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PROFISSIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
RIBEIRÃO PRETO
2017
1
PROGRAMA DE APRIMORAMENTO
PROFISSIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
RIBEIRÃO PRETO
2017
2
1. INTRODUÇÃO
1.1 TRAQUEOSTOMIA
3
BYRICK, 1993; LEDER, 1994), alguns autores também descrevem seus benefícios no
desmame da ventilação mecânica e da cânula de traqueostomia, porém com estudos ainda
pouco conclusivos que comprovem os mecanismos fisiológicos envolvidos (LARSON et al.,
2006; SUTT et al., 2015; SUTT & FRASER 2015; FREEMAN-SANDERSON et al., 2016).
4
medidos através da saturação periférica de oxigênio (SpO2), mostraram resultados com
diferenças significativas nos rankings de qualidade de fala, com as válvulas de Montgomery®
e Passy-Muir® classificadas significativamente melhor que as válvulas Kistner® e
Olympic®, enquanto que a válvula Olympic® mostrou-se significativamente melhor que a
válvula Kistner®. A válvula Passy-Muir® foi identificada com a melhor qualidade de fala e
exibiu o menor número de problemas mecânicos clinicamente relevantes. Contudo, a
manutenção da respiração não foi estatisticamente afetada pelo uso de nenhum dos tipos de
válvulas de fala estudadas (LEDER, 1994).
Com intúito de criar um produto brasileiro e de baixo custo, em 2002, Chone et al.
desenvolveu uma válvula de fala confeccionada em aço inox para cânulas de traqueostomia, e
estudou a possibilidade de sua utilização na reabilitação fonatória desses pacientes, testando a
em 10 pacients. Ela é constituída de um diafragma dentro de um corpo em aço inox com
encaixes de plástico, o qual permite o direcionamento do ar para a laringe durante a fonação
através da oclusão do traqueostoma assim como a abertura do mesmo na inspiração sem
necessidade de oclusão do orifício externo da cânula com uma respiração sob conforto. O
custo de produção dessa válvula de fala nacional é baixo e milhares de pacientes poderiam se
beneficiar.
5
1.4 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS VÁLVULAS DE FALA
Segundo Harris et al. (2003) existe uma íntima relação entre a fase expiratória da
respiração e a dinâmica da deglutição na fase faringea, a qual nos indivíduos normais está
associada com a presença de uma pausa respiratória tipicamente precedida por uma curta
expiração. Muitas das mesmas estruturas estão envolvidas tanto na fonação quanto na
deglutição. Durante a fonação, a restrição do fluxo de ar ao nível das pregas vocais
verdadeiras é combinada com a ativação controlada da musculatura respiratória. A deglutição
é uma função sensória motora complexa que envolve uma atividade de contração e inibição
6
de múltiplos grupos musculares do trato aéreo digestivo superior de forma coordenada e
rápida (TOLEP et al., 1996). O início do reflexo da deglutição dependende da integridade dos
mecano e quimio receptores para adequada estimulação e inibição sequencial do trato
aerodigestivo, assim possibilitando a passagem do bolo alimentar da boca para o estômago. O
disparo deste reflexo sofre influência direta da sensibilidade, característica do bolo alimentar
(textura, consistência, temperatura, volume, sabor) e da postura dos órgãos fonoarticulatórios
(ERTEKIN & AYDOGDU, 2003). O fechamento da laringe e a pausa da respiração durante a
deglutição (apneia da deglutição) são mecanismos de proteção vitais para prevenir a aspiração
de alimentos para os pulmões. A proteção das vias aéreas ocorre principalmente com a
elevação e anteriorização da laringe em direção ao osso hióide, simultaneamente a inversão da
epiglote e ao fechamento do vestíbulo da laringe que ocorre em três níveis: pregas vocais
verdadeiras, pregas vocais falsas e pela aproximação das aritenóides com a epiglote
(LOGEMANN et al., 1992; TERZI et al., 2007) ocasionando o aumento da pressão subglótica
previamente a deglutição (CAMARGO, 2010).
