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CONTESTAÇÃO
I – PRELIMINAR DE MÉRITO
I.1 – Inépcia do pedido
O reclamante afirma que trabalhava na empresa de 13 de janeiro de 2010 a 25
de março de 2017, quando foi dispensado sem justa causa. Afirma, ainda, que
trabalhava de 2ª a 6ª fera, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para
refeição. Ele relata que sempre foi cumpridor de suas tarefas e prestativo para
com os prepostos da empresa. Destarte, na Reclamação Trabalhista o
reclamante requer horas de sobreaviso, entretanto a petição está carente da
causa de pedir para fundamentar o pedido.
Não assiste razão ao reclamante, pois nos termos do art. 330, §1º, I do CPC, a
petição inicial será inepta quando lhe faltar o pedido ou a causa de pedir. Assim,
na petição inicial foi apresentado apenas o pedido de sobreaviso, estando
ausente a causa de pedir, sendo, portanto, inepta.
Diante o exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito,
nos termos dos art. 485, I e art. 330, §1º, I do CPC, quanto ao pedido de
sobreaviso.
II – PREJUDICIAIS
II.1 – Prescrição Parcial
O reclamante trabalhou na empresa de 13 de janeiro de 2010 a 25 de março de
2017, entretanto a Reclamação Trabalhista foi postulada somente em 30 de abril
de 2017.
Conforme os art. 7º XXIX da CF e art. 11 da CLT, as verbas trabalhistas
prescrevem em 5 anos, contados da data do ajuizamento da ação, com base na
Súmula 308, I do TST.
Diante o exposto, requer a extinção do processo com resolução de mérito à
luz do art. 487, II do CPC, quando às verbas postuladas anteriores aos últimos
5 anos contados da data do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a
30/04/2012.
III – MÉRITO
III.1 – Periculosidade
O reclamante postulou periculosidade porque afirma que permanecia em área
de risco (subestação de energia) por 10 minutos.
Entretanto, conforme súmula 364, I do TST, será indevido o adicional de
periculosidade quando o contato se dá de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido, como
no caso em tela.
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de periculosidade.
III.2 – Bancário.
O reclamante afirmou que além de processar os jogos feitos pelos clientes,
também realizava atividade bancária referente a saques e pagamentos de
contas de serviços públicos (água, luz, gás e telefone).
Entretanto o reclamado (empregador) não explora atividade bancária e sim de
loteria, dessa maneira não faz jus aos benefícios dessa categoria, conforme
dispõem o art. 511 da CLT.
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de vantagens previstas na
norma coletivas dos bancários.
III.3 – Reintegração
O reclamante afirma que somente após duas semanas que recebeu o aviso
prévio, que decidiu inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do
sindicato dos empregados em lotéricas, para lutar por melhorias para a sua
categoria e por consequência requer a reintegração do emprego.
O pedido de reintegração não merece prosperar, pois a candidatura ocorreu no
decorrer do aviso prévio e conforme dispõe na Súmula 369, V do TST, o registro
da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de
aviso prévio ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que
inaplicável a regra do §3º do art. 543 da CLT.
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de reintegração.
III.5 – Ticket
O reclamante afirma que existe o benefício de ticket-alimentação, previsto em
acordo coletivo assinado pela sociedade empresária Beta LTDA. Mas que jamais
recebeu esse benefício durante todo o contrato.
Contudo o ticket é indevido pois o acordo coletivo juntado não foi assinado pelo
reclamante, dessa maneira este não está obrigado a respeitá-lo conforme art.
611, §1º da CLT.
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido do benefício de Ticket.
IV – REQUERMENTOS FINAIS
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Julia Leivas
OAB/RS