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MÉTODOS CONSTRUTIVOS ESTRUTURAS

INTRODUÇÃO
As edificações (ou seja, as construções relativamente permanentes que construímos sobre
um terreno para fins habitáveis) se desenvolveram ao longo da história, partindo de
abrigos rudimentares feitos com galhos de árvores, adobe e pedra até chegar às
construções sofisticadas atuais, construídas em concreto, aço e vidro.
No decorrer da evolução da tecnologia da construção, algo que tem permanecido
constante é a presença permanente de algum tipo de sistema estrutural capaz de suportar
as forças da gravidade, do vento e, com frequência, dos terremotos.

6.500 a.C.: Mehrgarh (Paquistão).


5.000 a.C.: Banpo, China.
Casas de adobe compartimentadas.
Casas em forma de cabana
que usam pilares grossos
para sustentar suas
coberturas.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
SISTEMA ESTRUTURAL
Os sistemas estruturais podem ser definidos como conjuntos estáveis de elementos
projetados e construídos para agir como um todo no suporte e na transmissão seguros de
cargas aplicadas ao solo, sem exceder os esforços permissíveis dos componentes.
Ainda que as formas e os materiais dos sistemas estruturais tenham evoluído conforme os
avanços tecnológicos e culturais, sem falar nas lições aprendidas a partir dos inúmeros
colapsos estruturais, eles ainda são fundamentais para a existência de todas as
edificações, independentemente de sua escala, contexto ou uso.
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
A concepção de uma forma implica
na concepção de uma estrutura e,
em consequência, dos materiais e
processos para materializá-la.
A estrutura e a forma são um só
objeto, e, assim sendo, conceber
uma implica em conceber outra e
vice-versa.
A forma e a estrutura nascem
juntas. Logo, quem cria a forma cria
a estrutura.
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
Uma coisa é conceber a estrutura,
outra é dimensioná-la para que
seja capaz de suportar as
condições de trabalho às quais
estará submetida. Conceber é
compreender, entender e ser
capaz de explicar.
Conceber algo não significa
necessariamente materializá-lo. A
concepção da estrutura é anterior
ao seu dimensionamento, ou seja,
à sua quantificação.
SISTEMA ESTRUTURAL
O sistema estrutural é necessário para sustentar a pele da edificação, bem como seus pisos
internos e paredes externas e internas; além disso, transfere as cargas impostas para a
subestrutura.
▪ Os pilares, as vigas e as paredes portantes sustentam as estruturas do piso e do telhado.
▪ As estruturas de piso são as bases planas e niveladas do espaço interno que sustentam
nossas atividades internas e o mobiliário.
▪ As paredes estruturais internas e as paredes internas não portantes subdividem o interior
da edificação em unidades espaciais (cômodos).
▪ Os elementos que resistem aos esforços laterais são lançados para fornecer estabilidade
lateral.
SISTEMA
ESTRUTURAL
PELE
A pele ou vedação externa de uma edificação
(composta pela cobertura e pelas paredes
externas, janelas e portas) fornece proteção e
abrigo para os espaços internos da edificação.
▪ A cobertura e as paredes externas protegem
os espaços internos contra os rigores do clima,
e também controlam a umidade, o calor e o
fluxo de ar através das diversas camadas de
uma construção.
▪ As paredes externas e a cobertura também
reduzem os ruídos e proporcionam segurança e
privacidade para os usuários da edificação.
▪ As portas possibilitam o acesso físico.
▪ As janelas fornecem o acesso da luz, do ar e
das vistas.
VIGAS
Viga é um elemento estrutural horizontal das
edificações, geralmente utilizada no sistema laje-viga-
pilar. Servem de apoio para lajes e paredes,
conduzindo suas cargas até os pilares
VIGAS
Viga é um elemento estrutural horizontal das
edificações, geralmente utilizada no sistema laje-viga-
pilar. Servem de apoio para lajes e paredes,
conduzindo suas cargas até os pilares
VIGAS
VIGAS
VIGAS
PILARES
Os pilares são componentes
estruturais rígidos e relativamente
esbeltos, projetados principalmente
para suportar os esforços de
compressão axiais que são aplicados
às extremidades dos componentes.
PILARES
A ruptura ocorre quando os esforços diretos
gerados pelas cargas axiais excedem a
resistência à compressão do material presente
na seção transversal.
Uma carga excêntrica, porém, pode produzir a
flambagem e gerar uma distribuição desigual de
esforços na seção.
PILARES
Os pilares longos e esbeltos estão sujeitos à ruptura por flambagem, e não
por esmagamento. A flambagem é a súbita instabilidade lateral ou de
torção de um componente estrutural esbelto, induzida pela ação de uma
carga axial antes que o limite elástico do material seja atingido.
Quando está submetido a uma carga de flambagem, o pilar começa a
defletir lateralmente e não consegue produzir os esforços internos
necessários para restaurar sua condição linear original. Qualquer
carregamento adicional faria com que o pilar defletisse ainda mais,
resultando na ruptura por flambagem.
PILARES
O contraventamento lateral consegue reduzir o
comprimento efetivo de um pilar.
Essa redução é mais eficaz quando o sistema de
travamento ocorre em mais de um plano.
PILARES
▪As seções de aço estão mais sujeitas à flambagem.
▪Um pilar de concreto armado apresenta, em termos de área de projeção, um valor
50% maior que o correspondente em aço, mas um custo bem inferior, da ordem de 1/3
do aço.
▪A madeira apresenta uma área de projeção aproximadamente 70% maior que a do
concreto, com um custo 50% superior. A opção por um pilar de madeira depende
normalmente de fatores estéticos.
▪No aço e concreto o espaçamento entre 4 e 6 metros são os ideais, desde que
possíveis segundo o projeto arquitetônico.
▪Na madeira o espaçamento fica entre 3 e 4 metros.
▪Os pilares de aço e concreto permitem maiores comprimentos sem grandes
dificuldades construtivas. A madeira, por ser fornecida em barras com comprimentos
não muito generosos, exige emendas nem sempre fáceis de ser executadas.
PILARES
PILARES
PILARES
PILARES
PILARES
LAJES
Lajes são estruturas que realizam a interface entre pavimentos de uma edificação, podendo dar
suporte a contrapisos ou funcionar como teto. Geralmente, apoiam-se em vigas, que por sua vez,
apoiam-se em pilares e realizam a distribuição adequada da carga da edificação.