A interação entre deglutição e respiração foi avaliada por Paydarfar e colaboradores
(1995) em trinta indivíduos saudáveis e por Nishino e colaboradores (1985) em oito
indivíduos saudáveis. Os resultados mostraram que a maioria das deglutições começaram
durante uma fase de curta expiração, padrão que Hadjikoutis et al. (2000) e Kijima et al.
(1999) igualmente acreditam contribuir para a proteção das vias aéreas durante a deglutição.
O mecanismo envolvido na coordenação da deglutição-respiração não é totalmente
compreendido. Nishino & Hiraga (1991) demonstraram que essa coordenação foi
parcialmente mantida em pacientes inconscientes, indicando o papel dos mecanismos neurais
além dos fatores comportamentais. Além disso, o centro respiratório e o padrão central de
deglutição estão localizados no tronco encefálico, onde compartilham das mesmas estruturas.
Kijima et al (2000) realizaram um estudo sobre os efeitos das variações do volume pulmonar
na coordenação da respiração e deglutição em 11 indivíduos saudáveis com administração de
1 e 3ml de água em infusão contínua na faringe concomitante a variação de aplicação de
pressão negativa no tórax (0, 20, e 40cmH2O) e observaram que o aumento do volume
pulmonar pode influenciar na inibição e na modulação do tempo e do número de deglutições
no ciclo respiratório. Segundo os autores, mudanças semelhantes tem sido observadas durante
a hipercapnia, a qual pode causar a desabilidade da musculatura expiratória consequentemente
acasionando o aumento do drive respiratório e interferindo assim diretamente no momento da
pausa respiratória da deglutição (CRARY & GROHER, 2006; ZORATTO et al., 2010).
Terzi et al. (2007) reproduziu os estudos de Nishino et al. (1985), Smith et al.
(1989) e Preiksaitis et al. (1992) , para verificar a interação da respiração-deglutição em 10
indivíduos saudáveis e 29 com doenças neuromusculares e insuficiência respiratória crônica,
sendo 19 traquestomizados. Os pacientes traqueostomizados que podiam respirar
espontaneamente foram registrados tanto durante a respiração espontânea como durante a
ventilação mecânica, em ordem aleatória. As interações respiração-deglutição foram
investigadas por eletromiografia do queixo e pletismografia respiratória indutiva, utilizando-
se três quantidades de água (5, 10 e 15 ml) em ordem aleatória. Foi econtrado que os
voluntários saudáveis necessitavam de um único ciclo de respiração, e normalmente única
deglutição por quantidade de água, enquanto que os doentes precisavam de vários ciclos. O
aumento do tamanho da amostra de água aumentou significativamente a duração da
7
deglutição e o número de deglutições, mas não o número de ciclos respiratórios. Em um total
de 10 pacientes traqueostomizados eleitos foram realizados registros tanto durante a
respiração espontânea quanto durante a ventilação mecânica, e os resultados evidenciaram
que a ventilação mecânica foi consistentemente associada a menores tempos e número de
deglutição por quantidade de água, em comparação com a respiração espontânea. Inúmeras
hipóteses podem ser apresentadas para explicar as melhorias observadas com a ventilação
mecânica, em primeiro lugar, a deglutição provavelmente aumentou o trabalho dos músculos
respiratórios, enquanto a ventilação mecânica teve o efeito oposto, permitindo que os
músculos das vias aéreas superiores fossem utilizados apenas para a deglutição. Em segundo
lugar, alguns pacientes experimentam ansiedade durante respiração espontânea, sendo que o
alívio da ansiedade relacionada ao uso de ventilação mecânica pode melhorar a deglutição.
Terceiro, os pacientes não precisam controlar a respiração enquanto usam a ventilação
mecânica e, portanto, podem se concentrar na deglutição, o que pode melhorar o desempenho
da deglutição. Em quarto lugar, a ventilação mecânica mantém uma pressão subglótica
positiva ao longo do ciclo respiratório, o que reduz o risco de aspiração e pode melhorar a
deglutição (EIBLING & GROSS, 1996). Curiosamente, o paciente que não conseguiu deglutir
a maior quantidade de água enquanto respirava espontaneamente, realizou esta tarefa com
sucesso enquanto em ventilação mecânica. Foi identificada uma PaCO2 menor com a
ventilação mecânica em comparação com a respiração espontânea uma vez que a hipercapnia
pode alterar o desempenho da deglutição e ser corrigida pela ventilação mecânica, esse
achado também foi encontrado no estudo de Nishino et al. (1998).
