Você está na página 1de 107

1

UNIFAVIP | DeVry
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA
COORDENAÇÃO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

RODRIGO MACÊDO DE LIMA

AGAMENON BUSINESS HOTEL:


ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM HOTEL
EXECUTIVO EM CARUARU/PE

CARUARU
2015
2

RODRIGO MACÊDO DE LIMA

AGAMENON BUSINESS HOTEL:


ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM HOTEL
EXECUTIVO EM CARUARU/PE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Centro Universitário do Vale do Ipojuca
UNIFAVIP | DeVry, como requisito final à
obtenção do título de bacharel em Arquitetura e
Urbanismo.

Orientadora: Profª Andreza Procoro

CARUARU
2015
3

Catalogação na fonte -

Biblioteca do Centro Universitário do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE

L732a Lima, Rodrigo Macêdo de.


Agamenon Business Hotel: anteprojeto arquitetônico de um
hotel executivo em Caruaru/PE / Rodrigo Macêdo de Lima. –
Caruaru: UNIFAVIP | DeVry, 2015.
108 f.: il.
Orientador: Andreza Procoro.
Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo)
– Centro Universitário do Vale do Ipojuca.

Inclui apêndice.

1. Hotel executivo. 2. Arquitetura hoteleira. 3. Turismo de


negócios. I. Título.

CDU 72[16.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de Processamento técnico


4

RODRIGO MACÊDO DE LIMA

AGAMENON BUSINESS HOTEL:


ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM HOTEL
EXECUTIVO EM CARUARU/PE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Centro Universitário do Vale do Ipojuca
UNIFAVIP | DeVry, como requisito final à
obtenção do título de bacharel em Arquitetura e
Urbanismo.

Orientadora: Profª Andreza Procoro

Aprovado em: ____/_____/_____

__________________________________________
Orientador (a)
__________________________________________
Avaliador (a)
__________________________________________
Avaliador (a)

CARUARU
2015
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao Arquiteto do Universo, Jeová Deus por ter


permitido essa conquista, sei que sem a sua ajuda isso não seria possível. A minha
mãe pelo imenso apoio e incentivo dado para conseguir atingir os meus objetivos
não só profissionais, mas também de vida. Agradeço a minha orientadora Andreza
Procoro pela confiança, paciência e todo conhecimento repassado. Aos professores
Rodrigo Gonçalves e Juliana Melo pelo auxílio na construção deste trabalho. A
professora Cledineide Souza pela revisão ortográfica. Aos coordenadores do curso
Kátia Alves e José Eduardo por todo apoio e disposição em ajudar quando
necessário. Bem como, todos os professores que me ensinaram ao longo desses
cinco anos, em especial a Pedro Vilarim, Angélika Peixoto e Marianna Pontes.
Agradeço também a todos os meus amigos que me apoiaram nessa jornada e
entenderam os momentos que precisei me ausentar. Enfim, agradeço a todos que
me ajudaram direta ou indiretamente para a realização desse sonho.
6

RESUMO

Diante do expressivo fluxo de turistas de negócios e o déficit de hospedagens


em Caruaru, Pernambuco, a presente pesquisa que representa o trabalho final de
graduação do curso de arquitetura e urbanismo, tem como objetivo a apresentação
de um anteprojeto arquitetônico de um hotel executivo a ser implantado em uma
área de grande potencial construtivo na cidade.
Para isso, o trabalho aborda como referencial teórico o comportamento
desses turistas, o conceito dos hotéis e a arquitetura hoteleira. Assim como três
estudos de casos de hotéis que auxiliaram no desenvolvimento do projeto. Além
desses, foram elaboradas as etapas projetuais que antecederam o anteprojeto.

Palavras- Chave: Hotel Executivo; Arquitetura Hoteleira; Turismo de Negócios.


7

ABSTRACT

Faced with the significant flow of business tourists to Caruaru Pernambuco


and the shortage of accommodations, this research represents the final project for
graduation of the course of architecture and urbanism. It aims to present an
architectural design of an executive hotel to be constructed in an area of great
building potential in the city.

The paper addresses a theoretical framework of these tourists, the design of


hotels, and hotel architecture. In addition, there are three cases studies of hotels that
are working to address the shortage of accommodations. Not only that, but also the
steps leading to the design have been prepared.

Keywords: Executive Hotel; Hotel Architecture; Business Tourism.


6

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 12
2.1 AS FACES DO TURISMO ............................................................................... 12
2.1.1 Um Olhar Sobre os Turistas de Negócios .................................................. 14
2.2 HOTELARIA ..................................................................................................... 16
2.2.1 Breve História da Hotelaria ........................................................................ 17
2.2.2 Classificação e os Diversos Tipos de Hotéis ............................................. 19
2.2.3 Hotel Executivo .......................................................................................... 20
2.2.4 Arquitetura dos Hotéis Executivos ............................................................. 22
3. ESTUDOS DE CASOS.......................................................................................... 27
3.1 HOTEL ME BARCELONA (ESPANHA) ........................................................... 27
3.1.1 Programa e Dimensionamento .................................................................. 39
3.1.2 Análise Crítica: Potencialidades................................................................. 41
3.1.3 Análise Crítica: Fragilidades ...................................................................... 42
3.2 MAR HOTEL (RECIFE, PE) ............................................................................. 42
3.2.1 Programa e Dimensionamento .................................................................. 53
3.2.2 Análise Crítica: Potencialidades................................................................. 55
3.2.3 Análise Crítica: Fragilidades ...................................................................... 55
3.3 HOTEL COURTYARD MARRIOTT (RECIFE, PE)........................................... 56
3.3.1 Programa e Dimensionamento .................................................................. 63
3.3.2 Análise Crítica: Potencialidades................................................................. 64
3.3.3 Análise Crítica: Fragilidades ...................................................................... 65
3.4 ANÁLISE COMPARATIVA ............................................................................... 65
4. O ANTEPROJETO ................................................................................................ 67
4.1 ANÁLISE DO TERRENO ................................................................................. 67
4.1.1 Análise do Contexto Urbano ...................................................................... 67
4.1.2 Análise dos Condicionantes Físicos-Ambientais........................................ 71
4.1.3 Análise dos Condicionantes Legais ........................................................... 74
4.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO ............................................................ 81
4.3 ZONEAMENTO ................................................................................................ 84
7

4.4 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA............................................................... 86


4.5 MEMORIAL JUSTIFICATIVO........................................................................... 87
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 102
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS............................................................................. 103
PRANCHAS ............................................................................................................ 105
8

1. INTRODUÇÃO

O turismo é um dos setores mais importantes da economia mundial,


chegando a ser o principal motor socioeconômico de muitos lugares, gerando
empregos e beneficiando diversos campos da indústria.
A hotelaria, portanto, exerce um papel fundamental na consolidação e
expansão do turismo. Porém, essa é uma área complexa que está em constante
evolução e mudanças, onde a arquitetura possui um papel decisivo no sucesso
desses empreendimentos.
Diante disso, e ao ser analisado o atual estado hoteleiro da cidade de
Caruaru, Pernambuco, a presente pesquisa que representa o trabalho final de
graduação do curso de arquitetura e urbanismo realizado no Centro Universitário do
Vale do Ipojuca (UNIFAVIP/Devry), apresenta como resultado final um anteprojeto
arquitetônico de um hotel a ser implantado em uma das vias mais valorizadas da
cidade.
No entanto, ao propor um projeto arquitetônico de um hotel, Andrade, Brito &
Jorge (2013) enfatizam a importância de haver um estudo de mercado, por
identificar os segmentos que não estão sendo atendidos ao comparar a demanda de
hospedagens com a oferta de hotéis existentes. Esse estudo é essencial, pois caso
o negócio não funcione, o edifício dificilmente poderá ser convertido para outro uso.
Em Caruaru percebeu-se uma grande demanda de hospedagens por turistas
de negócios, que é proporcional ao desenvolvimento econômico da cidade. Diversos
fatores têm contribuído para isso, um desses é por Caruaru ser um importante centro
econômico da região e a principal cidade do polo têxtil do agreste, este que é o
segundo maior do Brasil.
Além disso, o município tem o maior PIB do interior do estado, contabilizando
mais de três bilhões de reais, e apresenta mais de 16 mil empresas formais
instaladas, dentre estas, aproximadamente 2.008 indústrias1.
A localização privilegiada é uma das razões que tem contribuído para esse
desenvolvimento econômico, a aproximadamente 135 km da capital do estado
Recife, Caruaru está situada de forma estratégica entre duas rodovias de grande

1
Disponível em http://www.caruaru.pe.gov.br/noticia/26/12/2014/caruaru-fecha-2014-com-numeros-
impressionantes.html, acesso em: 13 mar. 2015 as 12h00min.
9

fluxo, a BR-104 e a BR-232, fazendo com que ela seja considerada a capital do
Agreste.
Figura 1 - Localização de Caruaru, Pernambuco

Google Maps, editado pelo autor, 2015.

A maior fonte de renda da cidade é a feira da Sulanca, evento que acontece


uma vez por semana, onde são comercializados diversos produtos, desde o vestiário
até produtos eletrônicos, recebendo em média de 60 a 70 mil pessoas de todo país,
podendo chegar até 100 mil em épocas de maior movimento de acordo com o
Departamento de Feiras e Mercados do município2. No entanto, Caruaru também se
tornou um importante centro médico e educacional da região o que atrai para cidade
uma diversificação de turistas executivos, mas todos com o mesmo objetivo, realizar
algum tipo de atividade profissional na cidade.
Portanto, esse perfil de turistas tem atraído o interesse dos hotéis da cidade
por ter uma demanda contínua durante todo ano, embora o turismo de lazer também
apresente uma demanda expressiva, mas apenas em épocas específicas do ano.
Como exemplo o São João, festividade tradicional na cidade que atrai mais de um
milhão de visitantes durante todo mês de junho, e outras festividades como a
Semana Santa e a fórmula Truck, que podem ser analisadas a média de visitantes
na tabela a seguir:
Tabela 1 – Principais eventos de Caruaru.

EVENTO ESTIMATIVA MÉDIA DE TURISTAS FONTE


São João 1 milhão de visitantes durante o evento 4º BPM
Feira da Sulanca 60 - 100 mil de visitantes por feira DPT. DE FEIRAS E MERCADOS
Semana Santa 8 - 10 mil de visitantes por evento 4º BPM

2
Disponível em https://www.caruaru.pe.gov.br/pontos-turisticos acesso em 31 mar. 2015 as 21:30
10

Fórmula Truck 8 - 10 mil de visitantes por evento 4º BPM


Fonte: Fundação da Cultura e Turismo de Caruaru. Editado pelo autor, 2015.

Atualmente Caruaru possui 15 hotéis entre eles estão os executivos,


econômicos e supereconômicos, totalizando 755 unidades habitacionais (UHs),
classificados segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) da
cidade.
Tabela 2 – Panorama hoteleiro de Caruaru.
EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS EM CARUARU
EXECUTIVO UHS ECONÔMICO UHS SUPER UHS
ECONÔMICOS
Citi Hotel Residence 45 Hotel Vila Rica 57 Hotel Itaparica 44

Hotel Village Premium 86 BR Palace Hotel 42 BR Hotel 30

Caruaru Park Hotel 76 Grande Hotel São Vicente de Paula 98 Hotel Victoria 24

Maysa Plaza Hotel 68 Hotel Central Caruaru 33 Hotel Bahia 36

Eduardo de Castro 48 Hotel Caruaru 38 Hotel Nordeste 30

Sub total –Hotéis


Sub-total - Hotéis executivos 323 Sub total - Hotéis econômicos 268 164
supereconômicos

TOTAL = 755 UNIDADES HABITACIONAIS


Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Caruaru, Editado pelo Autor, 2015.

Porém, esses números não têm sido suficientes para atender à grande
demanda de hospedagens, quando há eventos de grande porte na cidade os
principais hotéis chegam a ter cem por cento de ocupação, sobrando poucas opções
de hospedagens para os turistas.
Além do déficit de hotéis que a cidade apresenta, ainda há o fato de que os
existentes não conseguem satisfazer as necessidades do perfil coorporativo, alguns
não dispõem de um programa necessário como salas de reuniões e eventos, e os
que oferecem encontram-se em precário estado e conservação.
Por isso, é importante que a cidade apresente um número suficiente de
hospedagens e ao mesmo tempo ofereça uma estrutura e serviços de qualidade. A
busca por esse tipo de hotéis tende a aumentar, tendo em vista que em 2014 o
município ganhou por meio da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru
(ACIC) o Convention Bureau3, que é uma entidade que tem como objetivo atrair
eventos e novos negócios. Outro aspecto é a instalação de empreendimentos de
grande porte nos próximos anos, como a transferência da Feira da Sulanca para um

3
Disponível em http://acic-caruaru.com.br/convention-bureau-passa-a-operar-em-caruaru/ acesso
em: 01 Abri. As 13h00min
11

novo local. Programas e empreendimentos como esses trarão um impacto grandioso


na economia que resultará no aumento da demanda por hospedagens voltadas ao
turismo de negócios.
Deste modo, o objetivo principal do presente trabalho é elaborar um anteprojeto
arquitetônico de um hotel quatro estrelas que atenda às necessidades e exigências
dos turistas de negócios em Caruaru-PE. Além deste, o trabalho busca oferecer
ambientes e espaços que permitam que os hóspedes executem atividades
profissionais se necessário. Bem como criar equipamentos de lazer que incentivem
hospedagens nos finais de semana e seja um atrativo aos hóspedes executivos. E
ainda propor uma fachada convidativa, visto que esse é um fator decisivo na escolha
de uma hospedagem.
Para conseguir alcançar o objetivo do trabalho, foram realizados os seguintes
procedimentos metodológicos:
 Pesquisa bibliográfica – A fim de adquirir conhecimento sobre o tema
e a obtenção de embasamento teórico para a realização do anteprojeto
arquitetônico, se fez necessário pesquisas em livros, revistas, endereços
eletrônicos e artigos científicos relacionados à hotelaria, arquitetura
hoteleira e turismo de negócios.
 Estudos de Casos – A realização dos estudos de casos foi fundamental
para a compreensão mais detalhada da organização espacial e
funcionamento dos hotéis executivos, assim como o programa
arquitetônico que eles apresentam.
 Estudo de Viabilidade – Com o intuito de descobrir o melhor local para
implantação do hotel, foi realizado um estudo do entorno para analisar
as edificações vizinhas, o sentido e fluxo das vias e um estudo dos
condicionantes legais e físicos/ambientais.
O trabalho divide-se em quatro partes. A primeira representa o embasamento
teórico da pesquisa onde foram abordados temas que auxiliaram no
desenvolvimento do anteprojeto. A segunda mostra a análise crítica da arquitetura,
do programa e organização espacial de três hotéis executivos. A terceira parte
expõe as etapas projetuais, como a escolha do terreno, análise dos condicionantes
físicos/ambientais e legais, assim como a elaboração do programa e
dimensionamento do hotel e por último a apresentação do anteprojeto de
arquitetura.
12

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Para embasamento do anteprojeto arquitetônico foi necessário um estudo


mais aprofundado do assunto. Por se tratar de um hotel, é apropriado conhecer o
perfil de hóspede que ele vai receber e descobrir quais as necessidades e
exigências que ele apresenta, e assim poder oferecer uma estrutura personalizada.
Para isso, este capítulo terá uma breve abordagem da relação que existe entre
turismo e os meios de hospedagens, com o foco direcionado para os turistas de
negócios, segmento alvo do hotel posto neste trabalho. Também será apresentada a
estrutura que será oferecida para esses viajantes, o hotel propriamente dito,
conhecendo o seu conceito, sua história, suas diversas classificações e por fim, os
hotéis executivos, considerando a sua organização e características arquitetônicas
importantes.

2.1 AS FACES DO TURISMO

Férias, viajar para conhecer novos lugares, visitar amigos e parentes e


diversão, talvez sejam a primeira coisa que vem à mente quando se pensa em
turismo, mas para Goeldner, Ritchie & McIntosh (2002, p. 22) o turismo vai mais
além disto, podendo incluir também pessoas que viajam para participar de
convenções, reuniões de negócios ou algum tipo de atividade empresarial e
profissional.
Hoje as pessoas estão viajando rotineiramente, mas nem sempre foi assim,
nas últimas décadas o turismo teve um crescimento bastante considerável, dentre os
fatores que contribuíram para esse crescimento pode-se destacar o aumento da
renda da população, o progresso das tecnologias de aeronaves, a melhoria das
estradas, os automóveis mais acessíveis, o aumento das horas de lazer, motivos
educacionais e a promoção de pacotes de viagens, formaram o cenário turístico
atual (Horner & Swarbrooke, 2002).
A indústria do turismo é classificada atualmente como umas das mais
importantes da economia mundial, se igualando ou até superando as exportações do
petróleo, produtos alimentares ou de automóveis, chegando a ser a principal fonte
de renda de muitos países em desenvolvimento4.

