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Gestão dos Riscos em Segurança

Conteudista: Prof. Dr. Tercius Zychan de Moraes


Revisão Textual: Lorena Garcia Aragão de Souza                   

Material Teórico

Material Complementar

Referências
1/3

Material Teórico

 Objetivos da Unidade:
Compreender a dimensão dos riscos, permitindo a implantação
de um modelo de gestão com a avaliação contínua das condições
de segurança; 

Desvendar quais são os instrumentos de controle e de respostas aos riscos


e ameaças.

Princípios e Diretrizes Voltados à Gestão de Riscos


A norma brasileira ABNT NBR ISO 31000 elenca certos princípios e diretrizes a serem
aplicados na gestão de riscos. Entendemos que tal norma possui caráter geral para aplicação
nas mais diversas áreas de negócios, seja em organizações (públicas ou privadas), permitindo
a exibilização de seu uso no gerenciamento de riscos na segurança (pública ou privada).

Primeiramente, devemos compreender o que são princípios: nos mais diversos campos do
conhecimento, os princípios são elementos orientadores que atuam como ferramentas de uso
obrigatório aos intérpretes ou operadores de determinada metodologia, que os utilizam com a
nalidade de ir adiante, seja na formação do conhecimento, na aplicação deste, ou ainda, na
gestão técnica de algo.
O jurista Celso Antônio Bandeira de Melo traçou uma ótima de nição do que vem a ser um
princípio, admissível a qualquer área do conhecimento:

Mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição


fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o
espírito e sentido servido de critério para sua exata compreensão e
inteligência, exatamente por de nir a lógica e a racionalidade do sistema
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.
(MELO, 2009, p. 882)

Diante dessa interpretação, podemos conceber que os princípios descritos na norma ABNT
NBR ISO 31000 têm como fundamento fornecer direcionamento e capacitação ao gestor e
demais pessoas envolvidas na gestão de riscos, a m de que possam analisá-los, avaliá-los, e
posteriormente traçar um e caz planejamento de prevenção e controle.

Observemos o grá co a seguir, contido na norma ABNT NBR ISO 31000, que sintetiza todos os
princípios a serem empregados como pontos norteadores em um processo de gestão.
Difundidos na criação e proteção de valores, são fundamentais em qualquer processo de
diagnóstico e nas sugestões de ações voltadas à minimização ou enfrentamento do risco,
dentre eles os unidos à segurança:
Figura 1 – Criação e proteção de valor
Fonte: Reprodução

Assim, a gestão de riscos deve ser:

Integrada: neste sentido, ela faz parte da vida da própria organização;

Estrutura e abrangente: na qual os resultados a serem obtidos no processo de gestão,


devem se apresentar de forma concreta e mensurável, permitindo traçar parâmetros de
aferição;

Personalizada: ou seja, o processo de gestão deve levar em conta as próprias


características da organização, considerando suas particularidades, bem como suas
relações com o meio externo;

Inclusiva: este princípio tem por nalidade envolver as pessoas da organização na


formação de um planejamento de risco e nas medidas de prevenção e controle.
Entretanto, nem todas as informações relativas a um plano de segurança podem ser
compartilhadas, visto que o acesso geral poderia comprometer toda a estratégia da
organização; 

Dinâmica: não se pode considerar que a gestão de riscos é estática. Ao contrário, trata-se
de um processo dinâmico, sujeito a falhas e mudanças, tanto externas quanto internas,
que podem redundar em ajustes e aprimoramentos constantes;

Realizada com a melhor informação disponível: geralmente, a análise e a avaliação de


riscos levam em consideração informações que integram a história e a cultura da
organização. Como foi visto anteriormente, existem uma série de métodos que podem
fazer parte da coleta e análise destas informações. Porém, a busca e a forma como estas
são tratadas devem levar em consideração os momentos em que foram produzidas, pois
os fatores de cada época podem sofrer um processo de mutabilidade, desquali cando os
riscos, bem como a forma de tratar determinados processos;

Humanos e culturais: um processo de gestão de riscos deve levar em consideração as


características do público ao qual está direcionado, pois, as diversas formas de percepção,
aliadas ao conhecimento de cada pessoa envolvida, são fundamentais para qualquer
planejamento.