8
paciente e os profissionais de saúde, a capacidade do paciente em participar de forma
significativa do seu atendimento hospitalar é bastante restrita (MANZANO et al., 1993;
PARKER, 1984; SPARKER et al., 1987).
Uma adequação da comunicação efetiva, além de permitir uma melhor adaptação
dos pacientes frente às rotinas da unidade de internação, possibilita a identificação das suas
necessidades de saúde e um cuidado humanizado (PETERSON & CARVALHO, 2011;
SUTT, 2015).
Leder (1994) buscou comparar diferentes marcas de válvulas de fala, dentre elas
Montgomery®, Passy-Muir®, Kistner® e Olympic®, comparando, entre outros achados tais
como a SpO2 e respiração, a qualidade de fala. O autor encontrou diferenças estastisticamente
significativas na qualidade da fala e funcionamento mecânico, porém a manutenção da
respiração não foi afetada quando as válvulas de fala estudadas foram comparadas entre si.
Enquanto as válvulas de Montgomery® e Passy-Muir® foram classificadas
significativamente melhor, a Passy-Muir® foi identificada com a melhor qualidade de fala e
exibiu o menor número de problemas mecânicos clinicamente relevantes.
A indicação da válvula de fala é uma alternativa para minimizar o prejuízo causado
pela ausência da comunicação verbal e depende do adequado funcionamento das cordas
vocais (BATTY, 2009). Não são todos os pacientes que se beneficiam do uso da válvula de
fala, alguns deles não conseguem se adaptar, portanto, é essencial avaliar as indicações e
contra indicações para se comunicar através dela, estabelecer um plano de cuidados eficaz
com estratégias personalizadas para as suas necessidades e garantir que toda a equipe possa
interagir multiprofissional e eficazmente objetivando a restauração da fala dos pacientes
traqueostomizados por longos períodos (HESS, 2005; GROSSBACH et al., 2011).
9
tal como a desinsuflação do cuff da traqueostomia melhora a função da deglutição (TIPPETT
& SIEBENS, 1991) e o bundle de prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica,
o qual segundo Silva et al. (2012) constitui-se por cuidados com níveis de evidência I e II,
sendo eles: higiene oral com clorexidina 0,12%, elevação da cabeceira entre 30-45°, pressão
do cuff entre 20-30cmH2O, e cuidados com aspiração das secreções.
Leder & Ross (2000) realizou o mesmo tipo de estudo de Bone et al. (1974), Elpern
et al. (1987, 1994) e Pannunzio (1996) em pacientes pré e pós traqueostomizados com risco
aumentado para aspiraçao, e não encontraram relação causal entre a traqueostomia e a
aspiração pois 95% dos indivíduos estudados exibiram o mesmo estado de aspiração antes e
após a traqueotomia. Leder et al. (1996, 1998) examinaram pacientes utilizando fluoroscopia
com uma variedade de diagnósticos, incluindo síndrome do desconforto respiratório agudo
(SDRA), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), lesão medular e câncer de cabeça e
pescoço e descobriram que o estado de oclusão da cânula de traqueostomia não alterou a
incidência de aspiração pois em metade dos pacientes estudados houve aspiração e em outra
metade não. Embora a oclusão do tubo de traqueostomia tenha mostrado efeitos positivos para
alguns pacientes, outros são incapazes de tolerar a oclusão completa, uma alternativa é a
colocação de uma válvula unidirecional. Vários estudos indicam que a colocação de uma
válvula de fala unidirecional auxilia na eliminação ou redução da aspiração em pacientes
traqueostomizados (DETTELBACH et al., 1995; ELPERN et al., 2000; STACHLER et al.,
1996).
