais subseqüentes que integram a
estrutura da modalidade licitatória denominada pregão?

A fase de lanços é encerrada quando ninguém ofertar lanço em valor mais baixo em relação ao último que
fora proferido. Opera-se, então, a segunda classificação provisória.

Será efetuada, portanto, uma classificação14 “segundo ordem decrescente de vantagem”, pois não podemos
esquecer que o tipo de licitação (ou seja, critério de julgamento) praticado no pregão é o de menor preço.

A Administração Pública tem o dever de haver registrado todos os lanços efetuados, vez que tal
procedimento será importante caso o primeiro colocado na segunda classificação provisória venha a ser,
posteriormente, desclassificado.

Uma vez definida a segunda classificação provisória, aplicar-se-á o art. 4º, XI, da Lei nº 10.520/0215, que
determina o exame e conseqüente decisão, pelo pregoeiro, acerca da aceitabilidade da proposta classificada
em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor. O inciso XII, do art. 11, do Decreto nº 3.555/0016 repete a
mesma norma.

É nesse momento que proceder-se-á ao chamado exame de  inexeqüibilidade da proposta, ou seja, se o preço
ofertado para o fornecimento do bem ou prestação do serviço comum é exeqüível ou não.

Em decidindo o pregoeiro que a proposta é aceitável, passar-se-á à abertura do envelope de habilitação do


primeiro colocado na segunda classificação provisória.

Estando em ordem os documentos de habilitação, o licitante classificado em primeiro lugar na segunda


classificação provisória será declarado vencedor17, sendo-lhe adjudicado o objeto do certame.

Na hipótese da proposta classificada em primeiro lugar por ocasião da segunda classificação provisória não
for aceitável ou não atender as exigências de habilitação, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes, da
mesma forma que o fez em relação ao primeiro classificado, assim procedendo de acordo com a ordem de
classificação. Logo, será chamado o segundo classificado. Caso seja declarada inaceitável sua proposta ou,
uma vez declarada aceitável, o licitante não preencher as condições de habilitação, será convocado o terceiro
classificado, e assim por diante, até a apuração de uma proposta que atenda ao edital e seja, pois, declarada a
vencedora do certame.

O momento próprio para a interposição de recursos ocorre ao final da sessão do pregão, após a declaração do
resultado do vencedor da licitação.

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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

A ausência de manifestação imediata e motivada do licitante implicará na decadência do direito à


interposição do recurso e na adjudicação do objeto da licitação, pelo pregoeiro, ao vencedor.

O prazo para a apresentação das razões recursais é de três dias, contados da manifestação imediata e
motivada do licitante de que está interpondo recurso.

Do exposto, há a conclusão inafastável que o recurso é, quanto à forma de sua interposição, verbal. As suas
razões, apresentadas no sobredito prazo de três dias, é que são reduzidas a termo, vale dizer, apresentadas por
escrito.

Os demais licitantes também poderão apresentar razões recursais em três dias. Registre-se, contudo, que o
prazo para a interposição de tais razões (igualmente apresentadas por escrito) contar-se-á a partir do
escoamento do prazo do recorrente, pelo que será garantida aos demais licitantes vista imediata dos autos do
processo administrativo.

Uma vez decidido(s) o recurso(s) há duas conseqüências distintas: 1) em caso de acolhimento, serão
invalidados apenas os atos insuscetíveis de aproveitamento; em sendo improvido(s) o recurso(s), o pregoeiro
promoverá a adjudicação da licitação ao vencedor.

Após a adjudicação, o pregão será homologado pela autoridade competente.

Encerra-se, assim, a fase externa do pregão.

12) A administração pública pode fixar um patamar mínimo de preço, abaixo do qual reste
configurado que a cotação apresentada é inexeqüível?

A matéria é de grande pertinência.

É muito comum que o licitante, no afã de sagrar-se vitorioso na licitação, venha a ofertar preço pelo qual seja
impossível a execução do objeto do contrato, no caso do pregão o fornecimento dos bens ou a prestação dos
serviços comuns.

Marçal Justen Filho18 defende posicionamento no sentido de “afastar o problema da inexeqüibilidade, não
apenas no âmbito do pregão, mas em qualquer licitação. A formulação de proposta inexeqüível é problema
particular do licitante, que deve resolver-se ou através da punição exemplar (quando não for honrada) ou no
âmbito da repressão a práticas de abuso de poder econômico (quando o sujeito valer-se de seu poder
econômico para infringir a competição econômica leal)”.

