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Kohan
Infância.
Entre
Educação
e Filosofia
a
Autêntica
Copyright * 2003, by Walter Kohan
Coordenadores da coleção
Jorge Larrosa
IF O. Koban
Revisão
2005.
ISBN 85-7526-073-1
CDU 37
37.01
2005
Autêntica Editora
Belo Horizonte
Rua Sã 160 - Nova Floresta = 31140-290 - Belo Horizonte -
São Paulo
Rua Visconde de Ouro Preto, 227 - Consolação
C1 303609 - São Paulo/SP . “Tel: (55 11) 3151 2272
CAPÍTULO SEGUNDO
(M. Foncault)
G. Deleuze!
co sobre a infância.
!G. Deleuze. “cQué es un dispositivo?” In: E. Balbier, G. Deleuze ef. al. (Orgs).
61
“EDUCAÇÃO: E SENTIDO!
2M. Foucault. “Le style de histoire” (1984). In: DE, IV, p. 652.
À infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
3M. Foucault. “Le souci de la vérité” (1984). In: DE, IV, p. 669.
*S. Corazza. História da infância sem fim. RS: UNIJUI, 2000, p. 31.
3 Neste texto nos valemos da segunda edição de 1'Enfant et la vie familiale sous
63
“EDUCAÇÃO: ExERÊNCIA E SentiDO?
mais frágil da vida, em que uma pessoa ainda não pode satisfazer
infância não tinha o sentido restritivo que tem hoje, mas deixava
* Ibidem, p. 10-11.
te ao atual,
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
Ibidem, p. 55-56.
" Ibidem, p. 69.
p. 125 ss.
Ibidem, p. 57.
“ Ibidem, p. 17-18.
65
COLEÇÃO “EDUCAÇÃO: E Sennoo”
atendê-las melhor.
Ibidem, p. 11-12.
“e Ibidem, p. 158.
"Ibidem, p. 65.
1º Ibidem, p. 11.
» Para um resumo da polêmica nos 1970 e início dos 80, cf R. Vann. “The
66
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
2% Para uma relação dos diversos trabalhos que o mostram, cf. Vann. Op. ak,
1982, p. 288-9.
2 Já fizemos esta advertência na introdução desta parte do trabalho. Embora
poderia pensar no trabalho de Golden (Op. cit., 1990), que citamos abundan-
temente e faz um uso de testemunhas muito mais amplo, como prova de tal
sentimento na Antiguidade.
67
Coreção “Educação: E SENTIDO”
ra de uma
Adulthood”, 1987.
ram notar que essa visão atravessa tanto os autores de uma ideologia
do-se desde os anos 1960, Cf. neste sentido, A. Roig. Teoria y del
68
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
M. Foucault*
69
Coxição “EDUCAÇÃO: é SENDO”
onde
ção Física). Aplicada a uma criança, à disaplina evoca um duplo
maiúsculo.
modo que se exerce poder” e não “o modo” ou “o Poder”, E
70
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
* Talvez seja necessário insistir que “o poder não se dá, não se troca nem se
DE, HH, p. 175 ss.; “As malhas do poder” (1976). In: DE, IV, p. 184-6.
71
Co.tção "EDUCAÇÃO: ExPERIÊNCIA E SENTIDO”
um véu para O sujeito, mas aquilo por meio do que este se cons-
repressivo do poder.
» Ibidem, p. 222.
“ «Le jeu de M. Foucault” (1977). In: DE, HI, p. 299-301. G. Deleuze fez uma
e curvas de enunciação “máquinas para fazer ver e para fazer falar”), linhas de
72
À infância escolarizado dos modemos (M. Foucault)
normalizadora e o
olhar: técnicas que permitem ver sem ser visto e que induzem
“2 Ibidem, p. 154.
“ Ibidem, p. 156.
73
Cotção “EDUCAÇÃO: ExeeiênciA E SENTIDO”
desvios, tudo o que não se submete a uma regra que tem uma refe-
rência tanto jurídica quanto natural; 3) os castigos têm uma finali-
“ Ibidem, p. 158.
Ibidem, p. 159-160.
“ Ibidem, p. 160,
” Ibidem, p. 160-1.
“* Ibidem, p. 161-2.
“9 Ibidem, p. 162-3.
74
À infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
caz, mais penetrante, menos visível.! Vê-se mais sem ser visto. A
* Ibidem, p. 164-5. Vamos analisar o exame com mais detalhe no próximo item.
9 Ibidem, p. 184.
75
“EDUCAÇÃO: É
também um contrapoder).*
M. Foucault”
* Ibidem, p. 185-6.
Ibidem, p. 186-7.
Sé Ibidem, p. 187-9.
% Ibidem, p. 89-92.
Tó
A infâncio escolarizada dos modemos Vl.
sa especial-
Entre as instituições disciplinares, nos interes
a tem sido
mente a escola. A intencionalidade formadora da escol
ima
ducação
reconhecida de forma crescente: os profissionais de e
ani
da Ibidem, p. 166-171.