O uso da válvula promove a restauração da pressão positiva subglótica reduzindo a
aspiração traqueal, melhora da limpeza das vias aéreas por meio do reflexo de tosse, melhora
na sensibilidade laríngea e faríngea, diminuindo ocorrência de aspiração traqueal e
pneumonias aspirativas, melhora da proteção de vias aéreas, reduzindo assim possíveis
traumas da mucosa traqueal e infecções (MASON & WATKINS, 1992; PASSY, 1986; FREY
& WOOD, 1991; LICHTMAN et al., 1995). No entanto, Leder (1999), afirma que a válvula
unidirecional não tem efeito sobre a incidência de aspiração, pois os indivíduos que
apresentavam aspiração antes da introdução do dispositivo igualmente apresentavam após sua
instalação, assim como os indivíduos que não apresentavam aspiração antes da introdução da
válvula de fala mantiveram o quadro mesmo após sua instalação. Portanto, mais estudos que
utilizem medidas quantitativas são necessários para avaliar a autêntica influência da válvula
de fala na redução do risco de aspiração.
10
Foram adequados os volumes e as pressões de acordo com a necessidade basal de cada
paciente, objetivando manter uma SpO2 maior que 95%. Os 15 pacientes mantiveram uma
SpO2 acima de 95%, e não tiveram problemas na adaptação das mudanças de volume
ventilatórios para manter o nível da SpO2 acima de 95%. Foi concluído que as adaptações
necessárias de pressões e volumes ventilatórios parecem ser bem aceitos por todos os
pacientes, contudo os novos volumes gerados pelos ventiladores mecânicos precisam ser
regulados assiduamente para garantir uma adequada oxigenação do sangue.
O estudo realizado por Lichtman et al., (1995) buscou testar a hipótese de que o uso
de uma válvula de fala resulta em diminuição de secreções totais, melhora da oxigenação e
olfato, estudando 8 pacientes traqueostomizados. Para investigar se o uso da válvula reduz a
necessidade de aspirações, os pacientes foram aspirados, utilizando um dispositivo de sucção
portátil, da cavidade oral e cânula de traqueostomia 15 minutos antes do início do período de
medição de 24 horas, durante o período de 24 horas os pacientes foram aspirados de acordo
com suas necessidades e no final do período de 24 horas. Todas as secreções acumuladas (não
incluindo a quantidade aspirada 15 minutos antes do início do período de 24 horas, mas
incluindo a quantidade final no final do período de tempo) foram medidas em tubos de
recolha calibrados. Utilizou-se solução salina para lavar a tubagem de sucção e registou-se a
quantidade de solução salina utilizada para cada descarga e esta quantidade foi subtraída da
quantidade total de líquido recolhido durante o período de 24 horas. A pressão arterial de
oxigênio (PaO2) foi medida coletando uma amostra de sangue arterial para análise obtida 1
hora antes da remoção da válvula de fala, enquanto a SpO2 foi avaliada de forma não invasiva
através da utilização de um oxímetro durante o período de 24 horas e os valores registrados a
cada 1 hora. O olfato foi avaliado através da utilização de 20 aromas diferentes colocados em
garrafas de polietileno apresentados ao paciente duas vezes (ordem aleatória). O resultado
encontrado foi que o uso da válvula não resultou em qualquer redução de PaO2 e SpO2, e
sugere que em grupos seleccionados de doentes com baixa PaO2 e SPO2 em repouso, o uso da
válvula de fala possa ter efeitos benéficos na oxigenação arterial, outro achado foi diminuição
significativa nas secreções e melhorias no olfato.
Leder (1994) buscou avaliar 4 diferentes tipos de válvulas de fala (Montgomery®,
Passy-Muir®, Kistner® e Olympic®) e de acordo com suas avaliações estabeleceu rankings
perceptivos de qualidade da fala, analisou o funcionamento mecânico e a manutenção da
respiração, medida através da SpO2. As válvulas foram testadas em adultos e para as medidas
de SpO2 utilizou-se um oxímetro de pulso (Criticare Systems®, Inc., 502) em todos os
indivíduos durante toda a sessão de gravação da qualidade perceptiva da fala. Embora as
válvulas sejam construídas de forma diferente e variem quanto aos mecanismos de fecho, não
houve alteração na manutenção da respiração medida pela SpO2. Os participantes não tiveram
dificuldade em respirar, objetiva ou subjetivamente, enquanto usavam as válvulas, como
evidenciado pelos níveis de SpO2 na faixa de 90% em todos os momentos. Contudo, não se
sabe se os resultados podem ser reprodutíveis em outras situações, como em crianças, as quais
possuem vias aéreas menores em relação aos adultos. Além disso, doenças neurológicas
degenerativas e lesões cerebrais traumáticas podem suprimir o esforço respiratório, sendo que
a resistência mecânica causada pelo uso da válvula durante a respiração e o desvio da
expiração da cânula de traqueostomia para a via aérea superior podem afetar negativamente a
respiração e a oxigenação nessas populações.
