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2021
Iago Santos Pires de Sousa Ghazi
2021
“Se podemos dizer que a neurociência teve um
‘começo’, pode-se argumentar que ocorreu em 1954, com a
ideia de que a ação do LSD pode estar relacionada aos
seus efeitos no sistema serotonérgico do cérebro.”
(David Nichols)
SUMÁRIO
1. INTRUDUÇÃO...................................................................................................... 1
2. PROBLEMA/HIPÓTESE....................................................................................... 1
3. OBJETIVOS.......................................................................................................... 2
4. JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 2
5. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 3
5.1 DEFINIÇÃO, EFEITOS E SINTOMAS PRODUZIDOS PELO LSD..................... 3
5.2.1 EFEITOS DO LSD NO CÉREBRO................................................................... 3
5.2.2 USO DE MICRODOSES................................................................................... 5
5.2 BREVE HISTÓRICO E PARALELO COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS................. 6
5.3 EFEITOS PSICOLÓGICOS DO LSD SEGUNDO HOFFMANN.......................... 7
5.4 MERCADO DO LSD............................................................................................ 9
5.5 OUTROS EXPÉRIMENTOS FEITOS NA ÉPOCA............................................... 9
5.6 USO CLÍNICO DE LSD...................................................................................... 11
5.7 ESTUDO DE CASOS........................................................................................ 12
6. METOLOGIA..................................................................................................... 14
7. DISCUSSÃO..................................................................................................... 15
8. CONCLUSÃO................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 17
1
1. INTRODUÇÃO
Esse artigo busca mapear de forma geral, com base em estudos experimentais,
relação do uso de microdoses de ácido lisérgico com a melhora psicológica e
comportamental de indivíduos saudáveis e patológicos, onde como forma de
contextualização, será contada a história da composição do LSD e desenvolvimento
da terapia com o uso de microdoses, por fim, sendo exemplificada com a revisão de
dois casos, relatos de usos e por fim, serão discutidas todas essas relações e algumas
de suas possibilidades.
O uso de microdoses pode abranger diversas substâncias psicodélicas, como o
próprio dietilamida do ácido lisérgico (LSD), a psilocibina (presente em alguns
cogumelos psicoativos) e a mescalina, dentre outras.
O Ácido Lisérgico é uma substância psicoativa estimulante que em sua grande
maioria, é usada de forma recreativa, porém, de uns anos pra cá, os estudos
relacionados à terapia com LSD retomaram sua força. E mesmo que não como outras
substâncias, se tornou recorrente – principalmente nos Estados Unidos – o consumo
de microdoses diárias com objetivo de ampliar os sentidos em uma rotina específica
de cada um. A microdosagem de psicodélicos é a prática do uso de substâncias com
ação sublimiar de drogas psicodélicas serotoninérgicas, com o objetivo de aperfeiçoar
a criatividade, aumentar o nível de energia física, equilíbrio emocional, aumento do
desempenho de tarefas, de solução de problemas e até tratar de patologias – como A
esquizofrenia e a depressão (SHEMBERG, 2016). Visto isso, se faz necessária a
discussão das motivações e efeitos causados pelo uso de microdoses, assim podendo
buscar outras alternativas de tratamento para nós, sujeitos dos quais vivemos uma
ditadura farmacêutica. A qual demoniza e veta diversos tipos de substâncias
medicinais, justamente por conta do preconceito construído em torno de uma
sociedade refém dessa situação.
2.PROBLEMA/HIPÓTESE
3. OBJETIVOS
4. JUSTIFICATIVA
5. REFERENCIAL TEÓRICO
a infância até a maioridade, podemos nos tornar mais focados e rígidos em nossos
pensamentos à medida que amadurecemos. Dentro de muitas maneiras, o cérebro
sob influência de LSD se assemelha muito ao estado de nossos cérebros quando
crianças: livres e sem restrições, o que faz muito sentido quando é considerada a
natureza emocional e imaginativa da mente de uma criança (CARHART-HARRIS,
2016). O que pra nós psicólogos, no tratamento terapêutico, pode ser de muito bom
uso.