4
FONTE: http://www2.unwto.org/content/why-tourism Acesso em: 15 de maio de 2015, ás 13h58min.
13

O Turismo não é um conceito simples, já que pode variar de acordo com a


distância, o tempo de estadia e o motivo da viagem.
Ele [o turismo] não abrange a lucrativa esfera do turismo de negócios, no
qual a principal finalidade é viajar para trabalhar, não para se divertir.
Também é difícil determinar a distância que deve ser percorrida para fazer
do viajante um turista ou as noites que é preciso passar fora de casa para
ser classificado como turista. ( Horner & Swarbrooke, 2002, p. 24)

Com a necessidade de se estabelecer uma definição do significado, a OMT


constituiu que o turismo: “inclui as atividades de deslocamento e permanência em
locais fora de seu ambiente de residência por período inferior a um ano consecutivo,
por razões de lazer, negócios ou outros propósitos”. Dessa forma, entende-se que
qualquer forma de deslocamento ou movimento é uma viagem, mas nem toda
viagem é encarada como turismo (Chon & Sparrowe, 2003).
O turismo também pode se classificar como internacional e doméstico, o
internacional envolve viagens a um país que não seja de sua morada em um tempo
limite de 12 meses, já o turismo doméstico refere-se às viagens nacionais, entre
outras partes do próprio país de residência (Goeldner, Ritchie & McIntosh, 2002).
Segundo os mesmos autores, a indústria do turismo envolve diversos tipos de
atividades comerciais e de serviços, entre eles estão as hospedagens, também os
estabelecimentos de transportes, alimentação, entretenimento e vários outros
serviços de apoio.
Goeldner, Ritchie & McIntosh (2002) afirmam, que os empresários veem o
turismo como uma forma de obter lucros ao se fornecer bens e serviços, porém
Horner & Swarbrooke (1996) enfatizam a importância de não focar apenas nos
lucros econômicos, mas na qualidade das experiências que os turistas vão ganhar
nas suas viagens.
Diante disso, ao planejar um empreendimento que oferece serviços aos
turistas, nesse caso os hotéis, é necessário conhecer o perfil do público alvo que
eles irão receber, e assim, projetar uma arquitetura que possa atender as
necessidades de seus hóspedes.
As viagens podem ser realizadas por diversos motivos, os principais destes
são as atividades de lazer e de negócios. Portanto, nessa pesquisa o enfoque será
dado aos turistas de negócios, por isso, buscará compreender mais a fundo esse
perfil de hóspedes.
14

2.1.1 Um Olhar Sobre os Turistas de Negócios

Atualmente o turismo de negócios passa a impressão de um segmento


próprio do modernismo, mas viajar com esse propósito é uma das formas mais
antigas do turismo, o que mudou foi o tipo de negócio. Até o início do século
passado, o motivo das viagens de negócios se resumia basicamente em vender
mercadorias e transportá-las.
Mesmo levando em conta a precariedade dos meios de transporte de
antigamente, não se pode acreditar que essas viagens se limitavam a pequenas
distâncias, pelo contrário, em vários lugares do mundo arqueólogos descobriram por
meio de escavações, peças que só poderiam ter vindo de outros continentes. Isso
revela que já existiam viagens a longas distâncias, que aconteciam por meio de
rotas intercontinentais. Talvez o exemplo mais conhecido seja a “Rota da Seda”,
que ligava a China à Europa ao se transportar e vender mercadorias, sendo o
principal produto, a seda. Essa rota marítima possuía milhares de quilômetros e
passava por vários lugares (Horner & Swarbrooke, 2002).
A partir daí, começaram a desenvolver equipamentos voltados para o suporte
a esses viajantes, como as hospedagens e os restaurantes. Além de viajar para
vender e transportar essas mercadorias existia também as feiras, nelas eram
apresentadas novidades e comercializados diversos produtos. Na idade média, por
exemplo, existia a feira anual de Beaucaire que foi uma das mais conhecidas em
toda Europa (Horner & Swarbrooke, 2002).
Durante a revolução industrial o turismo de negócios teve um crescimento
surpreendente, mas foi após a segunda guerra mundial que mudou todo panorama
do turismo. Estimulado com as novas tecnologias que surgiram após a guerra, teve
seu crescimento beneficiado com a melhoria da qualidade dos transportes, a
globalização da economia, o crescimento de acordos comerciais entre países
vizinhos, como a União Europeia, NAFTA e MERCOSUL, e o incentivo dos governos
em atrair esse tipo de turismo, cientes do potencial que pode trazer para economia
local (Horner & Swarbrooke, 2002).
Hoje, as viagens de negócios não se resumem apenas a venda e transporte
de mercadorias, mas envolvem diversas atividades como reuniões, cursos de
treinamento, e convenções. Nas convenções podem haver exposições e feiras, que
são importantes eventos para se conhecer as últimas tendências, assistir a
15

demonstrações de novas tecnologias, encontrar contatos e conseguir informações


da concorrência (Chon & Sparrowe, 2003).
O turismo de negócios é um segmento bastante competitivo entres as
empresas do ramo, inclusive as hospedagens, que buscam cada vez mais se
especializarem no setor procurando obter vantagens, visto que esse é um mercado
altamente lucrativo (Horner & Swarbrooke, 2002).
O interesse acontece por diversos motivos, um deles é por ter um fluxo
contínuo, diferente do turismo de lazer, onde as viagens geralmente acontecem com
maior frequência nos períodos mais quentes do ano ou nas férias, e que, ainda
podem ser adiadas se a economia não está indo bem, ao contrário disso, a maioria
das viagens de negócios precisam acontecer todo tempo, independentemente da
situação financeira do mercado.
Outro fator que atrai o interesse das empresas de hospitalidade aos turistas
de negócios, é que eles têm a tendência de gastar mais do que outros tipos de
viajantes, além disso, muitas vezes o destino que eles vão não é questão de escolha
pessoal ou preferência, e sim uma necessidade (Chon & Sparrowe, 2003).
Seguindo esse paralelo que existe entre o turismo de negócios e de lazer,
embora sejam atividades totalmente opostas, há possibilidades de que esses dois
tipos de viajantes utilizem os mesmos serviços, o que muda é a forma em que eles
são prestados. Pois, um executivo pode estar hospedado em um mesmo hotel que o
turista de lazer, mas ele talvez seja provido de maneira diferenciada a fim de suprir
suas necessidades, como usufruir de salas de reuniões e auditórios.
Outras características dos turistas de negócios, é que por viajarem com mais
frequência, tendem a ser mais exigentes do que outros tipos de turistas, com
respeito a qualidade dos serviços e equipamentos.
Ao terminar o expediente, por exemplo, os turista de negócio talvez resolva
usar o tempo livre à noite para relaxar e se divertir, ou ainda, após finalizar os
trabalhos talvez decida permanecer mais tempo na cidade, a fim de conhecer melhor
o local.
Sobre esse mix de atividades entre trabalho e lazer parece ser uma
tendência, Lamptrecth & Ricci (1997) afirmam:
Este tipo de estada, apesar de praticada por muitas pessoas, ainda carrega
um estigma de proibição – nós não vemos nenhum problema se um
profissional, durante uma viagem de negócios, aproveitar o tempo livre para
atividades de lazer. Parece-nos que esta é uma tendência, já que estudos
mostram que o homem de negócios consegue render mais em suas
16

atividades diárias a partir do momento de relaxamento, e por que não dizer


divertimento. (LAMPTRECTH & RICCI, 1997, p.6)

Figura 2 – Piscina do Hotel Marina Bay Sands, Singapura.

Fonte: <www.blogplanetacurioso.com.br> Acesso em 02 de junho de 2015.

É por esse motivo que conferências normalmente possuem em sua


programação eventos sociais como shows e visitas a museus. E ainda, pode
acontecer do turista de negócios viajar acompanhado da família, que estes se
comportarão como turistas de lazer (Horner & Swarbrooke, 2002).
Por isso, as empresas que prestam serviços de hospitalidade, precisam estar
atentas a esses comportamentos, para oferecer estes com qualidade aos seus
clientes, pois os hotéis são responsáveis em grande parte por essas experiências, a
seguir será considerado mais a fundo sobre esse equipamento.

2.2 HOTELARIA

“Toda pessoa fora de casa é carente de muitas coisas” (Yásigi, 2000. p. 04), os
viajantes por estarem longe de suas casas, também necessitam de várias coisas
essenciais, tais como: um bom local para dormir, se alimentar e ter higiene pessoal,
logo, “a hospedaria tem por missão responder as muitas dessas carências
(aconchego ambiental, trato pessoal, alimentação, conforto físico, higiene...) com
excelência. ” (Yásigi, 2000. p. 04)

Filho (2001, p.22) define a hotelaria como um;


(...) estabelecimento comercial ou institucional, com complexas
atividades interligadas, cujo objetivo é receber e hospedar pessoas,
procurando, durante o seu período de permanência, dar o máximo de
conforto e bem-estar ao seu hóspede.
17

Embora o hotel possa oferecer alguns tipos de serviços que atendam a


população local, como bares e restaurantes, ele é um tipo de estabelecimento
projetado para “atender e suprir as necessidades dos visitantes” (Igram & Medlik,
2002).
Muitas pessoas entendem hospedagem como um simples lugar para dormir, mas
para outras envolve mais do que apenas oferecer uma cama, é um importante meio
de se obter acordos comercias, realização de reuniões e convenções, e ainda dispor
de instalações de entretenimento e de lazer,
Além disso, já que as pessoas quando estão fora de suas casas, tendem a
gastar mais, os hotéis são importantes meios de obter esses recursos financeiros,
contribuindo expressivamente para economia local, ainda, sendo importantes
fornecedores de empregos para a população, tanto direta como indiretamente (Igram
& Medlik, 2002).

2.2.1 Breve História da Hotelaria

A história da hotelaria segundo os autores Andrade, Brito & Jorge (2013), teve
seu surgimento com o aumento das relações comercias durante o período das rotas
marítimas, entre a Ásia e a Europa. Foi a partir daí que começaram a surgir em
diversas hospedagens voltadas em atender aqueles comerciantes. Durante a idade
média, essas hospedagens eram feitas em mosteiros e abadias, que eram os
santuários de devoção religiosa da igreja católica naquele período. Prestar
hospitalidade aos viajantes antigamente era uma questão de obrigação tanto moral
como espiritual.
Com o passar do tempo, as hospedagens começaram a ser disponibilizadas
pelo estado, em palácios e em edifícios das forças militares, mas, só quem podia
usufruir dessas acomodações eram aqueles que possuíam influência sobre o
estado, quem não tinha esse poder, se hospedava em albergues e estalagens, que
eram locais precários e sem higiene.
As hospedagens começaram a ser vistas como estabelecimentos
estritamente comercias a partir da Revolução Industrial, mas ainda eram limitadas,
só a partir do início do século XIX que surgiram os hotéis com staff padronizado, que
são equipes organizadas por gerentes, recepcionistas e funcionários.
Assim como o turismo e toda economia, o setor hoteleiro passou por uma
mudança expressiva após a segunda guerra mundial, com o avanço da tecnologia, a
18

globalização e o aumento da fonte de renda e das horas de lazer da população, em


particular nos países desenvolvidos.
No Brasil, a história da hotelaria começou no período colonial, com o
fornecimento de hospedagens nas casas-grandes dos engenhos e das fazendas,
nos casarões das cidades e em conventos, nessa época era comum as famílias
receberem hóspedes em suas casas, com isso, muitas delas possuíam quartos
reservados para os visitantes. Também existiam os ranchos, que eram
estabelecimentos que vendiam alimentos e bebidas nas margens das estradas, e
muitos destes ofereciam acomodações aos que viajavam. Depois passaram a surgir
as estalagens ou casas de pastos, que eram estabelecimentos comerciais que
inicialmente serviam refeições, mas depois passaram a disponibilizar alojamento
mediante pagamento.
Após a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, os
proprietários das pensões e outros tipos de hospedagens, começaram a aderir o
nome “hotel” nos seus estabelecimentos, como forma de atrair os imigrantes que
chegavam ao país naquela época, embora não apresentassem uma estrutura que
caracterizasse o nome, Andrade, Brito & Jorge (2013, p.26) mencionam esses locais
como “embriões dos futuros hotéis”.
Com base nas necessidades, no século XIX a prefeitura do Rio de Janeiro
estabeleceu uma lei que isentava de impostos durante setes anos, os cinco
primeiros hotéis de grande porte que se instalassem na cidade.

Figura 3 - Hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro.

Fonte: Andrade, Brito & Jorge (2013).

A exportação do café em alta no final do século XIX favoreceu o crescimento


da economia do Brasil, motivando a construção de vários hotéis. Com o passar do
19

tempo, a grande diversidade de segmentos do turismo e a forte concorrência da


indústria hoteleira, deu início ao surgimento de hotéis voltados ao atendimento de
tipos específicos de hóspedes, cada um com características particulares.

2.2.2 Classificação e os Diversos Tipos de Hotéis

Existem diversos tipos de hotéis, alguns podem ser bem parecidos por fora,
mas os serviços e infraestrutura apresentados podem mudar de um hotel para o
outro. Por esta razão o Ministério do Turismo (MTUR) em parceria com o Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) Institui em junho de
2011 o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass) que
estabelece as categorias de cada tipo, com o objetivo de mostrar aos turistas a
hospedagem mais adequada conforme suas necessidades. Esse novo meio de
classificação substitui as antigas estabelecidas pelo Instituto brasileiro de Turismo
(EMBRATUR) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).
Os meios de hospedagem classificados segundo o Ministério do Turismo
conforme a Lei 11.771/20085 são:

I - HOTEL: estabelecimento com serviço de recepção, alojamento


temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de
uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária;

II - RESORT: hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que


disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio
com a natureza no próprio empreendimento;

III - HOTEL FAZENDA: localizado em ambiente rural, dotado de


exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo;

IV - CAMA E CAFÉ: hospedagem em residência com no máximo


três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da
manhã e limpeza, na qual o possuidor do estabelecimento resida;

V - HOTEL HISTÓRICO: instalado em edificação preservada em


sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos
histórico-culturais de importância reconhecida;

VI - POUSADA: empreendimento de característica horizontal,


composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços
de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em prédio
único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs;

VII - FLAT/APART-HOTEL: constituído por unidades habitacionais


que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em

5
Disponível em: http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-
site/downloads/portaria100_2011mtur.pdf Acesso: 20 de maio de 2015, ás 18h24min.
20

edifício com administração e comercialização integradas, que possua


serviço de recepção, limpeza e arrumação.

A classificação estabelecida pela MTUR é importante para estimular a


competitividade no setor, pois faz a adequação dos meios de hospedagens
brasileiros aos padrões de excelência internacionais conhecidos, também
estabelece requisitos mínimos e necessários para que esses sete tipos de
empreendimentos sejam classificados em uma escala de um a cinco “estrelas”.
Os requisitos definidos para cada categoria de estrelas dos hotéis são
baseados nos serviços prestados, na qualidade da infraestrutura de instalações e
equipamentos; e fatores relacionados com o desenvolvimento sustentável, tais como
conceitos ambientais, relações com a sociedade e satisfação do usuário.
Além da classificação descrita pelo Ministério do Turismo, Andrade, Brito &
Jorge (2013) afirmam que em meio a existência dos mais variados tipos de hotéis,
podem ser adotadas outras classificações para maior entendimento deste setor tão
complexo. Os autores adotaram então os subtipos dos hotéis, sendo eles: Os hotéis
centrais; não centrais; hotéis econômicos; supereconômicos; hotéis de aeroportos e
resorts; hotéis design; hotéis de selva; hotéis cassino e hotéis de convenções/
eventos.
Cada tipologia apresentada possui suas particularidades e diferenças, como a
localização, padrão e qualidade dos serviços, características do estilo do programa
arquitetônico e tamanho dos espaços, vale ainda ressaltar que os autores lembram
que um hotel pode ser classificado em mais de uma categoria, por exemplo, um
hotel pode ser central, de convenções e de lazer ao mesmo tempo.
Existem ainda os hotéis executivos, que são aqueles voltados a receber os
turistas de negócios, que é o tipo de hotel proposto no presente trabalho.

2.2.3 Hotel Executivo

Os hotéis executivos são hospedagens voltadas a receber turistas que possuem


negócios como agentes motivadores da viagem. As atividades profissionais podem
ser realizadas no próprio hotel, por meio de reuniões, conferências, congressos,
workshops, ou podem ser realizadas fora do estabelecimento (Filho, 2001).
Lamptrecth e Ricci (1997) afirmam que a localização é um requisito fundamental
para os hotéis executivos, eles devem estar localizados de forma estratégica,
21

próximo aos importantes centros econômicos e empresariais da cidade, a fim de


evitar gastar tempo desnecessário no deslocamento dos hóspedes ao trabalho.
Seguindo esse requisito da localização dos hotéis executivos citado por
Lamptrecth e Ricci (1997), eles podem também ser classificados como hotéis
centrais por Andrade, Brito & Jorge (2013), por estarem situados nos núcleos
urbanos das cidades, próximos ao comércio, prédios coorporativos e instituições,
mas, é importante salientar que nem todo hotel central é voltado para o turista
executivo, podendo existir variações com respeito aos serviços prestados,
direcionado também outros tipos de hóspedes.
A localização dos hotéis centrais pode se estender até os subcentros ou em
áreas particulares de desenvolvimento da cidade (Andrade, Brito & Jorge, 2013). É
comum esses hotéis terem uma grande taxa de ocupação por turistas de negócios
durante a semana e uma quantidade menor de pessoas nos finais de semana. Isso
tem feito os hotéis usarem meios de atrair outros tipos de turistas nesses dias.
Sobre a localização, esse é um fator importante para qualquer tipo de hotel,
porque “uma localização mal resolvida pode resultar na inviabilidade do
empreendimento” (Andrade, Brito & Jorge, 2013, p.44).
A primeira coisa que deve ser feita para saber se o local é viável para o
empreendimento, é analisar se existe a demanda de turistas com o perfil compatível
ao tipo de hotel que pretende se criar. O próximo passo, que é importantíssimo, é
analisar as Leis de Uso e Ocupação do Solo, somente com este estudo será
descoberto se é permitida a construção desse tipo de estabelecimento na área, ou
não, se isso for possível, o quanto poderá ser construído de acordo com os
parâmetros urbanísticos estabelecidos. Outra questão, não menos importante, é
verificar se o preço do terreno condiz com o padrão do hotel que pretende propor.
Os hotéis executivos por estarem localizados nas áreas centrais da cidade, deve-
se tomar um cuidado especial na escolha do terreno em relação ao entorno. Pois,
mesmo que o hotel apresente boa qualidade, mas por estar em uma área
degradada, pode afetar diretamente no sucesso do empreendimento (Andrade, Brito
& Jorge, 2013).
“Certos tipos de vizinhança podem não existir no momento de seu
empreendimento, mas estarem silenciosamente autorizados, pela lei de uso
e ocupação do solo. Então, você constrói um belo hotel e certo dia aparece
um vizinho indesejável para seu padrão de empreendimento: cemitério,
indústria poluente, discoteca, edifício muito alto, curtume... Y ai te quiero
ver! Mesmo certificando-se de que está na zona correta, você pode, por
22

exemplo, estar situado na linha da fronteira... bem do outro lado da rua pode
começar uma zona de lazer noturno autorizado, ou ainda, de uso industrial,
estragando de vez seu negócio pela proximidade”. (Yásigi, 2000, p.19)

Além de considerar outros aspectos importantes como a forma, dimensão e


topografia do terreno, devem ser analisados o fluxo e o sentido das vias de acesso,
para que não prejudique a acessibilidade dos hóspedes ao estabelecimento.
Geralmente, os centros são as partes das cidades que apresentam a maior
concentração de hotéis, naturalmente existindo uma forte concorrência entre eles, é
por isso que os estabelecimentos de hospedagens situados em áreas privilegiadas
podem levar vantagens diretamente sobre seus concorrentes (Andrade, Brito &
Jorge, 2013).
Os tamanhos dos hotéis executivos podem variar de grande a pequeno porte,
alguns chegam a 1.000 unidades habitacionais, esses geralmente podem oferecer
diárias mais baixas ao passo em que oferecem uma ampla diversidade de
equipamentos, mas, ainda existem aqueles hóspedes que preferem os hotéis
pequenos, visto que por causa do seu tamanho, oferecem espaços mais
acolhedores e atendimento mais humanizado.
Portanto, um dos aspectos que interfere diretamente no tamanho do hotel é a
dimensão do terreno. Desta forma, os hotéis executivos por geralmente estarem nos
centros urbanos, onde o preço do solo é elevado, “grandes terrenos só são viáveis
para hotéis de porte correspondente” (Andrade, Brito & Jorge, 2013, p.58).
Também a demanda de turistas que apresenta no local é um dos fatores que
influencia no tamanho do empreendimento hoteleiro, não adiantaria fazer uma
megaestrutura se não houver público suficiente para usufruir, pois dessa forma o
hotel acabaria falindo. Há também as Leis de Uso e Ocupação do Solo, que podem
interferir diretamente no porte do hotel (Andrade, Brito & Jorge, 2013).

