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ÒSÍBÀTÁ – A Folha sagrada
Maio 13, 2015 por Fernando D'Osogiyan
Uma das folhas preferidas de nossas Grandes e Veneradas Mães é a folha de òsíbàtá
(oxibatá), também muito conhecida popularmente como ninfeia, folha de lótus, lírio d’água
ou golfo d’água. Seu nome botânico é Nymphaea sp., que tem como origem a palavra em
latim nympha (divindade feminina das águas, bosques e dos montes). Existem diversas
espécies de ninfeias, sendo que a maioria é originária da África, Europa e Ásia, embora
algumas até sejam encontradas no Brasil. Suas flores podem possuir diversas tonalidades
como o branco (N. alba), azul (N. caerulea), vermelho (N. rubra), e amarelo (N. luteum). A
ninfeia azul é nativa do Nilo (Egito), e segundo relatos era uma das plantas consagradas a
uma divindade muito antiga, conhecida como Nefertem ou Nefertum. A flor era muito
apreciada pelos antigos egípcios, não apenas pelo seu odor inebriante como também por
suas propriedades curativas. Segundo alguns mitos, Nefertem utilizou essa flor como
oferenda ao deus do Sol, Ra, para que as dores do seu corpo envelhecido o deixassem.
Outra lenda relata que Isis, deusa da maternidade, fertilidade, protetora das crianças e
também associada aos mortos foi quem ensinou aos homens a utilização de seus rizomas na
de Ramsés II, que as cultivava em seu palácio, assim como Amenófis IV. Suas flores serviam
como adorno nos festivais religiosos e também como oferendas aos deuses e os mortos,
podendo também ser ofertadas como presentes a pessoas importantes ou como sinal de
amizade. Assim como as iyabás estão associadas ao elemento água as ninfeias são
classificadas como plantas emersas, ou seja, parte de seu corpo fica enraizado no lodo e
outra parte fica acima da água. Costumam ser encontradas em rios de águas calmas ou em
lagos. Suas folhas são grandes, coriáceas, de coloração verde brilhante em cima e
avermelhadas por baixo. Suas flores surgem solitárias, apresentando ambos os órgãos
sexuais (hermafroditas). Elas se abrem bem cedo e se fecham por volta do meio dia,
realizando esse movimento por até três a quatro dias, quando se fecham (submergindo) e
podem alterar o grau de consciência, assim como a percepção visual. Uma de suas
propriedades mais conhecidas, tanto pelos gregos como pelos egípcios era o seu poder
anafrodisíaco, em especial a espécie alba. Podia ser utilizada sobre os órgãos genitais em
casos de compulsão sexual obsessiva e ninfomania. Segundo sugerem Pessoa de Barros &
No culto aos orixás costuma ser associado a todas as iyabás: Oxum, Iemanjá, Oyá, Obá,
Nana e Ewá. Uma vez que é uma planta ligada a água também é consagrada a Oxalá (ninfeia
branca), que é um Orixá úmido por natureza. Uma observação interessante é que embora
possua propriedades calmantes e sedativas não é considerada uma ewé eró e sim um ewé
Seu nome em Yorubá (òsíbàtá) significa “não se submete”, nos lembrando que é uma planta
de grande axé e que deve ser utilizada com cuidado. Por sua ligação estreita com a grande
independente.
REFERENCIAS: BARROS, José Flávio Pessoa de; NAPOLEÃO, Eduardo. Ewé òrisà: uso
litúrgico e terapêutico dos vegetais nas casas de candomblé jeje-nagô. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1999. BARROS, José Flávio Pessoa de; A floresta sagrada de Ossayin o