Em prosseguindo o seu raciocínio, o brilhante jurisconsulto19 arremata: “A licitação destina-se –


especialmente no caso do pregão – a selecionar a proposta que acarrete o menor desembolso possível para os
cofres públicos. Logo, não há sentido em desclassificar proposta sob fundamento de ser muito reduzida. Ao
ver do autor, a inexeqüibilidade deve ser arcada pelo licitante, que deverá executar a prestação nos exatos
termos de sua oferta. A ausência de adimplemento à prestação conduzirá à resolução do contrato, com o
sancionamento adequado.”

O próprio Marçal, após esboçar a opinião acima reproduzida,  reconhece ser a Lei nº 8.666/93, em princípio,
aplicável ao âmbito do pregão (ou seja, trata-se de norma subsidiária, supletiva, a ser aplicada naquilo que
não conflitar com a Lei nº 10.520/02), e que a LLCA contém preceitos expressos que determinam a
desclassificação das propostas inexeqüíveis, razão por que o afastamento da inexeqüibilidade das mesmas
somente poderá ser concretizado a partir de alteração legislativa.

Em síntese: não há como afastar a desclassificação do licitante que apresenta proposta que, por si só,
inviabiliza a execução do objeto do contrato.

Ora, se a inexeqüibilidade não pode ser afastada, permanece o problema de como aferir, de forma prática, a
sua existência na licitação.

A exeqüibilidade ou não de um preço ofertado pelo licitante somente poderá ser mensurada caso a caso, a
partir do(s) orçamento(s) elaborado(s) pela Administração para um ou uma série de itens de determinado(s)

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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

produto(s) ou serviço(s), que está(ão) sendo licitado(s).

O critério a ser utilizado pelo pregoeiro é de fácil compreensão e baseia-se na inversão do ônus da prova.

Eis o raciocínio: quando o preço ofertado pelo licitante no pregão estiver abaixo do preço mínimo constante
de orçamento elaborado pela Administração, haverá a presunção relativa de que tal preço é inexeqüível,
cabendo ao licitante provar que a cotação por ele ofertada não inviabiliza a execução do objeto do contrato.

Marçal Justen Filho20 confirma as nossas palavras. Eis as considerações do laureado professor: “Apurar-se
caso a caso a inexeqüibilidade significa o dever de a Administração investigar as propostas formuladas pelos
interessados, deles exigindo informações que justifiquem a apresentação de propostas de valor inferior ao do
orçamento. Mais precisamente, quanto mais reduzido o valor da proposta, tanto maior a presunção de
inexeqüibilidade. Essa presunção, no entanto, é relativa, produzindo o efeito da inversão do ônus da prova –
tal como se passa com as presunções relativas. Supõe-se que de valor equivalente ao do orçamento é
perfeitamente exeqüível. Isso dispensa maiores investigações. Quanto menor o valor oferecido, tanto mais
necessário se faz que o particular apresente evidências de viabilidade de executar a prestação”.

Do exposto, resulta que não há um critério objetivo a calçar a aferição da inexeqüibilidade de preços. E o(s)
orçamento(s) elaborado(s) pela Administração não constitui(em) parâmetro exato, conclusivo de tal
mensuração. Trata-se de parâmetro que fixa uma presunção relativa de inexeqüibilidade e jamais terá o
condão de caracterizar-se como presunção absoluta, cabendo ao pregoeiro decidir, motivadamente, caso a
caso, a respeito da exeqüibilidade ou não do preço formulado pelo licitante.

13) Quais as principais diferenças existentes entre a fase de habilitação na licitação convencional e no
pregão?

Preliminarmente, cabe asseverar que no pregão uma característica marcante é a inversão da ordem
cronológica da fase de habilitação, pois somente concluída a fase de lances e após a verificação, pelo
pregoeiro acerca da aceitabilidade da proposta vencedora (oportunidade na qual verificar-se-á se a proposta é
ou não exeqüível, conforme vimos precendentemente) na etapa competitiva, é que a fase de habilitação terá
início.