2.2.4 Arquitetura dos Hotéis Executivos

A arquitetura tem um “papel decisivo na escolha da hospedagem”(Yásigi,


2000, p.21). Muitas vezes quando as pessoas procuram um hotel para se hospedar,
tendem a julgar o interior daquela edificação através da sua fachada. Esta sem
manutenção e degradada pode espantar os turistas, da mesma forma que uma
fachada bem tratada visualmente pode atrair as pessoas.
23

Para Chon & Sparrowe (2003) o projeto arquitetônico de um hotel deve


satisfazer a dois requisitos, o primeiro é dispor de segurança e conforto para os
hóspedes e segundo, propor espaços funcionais a fim de melhorar o atendimento
dos funcionários em relação às necessidades dos hóspedes.
A organização espacial dos hotéis é dividida basicamente como front of the
houses, que são as áreas comuns de livre acesso dos hóspedes, como os lobbies,
os apartamentos, áreas de lazer e restaurantes, e também existem os bastidores,
chamados de back of the houses, que são as áreas restritas apenas aos
funcionários, fundamentais para o funcionamento do hotel, como as cozinhas,
administração e todo tipo de suporte.
Chon & Sparrowe (2003, p. 130) dizem que “a área da frente depende do bom
funcionamento dos bastidores”, assim, devem ser espaços bem planejados que
contribuam para que as coisas aconteçam de forma organizada, embora não seja
uma tarefa simples.
Ao entrar em um hotel, o primeiro ambiente em que as pessoas são acolhidas
é o lobby, este ambiente é o cartão de visita dos hotéis e de grande importância para
o seu funcionamento, nele encontra-se a recepção e consegue-se ter acessos às
demais instalações. Um lobby bem planejado pode contribuir muito para a imagem
do hotel, por isso se investe bastante nesse ambiente, com respeito a qualidade dos
materiais e mobiliário.
Se tratando de lobbies, pode-se destacar as obras do arquiteto norte-
americano John Portman, ele é responsável por diversos projetos hoteleiros nos
Estados Unidos e em todo mundo (Andrade, Brito & Jorge, 2013). Em suas obras, os
lobbies têm uma identidade pessoal, são verdadeiras praças internas, que acolhem
as pessoas através dos espaços criados, a utilização da iluminação zenital em seus
projetos é frequente, permitindo assim, a entrada de bastante luz no interior da
edificação. A seguir as imagens mostram dois lobbies projetados pelo arquiteto
norte-americano:
24

Figura 4 Lobby, Atlanta Marriott Marquis Figura 5 – Lobby, Gayatri Park Hyatt,
Hotel, Atlanta, EUA. India.

Fonte:<http://www.portmanusa.com> Fonte:<http://www.portmanusa.com>
Acesso em 23 de maio às 16h46min Acesso em 23 de maio às 16h49min

Em hotéis que possuem salas de conferências e eventos, os lobbies


geralmente são antessalas para esses espaços, mas quando isso acontece, deve
haver um cuidado para não interferir no fluxo das pessoas, principalmente dos
hóspedes para os apartamentos (Andrade, Brito & Jorge, 2013).
Os apartamentos, pode se dizer que são os ambientes principais dos hotéis,
ao planejar e projetar hotéis Chon & Sparrowe (2003) atentam aos arquitetos a
criarem a maior área possível de UH’s, porque são esses ambientes que vão dar
lucro ao estabelecimento. Porém, não adiantaria em nada possuir quantidade se não
possuir qualidade, Lamptrecth & Ricci (1997, p.7) chama a atenção de propor
habitações confortáveis para todos os tipos de hotéis, mas os destinados a
executivos tem uma atenção especial nesse quesito, “o turista de negócios espera
de um hotel: a garantia de descanso e recuperação de energia para o próximo dia”.
25

Figura 6 – Apartamento executivo, Hotel Pullman Kuching, Malasia

Fonte: <www.pullmanhotels.com> Acesso em 23 de maio de 2015, às 18h20min.

Andrade, Brito & Jorge (2013) consideram também a necessidade de dispor


de espaço para área de trabalho nestes quartos, isso pode ser proposto através do
mobiliário, permitindo que os hóspedes com o perfil executivo tenham a flexibilidade
de executarem suas atividades profissionais, se necessário.
Os equipamentos de lazer também são atrativos nos hotéis executivos. Yásigi
(2000, p.32) diz que, “mesmo que a hospedaria se destine a homens de negócios, a
evocação do aconchego se não é cobrada, é pelo menos reconhecida”. Desta forma,
propor hospedagens com ambientes e equipamentos que promovam o bem-estar
dos viajantes, mesmo que seja voltado para executivos, pode ser um diferencial,
entre as empresas concorrentes.
Figura 7 – Espaço Fitness

Fonte: <www.archdaily.com.br> Acesso em 24 de maio de 2015 as 14h05min.


26

Figura 8 - Piscina do Hotel Splendia, na África do Sul.

Fonte: <www.solazerpiscinas.com.br> Acesso em 02 de junho de 2015 às 20h58min.

Os ambientes dos hotéis executivos, portanto, devem ser espaços bastante


flexíveis e dinâmicos, a fim de atender os diversos públicos que porventura busquem
hospedar-se neles. Devem, no entanto, manter o foco nos usuários corporativos,
oferecendo equipamentos e espaços adequados.
27

3. ESTUDOS DE CASOS

Faz-se necessário os estudos de casos para conhecer o funcionamento dos


hotéis executivos, a partir deles serão descobertos o que se deve ter no programa
arquitetônico e as dimensões básicas dos ambientes. Os projetos a seguir foram
escolhidos tomando como base os serviços e infraestrutura que estes oferecem aos
turistas de negócios. São eles: o Hotel ME de Barcelona na Espanha, o Mar Hotel e
o Courtyard Marriott, ambos do Recife, Pernambuco. A escolha por dois hotéis da
mesma cidade se fez por não ter obtido acesso a projetos com essa tipologia de
outros lugares. Portanto, cada hotel escolhido, embora com portes diferentes,
apresentam particularidades que foram essenciais para a compreensão do tema.

3.1 HOTEL ME BARCELONA (ESPANHA)

Localizado na cidade de Barcelona, Espanha, o Hotel ME leva a assinatura do


renomado arquiteto francês Dominique Perrault. Finalizado em 2008, a obra possui
mais de 120 metros de altura, 36 pavimentos e 259 apartamentos, totalizando
29.334 metros quadrados de área construída.

Figura 9 – Hotel ME Barcelona a direita

Fonte: <http://www.archdaily.com/229413/hotel-me-barcelona-dominique-perrault-architecture/>
aceso em 28 de maio de 2015.

O Hotel se situa na esquina da Avenida Diagonal e Carrer Pere IV, no bairro


Poblenou, que era uma zona portuária e industrial da cidade, mas que sofreu um
processo de renovação chamado “novo distrito 22”, se tornando um movimentado
centro econômico e empresarial da cidade Catalã.
28

Figura 10 - Planta de Situação

Fonte: <http://www.archdaily.com/229413/hotel-me-barcelona-dominique-perrault-architecture/>
aceso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.

Figura 11 – Entorno do Hotel

Fonte: <http://www.archdaily.com/229413/hotel-me-barcelona-dominique-perrault-architecture/>
aceso em 28 de maio de 2015.

A edificação é composta por dois volumes, o primeiro é de forma cúbica, que


serve de base e contraponto para o segundo volume, a torre, em forma de um
paralelepípedo dividido em duas partes, o qual, um deles foi deslocado em direção
ao céu, criando um balanço a vinte metros do chão marcando a entrada do hotel.
Barcelona pode ser lida como uma cidade horizontal por causa do tecido
urbano estabelecido pelo plano de Cerdà, mas também como uma “cidade vertical”,
considerando a Sagrada Família e o monte Tibidabo. A intenção do arquiteto foi criar
uma integração do hotel com as duas dimensões da cidade. A base remete à
horizontalidade do tecido urbano estabelecido pelo plano de Cerdà e a torre à
“cidade vertical”.
29

Figura 12 – Maquete Volumétrica do Projeto Figura 13- O hotel e seu entorno com gabarito
horizontal

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28


de maio de 2015. de maio de 2015.

O estilo minimalista é uma característica marcante das obras de Dominique


Perrault, nesse projeto não foi diferente, isso fica evidente desde a parte externa até
o interior do edificio, os volumes puros da fachada são compostos por uma malha de
aço e vidro, que criam um ritmo através da variação das aberturas dos
apartamentos, a utilização desses materiais foi pensado para refletir a luz e o
movimento da cidade, variando a tonalidade da fachada ao longo do dia, de acordo
com o horário e a posição do sol.

Figura 14 – Fachada do ME Hotel Figura 15 – fachada do ME Hotel

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de


maio de 2015. maio de 2015.
30

O programa do hotel conta com 259 quartos (192 quartos supremos, 44


quartos superiores, 16 suites, 06 suítes grandes, uma suíte céu, quatro quartos de
casal acessíveis), um centro fitness, restaurantes, salões de reuniões e
conferências, área de lazer com piscina, um bar, área administrativa, áreas de
serviço e um estacionamento subterrâneo. A maioria dos equipamentos públicos
estão localizados na base, enquanto que as hospedagens se concentram na torre do
edifício.

Figura 16 – Zoneamento de setores, corte

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.

No pavimento térreo se encontra o acesso principal, por meio da Avenida


Carrer Pere IV, existindo ainda outros quatro, um que leva ao estacionamento
subterrâneo, um de emergência, na Avenida Diagonal através do restaurante e um
destinado a serviços. Essas considerações podem ser observadas na imagem a
seguir:
31

Figura 17 – Planta baixa pavimento térreo

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.

As pessoas ao entrarem no hotel são recebidas pelo lobby, espaço


aconchegante que serve como sala de espera e convívio, através do lobby são
distribuídos os acessos para os diversos ambientes do hotel, por meio de nove
elevadores e escadas, integrando-se ainda com o restaurante, onde foram utilizadas
divisórias translúcidas coloridas que se abrem permitindo um contato visual. O
restaurante se estende até a área externa por meio de um terraço em deck de
madeira, se tornando um local agradável, atraindo tanto os hóspedes como as
pessoas de fora a utilizarem os serviços. No térreo se encontra ainda a recepção
com uma sala administrativa, que serve de apoio e para guardar bagagens, cinco
WC’s (sendo 02 acessíveis), cozinha, e área de serviço.
32

Figura 18 - Lobby Figura 19 - Terraço externo do restaurante

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de


maio de 2015. maio de 2015.

As salas de reuniões, de conferências e eventos estão distribuídas em cinco


pavimentos, com a intenção de melhorar o fluxo das pessoas a esses ambientes e
não interferir no acesso dos hóspedes aos apartamentos. Três elevadores e uma
escada são destinados para suprir exclusivamente essa demanda.

Figura 20 – Planta baixa pavimento subterrâneo, destinado a eventos

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.


Figura 21
33

Figura 22 – Planta baixa, segundo pavimento, destinado a eventos e reuniões

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.

As salas de reuniões e eventos variam de tamanho, podendo receber entre 12


a 360 pessoas, sendo algumas delas reversíveis para aumentar a capacidade,
transformando duas ou três salas em uma. Os salões podem abrigar desde
congressos, eventos de culinária a casamentos, tudo simultaneamente, para dar
suporte a essas ocasiões, cada pavimento possui cozinhas, áreas de serviços,
sanitários e depósitos para guardar cadeiras e mesas.

Figura 23 - Sala de Eventos/ Conferências

Fonte: <www.melia.com> Acesso em 29 de maio de 2015.


34

Figura 24 - Sala de Reuniões Figura 25 - Foyer

Fonte: <www.melia.com> Acesso em 29 de maio Fonte: <www.melia.com> Acesso em 29 de maio


de 2015. de 2015.

No sexto pavimento, área destinada a lazer, encontra-se um espaço de


convivência no interior do edifício que permite a socialização entre as pessoas, na
parte externa o piso em deck de madeira, dispõe de mesas, espreguiçadeiras,
piscina e um bar. A pele de vidro da fachada se estende, criando uma proteção
física e ao mesmo tempo permitindo o contato visual com a cidade. Por se tratar de
um hotel voltado a negócios, percebe-se que o tamanho dessa área é menor
comparada com a mesma área em outras categorias de hotéis.

Figura 26 – Planta baixa 6º pavimento, destinado a área de lazer

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.


35

Figura 27 – Área de lazer/ Piscina

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015.

O hotel também possui outros equipamentos de lazer, como um centro


Fitness e SPA, porém não foi possível acesso as plantas destinados a esses
equipamentos.
A estrutura modular permitiu a flexibilidade de propor cinco tipos de
apartamentos, variando o tamanho de vinte e cinco a cinquenta metros quadrados.
As UH’s começam a partir do sétimo andar e seguem uma tipologia até o décimo
nono, no pavimento tipo seguinte, existem dois tipos de apartamentos, os que
possuem a vista para o mar mediterrâneo com 25m² e os que tem a vista para a
cidade e a piscina com 30m²; As UH’s das esquinas tem a possibilidade de se unir
com os quartos vizinhos, dando privacidade para famílias e amigos que necessitam
de mais de um quarto. Vale ressaltar que, cada pavimento possui dois
compartimentos de apoio de serviço.

Figura 28- Planta baixa do pavimento tipo do 7º ao 19º.

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.


36

Figura 29 - Apartamento 30m²

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015.

O jogo de volumes criado com o deslocamento de uma das partes da torre


gerou um terraço no vigésimo quarto andar, que abriga um restaurante, o local é
bastante frequentado por visitantes, oferecendo gastronomia de qualidade e uma
bela vista panorâmica da cidade. O restaurante se caracteriza por um tratamento
personalizado em uma sala que apresenta um reduzido número de mesas e uma
cozinha aberta que torna público todo o processo de criação.

Figura 30 – Planta baixa do 24º pavimento

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.


37

Figura 31 – Terraço do bar no 24º pavimento Figura 32 – Cozinha integrada do restaurante

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de


maio de 2015. maio de 2015.

No vigésimo quinto andar, foi proposto um pavimento de apoio para os


executivos, com mesas, sofás, estações de trabalho e uma sala de reuniões, esse
espaço, diferente dos existentes nos primeiros pavimentos do hotel, onde as salas
de reuniões podem ser alugadas para pessoas de fora; Neste andar que é
exclusividade dos hóspedes, possui um suporte diferenciado, dispondo ainda de
uma copa e três lavabos.

Figura 33 – Planta baixa do 25º pavimento, lounge executivo

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.


38

Figura 34 – Sala de reuniões do lounge executivo

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo Autor.

Do vigésimo sexto até o vigésimo oitavo pavimento, a tipologia dos


pavimentos é diferenciada, há suítes apenas de um lado da fachada. Como pode-se
observar na imagem da planta abaixo, os quartos das esquinas que possuem
acessos exclusivos, tiveram seus tamanhos duplicados, dando espaço para um hall,
uma sala e um closet. As suítes localizadas no centro, mantiveram a mesma
tipologia dos pavimentos anteriores, porém oferecendo um vista mais privilegiada da
cidade.

Figura 35 – Pavimento tipo do 26º - 28º

Fonte: <www.archdaily.com> Acesso em 28 de maio de 2015. Editado pelo autor.

O hotel possui ainda outros dois tipos de pavimentos habitacionais, porém só


foram localizadas as plantas baixas dos apartamentos. A tipologia deles apresenta
dimensões maiores. O maior destes possui um hall, além do BWC da suíte possui
39

um lavabo, sala de estar e jantar, um closet com dimensões maiores e uma banheira
que oferece uma vista para o mar.

Figura 36 – Planta baixa, suíte presidencial. Figura 37 - Planta baixa, suíte “Level
Junior”

Fonte: <archrecord.construction.com> Acesso em Fonte: <archrecord.construction.com>


29 de maio de 2015 Acesso em 29 de maio de 2015

3.1.1 Programa e Dimensionamento

Em vista da ausência de cotas na planta, para descobrir o dimensionamento


dos ambientes foi tomado como base o mobiliário e a largura das portas, por isso o
dimensionamento a seguir é aproximado. Também, não foi possível localizar os
pavimentos onde possivelmente se encontra parte da área destinada a serviços,
lavanderia, estacionamento e Spa.

Tabela 3 - Programa e dimensionamento dos ambientes.

