O surgimento do herói se da por meio da encarnação de ideias e inspirações
de figuras para criar um mito de origem da República, a construção desses heróis teve grandes dificuldades para acontecer pelo fato de que o novo regime precisava desse símbolo para referenciar identidades coletivas com o intuito de atingir o pensamento e a cabeça do cidadão que servia determinado regime político. Há distintos heróis, os que surgem por meio das lutas e da forma com que acontecem, e há aqueles que são escolhidos de forma cautelosa. Como o povo não participava realmente da escolha e implantação dos regimes , a criação do herói é feita para que haja uma compensação. A escolha desse herói tem intuito de fazer com que exista uma forma identidade que corresponda e seja valorizado pela nação. Apesar disso, nessa tentativa de fazer heróis, muitas figuras vão ser ridicularizadas. No Brasil, a tentativa de transformar os participantes do 15 de novembro em herói surge por meio de exaltação em prosas, jornais, e até mesmo viram nomes de ruas e praças, por exemplo. O autor fala de figuras que são consideras heróis, chegando a exemplificar, como é o caso do Deodoro, herói republicano, não por conta da chefia do movimento militar que fez a derrubada da Monarquia ,mas sim por sua jornada no 15 de novembro, o que fazia com que ele fosse identificado com o exército, assim como, Floriano Peixoto que resistia às revoltas e inspirou o jacobinismo republicano do Rio de Janeiro, sendo destacado na memória popular desse estado, porém, podendo ser herói só de um tipo de república, no caso, a jacobina e não a que foi construída de forma lenta. Somente o 15 de novembro não oferece essas criações de mitos o suficiente, a participação popular nessa escolha heroica é quase nula, e muitos desses candidatos a heróis não possuem estrutura exigida para o papel , já que em 1870 estes não pertenciam a propaganda. Deodoro e Floriano só se tornaram heróis de guerra após sua participação na proclamação da república, mitificando a figura dos dois.