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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE NOÇÕES FUNDAMENTAIS

 Roberto fernandes dos santos

 Claudio rafael bifi

 Eduardo franco ribeiro

 Márcia da silva santos

 Maurício fernando da silva

 Paulo da silva melo

Editora saraiva

1ª edição

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

Introdução à contabilidade : noções fundamentais / Roberto Fernandes dos Santos,


organizador ;

Claudio Rafael Bifi... [et al.]. -

São Paulo : Saraiva, 2006

Inclui bibliografia

ISBN 9788502116115

1. Contabilidade. 1. Santos, Roberto Fernandes dos. 1I. Bifi, Claudio Rafael.

06-4601. CDD 657


Origem da contabilidade

Muitos estudiosos dizem que foi quando o homem começou a trocar a vida nômade e fixar
moradia que a contabilidade nasceu. Como isso se deu? É simples. Isso se deu a partir do
momento que o homem abandona a vida de coleta – em que ficava em um lugar até exauri-lo
e, logo em seguida, partia para outro e recomeça o ciclo -, e troca por um meio de vida mais
seguro, em que aprende a cultivar o alimento, a criar animais e juntar bens para trocá-los por
outros indispensáveis para sua sobrevivência. Nesse instante, surge o desejo de se saber
quanto se possui e qual o valor para, com essas informações, planejar sua vida e negociar
melhor suas trocas. Aparecem os primeiros registros de medição e controle, que seriam os
rudimentos da contabilidade.

Desse momento até o final da Idade Média, a contabilidade praticamente não tem avanços
importantes. Só no Renascimento o método contábil terá um enorme avanço de qualidade.

O marco da contabilidade moderna se dá com a publicação do livro Summa de arithmetica,


geométrica, proportioni et proportionalitá, escrito pelo frei franciscano Luca Paciolli, em
1494. O Summa era um tratado sobre matemática, mas continha uma sessão sobre o sistema
de escrituração revolucionário, conhecido como partidas dobradas. A contabilidade foi
apresentada pela primeira vez por esse método.

Essa sessão chamava-se Particularis de computis et scripturis. Apesar de o frei Paciolli não ter
sido o criador do método das partidas dobradas – existem registros dessa escrituração
encontrados mais de cem anos antes -, foi ele o primeiro a codificar a contabilidade, a
descrever e a publicar sobre o tema.

O método das partidas dobradas consiste na escrituração dos acontecimentos contábeis,


colocados simultaneamente como uma obrigação de um lado e um direito de outro. A soma de
todas as obrigações será sempre igual à soma de todos os direitos.

Essa é a base da contabilidade até os dias de hoje. No Capítulo 9, aprofundaremos um pouco


mais esse conceito.

Muitos estudiosos defendem que o livro de Luca Paciolli é o início dopensamento científico
contábil. De qualquer forma, o que se pode dizer é que, mesmo hoje, mais de 500 anos após o
Summa, os comentários do frei continuam relevantes e atuais.
1.2 Evolução da contabilidade

Não é objetivo deste livro elaborar um estudo completo sobre as escolas do pensamento
contábil. Até porque essa temática será mais bem estudada nas cadeiras de teoria contábil que
serão vistas durante o curso de graduação.

Mesmo assim, ao final deste capítulo, indicamos outras leituras, que entendemos
fundamentais na formação do contador.

Na verdade, a contabilidade é fruto de muitas mãos, escolas e países, porém, por questões de
importância e relevância, vamos estudar aqui as duas principais escolas, a italiana e a norte-
americana.

O berço italiano

A Itália é considerada o berço do que convencionou-se chamar Renascimento. Sua posição


geográfica privilegiada, ponto de encontro das principais rotas comerciais da época, propiciou
o surgimento de uma classe de ricos

A Itália é considerada o berço do que convencionou-se chamar Renascimento. Sua posição


geográfica privilegiada, ponto de encontro das principais rotas comerciais da época, propiciou
o surgimento de uma classe de ricos comerciantes, mercadores e banqueiros.

Historicamente, as eras de prosperidade econômica, paz e tolerância, trazem em seu bojo um


ambiente propício para o desenvolvimento das artes, da ciência e da tecnologia. É nessas eras
que o homem consegue seus principais avanços intelectuais e sociais. A Itália do século XV
reunia todos esses ingredientes, um ambiente profícuo para o desenvolvimento da
contabilidade.

E, de fato, muito dos termos contábeis utilizados atualmente e que estudaremos no decorrer
deste livro remontam à época do Renascimento: débitos, créditos, razão, balanços e
demonstrações de resultado são alguns exemplos que podem ser citados. Podemos dizer, com
orgulho, que a contabilidade descende de linhagem tão nobre quanto de outras profissões
liberais.