SETOR PROGRAMA ÁREA m² QUANTIDADE


Lobby +/- 252m² 01
SOCIAL WC Masculino/ Social +/-3,50m² 02
WC Feminino / Social +/-3,50m² 02
WC Acessível +/- 4m² 01
Espaço convivência 24º Pav. +/-232m² 01
SUBTOTAL ÁREA SOCIAL +/- 495m²
Recepção +/- 20,84m² 01
ADMINISTRAÇÃO Sala 01 +/- 20,33m² 01
Sala 02 +/-9,68m² 01
Sala 03 +/-7,74m² 01
SUBTOTAL ÁREA ADMINISTRATIVA +/-58.59m²
Deck e Piscina +/- 648m² 01
LAZER WC Masculino +/- 12,37m² 01
40

WC Feminino +/- 12,37m² 01


WC Acessível +/- 5,6m² 01
Academia +/- 300m² 01
SPA - 01
SUBTOTAL ÁREA DE LAZER +/- 978.34m²
Restaurante Térreo (R01) +/- 304m² 01
Restaurante 24º Pav. (R02) +/- 376m² 01
RESTAURANTE/ WC Masculino (R02) +/-6,30m² 01
BAR WC Feminino (R02) +/-6,30m² 01
Bar Piscina +/- 28m² 01
SUBTOTAL ÁREA DE RESTAURANTE/ BAR +/- 720.60m²
Foyer Salões Polivalente +/-159,6m² 01
Salão Polivalente 01 160,97 m² 01
EQUIPAMENTOS DE Salão Polivalente 02 160,97 m² 01
REUNIÕES E Salão Polivalente 03 100,12 m² 01
CONFERÊNCIAS Salão Polivalente 04 +/-306 m² 01
Salão Polivalente 05 +/-357 m² 01
Sala de Reunião 01 +/-87 m² 01
Sala de Reunião 02 +/-38 m² 01
Sala de Reunião 03 +/-43 m² 01
Sala de Reunião 04 +/-40 m² 01
Sala de Reunião 05 +/-37 m² 01
Sala de Reunião 06 +/-28,39 m² 01
Sala de Reunião 07 +/-28 m² 01
Biblioteca +/-33 m² 01
WC Masculino/ Reuniões +/-16 m² 01
WC Feminino / Reuniões +/-16 m² 01
Lounge Executivo +/-265m² 01
SUBTOTAL ÁREA DE REUNIÕES E CONFERÊNCIAS +/- 1876,05m²
Cozinha/ Restaurante (R01) +/- 54,18m² 01
Despensa Alimentos (R01) +/- 7,23m² 01
SERVIÇO Câmera de refrigeração (R01) +/- 3,84m² 01
Sala da Nutricionista (R01) +/- 5,14m² 01
Central de Lixo e Gás +/- 12,30m² 01
Cozinha/ Restaurante (R02) +/- 124m² 01
SUBTOTAL ÁREA DE SERVIÇO +/- 206.69m²
Apto. tipo 01 25m² 116
ÁREA ÍNTIMA/ BWC Apto. tipo 01 +/-9,27m² 116
HÓSPEDES Apto. tipo 02 +/-30m² 91
41

BWC Apto. tipo 02 +/-8,23² 91


Apto. tipo 03 +/-50m² 06
BWC Apto. tipo 03 +/- 8,60m² 06
Apto. Tipo 04 +/-75m² -
Bwc Apto. Tipo 04 +/- 8,60m² -
Apto. Tipo 05 +/-100m² -
BWC. Tipo 05 +/- 8,60m² -
Apto. Acessível +/-30m² 04
BWC Suíte Acessível +/- 7,60m² 04
SUBTOTAL UNIDADES HABITACIONAIS +6.050m²
SUBTOTAL ÁREA CONSTRUÍDA +/-10.385,27m²
Fonte: O autor (2015).

3.1.2 Análise Crítica: Potencialidades

O edifício foi implantado em uma área que passou por uma renovação urbana
recentemente e que está em constante valorização, atraindo cada vez mais centros
empresariais e econômicos para o setor, sendo também situado no encontro de
duas avenidas importantes, facilitando o acesso dos hóspedes a outras partes da
cidade.
O programa do hotel atendeu as necessidades dos turistas de negócios por
utilizar salas de reuniões flexíveis, dos mais variados tamanhos, e ainda um
pavimento exclusivo para os executivos. O arquiteto ainda teve o cuidado de criar
acessos separados para essas salas de reuniões, a fim de não interferir no fluxo dos
hóspedes para os apartamentos. Além disso, o Hotel dispõe de um estacionamento
que supre as necessidades das pessoas que estão no edifício, incluindo também
aquelas pessoas que participam de algum evento realizado no prédio.
Apesar de tratar-se de um hotel de negócios, ele dispõe de ambientes que
proporcionam descanso e lazer, como a academia, espaços de convivência, SPA,
piscina e uma variedade de bares e restaurantes espalhados pelo edifício.
O restaurante no térreo foi locado de forma que se integra com o espaço
urbano, facilitando o acesso das pessoas de fora a também utilizarem o serviço,
contribuindo assim para o lucro financeiro do empreendimento.
A organização dos ambientes e dos setores foi bem delimitada, o arquiteto
deixou isso claro por separar os usos, por pavimentos ou blocos distintos, sua
modulação estrutural também permitiu a criação de vários tipos de quartos sem
interferir nos outros pavimentos.
42

O arquiteto conseguiu propor em todos os apartamentos vistas privilegiadas


da paisagem, alguns do mar mediterrâneo e outros da paisagem urbana de
Barcelona, também todos os quartos ofereceram um layout que permite executar
tarefas de trabalho, através de elementos do mobiliário, como mesas e
escrivaninhas.

3.1.3 Análise Crítica: Fragilidades


Apesar da justificativa do arquiteto da integração da sua edificação com
contexto urbano de Barcelona, o gabarito da sua edificação gera um impacto
grandioso na vizinhança, que possui um gabarito horizontal.
Também durante a análise foi percebida a ausência de um local exclusivo
para embarque e desembarque de hóspedes que não seja a calçada pública ou
estacionamento, tendo em vista o porte do hotel.

3.2 MAR HOTEL (RECIFE, PE)

O Mar Hotel está localizado na Rua Barão de Souza Leão, no bairro de Boa
viagem, em Recife. O bairro é um dos mais valorizados da cidade, sua infraestrutura
e localização favorecem sua consolidação, se tornando um importante centro
empresarial e comercial. O entorno do Hotel assim como todo o bairro, é
caracterizado por edifícios verticais, tanto por habitações multifamiliares de alto
padrão como por edifícios empresariais. A sua localização estratégica, a 3 km do
aeroporto e cerca de 1 km da praia, favorece hospedagens tanto por turistas de
negócios como de lazer.
43

Figura 38 – Localização estratégica do Mar Hotel

Fonte: Google Earth, editado pelo autor, em maio de 2015.

O hotel que é da década de 80, foi projetado por José Goiana Leal, arquiteto
pernambucano que se tornou referência na arquitetura hoteleira nacional. O edifício
já passou por algumas reformas, em uma dessas foram acrescentados 22
apartamentos e a construção de um novo bloco ao sul. Com 18.701 metros
quadrados de área construída, o bloco principal oferece 253 unidades habitacionais,
sendo 13 acessíveis.
Além do novo bloco construído, o hotel possui ligações com um edifício
empresarial, e um edifício garagem que pertence ao mesmo grupo, nas imagens a
seguir, é possível analisar a disposição desses edifícios.
Figura 39 - Relação do hotel com os prédios vizinhos

Fonte: Google Earth, editado pelo autor, em maio de 2015.


44

Figura 40 - Planta de locação e de coberta

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

O hotel possui um estilo modernista com influência do clima tropical, sua


fachada apresenta volumes retilíneos e cores neutras como o branco e a utilização
do concreto aparente, que se integra com a vegetação abundante, isto fica evidente
na fachada principal, com a criação de jardineiras nos pavimentos tipo, até o
coroamento em balanço, que recebe vegetação com uma cor de destaque.
Estando a 32 metros do logradouro, a entrada do hotel é emoldurada pela
vegetação nas laterais que direcionam o olhar para a marquise com o pé direito
duplo que antecede o lobby.
45

Figura 41 – Fachada Principal

Fonte: O autor. Maio de 2015

O Mar Hotel é considerado atualmente como um hotel de quatro estrelas,


portanto ele cumpre alguns pré-requisitos estabelecidos pela MTUR6, para a
categoria que foi projetada, de cinco estrelas, onde exige-se que ofereça no mínimo
seis serviços através de suas instalações (por exemplo: venda de jornais e revistas,
loja de conveniência, agência de turismo e etc.). No pavimento térreo encontra-se
uma galeria com essa quantidade exigida, entre estes está uma loja de obras de
artes e um salão de beleza.
A recepção foi locada em um ponto que favorece ter uma visão do andar,
desde a galeria, até a área de lazer que se integra visualmente com o lobby, atrás
da recepção está a área administrativa, onde se gerencia o funcionamento do hotel.
O lobby possui um pé-direito duplo, que dá acesso ao mezanino no pavimento
superior, através de uma escada helicoidal. No interior desse pavimento ainda há
um restaurante, cozinha, um café, uma adega e lavabos masculino e feminino, cada
um com cabines acessíveis, existe também um edifício na ala oeste onde funciona
parte da área de serviço do hotel, no pavimento térreo, ele serve para estocagem de
mantimentos. Essa descrição pode ser analisada na planta baixa apresentada a
seguir:

6
Disponível em: <http://www.classificacao.turismo.gov.br/> Acesso em 02 de Maio de 2015 as
09h09min.
46

Figura 42 – Zoneamento: Planta Baixa Pavimento Térreo

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

Figura 43 - Restaurante Figura 44 - Restaurante

Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de Fonte:<www.mercure.com> Acesso em 30 de


maio de 2015, as 21h02min. maio de 2015, as 21h02min.

Na área externa está localizado o espaço de lazer do hotel. A piscina se


destaca com seu formato assimétrico em diferentes níveis, que se inicia por meio de
uma cascata. Foram locados também nesse espaço a sauna e a academia com
vista para a piscina.
47

Figura 45 – Piscina Figura 46 – Piscina / Área de Lazer

Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de


maio de 2015, as 21h03min. maio de 2015, as 21h05min.

O pavimento semienterrado é composto pelo setor de serviço do hotel, como


cozinha, refeitório, banheiros e vestiário para os funcionários, lavanderia, rouparia,
almoxarifados e depósitos dos mais diversos tipos; central de lixo e oficinas de
manutenção, possui também vagas de estacionamento, porém apenas para os
funcionários, as vagas destinadas para os hóspedes se encontram no edifício
garagem, no prédio vizinho.

Figura 47 - Zoneamento do pavimento semienterrado.

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.


48

O segundo pavimento foi destinado a eventos e reuniões de grande porte, o


acesso é feito através de elevadores e uma escada exclusiva a partir do lobby no
pavimento térreo. O andar possui dois salões polivalentes, depósitos para guardar
cadeiras, mesas e equipamentos; para dar suporte a eventos, o andar tem o apoio
de uma copa e câmeras de refrigeração de alimentos. O pavimento ainda conta com
acesso ao edifício destinado a área de serviço e administração na ala oeste e
acesso a extensão do hotel ao sul. Essa descrição e a disposição dos ambientes
podem ser analisadas na planta baixa apresentada a seguir:

Figura 48 – Zoneamento do segundo pavimento

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

O terceiro pavimento dispõe de mais um salão polivalente, um restaurante, e


parte da cozinha que dá suporte a essa área. Essa descrição e a disposição dos
ambientes podem ser analisadas na planta baixa apresentada a seguir:
49

Figura 49 - Zoneamento do terceiro pavimento

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

Figura 50 - Salão Polivalente

Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de maio de 2015, as 21h03min.

Os apartamentos começam a partir do quarto pavimento e vão até o décimo


quinto todos possuem uma tipologia parecida, seguindo a modulação estabelecida
na estrutura. Cada pavimento possui 22 módulos, de modo que do quarto pavimento
50

até o décimo terceiro, um dos apartamentos ocupam dois destes módulos, ou seja,
esses pavimentos possuem 21 apartamentos cada.
Alguns apartamentos dispõem de varandas enquanto outros de jardineiras, os
virados para o leste são privilegiados com a ventilação e a vista da piscina, enquanto
que os virados para o poente, sofrem a forte incidência solar do final da tarde e a
vista prejudicada por causa das edificações vizinhas.
Os acessos a esses pavimentos são através de cinco elevadores sendo um
de serviço e por meio de duas escadas de emergência. Todos os andares possuem
apoio de serviço. Essas descrições podem ser analisadas na planta baixa
apresentada a seguir:

Figura 51 – Zoneamento do quinto ao nono pavimento. Destaque para o último apartamento, com
dimensões superiores por ocupar dois módulos.

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.


51

Figura 52 - Apartamento com 24m² Figura 53 - Apartamento com 52m²

Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de Fonte: <www.mercure.com> Acesso em 30 de


maio de 2015, as 21h03min. maio de 2015, as 21h03min.
A principal diferença entre estes pavimentos com o quarto e os que estão
entre o décimo até o décimo terceiro, é a presença de UH’s acessíveis para
portadores de necessidades especiais, embora no quarto pavimento seja oferecido
apenas um, e o décimo até o décimo terceiro oferecem três apartamentos acessíveis
cada pavimento. Isto pode ser analisado na planta baixa a seguir:

Figura 54 - Zoneamento do décimo pavimento até o décimo terceiro. Destaque para os apartamentos
acessíveis.

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

O décimo quarto pavimento segue a mesma tipologia, portanto possui uma


suíte com closet e banheira e não oferece UH’s acessíveis. O décimo quinto, o
ultimo pavimento habitacional, foi recém-reformado, antes ele servia como um
grande terraço, que agora recebeu mais vinte e duas habitações. Nenhuma delas
52

possuem varanda, mas desfrutam de jardineiras em frente as janelas e uma vista


alta do bairro de Boa viagem, algumas suítes desse andar têm sua dimensão
diferenciada comparadas com as dos pavimentos abaixo. Essas considerações
podem sem observadas na planta baixa a seguir:

Figura 55 - Zoneamento décimo quinto pavimento

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.

Figura 56 - Corte

Fonte: Prefeitura do Recife, editado pelo autor, 2015.


53

3.2.1 Programa e Dimensionamento

Tabela 4 – Programa e dimensionamento dos ambientes.

SETOR PROGRAMA ÁREA m² QUANTIDADE


Terraço Desembarque 84,75 1
SOCIAL Lobby 333,52 m² 01
WC Masculino/ Social 18,64 m² 01
WC Feminino / Social 19,79 m² 01
SUBTOTAL SOCIAL 456.70
Recepção 37,65 m² 01
ADMINISTRAÇÃO Bagagem 14,45 m² 01
Sala 01 8,35 m² 01
Sala 02 15,11 m² 01
Sala 03 20,52 m² 01
SUBTOTAL ADMINISTRAÇÃO 96.08m²
Piscina - 01
LAZER Sauna 8,77 m² 01
Academia - 01
SUBTOTAL LAZER -
Loja 01 34,8 m² 01
LOJAS Loja 02 26,38 m² 01
Loja 03 24 m² 01
Loja 04 68,11 m² 01
Loja 05 30,72 m² 01
Loja 06 13,91 m² 01
SUBTOTAL LOJAS 197.92m²
Restaurante 01 175,91 m² 01
BARES E Restaurante/ Hospedes 214,45 m² 01
RESTAURANTES Café 11,55 m² 01
TSUBOTAL RESTAURANTE/ BAR 401.91m²
Salão Polivalente 01 243,19 m² 01
EQUIPAMENTOS DE Salão Polivalente 02 419,6 m² 01
REUNIÕES E Salão Polivalente 03 260,32 m² 01
CONFERÊNCIAS WC Masculino/ Reuniões 11,79 m² 02
WC Feminino / Reuniões 11,72 m² 02
SUBTOTAL REUNIÕES E CONFERÊNCIAS 970.13m²
Cozinha/Restaurante 01 88,06 m² 01
SERVIÇO Despensa/ Restaurante 01 4,58 m² 01
54

Depósito/ Restaurante 01 15,78 m² 01


Cozinha/ Restaurante 02 - 01
Cozinha/ Salões Polivalentes - 01
Cozinha/Funcionários 104,82 m² 01
Refeitório 260,11 m² 01
BWC/ Func. Masc. 32,62 m² 01
BWC/ Func. Fem. 33,02 m² 01
Vestiário Masculino 25,82 m² 01
Vestiário feminino 33,51 m² 01
Sala Fardamento 2,50 m² 01
Governança 22,68 m² 01
Estoque Governança 50,02 m² 01
Lavanderia 93,1 m² 01
Rouparia 31,32 m² 01
Almoxarifado 43,9 m² 01
Almoxarifado/ Eventos 93 m² 01
Subestação 79,36 m² 01
Gerador 20,38 m² 01
Central de Lixo/ Gás 71,11 m² 01
Casa de Máquinas 25,43 m² 01
Oficina de manutenção 173,08 m² 01
Almoxarifado/ Manutenção 122,97 m² 01
SUBTOTAL SERVIÇO 1406.79m²
Apto. tipo 01 19,55 m² 224
ÍNTIMA BWC Apto. tipo 01 5,44 m² 224
(HÓSPEDES) Apto. tipo 02 46,31 m² 09
BWC Apto. tipo 02 5,44 m² 09
Apto. tipo 03 37,08 m² 01
BWC Apto. tipo 03 9,52 m² 01
Apto. Tipo 04 24,43 m² 05
Bwc Apto. Tipo 04 5,44 m² 05
Apto. Tipo 05 34,18 m² 02
BWC. Tipo 05 4,35 m² 02
Apto. Acessível 19,75 m² 13
BWC Suíte Acessível 5,44m² 13
SUBTOTAL UNIDADES HABITACIONAIS 6.663.59m²
SUBTOTAL ÁREA CONSTRUÍDA +/-10.193,12m²
Fonte: O autor (2015).
55

3.2.2 Análise Crítica: Potencialidades


O hotel apresenta uma estrutura flexível para receber tanto turistas de
negócios como de lazer, oferecendo equipamentos que incentivam esses dois tipos
de hospedagens, como salas de reuniões e eventos, para os que viajam com
interesses profissionais e áreas como piscina, academia, sauna para aquelas
pessoas que desejam descansar e se divertir.
A sua localização também é um ponto de destaque neste estudo, o edifício
está bem situado no bairro de Boa viagem, em via de grande importância, com
acesso direto ao aeroporto e próximo de vários edifícios comercias e empresariais,
também perto da praia, parques e museus como o Dona Lindu.
Como pontos positivos pode-se destacar também a utilização de soluções
para amenizar as altas temperaturas típicas do nordeste brasileiro, foi utilizado
largamente a vegetação no projeto, que foi introduzida por meio de jardineiras nas
varandas dos apartamentos, além disso, a sua modulação estrutural permite a
flexibilidade de propor diversos tipos de apartamentos sem interferir nos outros
pavimentos.

