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2.

1 CIRCUITO MAGNÉTICO FUNCIONANDO EM CORRENTE ALTERNADA

Em estruturas magnéticas com enrolamentos, o campo variável produz uma força eletromotriz
(e) nos terminais do enrolamento, cujo valor é:

i) Ponto de Vista de Circuito:


dφ dλ
e(t ) = N ; λ = Nφ ⇒ e ( t ) = [2.7]
dt dt
Onde: λ = Nφ é chamado de fluxo concatenado [Wb.e]

Para um circuito magnético no qual existe uma relação linear entre B e H, devido à
permeabilidade constante do material ou à predominância do entreferro, podemos relacionar o
fluxo concatenado λ com a corrente i, através da indutância L.

Indutância: é a propriedade que tem um corpo de aparecer em si mesmo ou noutro


condutor uma tensão induzida. É uma grandeza que associada a um reator dado, caracteriza a sua
maior ou menor capacidade de produção de fluxo para uma dada corrente. Já sabemos que para
se criar uma força eletromotriz induzida num condutor é necessário que o mesmo esteja
submetido a um campo magnético variável. Como vemos a indutância de um corpo é uma
propriedade que só se manifesta quando a corrente que passa pelo corpo varia de valor, o que
produz um campo magnético variável, ao qual está submetido o próprio corpo ou outro condutor.
Quando o corpo induz em si mesmo uma força eletromotriz, chamamos o fenômeno de
auto-indução e dizemos que o corpo apresenta auto-indutância. A f.e.m. induzida, neste caso, é
conhecida como força eletromotriz de auto-indução ou força contra-eletromotriz.
O outro caso de indutância é conhecido como indutância mútua e o fenômeno é
conhecido como indução mútua. Sempre que dois condutores são colocados um próximo do
outro, mas sem ligação entre eles, há o aparecimento de uma tensão induzida num deles quando
a corrente que passa pelo outro é variável.
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A indutância é uma propriedade de todos os condutores, podendo ser útil ou prejudicial;
no segundo caso é necessário eliminar, ou pelo menos, reduzir os seus efeitos.
Um corpo pode apresentar pequena ou grande indutância conforme suas características
físicas.

ii) Ponto de Vista Físico:


λ Nφ
L= ⇒ L= ;
i i

ℑ Ni
ℑ=φ ℜ⇒φ = ⇒φ = [2.8]
ℜ ℜ

N Ni N2 l
∴L= ⇒ L= ; ℜ=
i ℜ ℜ µS
logo a indutância L depende apenas da geometria do indutor.

Como:
dφ dλ
e(t )= N ;λ = Nφ ⇒ e(t )= [2.7]
dt dt
di
λ = L i ⇒ e( t ) = L
dt

Para circuitos magnéticos estáticos, onde a indutância é fixa a equação acima é aceita, mas para
as máquinas elétricas, a indutância pode ser variável no tempo e a equação precisa ser expressa
como:
di dL
e( t ) = L +i [2.9]
dt dt

iii) Ponto de Vista de Energia:


A potência nos terminais de um enrolamento de um circuito magnético é uma medida da
taxa de fluxo de energia, que entra no circuito através deste particular enrolamento, e vale:

p=i e ⇒ p=i [2.10]
dt
A variação da energia no circuito magnético no intervalo de tempo t1 a t2 é dado por:

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t2 λ2
w = ∫ p dt ⇒ w = ∫ i dλ [2.11]
t1 λ1

Para núcleo com permeabilidade constante:


λ
λ = Li ⇒ i =
L
Assim:
λ2
λ 1 λ2 1
w = ∫ dλ ⇒ w = ou w = Li 2 [2.12]
λ1
L 2 L 2
Energia magnética armazenada no indutor

Tensão Eficaz Induzida:


Seja o circuito indutor:

Onde:
V(t) = Vmáx sen(wt) e o enrolamento tem resistência nula.

e( t ) = N [2.7]
dt
por R = 0 ⇒ e(t) = V(t)
V(t) dt = N dφ ⇒ Vmáx sen(wt) dt = N dφ
Assim:
Vmax
∫ dφ = N ∫ sen (wt )dt
Portanto:
V max V max
φ (t ) = cos( wt ) ⇒ φ (t ) = cos( wt )
Nw N 2πf
Logo:

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Vmax Veficaz 2
φmax = ⇒ φmax =
N 2πf N 2πf

Veficaz = 4,44 f N φmáx [2.13]

Onde:
Veficaz = valor eficaz da tensão
f = freqüência
N = número de espiras
φmáx = fluxo magnético máximo

2.2 EXERCÍCIOS

1) Um circuito magnético tem dimensões:


Sn = 9 cm2; Sg = 9 cm2; ln = 30 cm; lg = 0,05 cm; N = 500 espiras e µr = 5000
Calcular:
a) Corrente (I) para indução magnética no núcleo igual à Bn = 1 Wb/m2
b) O fluxo magnético (φ) e o fluxo concatenado com o enrolamento (λ = Nφ)

2) O circuito magnético abaixo tem dois caminhos paralelos que se concatenam com o
enrolamento. Calcular o fluxo e a indução magnética em cada uma das pernas do circuito
magnético para I = 0,2 A.
Supondo µferro→∞ e sabendo que 1” = 2,54 *10-2m

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