Sendo assim, aquele que trabalha, por exemplo, na área de produção de uma indústria, terá
uma percepção de risco totalmente diversa daquele que atua em atividade de segurança, ou
seja, cada qual poderá ter uma visão diferenciada do mesmo risco. Daí a riqueza de uma
avaliação de risco interativa, onde os mais diversos pontos de vista irão possibilitar uma ampla
avaliação com análise e planejamento na gestão do risco.
Figura 2
Fonte: Getty Images

Melhoria contínua: A cultura com relação à percepção e aos modelos de gestão de risco
sofre alteração diante do progresso social ou tecnológico. Dessa forma, o aprimoramento
das ações de prevenção e contenção dos riscos deve acompanhar o mercado, os novos
protocolos e as novas técnicas administrativas, para que o planejamento sempre possa
atingir um excelente grau de e ciência.

A Estrutura para uma Gestão de Risco


Como já podemos perceber, a estruturação de uma e ciente gestão de riscos não se faz com o
trabalho de um único gestor, mas através de um engajamento de participantes oriundos de
diversos setores da organização.
Outro ponto fundamental é que todo processo de análise e avaliação do risco deve contar com
o apoio da alta direção da organização, uma vez que este será fundamental para o
convencimento das demais pessoas sobre a importância do processo.

A gura a seguir, feita com base na norma ABNT NBR ISO 31000, descreve como se dá o
desenvolvimento deste processo de estruturação.

Figura 3
Fonte: Acervo do conteudista

Liderança e comprometimento
Como sabemos, não é possível a implantação de um planejamento em segurança sem uma
adequada análise e avaliação de risco, e sem um envolvimento da alta direção da organização,
que ajude a evitar uma possível ine ciência do plano. Caberá a alta direção, por intermédio da
con ança e liderança depositadas ao gestor em segurança, promover o reconhecimento deste,
perante os demais colaboradores, de modo a garantir o seu respeito enquanto líder durante
todo o processo.

Um passo importante da liderança, que com certeza resulta no comprometimento dos


participantes, é o de esclarecer que a segurança das pessoas, do patrimônio e das atividades da
organização, faz parte de uma política que deve contar com a participação de todos.

É importante destacar, também, que a implantação, a manutenção e a inovação de um


processo de segurança pautado na análise e avaliação de riscos, tem um aporte nanceiro a
cargo da alta direção da organização, a qual é responsável por assegurar tais recursos e
atribuir a certos colaboradores o papel de supervisão e comunicação de qualquer
irregularidade que possa prejudicar o planejamento.

Integração
A integração é a parte do processo de gestão de riscos responsável por fazer com que a
estrutura da organização compreenda a sua própria importância, como também é esperado
que essas estruturas possuam tarefas e metas diversas. Porém, todas acabam convergindo ao
objetivo único, que é o sucesso da organização.

Cabe à liderança da organização o papel de interação da estrutura como um todo, para que
cada parte compreenda a sua participação na gestão de risco, bem como conheça o lado que
pode ser divulgado em um nível geral, sem comprometer a estratégia de prevenção e de
contenção dos riscos e das ameaças. Neste sentido, buscar a harmonia do todo, contribui para
que os objetivos da organização sejam alcançados, sem haver qualquer inconformidade que
possa causar algum tipo de prejuízo, impedindo que o risco se torne alguma ameaça que
venha a comprometer a organização, seja em partes, ou no seu todo.

Podemos imaginar que a estrutura de uma organização é composta por várias engrenagens,
cada uma conduzindo, dentro do seu limite de força, ao objetivo pretendido, sem a exposição
do processo como um todo, estando cada parte sob supervisão e comprometida com a
segurança.
Figura 4
Fonte: Getty Images

Concepção
Existindo a de nição de como a organização irá promover a sua gestão de riscos, ela deverá
ter uma preocupação permanente com fatores externos e internos, e como o aparecimento de
uma inconformidade ou a mudança de cenários, poderá ou não afetá-la.

No tocante aos fatores externos que possam vir a in uenciar a gestão de risco, direcionada à
segurança, deve-se dispor de uma atenção especial às questões de cunho político, econômico,
tecnológico, legal, tributário, ambiental, além de outros.

Quanto aos fatores internos, estes fazem parte de uma análise conjunta do gestor em
segurança, com a alta direção, ou, por alguém designado por ela.
Vários fatores devem fazer parte desta constante avaliação, como: questões estruturais,
responsabilização frente à formação de uma não conformidade com o plano de segurança,
relacionamento entre colaboradores etc.