3.2.3 Análise Crítica: Fragilidades

Apesar de estar em uma via bastante movimentada como é a Rua Barão de


Souza Leão, pelo fato da edificação estar recuada a mais de 30m do logradouro, faz
com que edificações vizinhas prejudiquem a visibilidade do hotel, muitas vezes
passando despercebido entre as pessoas que transitam na via.
Embora o hotel apresente um programa relativamente completo, mas por se
tratar de um edifício antigo já passou por diversas reformas, mudando algumas
características que afetaram o fluxo entre os setores, como a utilização de vagas de
estacionamento em um edifício garagem vizinho, e ramificações a prédios
separados como o novo bloco ao sul e o prédio anexo ao oeste que abriga depósitos
e almoxarifados.
Além disso percebeu-se ausência de acessibilidade em alguns lugares do
hotel, a área de lazer é o principal destes, com diferentes níveis, a ausência de
rampas impossibilita o acesso de pessoas com necessidades especiais de
locomoção.
56

3.3 HOTEL COURTYARD MARRIOTT (RECIFE, PE)

O Hotel Courtyard Marriott Recife, também está localizado no Bairro de Boa


viagem, aliás, esse é o bairro que apresenta a maior concentração de hotéis da
cidade. Esse projeto faz parte de um complexo, que envolve um hotel, um edifício
garagem, um empresarial e uma loja. Como o foco da pesquisa é o hotel, a análise
será baseada apenas neste.
O edifício inaugurado em 2014 leva a assinatura do escritório METRO
arquitetura, onde afirma que o hotel projetado possui um perfil de atendimento para
executivos que valorizam espaços acolhedores, dessa forma os ambientes
propostos estão voltados em atender esse tipo de turista, embora o próprio hotel cite
que possui flexibilidade para atender também a outros tipos de viajantes.

Figura 57 – Perspectiva do Complexo, Figura 58 – Perspectiva do Complexo, Hotel em


Empresarial em primeiro plano, Hotel ao fundo. primeiro plano, bloco empresarial ao fundo.

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de


2015 2015

O projeto possui uma volumetria simples, com linhas retas e a utilização de


poucos materiais como o ACM7 e o vidro em grande quantidade. O hotel é marcado
pela horizontalidade das linhas na fachada que “abraçam” o volume vertical do bloco
empresarial. O pequeno balanço criado, dá a impressão de que o bloco de dez
pavimentos está solto da base, pois foi colocada uma cor mais escura para passar
essa impressão.
O terreno no qual o projeto está inserido possui 4.483,57m², estando entre a
Rua Aloísio Pessoa de Araújo e a Avenida João Domingos Ferreira, umas das mais
7
Aluminum Composite Material (Painel composto por Alumínio).
57

importantes do Bairro. O total da área construída do hotel é de 8.190,95m²,


oferecendo 162 apartamentos.

Figura 59 - Localização e entorno do hotel

Fonte: Google Earth, editado pelo autor, 2015.

O acesso ao hotel é feito pela Rua Pessoa de Araújo, via de menor fluxo, as
pessoas ao entrarem no local são recebidas por meio do porte-cochère com pé-
direito duplo, local para embarque e desembarque. Através dele são distribuídos os
acessos ao interior da edificação, existindo um que leva ao lobby e outro que leva a
área de reuniões e eventos.

Figura 60 - Perspectiva do cochere.

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015


No pavimento térreo, a área social, do restaurante e de reuniões são
integradas, porém bem delimitado através de demarcações de piso e teto, ou por
meio de divisórias que servem de amparo sem perder a fluidez dos ambientes. A
58

área social do hotel, o lobby, por se tratar de um local com fluxo intenso é controlado
pela recepção, que foi divida em três balcões de atendimento. A partir daí são
divididos três caminhos; o que leva aos elevadores e banheiros, a escada de
destaque para o segundo pavimento e a área do restaurante e bar.

Figura 61 – Lobby e a recepção ao fundo. Figura 62 – Lobby

<metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015 <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015

A área do bar é visível desde a parte do lobby, que se torna um espaço


convidativo para os hóspedes usufruírem. A intenção dos arquitetos foi deixar esses
ambientes sempre ativos, com uma atmosfera de grande vitalidade, onde essa
integração se estende até o setor de reuniões, que liga o restaurante ao foyer que
antecede as salas. O hotel oferece 03 salões polivalentes, todos reversíveis,
podendo haver junções chegando a receber até 360 pessoas.

Figura 63 - Restaurante Figura 64 - Foyer

<metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015 <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015

Analisando a planta baixa a seguir pode-se observar como ficou bem definida
a organização dos ambientes a partir dos usos:
59

Figura 65 - Zoneamento pavimento térreo

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015. Editado pelo autor.

O segundo pavimento pode ser acessado pela escada de destaque ao lado


da recepção, ou através dos elevadores sociais e de serviço. Esse pavimento
apresenta uma sala de conferências para executivos, parte do setor administrativo e
de serviço. Na área administrativa funciona a gerência, contabilidade e marketing.
Na parte mais restrita encontra-se a sala de segurança e a área de serviço, nela
possui os sanitários e vestiários dos funcionários, refeitório e a lavanderia do hotel,
porém essa lavanderia é utilizada apenas para estocagem e lavagens específicas,
pois o serviço é terceirizado por outra empresa. O refeitório tem contato com a
cozinha no pavimento inferior por meio de uma escada que dá acesso a essa área.
Esses ambientes podem ser identificados na imagem a seguir, os que não possuem
identificação, são as áreas de estacionamento, o edifício empresarial e a loja com
pé-direito duplo.
60

Figura 66 – Zoneamento do segundo pavimento

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015. Editado pelo autor.

Os pavimentos tipos do hotel seguem uma modulação que propõe dezoito


apartamentos por andar, oito virados para o sudoeste e dez para o nordeste, todos
com as mesmas dimensões, a diferença que surge entre eles é a presença de um
apartamento acessível em cada pavimento onde muda a estrutura do BWC e a
organização do layout. Também alguns destes apartamentos são flexíveis em
conjugar com mais uma habitação por meio de uma porta criada no interior que dá
acesso ao quarto vizinho.
O acesso a esses pavimentos como todos os outros é através de três
elevadores, sendo um destinado a serviços, também por meio de duas escadas de
emergência, e uma delas está ligada ao bloco empresarial. Cada pavimento dispõe
também de um apoio de serviço. Essa organização espacial pode ser analisada na
planta baixa a seguir:
61

Figura 67 - Zoneamento do pavimento tipo

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015. Editado pelo autor.

O hotel oferece dois tipos de apartamentos; o Deluxe King (para casal) e


Deluxe Twin (duas camas). Todos eles oferecem espaço confortável para área de
trabalho voltado em atender as exigências dos hóspedes executivos.

Figura 68 - Apartamento Deluxe King Figura 69 - Apartamento Deluxe Twin

Fonte: <http://www.marriott.com/> Acesso em 03 Fonte: <http://www.marriott.com/> Acesso em 03


de junho de 2015, às 21h44min. de junho de 2015, às 21h45min.

O último pavimento, foi reservado para atividades de lazer, oferecendo um


centro fitness bem equipado na parte interna do edifício e uma piscina na área
externa. O centro fitness dispõe de uma área confortável e vista para cidade
proporcionada pela pele de vidro que vai do piso ao teto. A piscina foi feita em dois
níveis, na parte mais alta foram colocadas espreguiçadeiras e permite o banho para
62

crianças, também existe uma escada com corrimão que dá acesso ao nível mais
baixo para as pessoas portadoras de necessidades especiais.

Figura 70 - Zoneamento do último pavimento

Fonte: <metro.arq.br> Acesso em 03 de junho de 2015. Editado pelo autor.

Figura 71 – Centro Fitness Figura 72 - Piscina

Fonte: <http://www.marriott.com/> Acesso em 03 Fonte: <http://www.marriott.com/> Acesso em 03


de junho de 2015, às 21h40min. de junho de 2015, às 21h42min.
63

3.3.1 Programa e Dimensionamento

Tabela 5 – Programa e dimensionamento dos ambientes

SETOR PROGRAMA ÁREA m² QUANTIDADE


Terraço Desembarque (porte-cochere) +/- 445m² 01
SOCIAL Lobby +/-112,50m² 01
WC Masculino/ Social 7,80m² 01
WC Feminino / Social 7,80m² 01
SUBTOTAL SOCIAL +/- 573.10m²
Recepção 30m² 01
ADMINISTRAÇÃO Depósito Bagagem 8,75m² 01
Suporte Administrativo 14m² 01
Administração 16,12m² 01
Gerente Geral 13,68m² 01
Contabilidade 16,15m² 01
Gerente de Vendas 10,50m² 01
Marketing 18,20m² 01
Gerência Contabilidade 8,80m² 01
Centro de Dados 27,20m² 01
Sala de Segurança 28m² 01
WC Masculino 7,80m² 01
WC Feminino 7,80m² 01
SUBTOTAL ADMINISTRAÇÃO 207m²
Deck 182,37m² 01
LAZER Piscina 94,87m² 01
Terraço Coberto 18,96m² 01
Academia 94,22m² 01
Copa 8,35m² 01
SUBTOTAL LAZER 398.77m²
LOJAS Loja de Conveniência 13,50m² 01
SUBTOTAL LOJAS 13,5m²
RESTAURANTE/ BAR Área comum Restaurante e Bar +/- 294m² 01
SUBTOTAL RESTAURANTE/BAR +/- 294m²
Salão Polivalente 01 78,75m² 01
Salão Polivalente 02 89,25m² 01
EQUIPAMENTOS DE Salão Polivalente 03 73,50m² 01
REUNIÕES E Sala de Reunião Executivo 29,44m² 01
CONFERÊNCIAS Copa 10,34m² 01
64

Foyer - 01
WC Masculino 18,90m² 01
WC Feminino 18,90m² 01
SUBTOTAL REUNIÕES E CONFERÊNCIAS +691.83m²
Cozinha 135,54m² 01
SERVIÇO Despensa 22m² 01
Câmara Refrigerada 7,5m² 01
Câmara Frigorifica 4,50m² 01
Refeitório Funcionários 55,71m² 01
Almoxarifado 30m² 01
Controle do Almoxarifado 12,95m² 01
BWC e Vestiário Masc. 90m² 01
BWC e Vestiário Fem. 95,20m² 01
Lavanderia 29,44m² 01
DML 4,20m² 01
Gerador 42,50m² 01
Central Ar condicionados 31,50m² 01
Depósito de Gás 1,20m² 01
Depósito de Lixo 5,40m² 01
Depósito de lixo Refrigerado 6,40m² 01
Recebimento de Mantimentos 10,34m² 01
Guarita 4,40m² 01
Á. Tec. Pressurização Escada 13,75m² 01
Casa de Máquinas 4,40m² 01
SUBTOTAL SERVIÇO 606.93m²
Apto. Deluxe King c/ BWC 23,80 117
ÁREA ÍNTIMA/ BWC Deluxe King 4m² 117
HÓSPEDES Apto. Deluxe Twin c/ BWC 23,80 36
BWC Apto. Deluxe Twin 4m² 36
Apto. Acessível 23,80m² 09
BWC Suíte Acessível 4,48m² 09
Rouparia/Apoio 3,60m² 09
SUBTOTAL UNIDADES HABITACIONAIS 3.855.60m²
SUB-TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA 6.640,73m²
Fonte: O autor, 2015.

3.3.2 Análise Crítica: Potencialidades

O hotel conseguiu organizar bem seus espaços através de zonas bem


definidas e atingiu seu objetivo que é atrair turistas de negócios. Os ambientes
65

propostos mostram isso. Foram oferecidas salas de reuniões e eventos, mas


também houve uma atenção em criar espaços acolhedores.
A integração do lobby com o bar e o restaurante, contribuiu para que este não
se tornasse um espaço ocioso, ao contrário, criou uma área bastante ativa e
convidativa, contribuindo diretamente para a renda do hotel.
A área de reuniões recebe um fluxo muito grande de pessoas, por isso foram
dispostos equipamentos no térreo com um acesso exclusivo, direto ao porte-
cochère, evitando assim, problemas de congestionamento em elevadores e
principalmente no fluxo dos hóspedes às unidades habitacionais.

3.3.3 Análise Crítica: Fragilidades

Uma das escadas de emergência dos pavimentos tipo está localizada no


bloco empresarial, isso significa que pessoas que não são hóspedes podem ter
acesso a esses pavimentos que deveriam ser mais restritos por questões de
segurança, inclusive existem elevadores que só permitem pessoas entrarem no
andar habitacional onde estejam hospedadas, isto revela que existe um cuidado
nesse aspecto, mas que nesse projeto deixou a desejar.
Outra questão foi a falta de opções de apartamentos, existindo apenas dois,
mesmo assim com as mesmas dimensões, isto não quer dizer que é um ponto
negativo, porque o porte do hotel não exige essa diferenciação, mas oferecer uma
diversificação de apartamentos pode ser um atrativo extra.

3.4 ANÁLISE COMPARATIVA


Os três estudos de casos foram fundamentais para a compreensão do
funcionamento dos hotéis executivos. A partir deles pode-se entender a relação que
existe entre os setores, foram descobertos equipamentos que são essenciais em um
hotel e o dimensionamento dos ambientes que ele compõe.
Embora nem todos sejam do mesmo porte, os três têm a similaridade de
estarem voltados em atender o mesmo tipo de hóspedes; os turistas de negócios,
com isso, oferecem equipamentos e serviços que possuem similaridades.
66

Tabela 6 – Quadro Comparativo dos Estudos de Casos

ESTUDO DE CASO 01: ESTUDO DE CASO 02: MAR ESTUDO DE CASO 03:
ME HOTEL, (BARCELONA) HOTEL, (RECIFE) COURTYARD MARRIOTT
(RECIFE)
- Localização; - Localização; - Localização;
- Setorização dos ambientes - O programa atende as - Acesso pela via de menor
de acordo com os usos bem necessidades dos turistas de fluxo;
definidos; negócios, oferecendo salas de - Setorização dos
- O programa atende as eventos e conferências; ambientes de acordo com
necessidades dos turistas de - Flexibilidade em atender os usos bem definidos;
negócios, oferecendo salas de outros tipos de turistas; - O programa atende as
eventos e conferências; - Propõe equipamentos de necessidades dos turistas
- Acesso as salas de reuniões lazer; de negócios, oferecendo
e eventos sem interferir no - Programa relativamente salas de eventos e
POTENCIALIDADES

fluxo aos apartamentos; completo. conferências;


- O estacionamento supri a - Boa quantidade de lojas. - Acesso as salas de
demanda do hotel, inclusive - Diversificação de reuniões e eventos sem
em eventos; apartamentos; interferir no fluxo aos
- Flexibilidade em atender - Modulação estrutural; apartamentos;
outros tipos de turistas; - Soluções para amenizar as - O estacionamento supri a
- Propõe equipamentos de altas temperaturas da região; demanda do hotel,
lazer; inclusive em eventos;
- Estrutura modulada; - Flexibilidade em atender
- Diversificação de outros tipos de turistas;
apartamentos; - Propõe equipamentos de
- Apartamentos com layout lazer;
que permite executar tarefas - Apartamentos com layout
de trabalho; que permite executar
-Propõe apartamentos com tarefas de trabalho;
vistas privilegiadas da cidade. - Integração das áreas
comuns (Lobby, bar e
restaurante).

ESTUDO DE CASO 01: ESTUDO DE CASO 02: MAR ESTUDO DE CASO 03:
ME HOTEL, (BARCELONA) HOTEL, (RECIFE) COURTYARD MARRIOTT
(RECIFE)
- Impacto do gabarito em - Pouca visibilidade do Hotel - Acesso dos pavimentos
FRAGILIDADES

relação a vizinhança; em relação a via pública; habitacionais ao bloco


- Ausência de área para - Setor de serviço confuso, empresarial;
embarque e desembarque de consequência do grande - Pouca diversificação de
passageiros; número de reformas; apartamentos;
- Ausência de lojas; - Ramificações a prédios
vizinhos;
- Falta de acessibilidade na
área de lazer;
Fonte: O autor, 2015.
67

4. O ANTEPROJETO
As etapas projetuais tem início com a escolha do terreno, a análise das
legislações e normas, a elaboração do programa e dimensionamento dos espaços,
assim como estudo de zoneamento e organo-fluxograma, estudos esses que
nortearam o desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico que é apresentado no
final do capítulo através do memorial justificativo.

4.1 ANÁLISE DO TERRENO

A localização de um empreendimento hoteleiro é de extrema importância para


a sua viabilidade, por isso, tomando como base o estudo realizado anteriormente, a
escolha do terreno foi levada em consideração a demanda do público alvo, o
entorno, os condicionantes legais, e questões como a topografia, o fluxo e o sentido
das vias de acesso.

4.1.1 Análise do Contexto Urbano

Para a implantação do hotel, procurou-se um local na cidade que possa


favorecer hospedagens para turistas executivos, portanto, na pesquisa notou-se que
o bairro Maurício de Nassau apresenta um potencial nesse quesito, com a expansão
do centro para essa área, e apresenta uma concentração de edifícios empresariais e
comerciais, especialmente na Avenida Agamenon Magalhães, a principal via que
liga o centro a BR-104. A imagem a seguir revela a localização do terreno escolhido
e os principais edifícios coorporativos presentes no entorno.
68

Figura 73 – Entorno do terreno proposto

Fonte: Google Earth, editado pelo autor, 2015.

