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RESUMO

No presente trabalho, inserido no projeto de iniciação científica “Parques


Fluviais Urbanos: Reabilitação socioambiental dos cursos d’água em cidades do
médio paraíba”, procurou-se definir metodologias e técnicas necessárias à
implementação de parques fluviais, baseando-nos em análises de experiências
contemporâneas de intervenção sobre rios urbanos, e em pesquisas relativas ao
panorama nacional da relação entre rios e cidades. Confronta-se com as principais
necessidades que impulsionam as intervenções, como as questões biológicas,
urbanísticas e sociais, e a partir desta proposição aponta-se as recomendações
necessárias aos projetos de recuperação de rios urbanos. A análise, em um segundo
momento, inclina-se para o contexto das cidades do Médio Paraíba, fazendo uma
leitura de suas relações com o rio Paraíba do Sul, e analisando quais recomendações
se relacionariam à realidade de nossas cidades e qual seriam as especificidades dos
projetos de parques fluviais para região.

Palavras-chave: Rio; Parques fluviais; Parâmetros; Médio Paraíba.

INTRODUÇÃO

Os rios desempenham papel fundamental no cotidiano das pessoas, desde o


surgimento das primeiras vilas e aldeias - quando a proximidade às margens dos rios
era sinônimo de água potável e terras mais férteis - até a urbanização atual, os rios
são grandes protagonistas no cenário urbano, seja para consumo, atividades
econômicas (agricultura, pecuária e produção industrial), navegação ou escoamento
de resíduos, eles são componentes essenciais à vida. As intervenções sobre rios
urbanos constituem não apenas uma nova realidade, mas também uma necessidade
emergente. A questão ambiental a partir da segunda metade do século XX vem
ganhando um novo caráter nas tomadas de decisões, e os cursos hídricos começam
a ser encarados de uma nova maneira.

As cidades, principalmente em um panorama internacional, começam a rever


a sua relação com os rios. Em algumas realidades, as pessoas e as instituições
governamentais passaram a entender a relação de dependência da vida nas cidades
com a manutenção dos rios. Um instrumento de intervenção que objetiva a solução
dos problemas relacionados à manutenção biológica do rio e à recuperação de suas
estruturas, além da reaproximação da sociedade com o rio, é a criação de parques
fluviais.

Neste trabalho, procurou-se definir instruções normativas gerais para a


elaboração de parques fluviais, baseadas em leituras do atual panorama nacional e
internacional e em apontamentos institucionais e bibliográficos sobre métodos para
sua implementação. Posteriormente, analisou-se a aplicabilidade destes parâmetros
no contexto das cidades do Médio Paraíba.

OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo a indicação de instruções estratégicas para


elaboração de Parques Fluviais, com uma leitura de aplicabilidade mais específica
para as cidades do Médio Paraíba. Através da proposição do tema em questão,
objetiva-se também a conscientização técnica e social para importância das questões
relacionadas aos rios e à manutenção das cidades e uma consequente adequação
das instruções normativas a cada caso específico que se pretender trabalhar.

METODOLOGIA

O embasamento desta produção, surgiu a partir de alguns métodos de


aproximação com a temática em questão. O primeiro contato foi resultante de uma
visita técnica ao Parque Fluvial de Pinheiral, em que se teve a possibilidade de
percepção da morfologia e estrutura do parque e uma crítica sobre sua inscrição no
território. Posteriormente, buscou-se um aprofundamento em análises de projetos e
referências projetuais, cartilhas normativas e em literaturas técnicas que se
aprofundam na questão da relação rios e cidades.

DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do projeto se deu de maneira gradual no aprofundamento do


tema, em que primeiro procurou-se entender o objeto parque fluvial. Após este
entendimento as questões que mostraram-se essenciais foram as análises dos
projetos referências e quais seriam as premissas utilizadas para sua construção. E
em um segundo momento, através de fontes técnicas e bibliografias especializadas,
as diretrizes puderam ser traçadas e analisadas as suas viabilidades para a região
cortada pelo rio Paraíba do Sul.

RESULTADOS

O que se vê em âmbito mundial é um cenário de proximidade e conflito entre


as cidades e os rios, embora não só pertençam às cidades como são de fato os
componentes formadores de tais desenhos urbanos, os rios que deveriam ser objetos
de conservação, preservação ambiental, paisagística e urbanística são vistos como
objetos isolados.

São cinco os princípios comuns estruturadores do planejamento de parques


fluviais selecionados por Gorski (2010): recuperação e proteção do sistema fluvial;
articulação com as políticas urbanas; inserção do rio no tecido urbano; valorização da
identidade local bem como do sentido de cidadania, estratégias de implementação,
monitoramento e gestão dos planos. Estes seriam os principais indicadores para a
produção dos parques fluviais.

A avaliação da relação entre o rio e as cidades do Médio Paraíba – Resende,


Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí – resultou na apropriação sobre o
contexto das cidades integrantes do território e suas dinâmicas com o Paraíba do Sul
que pode ser incorporada na análise sobre as especificidades das indicações
metodológicas para a região destacando-se a reaproximação da sociedade com o rio
e a valorização de um patrimônio socioambiental existente.

REFERÊNCIAS

GORSKY, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. São


Paulo: Senac, 2010.
FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Desenho Ambiental: Uma introdução à
arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico. São Paulo: Annablume,
1997.
MOREIRA, Andréa Auad. Paraíba do Sul: um rio, quatro cidades, um patrimônio
socioambiental em questão. Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 2014.

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