11
1.9 DESMAME E DECANULAÇÃO
12
tempo da cânula de traqueostomia e ventilação mecânica, duração da permanência na UTI e
no hospital, tempo até a ingestão oral, qualidade de vida. O estudo totalizou 30 pacientes
divididos em dois grupos, sendo um de intervenção precoce que recebeu desinsuflação
precoce do manguito e inserção de uma válvula de fala durante a ventilação mecânica,
enquanto o grupo controle recebeu desinflação padrão do manguito e inserção de uma válvula
de fala durante a respiração espontânea. O tempo para a fonação foi o resultado primário,
medido a partir da inserção de traqueostomia para a capacidade de contar de 1 a 10 usando
voz e relatado em dias. Os desfechos secundários foram duração da canulação da
traqueostomia, duração da ventilação mecânica, tempo de permanência em UTI, tempo de
internação, tempo de ingestão oral, segurança e qualidade de vida. A duração da cânula do
cânula de traqueostomia foi medida a partir da inserção da traqueostomia até a decanulação e
relatada em dias, a duração da ventilação mecânica foi medida a partir da inserção da
traqueostomia até 24 horas de ausência de ventilação por pressão positiva e relatada em dias,
a duração da permanência na UTI e a duração da internação foram relatadas em dias, o tempo
até o início da ingestão oral foi medido a partir da inserção da traqueostomia para o início da
ingestão oral de líquido ou alimento e foi relatado em dias. O estudo encontrou que a
intervenção precoce acelerou significativamente o retorno à fonação sem efeito significativo
na duração da cânula de traqueostomia, duração da ventilação mecânica, tempo de
permanência na UTI, ou tempo para retornar à ingestão oral, sendo que os eventos adversos
foram baixos e iguais em ambos os grupos e não houve mudança significativa nas medidas de
qualidade de vida. Portanto, conclui-se que estudos adicionais com maior número de
participantes precisam ser realizados para replicar esses achados, monitorar a segurança do
uso da válvula de fala pelo paciente e confirmar benefícios clínicos com este tratamento
específico.
Speed & Harding (2013) conduziu uma revisão sistemática sobre o cuidado
multidisciplinar para pacientes traqueostomizados e encontrou baixa qualidade de evidência
sobre o impacto do cuidado multidisciplinar de pacientes traqueostomizados na redução do
tempo de traqueostomia e no aumento do uso de válvula de fala para pacientes que levam ao
aumento da qualidade de vida. Igualmente, existe insuficiente evidência sobre a redução de
permanência hospitalar ou em UTI. Outro estudo realizado por Johnson et al. (2009)
utilizando um manômetro como método de avaliação, mostrou que a decanulação é
recomendada para pacientes que toleram a oclusão da traqueostomia e não necessitam da
mesma para o controle da secreção ou ventilação com pressão positiva. Sutt et al. (2015)
avaliou o efeito da utilização de válvulas de fala em paciente com acometimentos
cardiotorácicos traqueostomizados internados em UTI e dependentes de ventilação mecânica
prolongada, na duração da ventilação mecânica e tempo de comunicação verbal e encontrou
uma comunicação verbal precoce, ausência de efeitos prejudiciais no tempo de desmame do
ventilador e ausência de alterações no tempo de decanulação.
Portanto, os estudos analisados não comprovam se o uso da válvula de fala promove
uma redução no tempo de decanulação, mas pode ser utilizada para ajustar o padrão
respiratório mais próximo do fisiológico previamente a decanulação.
