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Imagiologia por Ultrassons

Princípios Físicos

Modalidades Imagiológicas II 2

Ultrassons (US)

• Não são ondas eletromagnéticas

• Ondas mecânicas (som) cuja frequência excede
aquela que o ouvido humano é capaz de ouvir

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Modalidades Imagiológicas II 3

Imagiologia por Ultrassons

• Explora as propriedades acústicas do corpo para

produzir uma imagem dos tecidos estacionários e
com movimento

• Baseia-se na interação mecânica de pulsos de ondas

sonoras de curta duração e elevada frequência com
os tecidos do corpo, registando os ecos produzidos

Modalidades Imagiológicas II 4

Características do Som (Propagação)

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Modalidades Imagiológicas II 5

Onda de pressão

V » 1540ms-1 em tecidos moles

V = λf, 1MHz ≤ f ≤ 15MHz

Modalidades Imagiológicas II 6

Características do Som (Propagação)

• O som é uma onda mecânica que se propaga num
meio contínuo e elástico
– Compressão e rarefação das partículas que o compõem
• Compressão: deformação mecânica induzida por uma força
externa, aumentando a pressão no meio
• Rarefação: ocorre após a compressão. As partículas comprimidas
transferem energia para as partículas adjacentes, reduzindo a
pressão local

• Propagação do som só ocorre num meio (necessário

para transferência mecânica da energia)
– As “partículas” que constituem o meio experimentam um
movimento vai-vem de baixa amplitude

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Modalidades Imagiológicas II 7

Características do Som (Propagação)

• Séries de compressões e rarefações propagam-se através
do meio
• Alterações da elasticidade do meio numa determinada
localização disturbam a onda e provocam a reflexão total
ou parcial da energia
• A propagação da energia ocorre como uma frente de
onda => onda longitudinal

• Ecos e reflexões ocorrem devido às diferenças nas

propriedades elásticas do meio

• A imagem de US é produzida de numerosos pulsos de US

refletidos das interfaces dos tecidos de volta para o
receptor

Modalidades Imagiológicas II 8

Características do Som

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Modalidades Imagiológicas II 9

Características do Som (λ, f, v)

• Comprimento de onda, λ: distância
entre compressões ou rarefações
• Frequência, f: número de vezes que a
onda oscila um ciclo completo por
segundo
– Infrassom: menos de 15 Hz
– Som audível: 15 Hz a 20 kHz
– US: acima de 20 kHz
• Medicina varia de 1-2 a 10-15 MHz
• Velocidade, c: distância viajada por
unidade de tempo

𝑐 = λ𝑓

𝑐 – velocidade do US no meio
λ – comprimento de onda
𝑓 – frequência

Modalidades Imagiológicas II 10

Características do Som (λ, f, v)

• A velocidade de propagação do meio depende do
próprio meio
– Meios com elevada compressibilidade propagam o som a
uma velocidade menor

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Modalidades Imagiológicas II 11

Características do Som (λ, f, v)

Ex: Qual o comprimento de onda de um feixe de US

com frequência de 2 MHz, em tecido mole?

E com frequência de 10 MHz no mesmo meio?

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Modalidades Imagiológicas II 12

Características do Som (λ, f, v)

• A frequência do som é independente da velocidade
do som no meio
• A diferença de velocidade do som nos limites dos
tecidos é fundamental para o contraste da imagem
em imagem por US

Ex: Um feixe com 5 MHz passa de tecido mole para

gordura. Determine o comprimento de onda em cada
meio e a percentagem de mudança de comprimento de
onda. 𝜆! − 𝜆"#
∆𝜆% = 100 = −5,8%
𝜆"#

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Modalidades Imagiológicas II 13

Características do Som (λ, f, v)

• A mudança na velocidade do som entre dois meios

causa uma alteração no comprimento de onda

– O comprimento de onda determina a resolução espacial ao

longo da direção de propagação da onda
• Maior frequência permite maior resolução; menor poder de
penetração
• Menor frequência limita a resolução, mas tem maior poder de
penetração
• A frequência do US é determinada pela aplicação

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Modalidades Imagiológicas II 14

Características do Som (intensidade, escala dB)

• Intensidade é a quantidade de energia por unidade
de tempo por unidade de área
• A intensidade relativa é medida em dB (decibéis) e
pode ser calculada através de
Intensidade relativa𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (dB) = 10 log(I
𝑑𝐵 2=/I1)10 log 𝐼C
𝐼D
I1 – intensidade do do
𝐼$ - Intensidade pulso
pulsoemitido
emitido
I2 – Intensidade dodoeco
𝐼% - Intensidade ecorecebido
recebido

• Em imagiologia por US a razão entre a intensidade do pulso

enviado e do eco recebido pode chegar a 1 milhão de vezes

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Modalidades Imagiológicas II 15

Interação dos US com a Matéria

• Interações dos US com a matéria determinadas pelas

propriedades acústicas do meio

– Reflexão, refração, difusão, absorção

– Atenuação é a redução de intensidade sofrida pelo feixe de

US devido a absorção e difusão

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Modalidades Imagiológicas II 16