Como já visto, Luca Pacciolli foi o primeiro grande autor da contabilidade. Talvez seja por
isso que até meados do século XX a contabilidade italiana dominou o cenário global. Existem
importantes teóricos e estudiosos contábeis que formaram o arcabouço do estudo contábil,
entre eles podemos citar
Giuseppe Cerooni, Gino Zappa e Fabio Besta, este taivez o mais importante, com sua obra La
ragioneria. Na metade do século XX, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados
Unidos surgem como uma grande potência econômica e militar. Mais uma vez, um período
histórico que alia desenvolvimento econômico, relativa paz e tolerância é formador de
desenvolvimento intelectual e social.

1.2 O surgimento da escola americana

A visão de que a contabilidade existe apenas para o patrimônio, o excesso de teoria, a perda
do senso prático, a existência de parcos sistemas de controle e de auditoria, e a ênfase no
ensino da contabilidade para o comércio, são características fundamentais da escola italiana,
já que não tinham aderência com à nova realidade e com o novo mundo que começava a
tomar corpo, dominado pelas grandes corporações, pelos grandes projetos de investimento e
pelos conglomerados financeiros.

Descortinava-se, então, um palco em que atuaria um novo ator, uma nova forma de pensar
contabilidade, a chamada escola americana. A contabilidade nos Estados Unidos tem suas
raízes no início da sua industrialização, em fins do século XIX. Como o principal financiador
do crescimento industrial norte-americano era a Inglaterra, é fácil chegar à conclusão de que
os primeiros contadores e auditores, que vinham controlar e medir seus investimentos fossem
COntagores é auartores, que vinnam controtar é e meair seus investimentos rossem ingleses.
Na verdade, na raiz das principais empresas norte-americanas de auditoria estão esses
primeiros contadores ingleses.

O dominio da escola americana

O modelo de capitalismo que começa a tomar conta do cenário mundial no início do século
XX, e dá um grande salto no pós-guerra, é baseado em empreendimentos que fazem uso
intensivo de capital. Para atender a esses

empreendimentos, o mercado de capitais é colocado como o principal alocador das


poupanças, ansiosas por bons investimentos, para os empreendedores que tenham projetos
com boas perspectivas de lucros.

O crescimento das grandes companhias de capital aberto, as chamadas sociedade anônimas,


em que o controle societário está diluído entre milhares, e às vezes, milhões de pessoas - e que
exigem cada vez mais e melhores informações acerca de seus investimentos - impulsiona o
aprimoramento daqualidade das demonstrações e da informação contábil. A contabilidade
ganha corpo e passa a fornecer instrumentos fundamentais para a gestão de negócios.

Esses fatos aliados ainda ao surgimento de uma associação de contadores públicos atuante, e
um grande esforço de investimento por parte do governo e de universidades em pesquisa
contábil, são os principais fatores que explicam por que atualmente a contabilidade norte-
americana exerce papel de domínio.

CONTABILIDADE GERAL FÁCIL

Osni Moura Ribeiro

EDIÇÃO SARAIVA

9º EDIÇÃO

R37c 9.ed. Ribeiro, Osni Moura Contabilidade geral fácil / Osni Moura Ribeiro. − 9. ed. - São
Paulo: Saraiva, 2013. (Fácil) Apêndice Referências e Respostas ISBN 9788502202023 1.
Contabilidade. I. Título. II. Série. 13-00219

1.2 Conceito
Se no edital do concurso constar bibliografia, será muito importante consultar as obras
citadas, a fim de verificar como os autores conceituam a contabilidade.
Eis alguns conceitos:
“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de
registro relativas à administração econômica.” — Conceito oficial formulado no Primeiro
Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de
1924.
“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover
seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.” — Estrutura Conceitual
Básica da Contabilidade — estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras (Ipecafi).

Informações complementares
“Azienda” é uma palavra italiana que corresponde a “fazenda”, e etimologicamente significa
“coisa a fazer”, em geral, negócios, ocupações, afazeres: complexo de obrigações, Bens
materiais e Direitos que constituem um patrimônio, representado em valores ou como objeto
de apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que tem
sobre ele poderes de administração e disponibilidade.
Esse conceito já está superado e apresentamos apenas para seu conhecimento, levando em
conta que organizadores de concursos mais conservadores costumam incluí-lo em algumas
provas. Convém salientar, ainda, que no aziendalismo (escola italiana — veja “Teoria das
Contas”, no item 1.1 do Apêndice) a contabilidade tinha, por objeto, o patrimônio das
aziendas. Do aprimoramento do aziendalismo temos hoje o patrimonialismo, no qual o objeto
da contabilidade é o patrimônio das entidades econômico-administrativas. A palavra
“azienda”, na literatura contábil brasileira, está em desuso e vem sendo substituída por
“entidade econômico-administrativa”. Veja o conceito no item 1.8 deste capítulo.

1.3 Objeto da contabilidade


O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades econômico-administrativas. Veja o
conceito de entidades econômico-administrativas no item 1.8 deste capítulo.
1.4 Objetivo (finalidade) da contabilidade
O objetivo da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando
ao fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões.
Dentre as informações destacam-se aquelas de natureza econômica e financeira. As de
natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que
geram lucros ou prejuízos, e são responsáveis pelas variações no patrimônio líquido. As de
natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro.