Entretanto, a Avenida Agamenon Magalhães foi o local mais apropriado para


ser implantado o hotel, considerando quesitos como: acessibilidade, visibilidade
arquitetônica e valorização do entorno. Nela foi encontrado um terreno que está em
sua maior parte sem uso, com exceção de um restaurante, porém sua estrutura não
condiz com o alto custo do solo da área.
O terreno proposto tem três faces voltadas para a via pública, a Avenida
Agamenon Magalhães, Avenida Marcionilo Francisco da Silva e a Rua José
Rodrigues de Abreu, e possui uma área total de 3.050,34m².
69

Figura 74 - Planta de Situação

Fonte: Unibase Caruaru editado pelo autor, 2015.

Figura 75 - Vista do terreno a partir da Av. Figura 76 - Vista do terreno a partir da Av.
Agamenon Magalhães Agamenon Magalhães

Fonte: O autor, 2015. Fonte: O autor, 2015.

Figura 77 – Vista do terreno a partir da Av. Figura 78 – Vista do terreno a partir da Rua Josè
Marcionilo Francisco da Silva Rodrigues de Abreu

Fonte: O autor, 2015. Fonte: O autor, 2015.


70

Na Avenida Agamenon além de edifícios coorporativos, encontra-se também


lojas comerciais, farmácias, hospitais, bancos e restaurantes, ela possui um fluxo
intenso de pedestres e veículos, tendo recentemente passado por uma
requalificação urbanística, onde foram feitas melhorias na sua infraestrutura como a
sinalização e um tratamento paisagístico no seu canteiro central, sendo considerada
a melhor via da cidade na atualidade. Nos finais de semanas e feriados parte dela é
destinada a lazer e práticas de esportes.

Figura 79 – Vista da Av. Agamenon Magalhães a Figura 80 - Av. Agamenon Magalhães


partir do terreno

Fonte: O autor, 2015. Fonte: O autor, 2015.

O bairro tem uma forte tendência à verticalidade, por isso existe um grande
número de edifícios multifamiliares no entorno, embora apresente também uma
grande quantidade de residências de alto padrão unifamiliares. Isto fica evidente na
Rua José Rodrigues de Abreu, onde possui um prédio residencial de quinze
pavimentos em frente ao terreno proposto. É possível comprovar o gabarito das
edificações vizinhas nas imagens a seguir:

Figura 81 – Vista da Av. Marcionilo Francisco da Figura 82 – Vista da Rua José Rodrigues de
Silva Abreu a partir do terreno

Fonte: O autor, 2015. Fonte: O autor, 2015.


71

A Avenida Marcionilo Francisco da Silva tem uma movimentação de veículos


considerável, visto que é uma via importante de acesso a Av. Agamenon Magalhães,
enquanto que a Rua José Rodrigues de Abreu tem um fluxo moderado, porém todas
elas apresentam uma boa infraestrutura, com calçamento, arborização e
sinalizações.

Figura 83 – Sentido e fluxo das vias

Fonte: Unibase Caruaru editado pelo autor, 2015.

4.1.2 Análise dos Condicionantes Físicos-Ambientais

É apropriado fazer um estudo dos condicionantes físicos-ambientais, que


envolve analisar a insolação no terreno, de acordo com o horário e épocas do ano,
observando também onde há a maior incidência de ventos no lote e questões como
a topografia, a presença de arborização ou quaisquer agentes físicos que possam
interferir em uma dessas questões analisadas. Com esse estudo fica evidente qual
é o local do terreno mais apropriado para locar os setores correspondentes aos
usos.
No lote proposto foi realizado um estudo de insolação e foi produzido um
gráfico demonstrando o posicionamento solar nos horários entre às 06h até às 18h
nos solstícios de inverno e verão. O gráfico criado revela a direção dos ventos em
relação ao local, que pode ser visto na imagem a seguir:
72

Figura 84 - Análise dos Condicionantes Ambientais

Fonte: O autor, 2015.

Como revela o gráfico, as manchas coloridas indicam a direção dos raios


solares sobre o terreno. Observa-se que durante o inverno e na maior parte do ano,
as incidências solares predominam na face norte do lote, sendo a parte mais crítica
o noroeste, que é o horário onde as incidências solares se tornam mais fortes em
relação ao local. Porém, nas épocas mais quentes do ano, como o verão, essas
incidências se tornam mais críticas no sudoeste. O gráfico mostra também as
direções dos ventos, que tem sua predominância vinda do sudeste e leste, em
alguns meses do ano vindo também do nordeste.
Com essas informações, foram observados os agentes físicos que interferem
nesses condicionantes ambientais sobre o terreno. Como já mencionado, o lote
escolhido é vizinho de um edifício de 15 pavimentos que proporciona sombra
durante boa parte da manhã, porém ele também afeta em parte a ventilação vinda
do leste-nordeste. Embora a ventilação sudeste não seja comprometida, em vista
que não existem edificações com gabarito alto atualmente. Essas considerações
podem ser comprovadas no esquema a seguir:
73

Figura 85 - Estudo de incidência solar sob o terreno em determinados horários e épocas e do ano.

09:00 hs 12:00 hs 15:00 hs


PRIMAVERA
VERÃO
OUTONO
INVERNO

Fonte: O autor (2015).

Outro aspecto que foi levado em consideração no projeto foi a topografia, que
comprova uma diferença de nível de um pouco mais de 2m entre a parte mais baixa
para a mais alta.
74

4.1.3 Análise dos Condicionantes Legais


Nesta etapa são consideradas as legislações e normas aplicadas ao terreno e
ao hotel proposto, para verificar as exigências que o projeto deve atender. Para isso
foi analisado o plano diretor da cidade, o código de obras, as normas de
acessibilidade a NBR 9050 e as exigências do Código de Segurança Contra
Incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco (COSCIP).

 Plano Diretor
Segundo os parâmetros urbanísticos estabelecidos pelo plano diretor de
Caruaru e as leis complementares de nº041 e nº042, o terreno proposto se enquadra
na zona de Eixos de Atividades Múltiplas (EAM). Para essa zona, são exigidos os
seguintes parâmetros:

Coeficiente de utilização – 3,0


Afastamentos – frontal – Afr=5+(nx0,25)
Lateral – Al=2,5+(nx0,25)
Fundos – Af=Al
Taxa de solo natural – 20%

Segundo a lei complementar nº041, os Eixos de Atividades Múltiplas - EAM, o


coeficiente de utilização poderá ser acrescido de mais 2, ou seja, podendo chegar
até o coeficiente 5,0 através dos instrumentos urbanísticos da Outorga Onerosa e/ou
da Transferência do Direito de Construir.
O terreno escolhido para a implantação do hotel possui uma área de 3050,34m²,
podendo ser construído até 9.151,02m² de acordo com o coeficiente de utilização
3,0 e até 15.251,70m² com o coeficiente 5,0. A área mínima de solo natural é de
610,07m². Em relação aos afastamentos, o terreno apresenta três frontais por
estarem voltadas para a rua e apenas uma lateral. A imagem a seguir, mostra a área
máxima da lâmina que se pode ter no lote:
75

Figura 86 - Área máxima da lâmina

Fonte: Unibase Caruaru, editado pelo autor, 2015.

 Código de Obras de Caruaru

Tabela 7 - Síntese do Código de Obras de Caruaru

SÍNTESE DO CÓDIGO DE URBANISMO, OBRAS E POSTURAS DE CARUARU

ARTIGO
TÍTULO DESCRIÇÃO
PARÁGRAFO

As entradas e saídas de estacionamento e garagens em


lotes com frente para mais de um logradouro público
38
serão feitas obrigatoriamente pela via de menos
importância.
V – Das Áreas de
Para efeito de cálculo de área total de estacionamento, o
Estacionamento 39
espaço mínimo por veículo será de 25,00m².
Para efeito de dimensionamento das vagas de
40 estacionamento as dimensões mínimas serão de 5,00m
x2,30m.
Ser dotadas de ante-sala com área mínima
correspondente a 1/5 (um quinto) da área total do salão
ou dos salões de reunião;
Dispor em cada sala de reunião coletiva, as portas de
acesso com largura total de 1,50m (um metro e
cinquenta centímetros) acrescida de 0,50m (cinquenta
V – Das Normas
centímetros) para cada grupo de 100 (cem) pessoas,
Especiais para
distribuídas em corredores de largura não inferior a
Edificações
1,20m (um metro e vinte centímetros) e pra estimativa da
VIII – Das 381, I - VII
capacidade o índice de 0,60m² (sessenta metros
Edificações para
quadrados) por pessoa;
Fins Culturais e
Possuir duas saídas, no mínimo, para logradouro ou para
Recreativos
corredores externos ou galerias, sendo proibida a
abertura de folhas de portas sobre o passeio;
Dispor de sinalização indicadora de percurso para saída
dos salões com dispositivos capazes de torna-la visível
na obscuridade quando necessário;
76

Dispor de instalações e equipamentos necessários ao


combate auxiliar de incêndio, de acordo com
especificações e modelos do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado.
Possuirão instalações sanitárias dotadas de um vaso
sanitário para cada 300 (trezentas) pessoas, um mictório
e um lavatório por grupo de 200 (duzentas) pessoas ou
fração observados a separação por sexo e o isolamento
individual quanto a vasos sanitários.
386, Único As instalações sanitárias para uso dos empregados
serão diferentes das de uso público, sendo calculadas
nas seguintes proporções: um vaso sanitário, um
lavatório e um chuveiro por grupo de 25 (vinte e cinco)
pessoas ou fração, com a separação por sexo e
isolamento quanto a vasos sanitários.
§ 1º - Os parâmetros para o cálculo da capacidade dos
reservatórios d’água são os seguintes:
b) Para hotéis e hospitais - 200 litros por pessoa;
§ 2º - Para os prédios com quatro ou mais pavimentos e
266 capacidade do reservatório d’água deverá ser acrescida
VI - Das Instalações de 7.200 litros, como reserva contra incêndio.
Hidráulicas § 3º - Na reserva de que trata o parágrafo anterior, não
será computado do cálculo da capacidade dos
reservatórios inferior e superior.
Quando a COMPESA exigir reservatório inferior este
268 deverá ter, obrigatoriamente, o duplo da capacidade do
reservatório elevado.
I - Dispor de vestíbulo, instalação de portaria e recepção,
salas de estar, leitura ou correspondência, rouparia e
salão de desjejum, quando não dispuser de restaurante;
II - No pavimento térreo haverá um recuo mínimo, de
5,00m (cinco metros) em relação ao logradouro principal,
301, I-III
com a finalidade de servir de acostamento a veículos;
III - Dispor de instalações e equipamentos para combate
auxiliar de incêndio, de acordo com modelos e
especificações do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar
do Estado.
Os dormitórios terão no mínimo 12,00m² (doze metros
302
quadrados) de área, contando com os “halls” de entrada.
As áreas da cozinha e da copa serão determinadas
considerando 0,70m² (setenta centímetros quadrados) de
V – Das Normas
área, para cada dormitório existente observada a área
Especiais para
mínima de 20,00m² (vinte metros quadrados).
Edificações
I - A cozinha será dotada de exaustor de ar e de câmara
II – Dos Hotéis 303, I-II
frigoríficas para guardar alimentos.
II - Nos hotéis com mais de três pavimentos, a copa
principal deverá comunicar-se com as copas secundárias
situadas, obrigatoriamente, em cada pavimento, através
de elevadores monta-carga.
As lavanderias, quando houver, terão paredes e pisos
revestidos de material liso, impermeável, e contarão com
305
áreas para depósitos de roupas servidas, lavagem,
secagem e guarda de roupa limpa.
Os corredores deverão ter as seguintes dimensões:
306 largura 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros), pé-
direito 2,30 (dois metros e trinta centímetros).
Sempre que os salões de estar, de restaurante e
307 recepção situarem-se no segundo pavimento a escada
de acesso para esse pavimento terá largura mínima,
77

obrigatória, de 2,00m (dois metros).

Os hotéis de três ou mais pavimentos disporão no


308
mínimo de um elevador social e um de serviço.
As edificações destinadas a hotéis deverão dispor de
309 espaço para guarda de veículos, de acordo com as
exigências deste Código.
VI- VI Dos
Estabelecimentos V - Instalações sanitárias para uso do público, contendo
Comerciais e de um vaso sanitário, dois lavatórios e dois mictórios para
Serviços 345 cada 80,00m² (oitenta metros quadrados) do salão de
III Dos Restaurantes, refeições, observados a separação por sexo e o
Bares, e Casas de isolamento individual, quanto a vasos sanitários;
Lanche
X- Das Garagens e III - Os hotéis deverão reservar área para
Áreas de 414 estacionamento ou garagem, na proporção de uma vaga
Estacionamentos para grupos de 10 (dez) quartos ou apartamentos;
Fonte: Código de Obras de Caruaru, Lei nº 2454, 1997. Sintetizado pelo autor, 2015.

 Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico para o Estado de


Pernambuco (COSCIP)

Tabela 8 – Síntese do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP)

SÍNTESE DO CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO


ARTIGO
TÍTULO DESCRIÇÃO
PARÁGRAFO
Quando as edificações dispuserem de
garagens internas de veículos, estas deverão ser
dotadas de sistemas e dispositivos que promovam o seu
III – Da Definição de
27 isolamento do restante da edificação; possibilitem o
Sistemas
imediato combate a incêndios que venham a ocorrer em
tais áreas, evitando a sua propagação e permitam sua
adequada ventilação.
Poderá ser previsto um único reservatório para atender o
I – Dos Sistemas de
consumo geral da edificação e para o emprego no
Hidrantes e de 54
combate a incêndios, desde que haja uma reserva
Carretel com
mínima para o funcionamento do sistema.
Mangotinho
A reserva mínima para combate a incêndios deverá ser
II – Dos
57 dimensionada em função da classe de ocupação do risco
Reservatórios
correspondente
As distancias máximas a serem percorridas, em cada
pavimento, para atingir as portas das escadas
enclausuradas ou as portas das antecâmaras das
escadas à prova de fumaça, ou ainda, do degrau
superior das escadas protegidas, medidas dentro do
perímetro do pavimento, a partir do ponto mais afastados
I - Dos Sistemas e
147 do mesmo, serão determinadas em função dos seguintes
Dispositivos
critérios;
II - Dos Acessos
I - quando os pavimentos forem isolados entre si, a
distancia máxima a percorrer devera ser de 25,0m;
II - quando não houver isolamento entre pavimentos, a
distancia máxima a ser percorrida devera ser de 15m;
III - quando houver, alem do isolamento entre
78

pavimentos, isolamento entre unidades autônomas, a


distancia a ser percorrida devera ser de 35,0m;
As antecâmaras para ingresso nas escadas a prova de
fumaça devem ter área mínima de 2,40m²
As antecâmaras, quando não constituída por balcões,
varandas ou terraços, deverão ser dotadas de dutos de
148, III,IV
ventilação e exaustão de gases. Exigir-se-á que a
ventilação e a exaustão dos gases sejam efetivadas
através de dispositivos mecânicos (ventilação e exaustão
forcada).
Será obrigatório acesso entre o hall social e o hall de
150
serviço com a caixa de escada de emergência.
Quando um mesmo lanço de uma escada interligar dois
pisos que entre si guardem uma altura superior a 3,00m,
deve ser dotado de patamares intermediários.
§ 1º A altura máxima, de piso a piso entre patamares
155
consecutivos, devera ser de 3,00m.
§ 2º O comprimento dos patamares das escadas de
emergência devera ser, no mínimo, igual a largura da
escada.
Nos casos de escadas enclausuradas e a prova de
161 fumaça não serão admitidos degraus em leque, devendo
seus lanços serem retilíneos.
Em função da altura da edificação, numero de
pavimentos e área construída por pavimento, as
edificações, segundo suas classes de ocupação, será
exigido, o respectivo tipo e numero de escadas, em
conformidade com o estabelecido.
164 § 1º Nos casos em que forem exigidas mais de uma
escada para uma mesma edificação, a distancia
entre elas não poderá ser inferior a 10,0 m.
§ 2º Nos casos de impossibilidade de atendimento do
parágrafo anterior, será exigida apenas uma
escada, selecionando a de maior grau de proteção.
As portas das saídas de emergência e as portas das
I – Dos Sistemas e
salas e compartimentos com capacidade acima de 50
dos Dispositivos 175
(cinquenta) pessoas, e em comunicação com os
VI – Das Portas
acessos, devem abrir no sentido de trânsito de saída.
Fonte: Lei nº 11.186- Código de Segurança contra Incêndio e Pânico para Pernambuco- COSCIP,
1994. Sintetizado pelo autor, 2015.