O Mestre Jacoby Fernandes21 explana, didaticamente, as diferenças entre o exame da habilitação na licitação
convencional e no pregão, pelo que fazemos nossos os comentários do supracitado jurista. Ei-los: “Na
licitação convencional: a) a habilitação compreende o exame da habilitação jurídica, da qualificação técnica,
da qualificação econômico-financeira e da regularidade fiscal, quase sem poder de flexibilização; b) são
examinadas as habilitações de todos os licitantes. No pregão, a fase de habilitação se faz com a verificação
de que o licitante: a) em relação à regularidade fiscal, está em situação regular perante: a.1) a Fazenda
Nacional; a.2) a Seguridade Social; a.3) o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS; a.4) as
Fazendas estaduais e municipais, quando for o caso. Em relação à habilitação jurídica e qualificações
técnicas e econômico-financeiras, comprovação de que atende às exigências do edital.

Vê-se, portanto, que no pregão apenas o primeiro classificado na fase competitiva é que terá aberto o seu
envelope de habilitação, diferentemente do que ocorre nas demais modalidades licitatórias disciplinadas pela
Lei nº 8.666/93, em que os envelopes de habilitação de todos os licitantes serão abertos.

No pregão, apenas quando o primeiro colocado na fase de lanços seja declarado inabilitado (o que importará
em sua exclusão da licitação) é que o segundo colocado na fase de lanços verá o seu envelope de habilitação
aberto, e na hipótese de nova inabilitação, será chamado o terceiro colocado, e assim sucessivamente, dentre
todos os que participaram da fase de lanços.

Um facilidade estabelecida pela Lei do Pregão22 foi a prevista em seu art. 4º, XIV, verbis: “XIV – os
licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes”.

Perfazendo considerações acerca do dispositivo legal em questão, Jacoby Fernandes23 obtempera, com
acerto, que “estabelece a Lei do Pregão que os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de
habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas
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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou municípios. Para preservar a isonomia, a lei assegurou
aos licitantes não inscritos nos referidos sistemas, o direito de acesso aos dados nele constantes”.

Outra questão que se afigura deveras importante é a relativa à possibilidade de atualização dos dados
cadastrais dos licitantes inscritos no Sicaf na própria sessão do pregão, que será objeto de abordagem
específica na próxima indagação que integra o presente trabalho.

14) Qual a controvérsia existente acerca da possibilidade de aceitação, pela administração pública, de
documentação atualizada de habilitação do(s) licitante(s) inscrito(s) no sicaf, na própria sessão do
pregão?

Tudo começou com o art. 11, XIII, do Decreto nº 3.555/0024, que é do seguinte teor: “XIII – sendo aceitável
a proposta de menor preço, será aberto o envelope contendo a documentação de habilitação do licitante que a
tiver formulado, para confirmação das suas condições habilitatórias, com base no Sitema de Cadastramento
Unificado de Fornecedores – Sicaf, ou nos dados cadastrais da Administração, assegurado ao já cadastrado o
direito de apresentar a documentação atualizada e regularizada na própria sessão”.

Todavia, a Lei nº 10.520/02 nada dispôs acerca da juntada de documentação atualizada e regularizada de
licitante já cadastrado no Sicaf, na própria sessão do pregão.

A partir daí questionou-se a invalidade da disposição contida na parte final do inciso XIII, do art. 11, do
Decreto nº 3.555/00 em face da Lei nº 10.520/02, ou seja, se a Lei do Pregão nada preceituou a respeito, tal
preceito específico da norma regulamentar continua em vigor ou foi revogado?

Jacoby Fernandes transcreveu em obra de sua autoria, qual seja, Sistema de Registro de Preços e Pregão,
trecho de decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União25 onde o tema em apreço foi objeto de debate.

À luz da aludida decisão proferida pelo TCU, Jacoby Fernandes26 fez os seguintes comentários: “Como
visto, diante das circunstâncias o Tribunal de Contas da União não firmou entendimento sobre a matéria. A
conclusão que se extrai do debate é a riqueza do princípio da isonomia como valor da licitação. Os
habilitados (Jacoby Fernandes quis, aqui, referir-se a licitantes, e não a habilitados) devem entregar, no
envelope de habilitação, os documentos que no cadastro estão desatualizados, e não qualquer documento,
pois isso ofenderia à igualdade com os que não estão cadastrados. Outra lição interessante para colher da
discussão é o fato de que, ao aplicar as regras do Decreto nº 3.555/00, deve-se ter a cautela de previamente
confrontá-las com a da Lei nº 10.520/02. No caso específico da habilitação dos cadastrados deve ser redigida
norma própria no edital, em consonância com a Lei nº 10.520/02 para que este regulamento prevaleça”.

