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Material Teórico
Objetivos da Unidade:
Compreender a dimensão dos riscos, permitindo a implantação
de um modelo de gestão com a avaliação contínua das condições
de segurança;
Primeiramente, devemos compreender o que são princípios: nos mais diversos campos do
conhecimento, os princípios são elementos orientadores que atuam como ferramentas de uso
obrigatório aos intérpretes ou operadores de determinada metodologia, que os utilizam com a
nalidade de ir adiante, seja na formação do conhecimento, na aplicação deste, ou ainda, na
gestão técnica de algo.
O jurista Celso Antônio Bandeira de Melo traçou uma ótima de nição do que vem a ser um
princípio, admissível a qualquer área do conhecimento:
Diante dessa interpretação, podemos conceber que os princípios descritos na norma ABNT
NBR ISO 31000 têm como fundamento fornecer direcionamento e capacitação ao gestor e
demais pessoas envolvidas na gestão de riscos, a m de que possam analisá-los, avaliá-los, e
posteriormente traçar um e caz planejamento de prevenção e controle.
Observemos o grá co a seguir, contido na norma ABNT NBR ISO 31000, que sintetiza todos os
princípios a serem empregados como pontos norteadores em um processo de gestão.
Difundidos na criação e proteção de valores, são fundamentais em qualquer processo de
diagnóstico e nas sugestões de ações voltadas à minimização ou enfrentamento do risco,
dentre eles os unidos à segurança:
Figura 1 – Criação e proteção de valor
Fonte: Reprodução
Dinâmica: não se pode considerar que a gestão de riscos é estática. Ao contrário, trata-se
de um processo dinâmico, sujeito a falhas e mudanças, tanto externas quanto internas,
que podem redundar em ajustes e aprimoramentos constantes;
Sendo assim, aquele que trabalha, por exemplo, na área de produção de uma indústria, terá
uma percepção de risco totalmente diversa daquele que atua em atividade de segurança, ou
seja, cada qual poderá ter uma visão diferenciada do mesmo risco. Daí a riqueza de uma
avaliação de risco interativa, onde os mais diversos pontos de vista irão possibilitar uma ampla
avaliação com análise e planejamento na gestão do risco.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Melhoria contínua: A cultura com relação à percepção e aos modelos de gestão de risco
sofre alteração diante do progresso social ou tecnológico. Dessa forma, o aprimoramento
das ações de prevenção e contenção dos riscos deve acompanhar o mercado, os novos
protocolos e as novas técnicas administrativas, para que o planejamento sempre possa
atingir um excelente grau de e ciência.
A gura a seguir, feita com base na norma ABNT NBR ISO 31000, descreve como se dá o
desenvolvimento deste processo de estruturação.
Figura 3
Fonte: Acervo do conteudista
Liderança e comprometimento
Como sabemos, não é possível a implantação de um planejamento em segurança sem uma
adequada análise e avaliação de risco, e sem um envolvimento da alta direção da organização,
que ajude a evitar uma possível ine ciência do plano. Caberá a alta direção, por intermédio da
con ança e liderança depositadas ao gestor em segurança, promover o reconhecimento deste,
perante os demais colaboradores, de modo a garantir o seu respeito enquanto líder durante
todo o processo.
Integração
A integração é a parte do processo de gestão de riscos responsável por fazer com que a
estrutura da organização compreenda a sua própria importância, como também é esperado
que essas estruturas possuam tarefas e metas diversas. Porém, todas acabam convergindo ao
objetivo único, que é o sucesso da organização.
Cabe à liderança da organização o papel de interação da estrutura como um todo, para que
cada parte compreenda a sua participação na gestão de risco, bem como conheça o lado que
pode ser divulgado em um nível geral, sem comprometer a estratégia de prevenção e de
contenção dos riscos e das ameaças. Neste sentido, buscar a harmonia do todo, contribui para
que os objetivos da organização sejam alcançados, sem haver qualquer inconformidade que
possa causar algum tipo de prejuízo, impedindo que o risco se torne alguma ameaça que
venha a comprometer a organização, seja em partes, ou no seu todo.