 NBR 9050

Tabela 9 – Síntese das Normas ABNT 9050/2015

SÍNTESE DA NBR 9050


LOCAIS RECOMENDAÇÕES
Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas
devem ser acessíveis, bem como as rotas de interligação às
principais funções do edifício;
Acessos Acesso de uso restrito, acesso a equipamentos de medição,
guarda e coleta de lixo e outras com funções similares, não
necessitam obrigatoriamente atender às condições de
acessibilidade desta Norma.
Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e
antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque
Circulações
trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou
carrinhos de bebê);
79

Os desníveis devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais


desníveis nos piso de até 5mm não demandam tratamento
especial. Desníveis superiores a 5mm até 15mm devem ser
tratados em forma de rampa, com inclinação máxima de 50%.
Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados como
degraus;
As larguras mínimas para corredores em edificações e
equipamentos urbanos são:
- 0,90m para corredores de uso comum com extensão até 4,00m;
- 1,20m para corredores de uso comum com extensão de até
10,00m e 1,50m para corredores com extensão superior a
10,00m;
- 1,50m para corredores de uso público.
Devem ter um vão livre mínimo de 0,80m e altura mínima de
Portas 2,10m. Em portas de duas ou mais folhas, uma delas deve ter o
vão livre de 0,80m;
As vagas de estacionamento de veículos que conduzam ou
sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem:
- Contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo
1,20m de largura. Esse espaço pode ser compartilhado por duas
vagas.
Sobre a quantidade de vagas:
Vagas de Estacionamento
- Até 10 vagas não necessita a colocação de uma vaga
acessível;
- De 11 a 100 vagas deve ser planejada pelo menos 1 (uma)
vaga acessível;
- Acima de 100 vagas deverá conter 1% do total destinado as
vagas acessíveis.
Os sanitários de uso comum ou uso público devem ter no mínimo
5% do total de cada peça instalada acessível, quando houver
divisão por sexo, as peças devem ser consideradas
separadamente para efeito de cálculo;
Os boxes para bacia sanitária devem garantir as áreas para
transferência diagonal, lateral e perpendicular, bem como área de
manobra para rotação de 180º. Para isso, o tamanho para a
Sanitários
cabine é 1,70 x 1,50m, já com a inserção do lavatório e a
abertura da porta deverá ser para fora da cabine;
Prever duas barras horizontais de apoio nos sanitários acessíveis
com dimensão de no mínimo 0,80m de comprimento e fixada na
parede a 0,75m do piso acabado;
O mictório deve ser provido de barras verticais de apoio fixadas
com
Devem possuir, na área destinada ao público, espaços
reservados para P.C.R, assentos para P.M.R. e assentos para
P.O, de forma que esteja localizado em uma rota acessível
vinculada a uma rota de fuga;
Estar localizados junto de assento para acompanhante, sendo no
mínimo um assento;
Estar instalados em local de piso plano horizontal;
Sobre a quantidade de espaços para P.C.R:
- Até 25 assentos, prever um espaço para esta categoria;
Auditórios
- De 26 a 50, prever dois espaços;
- De 51 a 100, prever três espaços;
- De 101 a 200, prever quatro espaços;
- De 201 a 500, prever 2% do total.
Sobre a quantidade de assentos para P.M.R.:
- Até 200 assentos, prever um assento para esta categoria.
- De 201 a 500, prever 1% do total.
Sobre a quantidade de assentos para P.O.:
- Até 200 assentos, prever um assento para esta categoria.
80

- De 201 a 500, prever 1% do total;


Pelo menos um camarim para cada sexo deve ser acessível.
Restaurantes, Refeitórios e Devem possuir pelo menos 5% do total de mesas, com no
Bares mínimo uma acessível a P.C.R.
- Em hotéis, motéis, pousadas e similares, os auditórios, salas de
convenções, salas de ginástica, piscinas, entre outros,
- Pelo menos 5%, com no mínimo um do total de dormitórios com
sanitário, devem ser acessíveis. Estes dormitórios não devem
estar isolados dos demais, mas distribuídos em toda a edificação,
por todos os níveis de serviços e localizados em rota acessível.
Recomenda-se, além disso, que outros 10% do total de
Hospedagem dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade.
- As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem
atender às condições de alcance manual e visual e ser dispostos
de forma a não obstruírem uma faixa livre mínima de circulação
interna de 0,90 m de largura, prevendo área de manobras para o
acesso ao sanitário, camas e armários. Deve haver pelo menos
uma área com diâmetro de no mínimo 1,50 m que possibilite um
giro de 360°.. A altura das camas deve ser de 0,46 m.
- O piso no entorno das piscinas não deve ter superfície
escorregadia ou excessivamente abrasiva.
As bordas e degraus de acesso à água devem ter acabamento
arredondado.
- O acesso à água deve ser garantido através de degraus,
rampas submersas, bancos para
transferência ou equipamentos de transferência.
Piscinas
- A escada ou rampa submersa deve possuir corrimãos em três
alturas, de ambos os lados, nas
seguintes alturas: 0,45 m, 0,70 m e 0,92 m. A distância livre entre
os corrimãos deve ser de no mínimo
0,80 m e no máximo 1,00 m.
- Os degraus submersos devem ter piso de no mínimo 0,46 m e
espelho de no máximo 0,20 m
Fonte: NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2015.
Sintetizado pelo autor, 2015.

 MTUR - Matrizes de Classificação de Meios de Hospedagem

A MTUR estabelece requisitos para cada categoria representados em estrelas,


com relação a infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Foi realizado um resumo
dos principais requisitos correspondente à arquitetura para um hotel de quatro
estrelas, que é a categoria a ser proposta no presente trabalho.

Tabela 10 – Resumo das Matrizes de Classificação de Meios de Hospedagem da MTUR

SÍNTESE DAS MATRIZES DE CLASSIFICAÇÃO DE MEIOS DE HOSPEDAGENS


INFRAESTRUTURA
- Elevadores
- Equipamento telefônico nas áreas sociais para uso do hóspede
- Climatização (refrigeração / ventilação - natural ou forçada - /
ÁREAS COMUNS calefação) adequada nas áreas sociais fechadas
- Banheiros sociais com ventilação natural ou forçada
- Banheiros sociais, masculino e feminino, separados entre si,
com ventilação natural ou forçada
81

- Sala de estar com televisão


- Sala para escritório virtual / business center, com equipamentos
(com no mínimo computador e impressora)
-A sala de reuniões deve comportar pelo menos 30 pessoas. Os
equipamentos devem incluir a disponibilização de projetor de
imagens de computador (pode ser mediante locação para os
hóspedes).
- Sala de ginástica / musculação com equipamentos
- Gerador de Emergência com partida automática ou manual,
com cobertura dos apartamentos e áreas sociais, para
manutenção de todos os serviços essenciais
- Medidas de Segurança
- Área útil da UH, exceto banheiro, com 15,00 m² (em no mínimo
90% das UH)
- Banheiros com 3,00m2 (em no mínimo 90% das UH)
- Decoração e ambientação compatível com a categoria
- Portas duplas de comunicação entre UH conjugáveis (se
existirem) ou sistema que só possibilite sua abertura, quando por
iniciativa dos ocupantes de ambas as UH
UNIDADES HABITACIONAIS - Armário, closet ou local específico para a guarda de roupas em
100% das UH
- Porta mala ou local apropriado para abrir a mala em 100% das
UH
- Berço para bebês a pedido
- Mesa de cabeceira para cada leito ou entre dois leitos em 100%
das UH
- Climatização (refrigeração / ventilação forçada/ calefação)
adequada em 100% das UH
- Bar
Alimentos & bebidas (A&B) - Restaurante
- Restaurante com número de lugares correspondente a pelo
menos 50% da capacidade máxima de hóspedes
SUSTENTABILIDADE
- Medidas permanentes para redução do consumo de energia
elétrica
- Medidas permanentes para redução do consumo de água
- Medidas permanentes para o gerenciamento dos resíduos
sólidos, com foco na redução, reuso e reciclagem.
Fonte: MTUR, disponível em < http://www.classificacao.turismo.gov.br> Sintetizado pelo autor, 2015

4.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO


O programa e o dimensionamento foram definidos baseados na demanda dos
turistas na cidade, nos estudos de casos, na área do terreno e nas normas e
diretrizes estabelecidas aos hotéis. Porém, na área total não estão inclusas áreas
destinadas a circulações, como corredores, escadas e elevadores.

Tabela 11 – Programa e Dimensionamento

SETOR PROGRAMA QUANT. ÁREA SUB-TOTAL REFERÊNCIA


Porte-cochère Embarque/ 01 131,87m² 131,87m² -
Desembarque
SOCIAL Terraço 01 184,39m² 184,39m²
Lobby 01 189,54m² 189,54m² -
82

Wc Masculino 02 8,77² 8,77m² -


Wc Feminino 02 8,77² 8,77m² -
SOCIAL
Wc Masculino 02 2,55m² 5,10m² NBR 9050
Acessível
Wc Feminino 02 2,55m² 5,10m ² NBR 9050
Acessível
SUBTOTAL SOCIAL 533,54m²
Recepção 01 10,13m² 10,13m² Andrade, Brito
& Jorge (2013)
Depósito de Bagagem 01 7,92m² 7,92m² Marriott Recife
Administração 01 19,68m² 19,68m² Marriott Recife
ADMINISTRAÇÃO Gerente Geral 01 10,5m² 10,5m² Marriott Recife
Contabilidade 01 14,55m² 14,55m² Marriott Recife
Gerência 01 11,47m² 11,47m² Marriott Recife
Contabilidade
Centro de Dados 01 25,5m² 25,5m² Marriott Recife
Recursos Humanos 01 10,08m² 10,08m² Marriott Recife
Sala de segurança c/ 01 16,33m² 16,33m² Marriott Recife
wc
Wc Masculino 01 6,14m² 6,14m² Marriott Recife
Wc Feminino 01 6,29m² 6,29m² Marriott Recife
TOTAL ADMINISTRAÇÃO 138,59m²
Espaço convivência 01 118,28m² 118,28m² ME Barcelona
Área da piscina 01 186,26m² 186,26m² ME Barcelona
Academia 01 136,37m² 136,37m² Marriott Recife

LAZER Salão de jogos 01 81,12m² 81,12m² -


Sauna + chuveiros 01 24,03m² 24,03m² Mar Hotel
SPA 01 90,79m² 90,79m² -
BWC masculino 01 3,19m² 3,19m² Marriott Recife
Pergolados + camas 03 8,60m² 25,8m² -
balinesas
BWC Feminino 01 3,19m² 3,19m² Marriott Recife
SUBTOTAL LAZER 669,03m²
Loja 01 (salão de 01 45,17m² 45,17m² -
COMÉRCIO beleza)
Loja 02 01 42,13m² 42,13m² -
Loja 03 01 42,25m² 42,25m² -
SUBTOTAL COMÉRCIO 129,55m²
Restaurante Hotel 01 73,71m² 73,71m² MTUR
ALIMENTAÇÃO
Bar Lobby 01 14,44m² 14,44m² -
Bar Piscina + apoio 01 23,49m² 23,49m² -
Restaurante Sky 01 90,70m² 90,70m² -
SUBTOTAL ALIMENTAÇÃO 202,34m²
83

Foyer 01 160,89m² 160,89m² Código de


Obras
Salão Polivalente 01 01 48,13m² 48,13m² ME Barcelona
Salão Polivalente 02 01 50,48m² 50,48m² ME Barcelona
Salão Polivalente 03 01 60,21m² 60,21m² ME Barcelona
Salão Polivalente 04 01 226,58m² 226,58m² ME Barcelona
EQUIPAMENTOS
DE REUNIÕES E Sala de Reuniões 01 23,49m² 23,49m² Andrade, Brito
CONFERÊNCIAS
& Jorge (2013)
Sala de Multiuso 01 28,39m² 28,39m² Andrade, Brito
& Jorge (2013)
Business Center 01 45,56m² 45,56m² ME Barcelona
Terraço 01 85,95m² 85,95m² -
Wc Masculino 01 22,85m² 22,85m² Código de
Obras
Wc Feminino 01 22,05m² 22,05m² Código de
Obras
Wc Masculino Acess. 01 2,7m² 2,7m² NBR 9050
Wc Feminino Acess. 01 2,7m² 2,7m² NBR 9050
SUBTOTAL REUNIÕES E CONFERÊNCIAS 779,98m²
Cozinha Restaurante 01 47,88m² 47,88m² -
Sky + Despensa
Cozinha Restaurante 01 112m² 112m² Código de
do Hotel
Obras
Despensa 01 19,51m² 19,51m² Marriott Recife
Depósito de Bebidas 01 9,92 9,92 -
Câmera Refrigerada 01 4m² 4m² Marriott Recife
Câmera Frigorífica 01 4m² 4m² Marriott Recife
Sala Nutricionista 01 8,45m² 8,45m² ME Barcelona
Refeitório Funcionários 01 26,04m² 26,04m² Andrade, Brito
SERVIÇO & Jorge (2013)
Descanso 01 18,41m² 18,41m² Marriott Recife
Funcionários
Bwc e Vestiário 01 20,26m² 20,26m² Andrade, Brito
Masculino
& Jorge (2013)
Bwc e Vestiário 01 20,26m² 20,26m² Andrade, Brito
Feminino
& Jorge (2013)
Bwc e Vestiário 01 4,95m² 4,95m² NBR 9050
Masculino Acessível
Bwc e Vestiário 01 4,95m² 4,95m² NBR 9050
Feminino Acessível
Lavanderia + Depósito 01 30,68m² 30,68m² Marriott Recife
de Roupa Limpa
84

Almoxarifado 01 22,84m² 22,84m² Andrade, Brito


& Jorge (2013)
Governança 01 8,29m² 8,29m² Marriott Recife
Ambulatório 01 8,33m² 8,33m² -
Gerador + Subestação 01 19,17m² 19,17m² Mar Hotel
Pav. Técnico 01 704,96m² 704,96m² -
Depósito de Gás 01 2,2m² 2,2m² -
SERVIÇO
Depósito de Lixo 01 4,80m² 4,80m² Marriott Recife
Depósito de Lixo 01 5,86m² 5,86m² Marriott Recife
Refrigerado
Plataforma de carga e 01 14,38m² 14,38m² Andrade, Brito
descarga
& Jorge (2013)
Recebimento 01 5m² 5m² Mar Hotel
Controle 01 4m² 4m² Marriott Recife
Guarita + WC 01 9,48m² 9,48m² Marriott Recife
Casa de Máquina 01 6m² 6m² -
(Sauna)
Manutenção 01 16,42m² 16,42m² Mar Hotel
Depósito de Mobiliário 01 27,66m² 27,66m² Mar Hotel
e Equipamentos
Rouparia / Apoio 05 8,95m² 44,75m² -
DML 02 8,95m² 17,9m² -
SUBTOTAL SERVIÇO 1.340,47m²
Apto. Padrão 77 28,74m² 2.212,98m² Andrade, Brito
ÍNTIMA/ & Jorge (2013)
HÓSPEDES

Apto. Executivo 04 57,28m² 229,12m² ME Hotel


Apto. Acessível 05 28,74m² 143,7m² NBR 9050
SUBTOTAL ÍNTIMA/HÓSPEDES 2.585,8m²
Vagas Automóveis 47 11,50m² 540,5m² Plano Diretor
ESTACIONA-
Vagas Auto. 03 12,50m² 36,6m² Código de
MENTO
Acessíveis
Obras
SUBTOTAL ESTACIONAMENTO 577,1m²
SUBTOTAL 6984,06m²
Fonte: O autor, 2015.

4.3 ZONEAMENTO
O zoneamento tem como objetivo descobrir qual melhor local do terreno para
locar os setores, que são definidos por usos conforme estabelecido no programa.
Nesse estudo são levadas em consideração as análises dos condicionantes físicos e
85

ambientais. A imagem a seguir descreve onde foram locados os setores do hotel no


terreno:
Figura 87 – Zoneamento

Fonte: O autor, 2015.

O anteprojeto propõe que o hotel tenha vários pavimentos, com isso, o estudo
do zoneamento conforme a imagem acima há zonas sobrepostas a outras. No
térreo, levando em consideração o acesso das pessoas ao hotel, a área social foi
locada na parte norte do terreno. O setor de alimentação (bar e restaurante) foi
locada na parte oeste, voltada para Av. Agamenon Magalhães por já existir uma
grande concentração de restaurantes nessa via e apresentar um grande fluxo de
pessoas. Com esse mesmo motivo, as lojas também foram voltadas para Av.
Agamenon com a intenção de aproveitar esse potencial e atrair as pessoas que
transitam na via. Por outro lado, a entrada do estacionamento foi voltada à Rua José
Rodrigues de Abreu, por ser a via de menor fluxo, a fim de evitar problemas de
congestionamento e atender as exigências do Plano Diretor. O setor de serviço ficou
voltado na face sul do terreno por ser a única que não está voltada ao logradouro.
No entanto, as zonas destinadas à reuniões e eventos, lazer e as unidades
habitacionais foram postas nos pavimentos superiores.
86

4.4 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

Ao começar a projetar os espaços, o organofluxograma foi essencial para


entender como funciona a ligação entre os setores e propor uma arquitetura
funcional, evitando fluxos cruzados. Com o conhecimento obtido nos estudos de
casos e o programa estabelecido o organo-fluxograma resultante foi o seguinte:

Figura 88 - Organograma e Fluxograma

Fonte: O autor (2015).


87

4.5 MEMORIAL JUSTIFICATIVO

Como foi visto no referencial teórico e nos estudos de casos, a fachada de um


hotel possui um papel importantíssimo para o sucesso do empreendimento. Assim
como um cartão de visita, é a fachada que irá passar a primeira impressão dos
serviços que são prestados ali. E esta, se bem elaborada, pode influenciar e muito
na captação de hóspedes.
Ao iniciar o projeto do hotel, que está localizado em um lote de esquina, em
uma das vias mais consolidadas da cidade, à Av. Agamenon Magalhães, notou-se
que a visada a partir desta com a Marcionilo da Silva para o terreno, apresentou um
grande potencial para se tomar partido. Desta forma, desde o primeiro traço foi
pensado valorizar a visada da edificação a partir desse ponto, propiciando uma
integração visual e física com a avenida em potencial.

Figura 89 - Primeiro croqui do projeto

Fonte: O autor (2015).

Essa integração visual com a via e a orientação solar também influenciou na


implantação do projeto ao se levar em conta o conforto dos hóspedes. A ideia foi
que todos os clientes tivessem a mesma qualidade de hospedagem e vista,
independente do apartamento que estiverem acomodados.
88

Diante disso, a implantação do pavimento tipo optou por ficar alinhada à


Avenida Marcionilo da Silva, que não é paralela às outras três faces do terreno, o
que aumentou a dificuldade projetual. Mas, o resultado dessa decisão propiciou a
todos os apartamentos terem a vista favorecida para as avenidas, em vez da
edificação vizinha. Além dessa vantagem, a solução adotada também ajudou a
diminuir a incidência solar direta sobre eles, aumentando o conforto térmico. A
imagem a seguir ilustra bem a solução seguida:

Figura 90 - Estudo de Implantação

Fonte: O autor (2015).

O hotel está dividido em 10 pavimentos mais um semienterrado, destinado ao


estacionamento. Com 9.451,67m² de área construída, possui 86 leitos, sendo 5
acessíveis e 4 com dimensões superiores. Além disso, conta com 02 restaurantes,
02 bares, sala de reuniões e conferências, 03 salas comerciais e área de lazer com
academia, sauna, SPA e piscina com borda infinita.
No projeto buscou-se empregar materiais neutros que valorizassem a forma
em si, como o vidro, alumínio, madeira e o concreto. A volumetria é composta por
três blocos apoiados sobre o outro, primeiro: a base onde funciona toda parte
funcional, bem como social e de lazer do hotel, segundo: o corpo que foi destinado
as unidades habitacionais e por fim, o coroamento do edifício que faz a união entre
eles ao iniciar no último pavimento até concluir na base.
89

Figura 91 - Perspectiva do projeto, vista a partir da Av. Agamenon Magalhães e Av. Marcionilo
Francisco da Silva.