Do exposto por Jacoby Fernandes, resta clarividenciado que não é todo e qualquer documento cuja juntada
será permitida nos envelopes de habilitação dos licitantes cadastrados no SICAF, que estão a disputar o
pregão. Tal restrição se justifica em homenagem ao princípio da isonomia, princípio constitucional de
observância obrigatória.

Aliás, a deficiente redação da parte final do art. 11, inciso XIII, do Decreto nº 3.555/00 pode e deve ser
melhorada pelos demais entes integrantes da Federação (Estados, Distrito Federal e municípios), quando da
edição de seus respectivos decretos regulamentadores à Lei do Pregão, pelo que os pregoeiros de tais entes
federados (temos certeza disso!) e respectivas equipes de apoio agradecerão. Não deve ser esquecido que
muitos dos demais entes federados já possuem regimes cadastrais próprios. Daí por que não se deve proceder
a uma automática reprodução da norma contida no inciso XIII, do art. 11, do Decreto nº 3.555/00.

E como bem assinalado por Jacoby Fernandes, deve o edital dispor sobre a possibilidade de ser procedida,
por parte dos licitantes cadastrados no Sicaf, a juntada de documentos que tenham por finalidade a
atualização desse cadastro, sendo vedada a juntada de documentação que não tenha esse escopo.

Essas são as considerações que tínhamos a expender no tocante a esta tormentosa questão, que bem
conduzida pela Administração Pública evitará a instauração de tumulto(s) no(s) certame(s) licitatório(s)
realizado(s) sob a modalidade de pregão, vez que o respeito ao princípio da isonomia prestigia os licitantes e
evita desentendimentos nocivos ao certame licitatório.

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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

15) Caso o licitante vencedor se recuse a contratar, qual o procedimento a ser seguido pela administração
pública?

Nesse caso, o segundo colocado será convocado para, querendo, assinar o contrato.

Confirmada a intenção do licitante classificado em segundo lugar de contratar com a Administração Pública,
proceder-se-á ao exame de aceitabilidade de sua proposta, oportunidade na qual será mensurada a
exeqüibilidade ou inexeqüibilidade do preço oferecido, e, em sendo a proposta considerada aceitável será,
ato contínuo, aberto o envelope que contém os documentos de habilitação do segundo colocado.

Preenchendo os requisitos de aceitabilidade e estando os documentos de habilitação em ordem, o pregoeiro


procederá à nova adjudicação do objeto da licitação. Mas, para que tal ocorra, é necessário que a anterior
adjudicação seja rescindida. Por isso mesmo, a rescisão da adjudicação dá-se logo após a manifestação da
recusa do primeiro colocado em assinar o contrato.

Marçal Justen Filho27, do alto de sua cátedra, pontifica: “A autoridade superior deverá proclamar a rescisão
da adjudicação, da homologação e da classificação definitiva. Todos esses atos perderão seus efeitos por
motivo superveniente, consistente no inadimplemento do particular (recusa em celebrar o contrato). Na
mesma oportunidade, será excluído do certame o antigo adjudicatário, determinando-se a instauração de
processo administrativo visando averiguar a presença de pressupostos de sua punição”.

Interessante notar que na licitação convencional o segundo colocado é chamado para, querendo, contratar
com a Administração Pública pelo preço ofertado pelo licitante vencedor (da mesma forma os demais
licitantes, que serão eventualmente chamados observando-se a estrita ordem de classificação), ao passo que
no pregão o segundo colocado será convocado para contratar pelo preço que ofertou durante o certame
licitatório, ou seja, obrigar-se-á pelo preço que ele ofereceu e não pelo preço apresentado pelo licitante
vencedor (os licitantes porventura convocados – e com base na ordem classificatória final da licitação –
igualmente se obrigam pelo preço que ofereceram no pregão, nem mais nem menos).

Esta é, portanto, uma diferença importante entre o pregão e a licitação convencional.

E há, ainda, um outro aspecto diferenciador entre esta novel modalidade licitatória e as demais28, que reside
na possibilidade do pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor.