Podemos imaginar que a estrutura de uma organização é composta por várias engrenagens,
cada uma conduzindo, dentro do seu limite de força, ao objetivo pretendido, sem a exposição
do processo como um todo, estando cada parte sob supervisão e comprometida com a
segurança.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Concepção
Existindo a de nição de como a organização irá promover a sua gestão de riscos, ela deverá
ter uma preocupação permanente com fatores externos e internos, e como o aparecimento de
uma inconformidade ou a mudança de cenários, poderá ou não afetá-la.
No tocante aos fatores externos que possam vir a in uenciar a gestão de risco, direcionada à
segurança, deve-se dispor de uma atenção especial às questões de cunho político, econômico,
tecnológico, legal, tributário, ambiental, além de outros.
Quanto aos fatores internos, estes fazem parte de uma análise conjunta do gestor em
segurança, com a alta direção, ou, por alguém designado por ela.
Vários fatores devem fazer parte desta constante avaliação, como: questões estruturais,
responsabilização frente à formação de uma não conformidade com o plano de segurança,
relacionamento entre colaboradores etc.
Para um ajuste entre os responsáveis diretos pela gestão do risco e os demais colaboradores
da organização, é fundamental a interação por intermédio de um canal de comunicação que
possa receber eventuais críticas ou propostas de planejamento, de modo que a reunião de
análise crítica deva transcorrer de forma positiva, fazendo com que a colaboração dos
“atores” da reunião seja uma demonstração de que cada integrante do processo é responsável
pelo todo.
Implementação
A implementação de um plano de segurança baseado no processo de diagnóstico e avaliação
de risco é a maneira de concretizar (em estratégias factíveis) todo o enfrentamento dos riscos
frente a eventuais vulnerabilidades da organização.
A solidez do plano e sua e ciência, tem nesta etapa, uma relevante importância, pois, ela
contribuirá para o sucesso do planejamento.
Cada participação dos envolvidos no plano, no momento que ele deixa de ser teórico e passa a
ser real e concreto, demonstra toda a solidez do processo que o antecedeu, de modo que a
tomada de decisões e o monitoramento dos fatores de risco tornem-se um procedimento
calcado em dimensões mensuráveis e livres de qualquer empirismo.
Avaliação
Diante do dinamismo dos riscos, ou seja, como eles podem se apresentar no decorrer de um
lapso temporal, ante as mudanças que as relações sociais, políticas e econômicas venham a
provocar, todo planejamento deve ser ordinário e enormemente avaliado.
Para tanto, devem ser estabelecidos índices e critérios de mensuração que permitirão
constatar se o plano se mantém adequado ou se ele carece de alteração, sejam estas gerais ou
pontuais. Tais indicadores devem ser medidos em porcentagem, para que dentro de um limite
previamente estabelecido, a e ciência do que foi planejado possa ser constatada.
Melhoria
É possível imaginar que a melhoria é um processo decorrente da avaliação, ou seja, um
complemento ante as mudanças em que a organização está inserida. Por exemplo, a expansão
dos negócios e o sucesso nanceiro da organização podem indicar uma possibilidade de
implementação da gestão dos riscos e consequentemente do planejamento da segurança. A
origem da melhoria pode então estar relacionada tanto aos fatores internos, como também
aos fatores externos, ao ponto que tudo venha a garantir a e ciência do planejado.
Após o aprimoramento do plano, ou seja, sua melhoria, cabe a sua integração à organização,
fazendo com isto, que todas as demais atividades voltadas à gestão dos riscos estejam em
constante movimento (concepção, implementação, avaliação e melhoria futura).
Para nalizar, podemos deduzir que toda a estrutura de gestão de risco encontra-se em
constante movimento. Neste caso o processo de melhoria é somado aos demais para uma
permanente interação na busca de um planejamento e ciente.