Para o aprimoramento do planejamento de risco em questões relativas à segurança, é


fundamental uma reunião de análise crítica, não com caráter de responsabilização, (salvo
quando detectada uma inconformidade decorrente de uma conduta dolosa) mas que tenha
como ponto principal a detecção de uma eventual falha de planejamento, bem como uma
possível proposta de ajuste no plano.

Para um ajuste entre os responsáveis diretos pela gestão do risco e os demais colaboradores
da organização, é fundamental a interação por intermédio de um canal de comunicação que
possa receber eventuais críticas ou propostas de planejamento, de modo que a reunião de
análise crítica deva transcorrer de forma positiva, fazendo com que a colaboração dos
“atores” da reunião seja uma demonstração de que cada integrante do processo é responsável
pelo todo.

Implementação
A implementação de um plano de segurança baseado no processo de diagnóstico e avaliação
de risco é a maneira de concretizar (em estratégias factíveis) todo o enfrentamento dos riscos
frente a eventuais vulnerabilidades da organização.

A solidez do plano e sua e ciência, tem nesta etapa, uma relevante importância, pois, ela
contribuirá para o sucesso do planejamento.

Cada participação dos envolvidos no plano, no momento que ele deixa de ser teórico e passa a
ser real e concreto, demonstra toda a solidez do processo que o antecedeu, de modo que a
tomada de decisões e o monitoramento dos fatores de risco tornem-se um procedimento
calcado em dimensões mensuráveis e livres de qualquer empirismo.
Avaliação
Diante do dinamismo dos riscos, ou seja, como eles podem se apresentar no decorrer de um
lapso temporal, ante as mudanças que as relações sociais, políticas e econômicas venham a
provocar, todo planejamento deve ser ordinário e enormemente avaliado.

Para tanto, devem ser estabelecidos índices e critérios de mensuração que permitirão
constatar se o plano se mantém adequado ou se ele carece de alteração, sejam estas gerais ou
pontuais. Tais indicadores devem ser medidos em porcentagem, para que dentro de um limite
previamente estabelecido, a e ciência do que foi planejado possa ser constatada.

Melhoria
É possível imaginar que a melhoria é um processo decorrente da avaliação, ou seja, um
complemento ante as mudanças em que a organização está inserida. Por exemplo, a expansão
dos negócios e o sucesso nanceiro da organização podem indicar uma possibilidade de
implementação da gestão dos riscos e consequentemente do planejamento da segurança. A
origem da melhoria pode então estar relacionada tanto aos fatores internos, como também
aos fatores externos, ao ponto que tudo venha a garantir a e ciência do planejado.

Após o aprimoramento do plano, ou seja, sua melhoria, cabe a sua integração à organização,
fazendo com isto, que todas as demais atividades voltadas à gestão dos riscos estejam em
constante movimento (concepção, implementação, avaliação e melhoria futura).

Para nalizar, podemos deduzir que toda a estrutura de gestão de risco encontra-se em
constante movimento. Neste caso o processo de melhoria é somado aos demais para uma
permanente interação na busca de um planejamento e ciente.

Em resumo, o processo de gestão de risco encontra-se em movimento dinâmico, adaptando-


se às alterações que de uma forma ou de outra in uenciam o planejamento da organização.
Figura 5
Fonte: Getty Images

Implantação da Gestão de Risco e as Pessoas


Colocar um plano de enfrentamento de riscos em execução após a sua elaboração, necessita
que as pessoas envolvidas estejam cientes de suas responsabilidades, para que a e ciência do
que foi planejado possa atingir níveis satisfatórios em sua implementação, os quais poderão
ser constatados mediante a análise dos resultados.

A seguir, iremos identi car alguns fatores fundamentais para que um planejamento de
enfretamento de riscos ligado à segurança de uma organização, apresente bons resultados:
Figura 6
Fonte: Acervo do Conteudista

O comprometimento da alta direção da organização, como já foi mencionado, é fundamental


para o diagnóstico, planejamento e execução de um plano de segurança e ciente.

Competirá à alta direção, se concordar com as propostas emanadas do gestor em segurança,


dispor de recursos humanos, nanceiros e materiais para a implantação do plano. Deste
modo, o diagnóstico e o plano de segurança afeto a prevenir e conter riscos fará parte da
política da organização.

