Este documento discute parâmetros para a implementação de parques fluviais urbanos com foco nas cidades do Médio Paraíba. Ele apresenta a metodologia de pesquisa, analisa experiências de parques fluviais, identifica cinco princípios estruturantes para o planejamento destes parques e avalia a relação entre o rio Paraíba do Sul e as cidades da região.
Descrição original:
Título original
PARÂMETROS METODOLÓGICOS E TÉCNICOS PARA PRODUÇÃO DE PARQUES FLUVIAIS
Este documento discute parâmetros para a implementação de parques fluviais urbanos com foco nas cidades do Médio Paraíba. Ele apresenta a metodologia de pesquisa, analisa experiências de parques fluviais, identifica cinco princípios estruturantes para o planejamento destes parques e avalia a relação entre o rio Paraíba do Sul e as cidades da região.
Este documento discute parâmetros para a implementação de parques fluviais urbanos com foco nas cidades do Médio Paraíba. Ele apresenta a metodologia de pesquisa, analisa experiências de parques fluviais, identifica cinco princípios estruturantes para o planejamento destes parques e avalia a relação entre o rio Paraíba do Sul e as cidades da região.
No presente trabalho, inserido no projeto de iniciação científica “Parques
Fluviais Urbanos: Reabilitação socioambiental dos cursos d’água em cidades do médio paraíba”, procurou-se definir metodologias e técnicas necessárias à implementação de parques fluviais, baseando-nos em análises de experiências contemporâneas de intervenção sobre rios urbanos, e em pesquisas relativas ao panorama nacional da relação entre rios e cidades. Confronta-se com as principais necessidades que impulsionam as intervenções, como as questões biológicas, urbanísticas e sociais, e a partir desta proposição aponta-se as recomendações necessárias aos projetos de recuperação de rios urbanos. A análise, em um segundo momento, inclina-se para o contexto das cidades do Médio Paraíba, fazendo uma leitura de suas relações com o rio Paraíba do Sul, e analisando quais recomendações se relacionariam à realidade de nossas cidades e qual seriam as especificidades dos projetos de parques fluviais para região.
Os rios desempenham papel fundamental no cotidiano das pessoas, desde o
surgimento das primeiras vilas e aldeias - quando a proximidade às margens dos rios era sinônimo de água potável e terras mais férteis - até a urbanização atual, os rios são grandes protagonistas no cenário urbano, seja para consumo, atividades econômicas (agricultura, pecuária e produção industrial), navegação ou escoamento de resíduos, eles são componentes essenciais à vida. As intervenções sobre rios urbanos constituem não apenas uma nova realidade, mas também uma necessidade emergente. A questão ambiental a partir da segunda metade do século XX vem ganhando um novo caráter nas tomadas de decisões, e os cursos hídricos começam a ser encarados de uma nova maneira.
As cidades, principalmente em um panorama internacional, começam a rever
a sua relação com os rios. Em algumas realidades, as pessoas e as instituições governamentais passaram a entender a relação de dependência da vida nas cidades com a manutenção dos rios. Um instrumento de intervenção que objetiva a solução dos problemas relacionados à manutenção biológica do rio e à recuperação de suas estruturas, além da reaproximação da sociedade com o rio, é a criação de parques fluviais.
Neste trabalho, procurou-se definir instruções normativas gerais para a
elaboração de parques fluviais, baseadas em leituras do atual panorama nacional e internacional e em apontamentos institucionais e bibliográficos sobre métodos para sua implementação. Posteriormente, analisou-se a aplicabilidade destes parâmetros no contexto das cidades do Médio Paraíba.
OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo a indicação de instruções estratégicas para
elaboração de Parques Fluviais, com uma leitura de aplicabilidade mais específica para as cidades do Médio Paraíba. Através da proposição do tema em questão, objetiva-se também a conscientização técnica e social para importância das questões relacionadas aos rios e à manutenção das cidades e uma consequente adequação das instruções normativas a cada caso específico que se pretender trabalhar.
METODOLOGIA
O embasamento desta produção, surgiu a partir de alguns métodos de
aproximação com a temática em questão. O primeiro contato foi resultante de uma visita técnica ao Parque Fluvial de Pinheiral, em que se teve a possibilidade de percepção da morfologia e estrutura do parque e uma crítica sobre sua inscrição no território. Posteriormente, buscou-se um aprofundamento em análises de projetos e referências projetuais, cartilhas normativas e em literaturas técnicas que se aprofundam na questão da relação rios e cidades.
DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento do projeto se deu de maneira gradual no aprofundamento do
tema, em que primeiro procurou-se entender o objeto parque fluvial. Após este entendimento as questões que mostraram-se essenciais foram as análises dos projetos referências e quais seriam as premissas utilizadas para sua construção. E em um segundo momento, através de fontes técnicas e bibliografias especializadas, as diretrizes puderam ser traçadas e analisadas as suas viabilidades para a região cortada pelo rio Paraíba do Sul.
RESULTADOS
O que se vê em âmbito mundial é um cenário de proximidade e conflito entre
as cidades e os rios, embora não só pertençam às cidades como são de fato os componentes formadores de tais desenhos urbanos, os rios que deveriam ser objetos de conservação, preservação ambiental, paisagística e urbanística são vistos como objetos isolados.
São cinco os princípios comuns estruturadores do planejamento de parques
fluviais selecionados por Gorski (2010): recuperação e proteção do sistema fluvial; articulação com as políticas urbanas; inserção do rio no tecido urbano; valorização da identidade local bem como do sentido de cidadania, estratégias de implementação, monitoramento e gestão dos planos. Estes seriam os principais indicadores para a produção dos parques fluviais.
A avaliação da relação entre o rio e as cidades do Médio Paraíba – Resende,
Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí – resultou na apropriação sobre o contexto das cidades integrantes do território e suas dinâmicas com o Paraíba do Sul que pode ser incorporada na análise sobre as especificidades das indicações metodológicas para a região destacando-se a reaproximação da sociedade com o rio e a valorização de um patrimônio socioambiental existente.
REFERÊNCIAS
GORSKY, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. São
Paulo: Senac, 2010. FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Desenho Ambiental: Uma introdução à arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico. São Paulo: Annablume, 1997. MOREIRA, Andréa Auad. Paraíba do Sul: um rio, quatro cidades, um patrimônio socioambiental em questão. Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 2014.