Interação dos US com a Matéria

• Impedância acústica, 𝑍
– Pode ser vista como a dureza e flexibilidade de um material
compressível

𝑍 = 𝜌𝑐 𝜌 – densidade (kg/m3)
𝑐 – velocidade do som no meio (m/s)

– Unidade SI: Kg/m2s

• Pode ser expresso em rayls (1 rayl = 1 Kg/m2s)

– A transferência de energia de um meio para outro depende

maioritariamente das suas impedâncias acústicas
• Grande diferença nas impedâncias acústicas resulta em grande
reflexão
• Pequena diferença de impedâncias acústicas permite a propagação
contínua da onda sonora

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Modalidades Imagiológicas II 17

Interação dos US com a Matéria

• Impedância acústica
– A transferência de energia de um meio para outro
depende maioritariamente das suas impedâncias acústicas
• Grande diferença nas impedâncias acústicas resulta em grande
reflexão
• Pequena diferença de impedâncias acústicas permite a
propagação contínua da onda sonora

– A impedância acústica origina diferenças na transmissão

e reflexão dos US => base da imagiologia por eco

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Modalidades Imagiológicas II 18

Interação dos US com a Matéria

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Modalidades Imagiológicas II 19

Interação dos US com a Matéria

• Reflexão
– Ocorre devido à diferença
das impedâncias acústicas
entre dois tecidos
– O coeficiente de reflexão
de intensidade descreve a
fração de intensidade de
som incidente que é
refletida

RI =
(Z1 - Z 2 )2
(Z1 + Z 2 )2
– O coeficiente de transmissão, T, descreve a
Para incidência perpendicular
Z1 - impedância acústica do tecido
fração de intensidade incidente transmitida
proximal à fronteira através da fronteira
Z2 - impedância acústica do tecido – Havendo conservação de energia
distal à fronteira
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Modalidades Imagiológicas II 20

Interação dos US com a Matéria

• Na interface músculo-ar, ocorre praticamente 100%

de reflexão, fazendo com que a anatomia não seja
visível através de uma cavidade com ar
• Por este motivo se utiliza um gel para efetuar
acoplamento entre o transdutor e a pele

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Modalidades Imagiológicas II 21

Interação dos US com a Matéria

• Refração
– Alteração na direção dos US transmitidos através da
fronteira quando o feixe não é perpendicular à fronteira
sin ϑ i c1
=
sin ϑ t c2
qi e qt - ângulo incidência e ângulo
refração
c1 e c2 – velocidade do som nos
meios

O ângulo de refração é
determinado pela alteração da
velocidade do som

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Modalidades Imagiológicas II 22

Interação dos US com a Matéria

• Difusão
– Ocorre por reflexão ou refração
– O feixe difunde-se em várias direções, originando textura
escala de cinzento
características na
imagem
• Muitos órgãos
têm uma
estrutura
característica que
origina uma
“assinatura” na
imagem de US

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Modalidades Imagiológicas II 23

Interação dos US com a Matéria

• Atenuação
– Perda de energia acústica ao longo da distância viajada devido a
fenómenos de difusão ou absorção
– A energia absorvida é convertida em calor nos tecidos
– O coeficiente de atenuação, com unidades dB/cm é a perda de
intensidade relativa por centímetro viajado num determinado meio

Tecido mole
0,5 dB/cm para
1MHz

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Modalidades Imagiológicas II 24

Interação dos US com a Matéria

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Modalidades Imagiológicas II 25

Produção de ultra-sons
• Efeito piezoeléctrico
– Recurso a materiais cerâmicos com propriedades
electromecânicas (Zirconato-Titanato de Chumbo) (PZT)
• Conversão de energia: Eléctrica Û Mecânica

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Modalidades Imagiológicas II 26

Produção de ultra-sons
• Efeito piezoeléctrico
– Recurso a materiais cerâmicos com propriedades
electromecânicas (Zirconato-Titanato de Chumbo) (PZT)
• Conversão de energia: Eléctrica Û Mecânica

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Modalidades Imagiológicas II

Produção de ultra-sons
• Estimulação eléctrica

– “Continuous wave”

– “Spike”

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Modalidades Imagiológicas II 28

Arquitectura dum transdutor

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Modalidades Imagiológicas II

Transdutores de ressonância
• Frequência natural de
vibração
• Frequência de vibração
depende do comprimento
de onda
• Este tipo de transdutores
emite e recebe de
preferência uma
frequência “central”

VPZT
f0 =
2d

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Modalidades Imagiológicas II

Transdutores de ressonância
• Calcular a frequência de ressonância de um transdutor em
PZT com espessura 0,38mm
VPZT
f0 =
2d

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Modalidades Imagiológicas II 31

Bibliografia
• J. Pope, Medical Physics: Imaging, Heinemann
Advanced Science, 1999

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