1.5 Aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio

A contabilidade estuda o patrimônio nos seus aspectos qualitativos e quantitativos. O aspecto


qualitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais segundo a natureza de cada
um. Trata do detalhamento desses componentes, segundo a sua espécie. O aspecto
quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em termos monetários.

1.6 Usuários das informações contábeis


Compreendem todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham
interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas
individuais), sóciosou acionistas (empresas societárias), administradores, governo (fisco),
fornecedores, clientes, investidores que atuam no mercado de capitais, bancos etc.
1.7 Técnicas contábeis
São inúmeras as técnicas utilizadas pela contabilidade. Veja as mais expressivas:
• escrituração — consiste no registro, em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas
Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos relevantes
que ocorrem no dia a dia das empresas;
• demonstrações contábeis — são os relatórios (quadros) técnicos que apresentam dados
extraídos dos registros contábeis da empresa. As demonstrações mais conhecidas são o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício;
• auditoria — é a verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis,
através do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram
origem a eles;
• análise de balanços (análise das demonstrações contábeis) — compreende o exame e a
interpretação dos dados contidos na demonstrações contábeis, a fim de transformar esses
dados em informações úteis aos diversos usuários da contabilidade;
• consolidação de balanços (consolidação das demonstrações contábeis) — corresponde à
unificação das demonstrações contábeis da empresa controladora e de suas controladas,
visando a apresentar a situação econômica e financeira de todo o grupo, como se fosse uma
única empresa.
1.8 Campo de aplicação da contabilidade
Estudar o campo de aplicação da contabilidade significa saber onde ela é utilizada, ou seja,
em que os contabilistas trabalham.
Assim, o campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-
administrativas.
Entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos:
pessoas, patrimônio, titular, capital, ação administrativa e fim determinado.
Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econômicoadministrativas podem ser assim
classificadas:
a) entidades com fins econômicos — denominadas empresas, visam ao lucro para preservar
e/ou aumentar o patrimônio líquido. Exemplo: empresas comerciais, industriais, agrícolas,
prestadoras de serviçosetc.;
b) entidades com fins socioeconômicos — intituladas instituições, visam ao superavit que
reverterá em benefício de seus integrantes. Exemplo: associações de classe, clubes sociais
etc.;
c) entidades com fins sociais — também chamadas instituições, têm por obrigação atender às
necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplo: a União, os Estados e os municípios

2.4 Equação patrimonial


O gráfico em T, quando utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa,
denomina-se Balanço PatrimonialBalanço lembra balança. Imagine uma balança de dois
pratos em equilíbrio. Para que isso aconteça, é preciso que cada um dos pratos contenha o
mesmo peso. Assim deve ser apresentado o Balanço Patrimonial: em equilíbrio.
Para que o Balanço Patrimonial reflita adequadamente a situação econômica e financeira da
empresa, o total do lado do Ativo tem de ser igual ao total do lado do Passivo.
Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos tem o mesmo tamanho das
obrigações. Assim, a diferença entre o Ativo (bens + direitos) e o Passivo (obrigações),
denominada Situação Líquida, será colocada no gráfico sempre no lado do Passivo, como se
fosse um peso no prato da balança, para manter o equilíbrio entre os dois lados.
2.5 Situação Líquida ou Patrimônio Líquido
2.5.1 Conceito

Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo.


SL = A – P
Já sabemos que os Bens, os Direitos e as Obrigações que compõem o patrimônio devem ser
avaliados em moeda (aspecto quantitativo). Assim, somando os valores dos Bens e dos
Direitos, teremos o total do Ativo. Da mesma forma, somando os valores das obrigações,
teremos o total do Passivo.

2.6 Situações Líquidas Patrimoniais possíveis


Os elementos patrimoniais devidamente equacionados poderão apresentar três Situações
Líquidas Patrimoniais diferentes.
2.6.1 Ativo maior que o Passivo

Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida:


• Situação Líquida Positiva.
• Situação Líquida Ativa.
• Situação Líquida Superavitária.
• A = P + SL
• P = A – SL
• SL = A – P
• Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida maior
que zero.
2.6.2 Ativo menor que o Passivo
Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida:
• Situação Líquida Negativa.
• Situação Líquida Passiva.
• Situação Líquida Deficitária.
• Passivo a descoberto.
• A = P − SL
• P = A + SL
• SL = P − A
• Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida menor
que zero.
2.6.3 Ativo igual ao Passivo
Maneiras ou formas de se referir a esta Situação Líquida:
• Situação Líquida Nula.
• Situação Líquida Inexistente.
•A=P
•P=A
• SL = zero
• Ativo maior que zero; Passivo maior que zero; Situação Líquida igual a
zero.

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