Sua concepção estrutural é de uma placa em que duas dimensões (comprimento e largura) são
muito superiores à terceira, que é a espessura, com cargas transversais a ela e submetida à flexão.
Os critérios de projeto são a resistência à ruptura e a espessura em si. Lajes mais esbeltas podem
ser seguras à ruptura, mas causam insegurança ao usuário por conta de flechas muito grandes ou
vibrações excessivas.

Quando não são apoiadas sobre vigas, mas apenas sobre pilares, ainda deve-se contar com o efeito
de puncionamento. Para isso, dimensiona-se e constrói-se capitéis na interface pilar/laje.
LAJES
LAJES MACIÇAS
A solução clássica em lajes é o tipo maciça. É
uma placa formada por concreto armado,
responsável por resistir esforços à tração e à
compressão. Utiliza-se em pequenos vãos,
onde a espessura de concreto armado em
compressão é pequena, como residências.

Nada impede seu uso em vãos maiores, mas


há o inconveniente de aumentar muito o
peso próprio da estrutura e desperdiçar
material sem ganho expressivo de
resistência. Por isso, avalia-se outras soluções
para edifícios comerciais, grandes vãos e
outros casos.
LAJES
LAJES TRELIÇADAS
As lajes treliçadas são lajes pré moldadas. É uma
solução que envolve vigotas em concreto com
armaduras no formato de treliça. Sobre eles, são
colocadas preenchimento cerâmicos ou EPS. Por fim,
recobre-se com uma camada de concreto.

Esse tipo de laje oferece menor peso próprio do que


as maciças, além de reduzir a demanda por formas e,
por conseguinte, a geração de resíduos no canteiro
de obras. Também são bastante utilizadas em
edificações uni e multifamiliares, por sua praticidade
e economia.
LAJES
LAJES TRELIÇADAS
LAJES
LAJES ALVEOLARES
Assim como as lajes treliçadas, outra solução que
envolve pré-fabricados é a laje alveolar. Seu nome se
justifica pela presença de dutos ou alvéolos no
interior das placas pré-moldadas que são utilizadas
em sua produção.

Diferentemente de todos os outros modelos,


apresenta a vantagem de tornar mais enxuto o
cronograma de execução, melhorando a gestão do
empreendimento de construção.

