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Capítulo 10 – Machado Neto

Caracterização da Teoria Geral do Direito


Machado Neto inicia o texto definindo que o conceito tradicional de Teoria Geral do
Direito é o principal e mais importante conceito da matéria de Introdução à ciência do
direito.
Em seguida apresenta os conceitos essenciais para atuação efetiva do jurista e
estabelecimento do quid juris, que é tarefa específica da ciência do direito.
O texto esclarece que todo caso concreto no direito deve possuir uma correlação
com os conceitos de relação jurídicas e seus elementos, que são eles:
a) Sujeito ativo ou pretensor (ou em sua relação jurídica, direito subjetivo) – é o direito
de alguém
b) Sujeito passivo ou obrigado (ou seja, dever jurídico) – é o direito devido por
alguém, obrigação de fazer, pagar, etc.
c) Fato Jurídico (ou seja, condição normativa de direitos e deveres) – é direito
decorrente de algo, ou fato gerador do direito de alguém
d) Prestação – é o direito constante de algo, é o dever fazer
e) Não prestação – é não realização do dever fazer
f) Sanção (ou seja, consequência jurídica) – é a pena imputada pela não prestação

Machado apresenta que não é unânime entre os teóricos do direito o conceito definitivo
de TGD, em função das diferentes correntes teóricas par ao tema, para uns é:
a) Enciclopédia Jurídica
b) Filosofia Jurídica,
c) Ciência do Direito
d) Direito puro, dentre outros

A TGD, com esta nomenclatura, tem sua origem na 2ª metade do Sec XIX, na
Alemanha, Itália, França e Russia, com teóricos de pensamento positivista e base
indutiva. O principal objetivo era subsittuir a investigação filosófica sobre o direito por uma
ciência que o formulasse de forma indutiva, experimental e avalorativo, com conceitos
jurídicos fundamentais bem definidos.

Método indutivo: método que parte de uma premissa singular para geral

Essa corrente teórica sofreu críticas de Eduardo Garcia Manez e Luiz Recasens
Siches, estes identificaram a necessidade de uma prévia definição do que é direito, para a
partir disso se definir sua teoria geral, invalidando a base indutiva. De onde surge então a
necessidade de se repensar filosoficamente sobre o direito, dada a dificuldade de se
definir o que é direito sem previamente estudar a sua essência, sua ontologia.

Pag 132, Parágrafo 4


“De fato, como alcançar por indução o conceito de direito se me falta, em absoluto,
um conceito prévio do que seja o jurídico, e por oposição, do que não o seja.”
Machado esclarece que atualmente o conceito de Teoria Geral do Direito é diverso. Ou a
considera como a ciência do direito, sem ignorar a importância da filosofia jurídica, como
defende Kelsen, ou a entende como teoria filosófica da ciência jurídica, como defende
RECASÉNS.

Por fim, Machado Neto expõe sua posição pessoal, definindo que TGD é uma disciplina
didática e não uma ciência autônoma.

a) É didática porque ensina termos e conceitos importantes para a formação


pedagógica do jurista
b) Não é uma ciência autônoma, porque sua característica de generalidade não
responde ao quid juris, é dogmática por seu estudo do direito puro, possui natureza
lógico-epistemologica e possui diversidade de fontes teóricas, que não são
unânimes quanto ao seu conceito.
Quid juris: a solução que dá o direito a determinado fato jurídico? Qual a
Jurisprudência para determinada questão?
Natureza lógico-epistemológica: que é o estudo dos pressupostos da ciência
jurídica geral, ciência que estuda o direito como tal, proporcionando às demais
ciências jurídicas um fundamento comum
c) E sua temática é ora filosófica (lógico-epistemológica), estudo do ser do direito
d) ora científica (classificações, sistematizações e exemplificações derivadas da
ciência jurídica.

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