"Nossos resultados sugerem que este efeito está subjacente ao
estado profundamente alterado de consciência que as pessoas
costumam descrever durante uma experiência de LSD. Também está
relacionado ao que as pessoas às vezes chamam de 'dissolução do
ego', que significa que o sentido normal do eu é quebrado e substituído
por um senso de reconexão consigo mesmo, com os outros e com o
mundo natural. Esta experiência às vezes é enquadrada de uma forma
religiosa ou espiritual - e parece estar associado a melhorias no bem-
estar após o os efeitos da droga diminuírem.” (CARHART-HARRIS,
2016).
mostrou tão ativo quando o próprio LSD. O primeiro derivado encontrado foi o 2-
bromo-LSD (BOL), o qual trazia ações antagonistas dos receptores de serotonina no
SNC (HOFFMAN, 1991).
Os primeiros testes foram feitos em pessoas sãs e esquizofrênicas, pelo Dr.
Werner A. Stoll, na clínica psiquiátrica da Universidade de Zurich. Foram utilizadas
doses bem menores que as usadas por Hoffmann em um experimento, mas até ali
não haviam muitas novidades em relação aos efeitos psíquicos para a ciência. A
mescalina, por exemplo, é um alcalóide presente no cacto mexicano Lophophora
williamsii, a qual apresenta um efeito psíquico bem semelhante ao do LSD, porém,
muito menos ativo (HOFFMAN, 1991).
Nos Estados Unidos, o uso de LSD como um alucinógeno se mostrou presente
em uma velocidade incrível, ainda mais com a ajuda do movimento hippie.
E justamente por esse fato, na segunda metade do século XX, após sua
descoberta, houveram diversos programas de estudos relacionados aos efeitos do
LSD na mente humana e até sendo usado para tentativas de interrogatórios e em
controle de mentes (HARRIS, 2016).
Os doutores da Universidade de Harvard em Cambridge, Timothy Leary e
Richard Alpert enviaram estudos a Hoffmann sobre suas descobertas positivas e fez
um pedido para aquela mesma Sandoz, para que enviasse amostras de LSD e
psilocibina, mas o pedido foi cancelado quando descobriram que eles não tinham a
autorização da universidade para seguir com o projeto. Assim, com o passar do tempo,
Leary e Alpert foram exonerados do corpo docente da universidade porque seu projeto
havia perdido o caráter científico, justamente por conta dos testes houvessem se
tornado festas de LSD, e os alunos queriam cada vez mais ser voluntários para terem
acesso a droga. A utilização do LSD se tornou um modismo e seu uso recreativo
alcançou diversas partes do mundo (NISHIMURA, 2007).
Após isso, Leary fundou o centro da Internacional Foundation for Internal
Freedom (IFIF), no México. Mas foi deportado e por sorte ajudado por um milionário
de Nova York, onde fixou a sede da IFIF. Depois, após algumas experiências
religiosas diferentes, fundou uma comunidade, a League for Spiritual Discovery – LSD
(Liga para a Descoberta Espiritual). Por isso, Leary irritou os políticos e a polícia, e foi
preso (UNIVERSITY OF VIRGINA, 1998).
Das pesquisas anteriores, existem dados contraditórios e insuficientes que
dificultam o trabalho dos estudos atuais. Entretanto, hoje ainda existem pesquisadores
11
possibilidade e até eficácia do uso da substância no sujeito que deseja utilizar o ácido
lisérgico como estimulante para seu aprimoramento, o que será exemplificado no
próximo tópico.
sensações e sentimentos. E que mesmo que conte com o uso de outras substâncias
além do LSD, se faz válido pela alarmante quantidade de relatos de utilização do ácido
e o fato da relação próximas de drogas psicodélicas, como a psilocibina.
Levaram em conta os seguintes quesitos:
“Saúde Mental: Escala de Depressão e Ansiedade; Atenção; Bem-
estar; Atenção Plena, como o paciente responde a cada um dos 15 itens do
MAAS (Mindful Attention Awareness Scale), trata-se de uma escala que mede
a consciência do momento presente do paciente; Experiencias místicas;
Personalidade; Absorção; Criatividade e Agencia, que trata de uma escala
onde o paciente diz se o que ocorreu estava sob o controle dele ou era algo
involuntário. Cada um desses quesitos é composto por uma escala que
possui um protocolo individual.” (LEMOS, 2021)
Em um sentido geral, foi percebido no estudo que a curto prazo, a
microdosagem levou a um aumento imediato em diversas variáveis psicológicas –
como a criatividade, o foco e a felicidade, mas quando falamos de um longo prazo, a
microdosagem levou à melhoria da saúde mental – diminuição de sintomas de
estresse e depressão, porém alterou a capacidade de atenção (LEMOS, 2021).