O planejamento de segurança lastreado em uma adequada análise e avaliação de riscos


somente será efetivo se contar com o comprometimento das pessoas. Para tanto, todos os
integrantes da organização deverão “vestir a camisa” do que for planejado, já que sem dúvida,
a efetiva segurança das pessoas, do patrimônio e dos processos, é cada vez mais um dos
fatores de sucesso de qualquer organização em qualquer ramo de atividade. Neste sentido, o
conhecimento geral e compartimentado das ações que envolvem o plano deve ser de amplo
conhecimento dos envolvidos.

Um planejamento regular prevê a divulgação do plano às pessoas, bem como estabelece níveis
de autoridade e de responsabilidade para todos os implicados.

Ações e metas do plano de conhecimento geral deverão ser divulgadas a todos os integrantes
da organização, bem como o treinamento, quando necessário para o enfrentamento das
ameaças. Por exemplo, a integração de um efetivo da empresa na sua brigada de incêndio se
dá por intermédio da disponibilidade de treinamento, previsto no plano de segurança, bem
como a de nição daqueles que dela farão parte.

Figura 7 - Brigada de incêndio


Fonte: Getty Images
Por questões de ordem estratégica, algumas informações devem car compartimentadas, ou
seja, somente pessoas autorizadas pelo gestor de segurança, ou por pessoas designadas pela
alta direção, deverão ter acesso ao seu conteúdo plani cado. Por exemplo, medidas de
segurança ligadas aos integrantes da alta direção; as medidas para locais de armazenamento
de informações estratégicas; ou, o acesso a locais de desenvolvimento de projetos; dentre
outros.

Será fundamental o desenvolvimento de uma análise crítica, associada ao monitoramento do


plano, no decorrer de sua implantação, a m de avaliar eventuais ajustes e responsabilidades.

A Norma Brasileira ABNT NBR ISO 31000, assim esclarece sobre o monitoramento e a análise
crítica:

Convém que o monitoramento contínuo e a análise crítica periódica do


processo de gestão de riscos e seus resultados sejam uma parte
planejada do processo de gestão de riscos, com responsabilidades
claramente estabelecidas. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002, p. 14)

Como os processos e os fatores externos podem alterar a con guração de uma organização,
uma análise crítica diante de mudanças deverá ser um procedimento previsto no próprio plano
de segurança, uma vez que tais fatores imporão grandes, médios ou pontuais ajustes ao plano.

A análise crítica deve, desde que possível, anteceder e antever mudanças advindas de fatores
internos ou externos, e com isto proporcionar garantias para que o desenvolvimento
estratégico da organização não perca continuidade e transcorra em níveis e cientes de
segurança.

Associa-se à análise crítica, ter no planejamento critérios de aferição de resultados, com o


intuito de garantir uma análise objetiva de seu funcionamento. Independente do fator gerador
que venha desencadear o processo de análise crítica, recomenda-se que o plano de segurança
tenha uma previsão ordinária de sua realização, sugerindo-se que esta ocorra no mínimo uma
vez ao ano. Quanto à supervisão, podemos a rmar que ela deve ser uma constante, sendo
fator fundamental e aliado da e ciência.

Caberá àqueles designados para esta atribuição, o papel de acompanhar o comprometimento


das pessoas ou dos parceiros da organização dentro do plano de segurança.

Ações de Liderança 
Qualquer planejamento em segurança calcado em um diagnóstico de análise de risco deve
contar com outros fatores primordiais para sua e ciência: líderes aptos, capazes de promover
a implementação, manutenção, avaliação e responsabilização, ante a qualquer inconsistência
ou não conformidade do planejado. 

A governança de todo o propósito do projeto, associada à liderança e a alta direção, deverão


garantir diretrizes legais e disposição de recursos para a efetivação e manutenção do plano de
segurança, bem como o seu aperfeiçoamento (quando houver esta indicação).

Neste contexto, será amplo o papel do gestor do plano e de sua materialização, uma vez que,
será ele o grande articulador de todo o processo. Incumbirá ao gestor a responsabilidade de
interagir com a governança e a alta direção para que o planejamento possa contar com os
recursos fundamentais para sua materialização, assim como será dele o papel de desencadear
a avaliação por intermédio do processo ordinário de análise crítica (previsto para acontecer no
plano de segurança) ou extraordinário (desencadeado mediante a alteração do cenário).