A seguir, iremos identi car alguns fatores fundamentais para que um planejamento de
enfretamento de riscos ligado à segurança de uma organização, apresente bons resultados:
Figura 6
Fonte: Acervo do Conteudista
Um planejamento regular prevê a divulgação do plano às pessoas, bem como estabelece níveis
de autoridade e de responsabilidade para todos os implicados.
Ações e metas do plano de conhecimento geral deverão ser divulgadas a todos os integrantes
da organização, bem como o treinamento, quando necessário para o enfrentamento das
ameaças. Por exemplo, a integração de um efetivo da empresa na sua brigada de incêndio se
dá por intermédio da disponibilidade de treinamento, previsto no plano de segurança, bem
como a de nição daqueles que dela farão parte.
A Norma Brasileira ABNT NBR ISO 31000, assim esclarece sobre o monitoramento e a análise
crítica:
Como os processos e os fatores externos podem alterar a con guração de uma organização,
uma análise crítica diante de mudanças deverá ser um procedimento previsto no próprio plano
de segurança, uma vez que tais fatores imporão grandes, médios ou pontuais ajustes ao plano.
A análise crítica deve, desde que possível, anteceder e antever mudanças advindas de fatores
internos ou externos, e com isto proporcionar garantias para que o desenvolvimento
estratégico da organização não perca continuidade e transcorra em níveis e cientes de
segurança.
Ações de Liderança
Qualquer planejamento em segurança calcado em um diagnóstico de análise de risco deve
contar com outros fatores primordiais para sua e ciência: líderes aptos, capazes de promover
a implementação, manutenção, avaliação e responsabilização, ante a qualquer inconsistência
ou não conformidade do planejado.
Neste contexto, será amplo o papel do gestor do plano e de sua materialização, uma vez que,
será ele o grande articulador de todo o processo. Incumbirá ao gestor a responsabilidade de
interagir com a governança e a alta direção para que o planejamento possa contar com os
recursos fundamentais para sua materialização, assim como será dele o papel de desencadear
a avaliação por intermédio do processo ordinário de análise crítica (previsto para acontecer no
plano de segurança) ou extraordinário (desencadeado mediante a alteração do cenário).
Como garantidores do processo, muito mais próximo dos participantes em geral do plano,
temos os supervisores. São eles os responsáveis por acompanhar desde a implantação e a
manutenção do plano, participando também da identi cação de eventuais inconformidades e
detecção de responsabilidades. Estas incumbências tornam suas participações obrigatórias
durante o processo de análise crítica.
Figura 8
Fonte: Acervo do Conteudista
O cumprimento destas obrigações pode ser considerado como um fator externo, cujo
descumprimento pode vir a comprometer a regularidade do plano de segurança.
O monitoramento deve levar em consideração a política de enfrentamento aos riscos por parte
da organização, além de outros assuntos de interesse da gestão destes, e que estejam
diretamente ligados à segurança.
Diante do que foi descrito até aqui, podemos ter a exata noção de que o monitoramento carece
de uma ação pronta e precisa dos responsáveis, diante da responsabilidade destes em tornar o
planejamento e ciente.
Deste modo, podemos dizer que a supervisão é a “espinha dorsal” do sucesso do plano de
segurança, fundado em um diagnóstico de risco.
No que tange a resposta ao risco, devemos encará-la sobre os possíveis posicionamentos que
o plano de segurança poderá determinar.
Vejamos a seguir, quais poderão ser os caminhos de enfrentamento dos riscos, para tanto
utilizaremos os critérios descritos pelas Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras
Superiores, com sede em Viena na Áustria, mais precisamente a norma INTOSAI GOV 9130.
Diretrizes para Normas de Controle Interno do Setor Público.
Material Complementar
Sites
Associação brasileira de normas técnicas – ABNT. NBR ISO 31000. Gestão de riscos:
princípios e diretrizes
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Leitura
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ACESSO
Referências
AMARAL, F. Direito Civil: introdução. 10. ed. rev. ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. (e-book)
MORAES, A. de. Direito Constitucional. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
(e-book)