Ao mesmo tempo, sinais de neuroticismo foram identificadas em uma pequena
parcela do estado, o que segundo Lemos (2021), traz o fato de que os efeitos
observados no estudo não são decorrentes exclusivamente do efeito psicológico do
uso psicodélico, como por exemplo o uso de outras substâncias, o que pode ter
interferido no resultado.
“De maneira geral, o resultado final obtido no estudo foi
evidências de diminuição da depressão e do estresse; diminuição da
divagação mental e aumento do neuroticismo (POLITO e
STEVENSON, 2019). [...] os efeitos benéficos observados sobre os
sintomas de depressão não necessariamente se estendem a
pacientes psiquiátricos, uma vez que o diagnóstico de transtorno de
humor/ansiedade foi um critério de exclusão.” (LEMOS, 2021)
Mas mesmo que na maioria das vezes sejam tratados em estudos apenas
dados de viés patológico e de tratamento específico, podemos ver no artigo de
Anderson et. al (2019), pela análise de teoria fundamentada, o apontamento de outros
807 benefícios codificados da microdosagem de LSD e divididos em 11 categorias.
Onde aparecem o desenvolvimento do humor melhorado (26,6%) que se mostrou em
215 relatórios, em segundo, o foco aprimorado (14,8%) que esteve em 119,5
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6. METOLOGIA
Esse estudo buscou por meio de uma revisão qualitativa, buscar entender como
o sujeito se comporta frente a certo estímulo. Desenvolvida com base em outros
materiais já elaborados e constituída principalmente de livros e artigos científicos de
estudos antigos e presentes – para possível percepção do panorama geral histórico
da substância, mesmo tratado de forma breve. Textos os quais em certa parte foram
traduzidos para esse estudo, mas em sua maioria, foram encontrados nas pesquisas
de Nishimura (2007), a qual trouxe no artigo usado como base pra essa pesquisa,
diversos apontamentos que acrescidos de pesquisas realizadas com pessoas
saudáveis e patológicas, relatos históricos e experimentais, foi possível mapear e
ressaltar a possibilidade de utilização de microdoses de LSD em curto prazo e seus
benefícios para o sujeito, que acompanhado por um terapeuta e um psiquiatra, poderá
definitivamente – dependendo de sua condição – trazer benefícios para si, em um
cenário onde consideramos como importante o aperfeiçoamento da pessoa, em
paralelo com a relação com o mundo externo.
E justamente por se tratar de um projeto de estudo feito por um estudante, os
apontamentos presentes em sua maioria se dão baseados em dados científicos
comprovados, os quais apropriam a veracidade desse artigo, mas ao mesmo tempo,
é necessário dizer que é extremamente necessário um acompanhamento médico e
psicológico, não sendo devido se basear apenas nesse ou nos artigos presentes no
estudo.
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7. DISCUSSÃO
8. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BERGQUIST, Laura. THE CURIOUS STORY BEHIND THE NEW CARY GRANT
(LOOK MAGANIZE, 1859). Trippingly, 2020. Disponível em:
<https://www.trippingly.net/lsd-studies/the-curious-story-behind-the-new-cary-grant>.
Acesso em 20 de mai. de 2021.
EROWID. Reviews and impressions from the 2006 LSD symposium. California, 15
jan. 2006b. Disponível em:
https://erowid.org/general/conferences/2006_lsd_symposium/2006_lsd_symposium.s
html>. Acesso em: 15 de mai. de 2021.
HUTTEN, Nadia R.P.W. et al. Mood and cognition after administration of low LSD
doses in healthy volunteers: A placebo controlled dose-effect finding study. Vol. 41.
European Neuropsychopharmacology, 2020. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0924977X20309111)https://www.
18
sciencedirect.com/science/article/pii/S0924977X20309111?dgcid=rss_sd_all#!>.
Acesso em: 7 de mai. de 2021.
HOFFMAN, A. LSD: cómo descubrí el ácido y qué pasó después en el mundo. 2. ed.
Barcelona: Editorial Gedisa, 1991. Disponível em: <https://maps.org/images/pdf/mpc-
sp.pdf>. Acesso em 04 de mai. de 2021.
SELBMAN, Fabrício. Sabia como diminuir o efeito do doce e sair de uma bad trip.
Grupo Recanto. 10 de set. de 2020. Disponível em:
<https://www.gruporecanto.com.br/2019/blog/saiba-como-diminuir-o-efeito-do-doce-
e-sair-de-uma-bad-trip/>. Acesso em: 16 de mai. de 2021.