Uma das hipóteses em que a legislação29 autoriza a negociação em tela dá-se quando houver a recusa do
licitante que venceu o certame em assinar o contrato. A negociação, pois, será iniciada pelo pregoeiro com o
licitante que figurou em segundo lugar na licitação e que foi convocado para, querendo, tomar o lugar do
licitante vencedor que restou inadimplente.

Registre-se que o licitante é convocado para contratar pelo preço que ofereceu, conforme dito anteriormente,
mas isso não significa que o pregoeiro não possa negociar melhor preço para a Administração Pública.

Contudo, há cuidados que o pregoeiro deverá tomar na condução dessa negociação (e que valem para todas
as hipóteses em que a legislação autoriza o pregoeiro a iniciar tal negociação – a respeito, vide nota de
rodapé nº 29) e que são proficientemente abordados por Marçal Justen Filho30, verbis: “Em primeiro lugar,
não se podem admitir negociações privadas, realizadas sem a presença e a fiscalização de terceiros. Qualquer
conversação privada entre agentes administrativos e um único licitante deve ser evitada. Se a  negociação se
fizer ao longo do pregão, o ideal será aproveitar-se a presença dos interessados como forma de assegurar a
transparência da conduta dos envolvidos. Se existir um único sujeito privado participando da negociação,
deverão ser convocadas testemunhas para acompanhar a evolução dos fatos. Em segundo lugar, a instauração
da negociação deve ser antecedida de justificativa formal do pregoeiro, indicando os motivos e fundamentos
objetivos pelos quais reputa cabível desenvolver tentativas orientadas à melhoria das condições ofertadas.
Não é possível que a escolha entre realizar ou não a negociação seja uma escolha puramente arbitrária do
pregoeiro. Admitir essa hipótese seria outorgar ao exercente da função pública um incentivo à prática de
irregularidade. O resultado, no mínimo, seria o pregoeiro não instaurar a negociação quando o vencedor
fosse “amigo” e adotar postura distinta quando se tratasse de um “desconhecido” ou “inimigo”. Portanto, o
pregoeiro tem de indicar objetivamente as razões pelas quais iniciará a negociação. Tal deve anteceder
qualquer iniciativa formal de negociação. Em terceiro lugar, deve assegurar-se ao particular a ampla
possibilidade de manifestação, inclusive para o fim de enunciar os motivos de eventual recusa à redução dos
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preços ofertados. Em quarto lugar, a negociação deve ser documentada e formalizada em todos os seus
termos, sendo reduzida a escrito, inclusive com a consignação das razões expostas pelo(s) licitante(s). Em
quinto lugar, não se pode cominar a conseqüência da revogação do certame como conseqüência automática
de eventual recusa do licitante em redução de preços. Não é possível estabelecer uma espécie de regra geral
de que todos os preços oferecidos à Administração Pública são inflacionados e que, se não for concedida
redução de 15% (por exemplo), toda e qualquer licitação deverá ser revogada. A revogação ou não do
certame independe da concordância do particular com reduções extraordinárias no valor ofertado. Se a oferta
for compatível com os preços de mercado, a recusa do particular em reduzir os preços não pode acarretar a
revogação. Por outro lado, se a redução não for suficiente para assegurar oferta vantajosa à Administração,
deverá produzir-se a revogação. Enfim, não se admite a institucionalização do desvio de finalidade para essa
iniciativa de negociação. Em sexto lugar, o controle sobre as atividades de negociação deve ser severo e
rigoroso. Deve acompanhar toda a atividade desenvolvida a esse propósito, inclusive com cruzamento de
informações acerca de licitações com objeto semelhante, para comprovar a coerência das condutas
adotadas.”

Essas são as considerações que temos a expender acerca do “pregão presencial”. No próximo número
abordaremos o pregão eletrônico. Até lá!

NOTAS

1              Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, in Sistema de Registro de Preços e Pregão, B. Horizonte, Fórum,
2003, p. 491.

2              _________. Ob. cit., p. 515.

3              O art. 13 da Lei nº 10.520/02 – último artigo da Lei do Pregão – determinou que o início de sua
vigência dar-se-ia na data de sua publicação no Diário Oficial da União, o que ocorreu em 18.7.02.

4              Filho, Marçal Justen, in Comentários à Legislação do Pregão Comum e Eletrônico, 2. ed., revista e
atualizada de acordo com a Lei Federal nº 10.520/2002, S. Paulo, Dialética, 2003, p. 107.