2. OBJETIVO
13
Realizar uma revisão sistemática sobre estudos que avaliam a influência da válvula de
fala no desmame da ventilação mecânica, no tempo de traqueostomia e mecânica respiratória.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzidas nas seguintes bases de dados PubMed, Lilacs e Cochrane,
utilizando os seguinte unitermos, “speech valve and weaning from mechanical ventilation”,
“speech valve and intensive care unit”. A pesquisa foi realizada de Novembro de 2016 a
Janeiro de 2017.
A seleção dos artigos encontrados foram feitas por dois revisores, buscando os
seguintes critérios: pacientes adultos e traqueostomizados, com uso de válvula de fala e
correlacionando instalação da válvula com tempo de desmame da ventilação mecânica e
traqueostomia e influência da válvula na mecânica pulmonar.
Os resultados foram analisados e os dados organizados em tabela para propósito de
comparação de características e resultados dos estudos incluídos.
4. RESULTADOS
14
4.3 Características dos estudos
4.3.1 Configurações/População
15
válvula de fala no ventilador mecânico, traqueostomia permamente (FREEMAN-
SANDERSON et al., 2016; SUTT et al., 2016; SPEED & HARDING, 2013).
Quatro estudos recrutaram participantes do departamento de cuidados intensivos
(FREEMAN-SANDERSON et al., 2016; SUTT & FRASER, 2015; SUTT et al., 2016; SUTT
et al., 2015), um não é especificado (PRIGENT et al., 2010), e em outro os estudos
investigaram equipes de traqueotomia que revisaram os pacientes transferidos da UTI para
uma enfermaria geral, pacientes tanto nas enfermarias gerais como na UTI e um estudo que
não especificou se os pacientes estavam na enfermaria, UTI ou ambos (SPEED & HARDING,
2013). O implante da traqueostomia consistiu de percutânea e cirúrgica em todos os estudos.
4.3.3. Desfechos
4.4. Resultados
16
Tabela 1 Características dos estudos
Detalhes Nº participantes Tipo de Tempo de Tempo de Tempo de Outros fatores Benefícios
do estudo válvula de VM traqueostomia desmame analisados encontrados
Controle Intervenção fala
Freeman- 30 Passy Muir Sem diferença Sem diferença Sem diferença SpO2, frequência Redução no tempo
Sanderson estatística estatística estatística cardíaca, pressão de retorno à
et al (2016) 15 15 arterial sistólica, fonação, baixo
escala de coma de número de efeitos
Glasgow, tempo de adversos
permanência
hospitalar, segurança,
qualidade de vida,
tempo de retorno da
ingestão oral
Sutt & 274 Passy-Muir Não avaliado Sem diferença Sem diferença Escores SOFA e Redução de dias ao
Fraser estatística estatística APACHE III, e tempo retorno da fonação,
129 145
(2015) de sobrevida na UTI aumento do uso de
VF em ventilação
mecânica, ausência
de deteriorização
da associação da
VF à resultados
ventilatórios e/ou
respiratórios
Sutt et al 20 Passy Muir Não avaliado Não avaliado Não avaliado PEEP, FiO2, SpO2, Manutenção do
(2016) pressão de vias aérea volume pulmonar
- 20 (Paw) durante o uso da
VF e 15 minutos
após sua remoção,
redução do EtCO2
17
e da frequência
respiratória com o
uso da VF
Prigent et 10 Passy Muir Não avaliado Não avaliado Não avaliado PEEP, tempo de Disponível todo
al (2010) leitura de texto, escore volume insuflado
- 10
perceptivo, escore de para a fala e
inteligibilidade, manutenção da
conforto de fala e frequência
conforto respiratório respiratória com o
uso da VF
Sutt et al 129 Passy Muir Sem diferença Sem diferença Sem diferença Tempo d retorno da Redução no tempo
(2015) estatística estastística estatística ingestão oral, escores de traqueostomia
56 73 APACHE III e SOFA ao estabelecimento
de comunicação
verbal, sem efeitos
adversos
relacionados com a
introdução da VF
Speed & 769 Não Não avaliado Não avaliado Não avaliado APACHE II, escala de Redução no tempo
Harding especificado coma de Glasgow de traqueostomia,
(2013) 305 466 marcas e internação
modelos hospitalar e
utilizados internação em UTI,
aumento no uso de
VF com a
implantação de
uma equipe de
traqueostomia
18
4.4.2. Tempo de desmame da ventilação mecânica
4.4.3. Efeitos do uso de uma válvula de fala versus pressão positiva expiratória final
(PEEP).