Grandes edifícios como depósitos e estacionamentos


podem ser concebidos com lajes alveolares. Por um
lado, elimina-se a necessidade de cimbramento e,
por outro, é preciso utilizar equipamentos para içar
as peças.
LAJES
LAJES NERVURADAS
Elas são constituídas por um
conjunto de vigas que se cruzam,
solidarizadas pela mesa. O grande
diferencial visual da laje nervurada
para a maciça é a existência do
espaço vazio na região entre as
nervuras, criadas pelas fôrmas
instaladas sobre as escoras.
COBRIMENTO
Em estruturas de concreto, o cobrimento
adequado das armaduras tem como função
principal garantir proteção física e química para
os vergalhões de aço.
Falhas nessa barreira significam sujeitar as
armaduras às agressões do meio ambiente, que
induzem à corrosão do material e comprometem
a capacidade de suporte de carga de toda a
estrutura.
Quando a proteção é insuficiente em relação à
agressividade de um ambiente, as manifestações
patológicas surgem em poucos anos, levando ao
desplacamento do cobrimento, à fissuração
intensa, ao desaparecimento das armaduras e,
em último grau, à deformação e ao colapso da
estrutura.
COBRIMENTO
A circulação indiscriminada de trabalhadores sobre as
lajes interfere no posicionamento das armaduras
mesmo com o uso de espaçadores”, alerta, lembrando
que esse tipo de deslize pode implicar em áreas com
falhas de cobrimento, mesmo em uma estrutura bem
projetada.
COBRIMENTO
VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA
A cada caminhão de concreto devem ser retiradas
amostras e moldagem do corpo de prova (CP) para o teste
de resistência. Esse teste é feito em laboratório por meio
do ensaio de compressão axial.

Logo após a moldagem, os corpos-de-prova, devidamente


identificados (data, local, etc), deverão ser cobertos com
um pano molhado e deixados no mesmo local por um
período mínimo de 24h, a seguir desmoldados e levados
para a cura em um tanque de em câmara úmida ou imersão
até a idade do ensaio à compressão e a tração (3, 7 ou 28
dias).

No laboratório de concreto os corpos de prova cilíndricos e


prismáticos, após a cura, serão colocados na respectivas
prensas para o ensaio de compressão axial e para o ensaio
a tração a flexão.
VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA
Rupturas colunares, como
Esta é a ruptura ideal de as demonstradas na foto
um corpo de prova acima, são mais raras. Elas
cilíndrico, com forma de indicam que pode estar
ampulheta havendo uma pequena
influência da preparação
de topo do corpo de prova,
no resultado.

Este é o segundo tipo de Ruptura de topo ou de pé


ruptura mais confiável. demonstram, claramente,
Um teste que resulte em que a aplicação de carga foi
um efeito assim sobre o muito irregular ou que a
corpo de prova pode ser extremidade do corpo de
considerado normal e prova apresenta alguma
aceitável. falha em sua constituição.
CARREGAMENTOS
CARGAS VERTICAIS

Esta Norma fixa as condições exigíveis para


determinação dos valores das cargas que devem
ser consideradas no projeto de estrutura de
edificações, qualquer que seja sua classe e
destino, salvo os casos previstos em normas
especiais.
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO SOBRE AS LAJES
CARREGAMENTOS
CARGAS VERTICAIS (PESO PRÓPRIO)
CARREGAMENTOS
CARGA OCUPAÇÃO
CARREGAMENTOS
CARGAS HORIZONTAIS

Esta Norma fixa as condições exigíveis na


consideração das forças devidas à ação estática e
dinâmica do vento, para efeitos de cálculo de
edificações.
CARREGAMENTOS
CARGAS HORIZONTAIS

Isopletas da velocidade básica Vo (m/s)


CARREGAMENTOS
CARGAS HORIZONTAIS
CARREGAMENTOS
CARGAS HORIZONTAIS
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO

O processo de dimensionamento se dá de
forma oposta ao processo construtivo. Na
construção as edificações são iniciadas pela
base, já no processo de dimensionamento, que
é iterativo, o dimensionamento se dá a partir
do topo.
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO
Elemento de transição
O caminho mais eficiente para as
cargas de gravidade é
diretamente para baixo, pelos
pilares e paredes portantes
alinhados verticalmente até as
fundações.
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO

A colocação do espaço maior fora do


volume principal da edificação
possibilita o desenvolvimento de um
modelo estrutural adequado às
condições específicas desse
espaço. Vigas mais altas são
necessárias para acomodar os vãos de
cobertura maiores, mas o vão não
estará sujeito às cargas dos pisos
acima.
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO
CARREGAMENTOS
DISTRIBUIÇÃO
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES METÁLICOS
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES METÁLICOS
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES DE MADEIRA
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES DE MADEIRA
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES DE CONCRETO
PRÉ DIMENSIONAMENTO
PILARES DE CONCRETO
PRÉ DIMENSIONAMENTO
VIGAS DE AÇO
PRÉ DIMENSIONAMENTO
VIGAS DE MADEIRA
PRÉ DIMENSIONAMENTO
VIGAS DE CONCRETO
QUESTÕES
Questão 01 - Com base nas disposições da norma NBR 6.118/2014, que legisla a
respeito de projetos de estruturas de concreto, julgue o item a seguir.