Covição “EDUCAÇÃO: E SENTIDO?
plinar, tanto mais se exerce sobre sujeitos cada vez mais indivi-
dualizados. Essa individualização e esse isolamento deram-se his-
da, a educação das crianças já não é mais feita no meio dos adul-
vida.“
tos, em contato direto com
ia de
Num dos seus últimos textos, Foucault reforçou a idé
mas
que nas escolas, não apenas as relações de poder, mas també
habilidades para lidar com as coisas e as fontes e mecanismos de
* Ibidem, p. 171.
“8 Idem,
Ibidem, p. 169-171.
“ p. 11.
"q
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
» Ibidem, p. 219.
Corção “EDucação: ExrERÊNCIA E SENTIDO”
verdadeiro e do falso” (M. Foucault. “Foucault” (1984). In: DE, IV, p. 632). À
numa só, designo a dimensão do fazer como de governo para chamar à aten-
80
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
estamos sendo.
ça é. Mas esse jogo (as regras que permitem jogar) não se dá nos
duo é e não é, o que ele sabe e não sabe de si, é objeto de interven-
A invenção de um professor-pastor
81
"EDUCAÇÃO: E SENTIDO”
M.
” M. Foucault. “The Subject and the Power”, 1983a, p. 208-226. O texto foi
publicado em 1982.
* Nos anos 1970, a história e a teoria econômicas proviam boas ferramentas
82
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
existia uma teoria sobre o poder, mais do que aqueles estudos baseados em
modelos legais, com uma concepção apenas repressiva do poder. Essas teo-
poder é uma força que diz não, mas não reconhecem positividade do poder,
a sua capacidade afirmativa, todo o que ele produz. Eis ali a necessidade de
1983a, p. 209).
p. 212.
1 “Nietasche, la gnéalogie, |'histoire” (1971). Im: DE, II, p. 1468.
83
como
agentes morais. Em certo sentido essas três linhas deli.
originária e fundamental);
"M. Foucault. “On the Genealogy of Ethics”, 1983b, p. 237. Ali Foucault
and the Power”, 1983, p. 214-5 e “Politics and Reason” (1979). In: Polhies,
Interviews and other writings 1977-1984, 1988, p. 61-63.
84
A infância escolarizada dos modernos (M. Foucault)
quatro planos:*
todas as ações deles, de todo o bem e o mal que eles são suscep-
detalhes;
dos; e, por último, não pode cuidar deles sem que eles revelem a
verdade sobre eles mesmos, seus mais íntimos segredos; ele deve
Ibidem, p. 68-71.
85
“EDUCAÇÃO: E SENTIDO”
do e a si mesmos.
tinham imaginado:
te. Por sua vez, a polícia não é tanto uma instituição ou mecanis-
Ibidem, p. 71.
““ Ibidem, p. 73-4.
86
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
seus fins o poder pastoral cristão. Ele mantém o que lhe serve e
muda o que não lhe resulta proveitoso. Por exemplo, lhe interes-
» Disse Foucault que depois de Kant um dos papéis da filosofia tem sido o de
87
“EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIA E SENTIDO”
tar-se; eles não saberiam o que está bem e O que está mal, como
cada aluno para que ele lhe confie seus desejos, angústias e ilu-
sões. Por último, lhe ensinará que sem alguma forma de sacrifí-
diretores que, por sua vez, são também rebanho dos administra-
Ibidem, p. 84.
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucauli)
* Ibidem, p.
p. 181,
* M, Foucault “Politics and Reason” (1979). Op. cit., 1988, p. 83.
89
“EDUCAÇÃO: ExPERIÊNCIA E SENTIDO”
M. Morey*
% «Na sua versão crítica — entendo crítica no sentido largo do termo —, a filoso-
Ibidem, p. 709-711.
an
A infância escolarizado dos modemos (M. Foucaull)
Mom A
entre elas, mas não somente, a escola — desenvolverão estratégias
Ao
cada vez mais sofisticadas que irão levando sua forma de exercer o
1m Sh, The dialectie of sex. The case for feminist revolution, 1970.
91
Corção “EDUCAÇÃO: E SenTDO”
não eram os mesmos. Umas e outros não iam à escola, para am-
ças na família traz novas regras para as relações entre pais e fi-
to para unir dois adultos, senão para servir de matriz a esse futu-
fat
“ Como consequência e
paradóxica, crianças das classes trabalhadoras estavam
ma Cf. M. Foucault. “La politique de la santé au XVIIle siêcle” (1976). In: DE,
HE, p. 19-20.
92
A infância escolarizada dos modemos (M. Foucault)
18 Trata-se do caso de Charles Jouy que primeiro teria obrigado uma menina
Ibidem, p. 387-8.
Ibidem, p. 384,
93
Coução “EDUCAÇÃO: EXPESÊNCIA E SENTIDO”
sim o diz Foucault em outro texto: “Se vocês prestarem atenção a como às
coisas são desdobradas, o que foi escrito, todas as instituições que são desen-
real, dos séculos XVIII e XIX: da sexualidade da criança.” (“La torture, c'est
la raison” (1977). In: DE, p. 396).
p. 24. Nesta obra, o autor faz uma análise detalhada do surgimento da pedago-
94
A infância escolorizada dos modemos (M. Foucault)
IA