No estudo de Prigent et al. (2010) foi avaliado o efeito da válvula de fala versus
PEEP extrínseca de pacientes neuromusculares traquestomizados dependentes de ventilação
mecânica. As mensurações de fluxo aéreo foram feitas através de um pneumotacógrafo.
Observado que o uso de válvula de fala com baixos níveis de PEEP promove boa qualidade
de voz e maior segurança ao paciente, sugerindo que uso de válvula de fala e ventilação
mecânica pode gerar riscos ao paciente, pois em caso de oclusão de vias aéreas superiores
pode causar danos ao paciente, e ainda relata que a válvula juntamente com a ventilação
mecânica causa aumento da resistencia inspiratória dificultando disparo do ventilador. No que
se refere a segurança, conclui que usar ajuste de PEEP no ventilador para produção da fala é
mais seguro do que usar a válvula.
Segundo Suitt et al. (2016) a válvula de fala pode ser considerada funcionalmente
como uma válvula de PEEP na traqueostmomia, por analise de tomografia por impedância
elétrica em pacientes com válvula de fala observou que ao desinsulflar o cuff e direcionar o ar
para vias aéreas superiores pode facilitar o recrutamento pulmonar.
19
cardiotorácicas, sendo que a extrapolação desses dados para pacientes com diferentes
condições patológicas pode não ser conhecida; baixa duração do estudo; pequena amostra de
pacientes não sendo possível comparar os resultados de pacientes semelhantes em dois grupos
com o objetivo de obter dados mais precisos sobre o potencial impacto das válvulas de fala no
tempo de decanulação; e diferentes válvulas de fala disponíveis em um mesmo estudo.
5. DISCUSSÃO
20
Alguns autores trazem como benefícios secundários da válvula de fala, efeitos
pulmonares, o que tem aberto novas aplicações clínicas desse dispositivo como algo maior
que somente restauração da fala e deglutição, mas também um coadjuvante para o processo de
desmame da ventilação mecânica e decanulação, mas esses benefícios ainda precisam ser
melhores comprovados. Como os grupos analisados nessa revisão são heterogênio, são
necessários mais dados para investigar se o uso precoce da válvula de fala poderia de fato
facilitar o desmame da ventilação mecânica, decanulação e quais alterações fisiológicas estão
envolvidas. A princípio, pode-se concluir que o seu uso não é deletério, quando bem indicada
mas requer atenção de toda a equipe de saúde para evitar obstrução de vias aéreas superiores e
insulflação do cuff na presença da válvula, pois essas condutas podem ser fatais ao usuário.
Com relação a parâmetros de volumes pulmonares, o estudo de Sutt et al., (2015)
detectou um aumento significativo dos volumes pulmonares expiratórios finais, assim como
uma melhor mobilidade diafragmática durante o uso das válvulas de fala. O tempo de
desmame da ventilação mecânica e decanulação associado ao uso de válvula de fala foi
analisado em 3 estudos e não foi encontrado diferenças estastísticas no tempo de desmame
e/ou no tempo de traqueostomia (FREEMAN-SANDERSON et al., 2016; SUTT & FRASER,
2015; SUTT et al., 2015). Desses 3 estudos apenas no estudo de Sutt et al. (2015), os
pacientes avaliados no ano de 2012 tiveram acesso à comunicação verbal por um período
significativamente mais longo (8 dias) em relação aos pacientes avaliados no ano de 2011 (1
dia). Com relação ao tempo de ventilação mecânica não foi encontrado diferença
estastisticamente significativas nos estudos de Freeman-Sanderson et al. (2016) e Sutt et al.