Fonte: O autor (2015).

A distinção de cada bloco fica em evidência ao gerar vazios entre um e outro,


em virtude da estrutura em pilotis. Além disso, a criação de uma marquise em
balanço que emoldura o bloco intermediário, e a aplicação da cor escura em partes
específicas marca ainda mais essa separação.
Com a intenção de agregar valor estético e leveza, foi utilizado em grande
escala o vidro como elemento de vedação, sendo translúcido em áreas públicas e
espelhado nos apartamentos habitacionais, com a finalidade de dar privacidade aos
hóspedes. Entretanto, ciente da exposição solar que o vidro traz para o interior da
edificação, criou-se soluções de proteção contra as incidências solares, como os
brises soleil e marquises em balanços. Na fachada norte, em conhecimento do
percurso do sol durante todo o dia, optou-se por empregar brises na horizontal,
enquanto que na fachada sul, brises verticais.
90

Figura 92 - Esquema do brise horizontal Figura 93 - Esquema do brise vertical

Fonte: O autor (2015). Fonte: O autor (2015).

Na composição volumétrica, buscou-se a mesma dinamicidade que exercem


os turistas executivos. Isso foi feito por inserir planos inclinados presente na base e
no coroamento. Sendo o detalhe mais forte presente na fachada oeste, no volume
em balanço que é composto com brises verticais, mais eficientes para a orientação
leste/oeste. Fazendo a edificação se tornar única entre as demais no entorno.
Figura 94 – Perspectiva da fachada oeste

Fonte: O autor (2015).

Além disso, os brises de alumínio presentes na fachada sul, foram postos de


maneira a dar ritmo e movimento a edificação, ao diversificar seus tamanhos e
alturas.
91

Figura 95 – Perspectiva fachada sudoeste

Fonte: O autor (2015).

Por outro lado, a fachada leste, que se encontra a entrada de serviço e do


estacionamento, possui característica mais sóbria. Nela foram utilizados brises
retilíneos e uniformes que compõe com o jogo de volumes que segue até o
coroamento, deixando como contraponto o volume que saca no último pavimento.
Figura 96 – Perspectiva fachada leste

Fonte: O autor (2015).


92

A organização espacial do hotel foi delimitada por setores, no térreo se


encontra a área social, administrativa, de alimentação, de serviço, bem como as
lojas.
A entrada principal está localizada na Avenida Marcionilo Francisco da Silva,
onde as pessoas são recebidas pelo porte-cohère protegidos por uma marquise em
estrutura metálica atirantada. Atualmente essa avenida possui sentido único para
Av. Agamenon, logo, resolveu-se criar uma via projetada no terreno possibilitando
que os automóveis que desembarcam no porte-cohère tenham acesso ao
estacionamento, que se faz pela Rua José Rodrigues de Abreu, pois esta tem menor
fluxo, atendendo a diretriz estabelecida pelo plano diretor. Com o mesmo propósito
de não interferir no fluxo viário, nela também se encontra a entrada de serviço.
Ao entrar no hotel as pessoas são recebidas pelo lobby com pé-direito duplo,
espaço amplo e convidativo. Sendo de destaque a escada que dá acesso ao
segundo pavimento, destinado a eventos. No projeto teve a intenção de criar a
integração do lobby com o bar e o restaurante, para que estes se tornassem um
espaço sempre ativo, contribuindo para a captação de recursos. Pensando nisso, o
restaurante foi locado voltado para a Avenida Agamenon Magalhães, permitindo que
pessoas externas também utilizem os serviços.

Figura 97 - Lobby

Fonte: O autor (2015).


93

A fim de atender as exigências da MTUR para um hotel quatro estrelas, foi


necessário oferecer pelo menos três tipos de serviços. Diante disso, o hotel oferece
03 salas comerciais, sendo uma destas indicadas para a instalação de um salão de
beleza.
Com o intuído de favorecer a rentabilidade econômica dessas lojas, assim
como o restaurante, elas foram postas para Avenida Agamenon Magalhães,
aproveitando o potencial comercial da mesma.
Figura 98 – Planta baixa do pavimento térreo

Fonte: O autor (2015).

O segundo pavimento está destinado exclusivamente a reuniões e eventos,


oferecendo 06 salas que variam de 23 a 225m², sendo duas destas reversíveis para
aumentar a capacidade. Ainda neste pavimento foi proposta uma área de suporte
aos executivos, oferecendo computadores com internet e impressora. Este, que tem
94

ligação com a varanda com a vista para a Avenida Agamenon Magalhães, se


tornando um espaço de contemplação e reuniões informais.
Figura 99 - Planta baixa 2º pavimento

Fonte: O autor (2015).

O terceiro pavimento, que está na intermediação da base e o corpo do


edifício, foi reservado à área de lazer. Com a intenção de aumentar o número de
hospedagens nos finais de semana e proporcionar descanso aos hóspedes, foi
apresentado um programa e equipamentos que favoreçam a isso.
O pavimento oferece um amplo espaço de convivência, salão de jogos e
sauna. Localizado ao leste, tem ainda a academia e o SPA que são beneficiados
com a ventilação natural, bem como os pergolados com camas balinesas ao
sudeste.
95

Locada ao sudoeste, a piscina com borda infinita é aquecida com a insolação


da tarde. Por estar elevado a 1,55m do piso do pavimento, o acesso ao deck da
piscina é feito por degraus e uma plataforma acessível para os cadeirantes.
Figura 100 – Planta baixa 3º pavimento

Fonte: O autor (2015).

Figura 101 – Perspectiva dos pergolados Figura 102 – Perspectiva da piscina

Fonte: O autor (2015).


Fonte: O autor (2015).
96

Por estar inferior as unidades habitacionais, o 4º pavimento foi restrito a área


técnica, essencial para o funcionamento mecânico do hotel. Nele estão localizados
os condicionadores de ar e as caldeiras.
A partir do 5º pavimento até o 9º, estão localizados os pavimentos tipos que
possuem duas tipologias diferentes. A única diferença estando nos apartamentos
das extremidades do 9º pavimento, que possuem o dobro da dimensão.
Cada pavimento habitacional possui um apoio de serviço e um apartamento
acessível, que estes podem ter ligação com o apartamento vizinho se ambos
desejarem por meio de uma porta interna, servindo em muitos casos de apoio.

Figura 103 - Planta baixa do pavimento tipo (5º ao 8º Pav.)

Fonte: O autor (2015).


97

Figura 104 – Perspectiva interna do apartamento

Fonte: O autor (2015).

Nas unidades habitacionais criou-se espaços flexíveis que permitem com que
os hóspedes executem atividades profissionais se necessáro. Isso foi possível por
oferecer apartamentos com áreas confortáveis e mesas de trabalho. O apartamentos
com dimensões superiores foram pensandos em hospedar pessoas que desejam
maior conforto e famílias que viajam com crianças que necessitam de espaço. Estes
possuem 02 banheiros, cozinha, sala de jantar, estar com sofá-cama e closet na
suíte.

Figura 105 – Planta baixa 9º pavimento

Fonte: O autor (2015).


98

No 10º e último pavimento foi implantado o restaurante sky, se tornando um


atrativo não só para os hóspedes, mas para todas as pessoas. Este que é
terceirizado, oferece culinária de qualidade em um espaço requintado combinando
com a bela vista noturna da cidade.

Figura 106 - Planta baixa do 10º pavimento

Fonte: O autor (2015).

Figura 107 – Perspectiva do restaurante Sky Figura 108 - Perspectiva do restaurante Sky

Fonte: O Autor (2015). Fonte: O Autor (2015).


99

Neste pavimento, o abastecimento de alimentos e bebidas do restaurante é


realizado em horários distintos do funcionamento ao público com a intenção de
evitar o fluxo cruzado no corredor. O pavimento ainda possui um DML e a área
técnica de manutenção e acesso a caixa d’água.
No projeto foram utilizados elevadores que dispensam a utilização de casa de
máquinas, dando liberdade volumétrica ao evitar criar mais um pavimento para essa
finalidade. Com essa tecnologia adiquirida o controle dos elevadores pode ser
instalado de forma oculta ao lado da porta dos mesmos, no último pavimento.

Figura 109 – Elevador sem casa de máquinas

Fonte: <www.otis.com> Acesso em 18 de novembro de 2015.


100

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da elaboração deste trabalho para a conclusão do Curso de


Arquitetura e Urbanismo, foram abordados assuntos voltados ao tema da pesquisa
que auxiliaram no desenvolvimento do anteprojeto de arquitetura.
Inicialmente, no referencial teórico buscou-se entender melhor o comportamento
dos turistas de negócios, onde foi possível conhecer as necessidades e
particularidades deste perfil de hóspedes que influenciou na elaboração do
programa arquitetônico. No anteprojeto pôde-se atender a essas necessidades por
oferecer equipamentos essenciais como salas de reuniões e estações de trabalho
nas unidades habitacionais e no segundo pavimento ao propor o business center.
No entanto, na pesquisa pode-se perceber que mesmo que as hospedagens
sejam voltadas a esse determinado perfil de turistas, aliar trabalho e lazer muitas
vezes se torna um diferencial nos hotéis. No anteprojeto isso foi atingido por criar
espaços acolhedores que promovem conforto e diversão para seus clientes, como a
piscina, a academia, a sauna e o SPA. Diante disso, o hotel passou a ter a
flexibilidade de hospedar outros tipos de turistas e adquirir um meio de atrair
hospedagens até mesmo nos finais de semana.
A importância da localização abordada fortemente no referencial teórico auxiliou
na escolha correta do terreno, ao implantar o hotel em uma área privilegiada da
cidade próximo a shopping centers, edifícios empresariais e comerciais.
Sobre a arquitetura dos hotéis executivos abordada na pesquisa, foi visto que
esta exerce um papel imprescindível. Por isso, no projeto buscou-se valorizar as
fachadas sabendo que estas passam a primeira impressão dos serviços que são
oferecidos ali. Isso foi alcançado por fazer um uso cuidadoso dos materiais e por
propor uma volumetria que se destaca do entorno. Também, por tomar partido da
visada da via pública para a edificação com a intenção de evidenciá-la ao integrar o
espaço privado com o público desde o aspecto visual até o físico.
No entanto, os espaços internos mostraram ser funcionais por estarem bem
delimitados por setores com a finalidade de contribuir para o melhor funcionamento
do hotel ao prestar os serviços aos hóspedes executivos que tendem a serem mais
exigentes do que outros.
Assim, com todas as considerações e análises feitas, a proposta do anteprojeto
arquitetônico do hotel executivo vem para minimizar o déficit de leitos que a cidade
101

de Caruaru apresenta, oferecendo uma nova opção de hospedagens com alto


padrão de qualidade.
102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo Lucios; JORGE, Wilson Edson. Hotel:


planejamento e projeto. ed. 10 São Paulo: SENAC, 2014

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.

CHON, K. S. Hospitalidade: conceitos e aplicações. Tradução Ana Beatriz de


Miranda e Silva Ferreira, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003

FILHO, Antônio Romão A. da Silva. Hotéis e Restaurantes. Tópicos de


Manutenção em Hotéis. Recife: UFPE, 2001

GOELDNER, Charles R. Turismo; princípios, práticas e filosofias. Tradução


Roberto Cataldo Costa. 8ed. Porto Alegre; Book-man, 2002

LAMPTRECTH , James; RICCI, Renato. Padronizando o Sistema da Qualidade na


Hotelaria Mundial. Rio de janeiro: Qualitymark, 1997

LEI COMPLEMENTAR nº 041. Caruaru, 20 de dezembro de 2013

LEI nº 2454. Código de Urbanismo, obras e posturas da cidade de Caruaru/PE

MEDLIK, S.; INGRAM, H. Introdução à hotelaria: Gerenciamento e Serviços.


Tradução Fabíola de Carvalho, 4ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002

PLANO DIRETOR DE CARUARU, NORMA MUNICIPAL. Caruaru, 2003

SWARBROOKE, John. O comportamento do consumidor no turismo. Tradução


de Saulo Krieger. São Paulo: Aleph, 2002

YÁZIGI, Eduardo. A pequena hotelaria e o entorno municipal: guia de


montagem e administração. São Paulo: Contexto, 2000
103

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

ABEOC BRASIL, disponível em: http://www.abeoc.org.br/2014/06/recife-convention-


chega-ao-agreste-para-ampliar-o-turismo-de-negocios/, acesso em 20 de março as
20:15h

ABIH, disponível em: http://www.abih-pe.com.br/, acesso em 03 Abri. As 11:30h

ACIC, disponível em: http://acic-caruaru.com.br/convention-bureau-passa-a-operar-


em-caruaru/ acesso em: 01 Abri. As 13:00h

ARCHDAILY, disponível em: http://www.archdaily.com/229413/hotel-me-barcelona-


dominique-perrault-architecture/, acesso em 29 de maio de 2015 as 23:00h.

ARCHRECORD, disponível em: archrecord.construction.com, acesso em 29 de


maio de 2015 as 00:50h.

CARUARU, disponível em: http://www.caruaru.pe.gov.br/noticia/26/12/2014/caruaru-


fecha-2014-com-numeros-impressionantes.html, acesso em: 13 mar. 2015 as 12:00h

CARUARU, disponível em: https://www.caruaru.pe.gov.br/pontos-turisticos, acesso


em 31 mar. 2015 as 21:30h

CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO ESTADO DE


PERNAMBUCO, disponível em:
http://www.bombeiros.pe.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=a3ad28dc-ddf0-
4c7d-9689-6a86370e20fe&groupId=8302907, acesso em maio de 2015.

DOMINIQUE PERRAULT ARCHITECTURE, disponível em:


http://www.perraultarchitecte.com/en/projects/2493-me_hotel.html, acesso em 20 de
maio de 2015.

EMBRATUR, disponível em: http://www.turismo.gov.br/turismo/, acesso


em 04 de abril de 2015 as 9:20h

ESTADÃO, disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,agreste-


tem-2-maior-polo-textil-do-pais-imp-,981078, acesso em acesso em: 13 mar. 2015 as
16:00h

FOLHA PE, disponível em:


http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/economia/noticias/arqs/2014/02
/0111.html, acesso em 25 de março de 2015 as 00:15h

FOLHA, disponível em:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americadosul/brasil-caruaru-feiras.shtml,
disponível em acesso em 25 de março de 2015 as 00:30h
104

IBGE, disponível em:


http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=260410, acesso em
26 de março de 2015 as 14:00h

JHON PORTAMAN & ASSOCIATES, disponível em:


http://www.portmanusa.com/home.php, acesso em 20 de maio de 2015 as 00:40h.

MELIA, disponível em: http://www.melia.com/es/hoteles/espana/barcelona/melia-


barcelona-sky/galeria.html, acesso em 29 de maio de 2015 as 22:30h

MERCURI, MAR HOTEL, disponível em: http://www.mercure.com/pt-br/hotel-9971-


mercure-recife-mar-hotel-conventions-opening-may-2015/index.shtml, acesso em 30
de maio de 2015 as 21:00h

MERRIOT HOTELS, disponível em: http://www.marriott.com/hotels/travel/reccy-


courtyard-recife-boa-viagem/, acesso em 03 de junho de 2015 as 21:40h

METRO ARQUITETURA, disponível em: http://metro.arq.br/projeto/courtyard-


recife#img-1, acesso em 03 de junho de 2015 as 22:00h

MINISTÉRIO DO TURISMO, disponível em:


http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20150203.html, acesso em
02 de abril de 2015 as 12:40h

MINISTÉRIO DO TURISMO, disponível em:


http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20150223_3.html, acesso
em 02 de abril de 2015 as 12:30h

MTUR, disponível em: http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-


classificacao/mtur-site/downloadRegulamento.action?tipo=1, acesso em 20 de maio
de 2015 as 17:10h

MTUR, disponível em:http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-


classificacao/mtur-site/downloads/portaria100_2011mtur.pdf, acesso em 20 de maio
de 2015, ás 18h24min.

TV JORNAL, disponível em:


http://tvjornal.ne10.uol.com.br/noticia/ultimas/2012/03/21/cresce-o-turismo-de-
negocios-em-caruaru-4395.php, acesso em 02 de abril de 2015 as 10:20h

UNWTO, disponível em: http://media.unwto.org/press-release/2015-04-15/exports-


international-tourism-rise-us-15-trillion-2014, acesso em 15 de maio de 2015 as
14:30h

UNWTO, disponível em: http://www2.unwto.org/content/why-tourism, acesso em: 15


de maio de 2015, ás 13h58min.
105

PRANCHAS

PRANCHA 01 - Planta de situação e planta de locação e de coberta


PRANCHA 02 - Planta baixa pavimento semienterrado
PRANCHA 03 - Planta de layout pavimento térreo
PRANCHA 04 - Planta baixa pavimento térreo
PRANCHA 05 - Planta de layout 2º pavimento

PRANCHA 06 - Planta baixa 2º pavimento

PRANCHA 07 - Planta de layout 3º pavimento


PRANCHA 08 - Planta baixa 3º pavimento
PRANCHA 09 - Planta de layout pavimento tipo (5º ao 8º)
PRANCHA 10 - Planta baixa pavimento tipo (5º ao 8º)
PRANCHA 11 - Planta de layout 9º pavimento e planta baixa 4º e 9º pavimento
PRANCHA 12 - Planta de layout e planta baixa do 10º pavimento
PRANCHA 13 - Cortes
PRANCHA 14 - Fachadas sul e leste
PRANCHA 15 - Fachadas norte e oeste
PERSPECTIVAS 01/11
PERSPECTIVAS 02/11
PERSPECTIVAS 03/11
PERSPECTIVAS 04/11
PERSPECTIVAS 05/11
PERSPECTIVAS 06/11
PERSPECTIVAS 07/11
PERSPECTIVAS 08/11
PERSPECTIVAS 09/11
PERSPECTIVAS 10/11
PERSPECTIVAS 11/11

Você também pode gostar