O cobrimento da armadura do concreto deve ser projetado e executado para


proteger as barras de aço contra a oxidação. Nesse caso, a espessura do
cobrimento deverá ser inversamente proporcional à agressividade do ambiente
em que a estrutura está inserida.
Certo
Errado
QUESTÕES
Questão 02 - Julgue o item que segue, relativo a propriedades do concreto no
estado fresco.
Para maior eficiência e rapidez no processo de adensamento do concreto, é
recomendável encostar a agulha do vibrador na armadura, fazendo que ela
própria vibre.
Certo
Errado
QUESTÕES
Questão 03 - Os fenômenos de flexão ocorrentes quando uma peça longa é
comprimida são denominados fenômenos de flambagem. Várias são as causas da
ocorrência da flambagem, EXCETO:
A. A instabilidade de forma a que fica sujeita a peça quando a carga compressiva
atinge a um determinado valor, próprio de cada peça. Essa é a causa mais
importante e está presente em todas as situações.
B. A retilineidade perfeita do eixo da peça.
C. A existência de uma, pequena que seja, excentricidade na atuação da carga
compressiva.
D. A falta de homogeneidade perfeita do material de que se constitui a peça.
QUESTÕES
Questão 04 - Assinale a alternativa que indique o nome dos pilares cuja ruptura
por compressão ocorre antes da flambagem.
A. Pilares curtos.
B. Pilares esbeltos.
C. Pilares longos.
D. Pilares vazados.
QUESTÕES
Questão 05 - Uma laje maciça de concreto armado de 10 cm de espessura total é
revestida por um piso de porcelanato com peso de 1,0 kN/m² . Sabendo que o
peso específico do concreto armado é 25 kN/m³ e a carga acidental da laje é 2,0
kN/m² , a carga total na laje, em kN/m² , é:
A. 3,5
B. 4,0
C. 4,5
D. 5,0
E. 5,5
QUESTÕES
Questão 06 - No detalhamento esquemático da viga em concreto armado mostrado na
Figura 1, as armaduras indicadas por I, II e III são respectivamente:

A. Armadura longitudinal negativa, armadura longitudinal positiva, armadura


transversal.
B. Armadura longitudinal positiva, armadura de ancoragem, armadura transversal.
C. Armadura longitudinal, armadura de ancoragem, armadura transversal.
D. Armadura de ancoragem, armadura transversal positiva, armadura de pele.
E. Armadura de ancoragem, armadura longitudinal positiva, armadura transversal.
QUESTÕES
Questão 07 - Analisando a figura a seguir, que representa o detalhe da armação
de uma viga de concreto, é correto concluir que:

A. os estribos deverão ser espaçados a cada 10 cm.


B. o diâmetro da armadura positiva da peça é de 10 mm.
C. o comprimento longitudinal da forma da peça é de 3,10 m.
D. o diâmetro da armadura positiva da peça é de 8,0 mm.
E. o diâmetro da armadura negativa da peça é de 8,0 mm.
QUESTÕES
Questão 08 - Nos projetos estruturais, o elemento sujeito basicamente a esforços
axiais de compressão é denominado de:
A. Laje.
B. Viga.
C. Pilar.
D. Terça.
E. Radier.
QUESTÕES
Questão 09 - Sobre a punção em elementos estruturais de concreto armado, é
CORRETO afirmar que se trata de:
A. Elevação de peças pré-moldadas de forma adequada.
B. Falha em regiões de cargas concentradas críticas.
C. Abertura de vãos para passagem de dutos elétricos e/ou hidráulicos.
D. Proteção adequada da armadura por imersão prévia em produto betuminoso.
QUESTÕES
Questão 10 - Os ensaios para determinação da resistência à compressão e à
tração por compressão diametral do concreto são realizados em corpos de
provas
A. cúbicos.
B. prismáticos.
C. lineares.
D. esféricos.
E. cilíndricos.

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