(2015), e nos outros estudos esse critério não foi avaliado (SUTT & FRASER, 2015; SUTT et
al., 2016; PRIGENT et al., 2010; SPEED & HARDING, 2013). Somente 2 estudos utilizaram
e descreveram as medidas de mecânica pulmonar através de avaliações por tomografia por
impedância elétrica e o pneumotacógrafo (SUTT et al., 2016; PRIGENT et al., 2010).
No estudo de Prigent et al. (2010) foi avaliado o efeito da válvula de fala versus
PEEP de pacientes neuromusculares traqueostomizados dependentes de ventilação mecânica.
As mensurações de fluxo aéreo foram feitas através de um pneumotacógrafo. Observado que
o uso de válvula de fala com baixos níveis de PEEP promove boa qualidade de voz e maior
segurança ao paciente, sugerindo que uso de válvula de fala e ventilação mecânica pode gerar
riscos ao paciente, pois em caso de oclusão de vias aéreas superiores pode causar danos
fatais, e ainda relata que a válvula juntamente com a ventilação mecânica causa aumento da
resistência inspiratória dificultando disparo do ventilador. No que se refere a segurança,
conclui que usar ajuste de PEEP no ventilador para produção da fala é mais seguro do que
usar a válvula. Esse estudo foi realizado objetivando o uso de válvula para prudução de fala e
não como um recurso para auxilio das funções pulmonares. Em contrapartida os achados de
Suitt et al. (2016) a válvula de fala pode ser considerada funcionalmente como uma válvula de
PEEP na traqueostmomia, por análise de tomografia por impedância elétrica em pacientes
com válvula de fala observou que ao desinsulflar o cuff e direcionar o ar para vias aéreas
superiores pode facilitar o recrutamento pulmonar.
O estudo desenvolvido por Freeman-Sanderson et al. (2016) foi o primeiro estudo
randomizado controlado de um tratamento direcionado para o início da fala em pacientes
ventilados mecanicamente. A intervenção precoce e direcionada por equipes de
fonoaudiologia para pacientes traqueostomizados durante a ventilação mecânica resultou em
21
retorno da fala em média de 11 dias se comparado com pacientes analisados antes do período
da intervenção, porém não houveram diferenças no tempo de duração da ventilação mecânica,
tempo de canulação da traqueostomia ou duração do tempo de internação hospitalar.
As válvulas de fala vem se tornando parte do cuidado padrão de pacientes
traqueostomizados e ventilados mecanicamente em UTI durante os últimos anos, resultam em
uma situação em que ter um paciente traqueostomizado não verbalizando é uma exceção.
Poucos estudos indicam aumento dos volumes pulmonares expiratórios finais e melhor
mobilidade do diafragma durante o uso de válvulas de fala. Sutt et al., (2015) confirmam
ainda os potenciais benefícios do uso do dispositivo, dentre eles a facilitação do recrutamento
pulmonar durante e após o uso de uma válvula de fala através da restauração do fluxo de ar
através da via aérea superior. Contudo, levanta algumas questões sobre as práticas de
reabilitação, como por exemplo qual é o ponto fisiológico favorável à recuperação do
diafragma, ou se há grande exigência clínica dos pacientes que utilizam uma válvula de fala
ao longo do dia enquanto ainda ventilados mecanicamente. Segundo Sutt & Fraser (2015),
portanto, é concluído que mais pesquisas são necessárias para esclarecer o papel das válvulas
de fala no desmame desses pacientes.
6. CONCLUSÃO
Existe poucas evidências que demostre que o uso da válvula de fala possa acelerar o
processo de desmame da ventilação mecânica e no tempo de permanência com cânulas de
traquestomia. Os resultados dos estudos realizados com vávula de fala buscam avaliar
qualidade de emissão de voz focando assim na comunicação, não objetivando estudar sua
aplicação para fins de melhora nas funções pulmonares e auxilio no processo de desmame,
bem como redução do tempo de internação hospitalar. Portanto, os achados desses estudos
foram inconsistentes e atualmente as evidências são insuficiente para determinar se o uso de
válvulas de fala melhoram a função pulmonar e se esse dispositivo pode ser utilizado para
acelerar o processo de desmame da ventilação mecânica e decanulação.
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