Como garantidores do processo, muito mais próximo dos participantes em geral do plano,
temos os supervisores. São eles os responsáveis por acompanhar desde a implantação e a
manutenção do plano, participando também da identi cação de eventuais inconformidades e
detecção de responsabilidades. Estas incumbências tornam suas participações obrigatórias
durante o processo de análise crítica.
Figura 8
Fonte: Acervo do Conteudista

É importante destacar que o processo de avaliação de riscos relativos à segurança também


deve levar em consideração determinados marcos regulatórios exigidos pelos órgãos públicos
em conformidade com determinada lei.

O cumprimento destas obrigações pode ser considerado como um fator externo, cujo
descumprimento pode vir a comprometer a regularidade do plano de segurança.

Por exemplo, atendidas as determinações de normas municipais ou estaduais, o alvará de


ocupação de um determinado imóvel, somente será possível, mediante a existência de um
instrumento expedido normalmente pelos Corpos de Bombeiros, denominado de Auto de
Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB, o qual avalia as condições da edi cação, quanto às
medidas de prevenção e socorro das pessoas, diante de um eventual alarmante oriundo do
fogo. Vejamos a matéria a seguir, extraída do Jornal do Síndico a respeito do AVCB.
Figura 9
Fonte: Reprodução
Monitoramento e avaliação de resposta aos riscos
 

A atividade de monitoramento implica em acompanhamento da operacionalização do plano de


segurança, fundado em um correto diagnóstico de risco. Além disso, tem como objetivo
comprovar a e ciência do plano e apontar eventuais inconformidades, visando posterior
análise crítica e reavaliação dos riscos (se for necessário).

A supervisão tem o dever de formular relatórios seguindo a metodologia e a métrica de


aferição do plano, o que a torna fundamental fonte de consulta para uma análise crítica
ordinária ou extraordinária.

O monitoramento deve levar em consideração a política de enfrentamento aos riscos por parte
da organização, além de outros assuntos de interesse da gestão destes, e que estejam
diretamente ligados à segurança.

É de atribuição dos responsáveis pelo monitoramento do plano de segurança, feito em uma


análise de risco, desencadear a comunicação seguindo os canais descritos no plano, de todas
as atuações preventivas e de contenção dos riscos e ameaças, para que o gestor do risco, a
governança e a alta direção da organização sejam adequadamente informados.

Diante do que foi descrito até aqui, podemos ter a exata noção de que o monitoramento carece
de uma ação pronta e precisa dos responsáveis, diante da responsabilidade destes em tornar o
planejamento e ciente.

Deste modo, podemos dizer que a supervisão é a “espinha dorsal” do sucesso do plano de
segurança, fundado em um diagnóstico de risco.

No que tange a resposta ao risco, devemos encará-la sobre os possíveis posicionamentos que
o plano de segurança poderá determinar.
 Vejamos a seguir, quais poderão ser os caminhos de enfrentamento dos riscos, para tanto
utilizaremos os critérios descritos pelas Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras
Superiores, com sede em Viena na Áustria, mais precisamente a norma INTOSAI GOV 9130.
 Diretrizes para Normas de Controle Interno do Setor Público.

Figura 10 - Diretrizes para Normas de Controle Interno do


Setor Público
Fonte: Acervo do Conteudista
 Como podemos inferir, a forma de se dar resposta ao risco, no tocante a um plano de
segurança, necessita, sobretudo, de um planejamento adequado, possibilitando que todo
processo de identi cação, análise e avaliação de riscos, bem como a formulação das medidas
adequadas para a resposta a estes, ao se tornarem uma ameaça, leve em conta o efetivo
conhecimento e comprometimento do gestor de segurança.
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Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Sites

Associação brasileira de normas técnicas – ABNT. NBR ISO 31000. Gestão de riscos:
princípios e diretrizes

ACESSO

Leitura

Análise de risco e incerteza na tomada de decisão na gestão  hidroambiental

ACESSO

Proposta de um modelo básico de sistemas de segurança patrimonial obtido por meio da


aplicação da ferramenta de análise de risco em condomínios residenciais na Vila Mariana.

ACESSO

Diretrizes para Normas de Controle Interno do Setor Público 


ACESSO
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Referências

AMARAL, F. Direito Civil: introdução. 10. ed. rev. ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. (e-book)

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 Associação brasileira de normas técnicas – ABNT. NBR ISO 31000.


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  ________. Lei n° 7.102, de 20 de junho de 1983. Dispõe sobre
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7102.htm>.
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  ________. Portaria nº 3.233, de 10 de dezembro de 2012. Dispõe


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Saraiva Educação, 2018. (e-book)

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