5              __________. Ob. cit., p. 107 e 108.

6              Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, ob. cit., p. 521 e 522.

7              Filho, Marçal Justen, ob. cit., p. 119.

8              __________. Ob. cit., p. 122.

9              __________. Ob. cit., p. 125.

10            __________. Ob. cit., p. 122 e 123.

11            Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, ob. cit., p. 535 e 536.

12            Decreto nº 3.555, de 8.8.00 (DOU de 9.8.00), cujo art. 11, X, do seu Anexo I, guarda a seguinte
redação: “Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as
seguintes regras: X – a desistência em apresentar lance verbal, quando convocado pelo pregoeiro, indicará a
exclusão do licitante da etapa de lances verbais e na manutenção do último preço apresentado pelo licitante,
para efeito de ordenação das propostas”.

13            Filho, Marçal Justen, ob. cit., p. 124.

14            __________. Ob. cit., p. 127.

15            Lei nº 10.520, de 17.8.02 (DOU de 18.8.02), cujo art. 4º, XI, assim dispõe: “A  fase externa do
pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: XI – examinada a
proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente
a respeito de sua aceitabilidade;”.

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13/07/2021 Breves Comentários sobre o Pregão Presencial | Francisco Damasceno | Advogado

16            O Decreto nº 3.555/00, art. 11, XII, encontra-se assim vazado: “Art. 11. A fase externa do pregão
será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: XII – declarada encerrada a
etapa competitiva e ordenadas as propostas, o pregoeiro examinará a aceitabilidade da primeira classificada,
quanto ao objeto e valor, decidindo motivadamente a respeito;”.

17            Lei nº 10.520/02, art. 4º, XV, é expressa no sentido de que em sendo considerado que o licitante
apresentou os documentos de habilitação, o licitante será declarado vencedor, pois este inciso XV é uma
decorrência dos incisos XI a XIV. À exceção do inciso XI, cuja reprodução procedemos na nota de rodapé nº
15, ora fazemos questão de reproduzir a redação dos dispositivos em questão: “Art. 4º A fase externa do
pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: XII – encerrada a
etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os
documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento
das condições fixadas no edital;  XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em
situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social, e o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que
atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;
XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito
Federal ou Municípios,  assegurado aos licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes; XV –
verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor;”.

18            __________. Ob. cit., p. 128.

19            __________. Idem, ibidem.

20            __________. Ob. cit., p. 131.

21            Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, ob. cit., p. 544 e 545.

22            Lei nº 10.520, de 17.7.03 (DOU de 18.7.03), que “Institui,  no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, nos termos do art. 37, XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação
denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.”

23            Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, ob. cit., p. 545.

24            Decreto nº 3.555/00, de 8.8.00 (DOU de 9.8.00), que “Aprova o Regulamento para a modalidade
de licitação denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços comuns”.

25            Recomenda-se a consulta à página do Tribunal de Contas da União (http://www.tcu.gov.br), na


Internet, a fim de ser obtido acesso à Decisão nº 1.277/2002, exarada pelo Plenário daquela Corte de Contas
em 25.9.02 (DOU de 4.10.02),  rel. Ministro Ivam Saraiva – Processo nº TC-005.957/2002-1.

26            Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby, ob. cit., p. 550 e 551.

27            Filho, Marçal Justen, ob. cit., p. 160.

28            Somente no tipo de licitação de melhor técnica é que se admite tal tipo de negociação, pois, via de
regra, a Lei nº 8.666/93 veda, peremptoriamente, qualquer tipo de tratativa com esse fim. Logo, via de regra,
a licitação convencional não permite a instauração de negociação entre os licitantes e a Administração
Pública.

29            O Regulamento federal também autoriza o pregoeiro a iniciar negociação com os licitantes quando
houver ausência de lances. Da mesma forma, após o encerramento da etapa competitiva, poderá o pregoeiro
negociar com o primeiro colocado, a fim de obter melhor preço. Esta última situação consta tanto da Lei nº
10.520/02 como do Decreto nº 3.555/00.

30            Filho, Marçal Justen, ob. cit., p. 135 e 136.

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Artigo publicado na Revista de Direito e Administração Pública – L&C, nº 64, outubro de 2003, páginas 34 a
43.

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